Jesus realmente ressuscitou dos mortos?
A ressurreição de Jesus Cristo é fundamental para a fé cristã. Sem ela, não temos um sumo sacerdote intercedendo junto a Deus Pai, não há um Salvador vivo em nós nos ajudando a sair do pecado e nenhuma esperança de ressuscitarmos no futuro. Como o apóstolo Paulo escreveu: “E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados" (1 Coríntios 15:17).
O fato de Jesus ter morrido por nós não foi o suficiente. Ele também teve que ser ressuscitado. Como Paulo também escreveu: “Porque se nós, quando éramos inimigos [vivendo em oposição a Deus], fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida" (Romanos 5:10, grifo nosso).
Um Salvador vivo é fundamental para o cristianismo. No entanto, hoje em dia, há um intenso movimento em nossa sociedade para mitigar e destruir a nossa herança cristã — especialmente a crença na ressurreição. Muitos afirmam que Jesus era apenas um homem, somente um mestre humano, e que, na verdade, Ele nunca foi ressuscitado depois de Sua crucificação.
Então, como podemos saber que isso realmente aconteceu? Há muitas evidências que demonstram a precisão do Novo Testamento e a legitimidade da ressurreição de Jesus — suficientes para convencer qualquer pessoa disposta a acreditar na verdade.
O próprio Novo Testamento é uma evidência poderosa — e podemos confiar que ele foi preservado com exatidão (para saber a prova disso, baixe ou solicite gratuitamente nosso guia de estudo bíblico A Bíblia Merece Confiança?). E há muitas razões para vê-lo como um registro preciso do que realmente ocorreu. A seguir, analisamos seis delas.
1. Testemunho ocular
Alguns dos livros do Novo Testamento foram escritos por testemunhas oculares apenas algumas décadas após aqueles acontecimentos. Se toda a história tivesse sido inventada, quão plausível seria isso? Ainda houve outras testemunhas daquela época — centenas delas. Os escritores não conseguiriam desvencilhar-se delas! Ambos, judeus e romanos, poderiam facilmente ter desacreditado a história da ressurreição — mas não o fizeram.
O apóstolo Paulo menciona um número de testemunhas da ressurreição de Cristo em 1 Coríntios 15:3-8, incluindo outros apóstolos, ele mesmo e "mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram" — isto é, morreram.
Em seu livro Eu Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, de 2004, Norman Geisler e Frank Turek citam de um ensaio de William Lillie intitulado "A Tumba Vazia e a Ressurreição", (1965, p. 125), que diz o seguinte dessa passagem acima:
"O que concede uma autoridade especial à lista como evidência histórica é a referência ao fato de a maioria dos quinhentos irmãos ainda estarem vivos. Com efeito, S. Paulo diz: ‘Se você não acredita em mim, pergunte a eles’. Tal declaração, numa carta comprovadamente genuína, escrita cerca de trinta anos depois do acontecimento, é praticamente uma evidência tão conclusiva quanto alguém poderia esperar obter de algo que aconteceu cerca de dois mil anos atrás”.
Além de 1 Coríntios, há uma série de outros livros do Novo Testamento escritos entre vinte e trinta anos após a ressurreição de Cristo. Esses incluem o Evangelho de Marcos, Gálatas, 1 Tessalonicenses e Romanos. Na verdade, desde que Paulo havia sido executado logo após isso, sabemos que todas as suas cartas foram escritas durante a vida daqueles que foram testemunhas do que aconteceu.
2. O testemunho das mulheres
Todos os quatro autores dos evangelhos nos dizem que as mulheres foram as primeiras a visitarem o túmulo vazio e a saberem da ressurreição. Mas, antigamente, as mulheres não eram consideradas testemunhas confiáveis em um tribunal.
Qual escritor durante essa era, que estivesse a ‘fabricar’ uma história para que as pessoas acreditassem, iria dizer que foram as mulheres os primeiros a verem o Cristo ressuscitado? Em vez disso, ele diria: "Sim, nós, homens viris, encontramos o túmulo vazio e anunciamos a gloriosa ressurreição de nosso Salvador para o mundo inteiro!" Mas foram as mulheres que viram a Cristo primeiro.
E não apenas isso, o testemunho mais importante dentre as mulheres foi o de Maria Madalena, que tinha sido possuída por demônios (Lucas 8:2). Mais uma vez, quem ‘fabricaria’ ou ‘inventaria’ uma história assim? Essa é uma marca de sua autenticidade.
3. A conversão de fariseus e sacerdotes
Lucas registra no livro de Atos que havia "fariseus, que tinham crido", e que "muitos sacerdotes" passaram a fazer parte da Igreja primitiva (Atos 15:5; 6:7).
Lucas era um historiador meticuloso. Ele abre seu Evangelho com referências às testemunhas e com uma intenção expressa de apresentar um relato ordenado para provar a veracidade do que estava escrevendo (ver Lucas 1:1-4). E os relatos em seu evangelho e em Atos provaram ser historicamente precisos — até mesmo nos mínimos detalhes de onde se localizavam as cidades no mapa, a profundidade do mar em vários pontos e os nomes corretos das cidades e funcionários há muito tempo esquecidos.
Então, por que mentir sobre os convertidos ao cristianismo quando ele se mostra tão cuidadoso e preciso nos pequenos detalhes? Particularmente, nesse caso, isso seria um risco muito grande? Todo mundo saberia que Lucas estaria mentindo se não houvesse nenhum convertido entre os fariseus e sacerdotes. E logo os sacerdotes e os fariseus proclamariam em alto e bom tom que nenhum deles tinha aceitado o cristianismo — e isso seria mais uma prova da suposta fraude!
Porém, a verdade é que Lucas estava relatando tudo com muita precisão — o que significa que muitos fariseus e os sacerdotes estavam convencidos de que Jesus havia ressuscitado.
4. O túmulo vazio e o suborno
O túmulo de Jesus realmente estava vazio. Isso se tornou amplamente conhecido na região da Judéia. Mateus 28:11-15 afirma:
"Ora, enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade, e contaram aos principais sacerdotes tudo quanto havia acontecido. E congregados eles com os anciãos e tendo consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados, e ordenaram-lhes que dissessem: Vieram de noite os seus discípulos e, estando nós dormindo, furtaram-no. E, se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o persuadiremos, e vos livraremos de cuidado. Então eles, tendo recebido o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E essa história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje".
Assim, os leitores de Mateus já conheciam a história do túmulo vazio e do suborno. Se ele estivesse inventado essa história, teria sido fácil desacreditá-lo, mostrando isso às pessoas que não tinham ouvido falar desse evento. Mas eles tinham ouvido. Eles estavam cientes de que o corpo de Jesus tinha desaparecido, mesmo que tenha sido muito bem guardado.
E se os discípulos tivessem mesmo roubado o corpo, como eles conseguiram passar pelos soldados que vigiavam o túmulo? Estes não poderiam dormir em serviço, pois isso era um crime capital. Por isso é que as autoridades judaicas tinham de pagar os guardas e também prometer defendê-los de uma execução.
O local da tumba de Jesus era conhecido por cristãos, judeus e romanos, de modo que isso poderia ter sido facilmente verificado pelos céticos locais. Na verdade, ninguém — nem mesmo as autoridades romanas ou os líderes judeus — nunca alegou que o corpo de Jesus ainda estava na tumba. Em vez disso, eles foram forçados a inventar essa história absurda de os discípulos terem roubado o corpo de um túmulo muito bem vigiado — uma história que nem mesmo o mais cético dos críticos acredita.
5. A história confirma as pessoas envolvidas
Além do Novo Testamento conter informações históricas e localizações geográficas precisas, também se refer a algumas pessoas famosas dessa época.
Os escritores Geisler e Turek ressaltaram corretamente ao dizer: "Não há como os escritores do Novo Testamento podessem ter escrito mentiras deslavadas sobre Pilatos, Caifás, Festo, Félix e toda a linhagem de Herodes. Pois, se escrevessem falsidades, alguém teria exposto isso por eles implicar essas pessoas em eventos que nunca ocorreram. Os escritores do Novo Testamento sabiam disso, e não teriam incluído tantas pessoas proeminentes da realeza em uma história fictícia, cujo objetivo seria enganar. Mais uma vez, a melhor explicação é que os escritores do Novo Testamento registraram com precisão o que testemunharam" (p. 225).
Aqui estão algumas das figuras históricas que são mencionados no Novo Testamento e que também são encontradas em escritos não cristãos, confirmando assim a exatidão do relato: Jesus, Agripa I, Agripa II, Ananias, Anás, Aretas, Berenice (esposa de Agripa II), César Augusto, Caifás, Cláudio, Drusila, Erasto, Félix, Gálio, Gamaliel, Herodes Antipas, Herodes Arquelau, Herodes, o Grande, Herodes Filipe I, Herodes Filipe II, Herodias, Tiago, irmão de Jesus, João Batista, Judas, o galileu, Lisânias, Pilatos, Quirino, Pórcio Festo, Salomé (filha de Herodias), Sérgio Paulo e Tibério César.
Esses nomes de dezenas de personagens bíblicas chaves são encontrados em outros escritos não cristãos da época — sendo essa mais uma maneira de se verificar a precisão do que temos em nossa Bíblia hoje.
6. A corroboração de dez fontes não cristãs
Existem dez famosos escritores não cristãos que mencionam Jesus dentro de cento e cinquenta anos após a Sua vida, que ajudam a confirmar o registro bíblico.
Eles são: Josefo, historiador judeu sob o governo romano; Tácito, historiador romano; Plínio, o Jovem, um político romano; Flegonte, um escravo liberto, que escrevia histórias; Talo, historiador do primeiro século; Suetônio, historiador romano; Luciano de Samósata, satírico grego; Celso, filósofo romano; Mara Bar-Serapião, um cidadão que escreveu a seu filho; e o Talmude judaico.
Por outro lado, em relação aos mesmos cento e cinquenta anos, há nove fontes não cristãs que mencionam Tibério César, o imperador romano na época do ministério de Jesus. Assim, descontando todas as fontes cristãs, Jesus é mencionado em mais fontes que o imperador romano. Se você incluir as fontes cristãs, os autores que citam Jesus superam aqueles que mencionam Tibério em mais de quatro vezes.
O livro de Geisler e Turek reúne esses dez escritores, alguns dos quais decididamente eram anticristãos. Eles atestam que Jesus viveu durante o tempo de Tibério César, viveu uma vida virtuosa, era um trabalhador proeminente, tinha um irmão chamado Tiago, foi aclamado para ser o Messias e foi crucificado sob Pôncio Pilatos, na véspera da Páscoa judaica, quando aconteceu um período de escuridão e um terremoto.
Eles ainda afirmam que os Seus discípulos creram que Ele ressuscitou dentre os mortos e estavam dispostos a morrer por sua crença, difundiram o cristianismo rapidamente até Roma, e também negaram os deuses romanos para adorarem a Jesus como Deus (p. 223).
Você pode encontrar mais informações sobre isso no livro Em defesa de Cristo de Lee Strobel (2007, p. 113). Strobel diz ainda o seguinte:
“‘Temos uma documentação histórica sobre Jesus melhor do que sobre o autor de qualquer outra religião antiga’, disse Edwin Yamauchi, professor da Universidade de Miami, um dos maiores especialistas em história antiga. Fontes externas à Bíblia corroboram que muitas pessoas acreditavam que Jesus tinha efetuado curas e era o Messias, que foi crucificado e que, apesar da sua morte vergonhosa, seus seguidores, que criam que ele continuava vivo, o adoravam como Deus. Um especialista documentou trinta e nove fontes antigas que confirmam mais de uma centena de fatos sobre a vida, os ensinos, a crucificação e a ressurreição de Jesus” (p. 272).
Sim, isso realmente aconteceu!
Podemos confiar na ressurreição de Jesus Cristo? Sem dúvida, os primeiros cristãos confiaram e muitos deles foram testemunhas dela.
Strobel resume bem isso: “Em primeiro lugar, os discípulos estavam na condição singular de saber se a ressurreição acontecera, e eles enfrentaram a morte proclamando que ela era verdadeira. Ninguém dá sua vida consciente e intencionalmente por uma mentira”.
“Em segundo lugar, além da ressurreição de Jesus não há nenhuma boa razão por que céticos como Paulo e Tiago teriam se convertido e morrido por sua fé. Em terceiro lugar, poucas semanas depois da crucificação milhares de judeus começaram a abandonar costumes sociais que tinham crucial importância sociológica e religiosa havia séculos. Eles sabiam que incorreriam em condenação se estivessem enganados”.
"Em quarto lugar, a prática da ceia do Senhor [isto é, a Páscoa do Novo Testamento] e do batismo desde o começo afirmavam a ressurreição e divindade de Jesus. E, em quinto lugar, o surgimento milagroso da igreja em meio à perseguição brutal pelos romanos ‘faz um grande buraco na história, um buraco do tamanho e da forma da ressurreição’ de Jesus... [A] forte evidência histórica é que Jesus era quem afirmava ser: o único Filho de Deus” (p. 276).
Como Lucas registrou a Pedro declarando: “Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas... Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:32, 36).
E que todos nós possamos agradecer ao nosso Pai celestial por Jesus não estar morto, mas por Ele estar vivo e por sermos “reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida”. BN