Reaprendendo a Amar

Você está aqui

Reaprendendo a Amar

Em meados da década de 1960 a banda Righteous Brothers cantou uma canção intitulada "You’ve Lost That Lovin’ Feelin", as letras implorando que o amor voltasse. 

A Bíblia fala de outro amor aparentemente em declínio — nas palavras que Jesus Cristo ressuscitado dirigiu a Seus seguidores em Éfeso, no fim do primeiro século. Ele estava preocupado por eles terem perdido o seu "primeiro amor" (Apocalipse 2:4). Jesus percebeu que eles perderam o seu antigo desejo de corresponder ao seu chamado para segui-Lo.

Aparentemente, as tempestades reais da vida tinham feito suas vítimas ao longo dos anos. A maioria dos apóstolos originais já tinha morrido, alguns amigos queridos tinham abandonado a fé, o imperador romano Domiciano estava perseguindo-os e Jesus não tinha retornado. Naturalmente, seu zelo e entusiasmo foram afetados.

Eles tinham incorrido no erro tático espiritual de basear as ações de suas vidas e preparar sua conta bancária espiritual por meio de eventos externos, em vez de focar seu coração em um relacionamento íntimo com Deus.

Isso soa familiar? As palavras de Cristo não são simplesmente uma mensagem em uma garrafa que chegou ao nosso litoral do século 21. Pois, elas são um desafio em qualquer época para os seres humanos, guiados pelo Espírito, que desejam manter viva aquela centelha do primeiro amor.

Cristo sabe exatamente onde estamos nessa jornada

Talvez agora você se sinta muito sozinho e quer saber por que sua caminhada cristã, aparentemente, chegou a um impasse. Talvez você se sinta vazio.

Mas Cristo não nos deixa lamentando. Apocalipse 2:1 nos lembra de que Ele "tem na Sua destra as sete estrelas" e que "anda no meio dos sete candeeiros de ouro" — referindo-se, simbolicamente, a Sua presença e cuidado em Sua Igreja.

É uma extensão celestial das palavras proferidas por Jesus durante Seu ministério terreno, em que afirmou: “E a vontade do que Me enviou é esta: Que Eu não perca nenhum de todos aqueles que Me deu, mas que Eu o ressuscite no último dia "(João 6:39).

Jesus sabe exatamente onde estamos e qual nossa condição espiritual e como nos ajudar a crescer para que alcancemos um relacionamento de amor com Ele e Deus Pai — não baseado apenas em sentimentos, mas em ações específicas através do poder do Espírito Santo.

Faz parte da experiência cristã se apaixonar uma e outra vez pelo mesmo Deus e passar a conhecê-Lo mais intimamente do que nunca.

O que é o "primeiro amor"?

Então, o que é o "primeiro amor" espiritual? É a emoção de nossas mentes e corações quando abertos e guiados pelo Espírito de Deus — livro por livro, história por história e verdade por verdade.

É a experiência da emoção e paixão ao perceber o que Deus, o Pai, fez por nós através de Cristo, apesar de não merecermos e de nunca pudermos obter isso por nossos próprios méritos humanos.

É a compreensão de Sua revelação, que estava bloqueada pelo engano ou pela tradição ou pela desconfiança pessoal.

É o entendimento de que precisamos de Deus e a necessidade de segui-Lo aonde Ele quiser nos levar — e permanecer comprometido com isso.

É mais do que uma paixão fugaz, porque Deus, claramente, pede e espera o nosso tudo — Ele nos deu Seu tudo, ademais, no princípio, Seu Filho nos disse para "medir os custos" antes de nos comprometer (Lucas 14:26-27).

Além disso, significa a alegria em compreender a plenitude do evangelho — que Deus não envia Seu Filho apenas uma vez, mas que Jesus Cristo voltará para salvar a humanidade de si mesma (Mateus 24: 21-22) e estabelecer o Reino de Deus aqui na Terra (Isaías 2:1-4).

Significa ter fé em Deus como melhor companheiro, confiando que Ele é “galardoador dos que O buscam" (Hebreus 11:6) e que Ele vai cumprir Seus propósitos (Isaías 46:10).

Significa uma sensação de bem-estar ao saber o que Ele é para nós — um Pastor em quem podemos confiar (Salmos 23:1) e que tem um plano para trazer “muitos filhos à glória" (Hebreus 2:10).

Três passos para recuperar esse amor

Entretanto, Cristo não fica lamentando o estado espiritual de Seu povo, em vez disso, proporciona três passos específicos que requerem a nossa introspecção pessoal e ação para recuperar a nossa "juventude espiritual", que se baseia em um amor maduro e duradouro.

Esses passos são revelados na exortação de Apocalipse 2:5: "[1] Lembra-te, pois, donde caíste, [2] e arrepende-te, e [3] pratica as primeiras obras". Vamos analisar esses três passos e colocá-los em pauta.

1. Lembra-te. Um dos piores hábitos humanos é o esquecimento! Todos nós fazemos isso. Podemos facilmente ficar presos em nossa própria bolha solitária de autocomiseração, lamentando: "A situação não poderia estar pior e, além disso, me sinto tão sozinho".

Deus dirige os nossos pensamentos em Hebreus 10:32, dizendo: " Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados...".

Deus está nos dizendo: Volte — pense bem! Lembre-se de onde começamos juntos. Lembre-se de quando a vida parecia sem propósito. E então Eu bati na porta do seu coração. Você abriu sua vida para Mim e Eu disse que seria o seu Deus, e que você seria Meu filho (Apocalipse 21:7). Eu disse que nunca iria deixá-lo nem desampará-lo (Hebreus 13: 5). Eu ainda estou aqui. Estou esperando. E sempre estarei. Por favor, lembre-se que Eu te amo!

2. Arrepende-te. Isso significa mudança — girar 180 graus e seguir na direção oposta de nossa natureza humana, corrupta e cobiçosa. Mais uma vez, "lembra-te" onde e quando o Meu chamado o encontrou e quão zeloso você estava de se arrepender incondicionalmente.

Isso foi mais do que transformar o nosso homem espiritual de dentro para fora. Isso o tornava uma nova criatura em Cristo (2 Coríntios 5:17). Mas com o passar da vida, talvez tenhamos chegado a um "status quo espiritual", pensando que já dominamos todo o assunto — apenas fazendo o mínimo, não guardando um bom depósito para Deus.

Deixe-me ser claro — a Escritura sempre fala das etapas de nossa jornada espiritual: A revelação inicial, o arrependimento, o retorno, a renovação, a restauração e, por fim, a ressurreição!

Cada etapa tem uma razão e um propósito de nos ajudar a compreender o grande amor e paciência de Deus e Seu incrível alcance em nossas vidas — e a contínua rendição de partes de nossas vidas que ainda se opõem a Ele.

Caso seu amor por Deus tenha diminuído, saiba que o mesmo não ocorre com o amor de Deus quanto a você. Hoje mesmo, peça-Lhe com sinceridade: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável [comprometido]... Restitui-me a alegria da Tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário" (Salmos 51:10, 12).

Deus quer vê-lo perto dEle novamente.

3. Pratique as primeiras obras. A conclusão é que o amor não é um sentimento. Em vez disso, é um ato voluntário que praticamos para com Deus e com o próximo. Por natureza, o amor de Deus em nós é incondicional, imparcial e sem interesse mesquinho. Que "não busca os seus próprios interesses” (1 Coríntios 13:5). Portanto, por esse tipo de amor nós somos abençoados.

Os caminhos de Deus não são teorias, mas sim a chave da vida. Um antigo provérbio asiático afirma o seguinte: "O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo".

Não é isso que Deus nos pede em Tiago 1:22 — "E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes..."?

A vida é ação! O que você está aprendendo de sua relação de amor com Deus? Você se sente temeroso, desorientado ou confuso? Qualquer recuperação espiritual no sentido de restaurar o nosso "primeiro amor" encontra-se do outro lado desse sentimento de pânico.

Cristo sabia muito bem que a estrada de boas intenções seria permeada de sentimentos quando nos fez o convite para segui-Lo. Mas Seu convite continua de pé! BN