Como transmitir nossa fé a nossos filhos

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Como transmitir nossa fé a nossos filhos

Quais são algumas das mentiras que o diabo ensina a nossos filhos?

Que nós, como pais, queremos impedir que se divirtam, por isso não deveríamos ter nenhuma autoridade sobre eles. Que para ser populares precisam pensar, falar e agir
segundo os ditames da cultura moderna. Que não devem se preocupar com o futuro e que
devem desfrutar de todo o prazer que possam obter agora. Que o sexo ilícito é divertido e que todos estão (ou deveriam estar) praticando. E por último, que as drogas e o álcool
são uma magnífica via de escape. Como vemos diariamente, os esforços de Satanás têm sido muito eficazes.

Confronte esta influência

Para enfrentar esta influência, os pais devem conversar com seus filhos acerca de Deus tão logo tenham entendimento. A maneira de fazer é através das Escrituras,
lendo-as e explicando o que Deus tem feito em suas próprias vidas, e ajudando a cada criança para que aprenda a se relacionar com o amor de Deus e seu plano.

Cada criança é única

Cada criança é uma pessoa única e original. Como tal, possui diferentes talentos, habilidades, temores e anseios. O desafio dos pais radica em descobrir as necessidades e interesses de cada um de seus filhos.

Devemos ajudá-los a se relacionar com Deus no contexto de suas próprias características emocionais e intelectuais, e não simplesmente de acordo com nossa experiência como pais.

Para poder amar o caminho de Deus, a criança deverá identificálo com suas próprias circunstâncias pessoais e com seu modo de pensar.
Nossos esforços educativos como pais têm que se adequar à criança. Os progenitores devem pedir a Deus que lhes ajude a encontrar a melhor forma para que seus filhos possam entender a importância de sua existência e de suas verdades.

Seria prático anotar o nome de cada filho e escrever ao lado suas inclinações e talentos individuais. A seguir, se pode fazer um paralelo entre eles e alguma personagem bíblica com as mesmas habilidades e interesses para mostrar como Deus pôde usar essa pessoa de maneira especial.

Por exemplo, o rei Davi foi um músico muito talentoso. Salomão era fascinado pelo estudo dos animais e da natureza. Dorcas era uma boa costureira. Pedro e outros discípulos eram hábeis pescadores. Paulo era um rato de biblioteca; adorava ler e
estudar. Muitos homens e mulheres da Bíblia foram chamados para servir a Deus ainda jovens.

Quando se faz este tipo de comparações e as relacionam com os interesses de seus filhos se consegue ajudá-los a se identificar com pessoas que seguiram com êxito os caminhos de Deus. As crianças podem e devem imaginar a si mesmos com o potencial para
ser servos de Deus como muitos homens e mulheres mencionados na Bíblia.

Os pais devem procurar se relacionar com seus filhos usando o discernimento para conhecer seus corações, seus sentimentos e emoções, suas esperanças, sonhos e aspirações. Tudo isto deve formar a base das conversas sobre como Deus e suas verdades podem ter uma profunda influência positiva em sua vida. Pouco a pouco se darão conta
de que Deus deseja ser seu amigo e ajudá-los. Esta impressão deve se converter em algo muito pessoal, porque de outro modo sentirão que não é aplicável a eles.

A oração é um bom exemplo disto. Devemos ajudar a nossos filhos a compreender que a oração é uma conversa muito real com o próprio Deus, e mostrar-lhes como compartilhar com ele o que está em suas mentes.

Outro exemplo é o de ajudá-los a relacionar suas experiências na escola com o desejo de Deus de apoiá-los e estar sempre disponível para fazer a diferença em suas vidas. Os princípios bíblicos devem ser para eles algo tangível e real.

Estratégias para ensinar a Bíblia

A Bíblia é um livro muito extenso, portanto se queremos que as crianças a estudem, devemos dividi-la em seções pequenas e fáceis de digerir. Primeiro devemos decidir quais são os temas básicos que queremos ensinar a nossos filhos e depois pensar em alguma forma cativante de apresentá-los. Uma das opções é escolher um tema que possa se tratar em varias sessões.

Devemos enfocar na apresentação ensinamentos bíblicos importantes que eles possam aplicar em suas vidas. Alguns exemplos disso incluem a vida de Jesus Cristo, o futuro Reino de Deus, os Dez Mandamentos, lições de vários heróis bíblicos, a história da igreja do Novo Testamento e as provas da existência de Deus.

Depois de fazer uma lista de temas que você quer que seus filhos aprendam, anote os benefícios que eles podem alcançar como resultado do estudo. Isto o orientará para saber como apresentar os temas. Não seria de mais prevenir possíveis obstáculos antes de começar e traçar um plano para superá-los. Ademais, deve se ter em conta que alguns temas serão mais fáceis de ensinar que outros.

Procure outros recursos práticos como os que temos mencionado, como um comentário bíblico de linha conservadora ou até material investigativo da Internet. A maioria das crianças gosta dos jogos de computador e esse interesse pode ser direcionado para que também aprendam algo sobre a Bíblia.

Formule um plano de ação específico que separe cada lição em seções pequenas e fáceis de lidar, e fixe uma data de término para cada aspecto do estudo.

Assegure-se de que cada um de seus filhos conte com uma boa Bíblia “de trabalho” na qual possa escrever ou marcar passagens chaves. Deve ser uma Bíblia de verdade, não uma imitação nem uma Bíblia resumida para crianças.

Faça do estudo da Bíblia um hábito

Trate de estabelecer uma hora de estudo regular com seus filhos, já que isto contribui para desenvolver e fortalecer o hábito, um hábito que queremos que adquiram e pratiquem mesmo depois de adultos. Para começar, estabeleça um período de apenas 15 ou 20 minutos. Nunca estenda demasiadamente uma só sessão, e esteja atento quando comecem a perder a concentração.

Comece pausadamente, até que se sinta cômodo com algumas das técnicas e idéias. Não se detenha muito em uma só sessão e não a prolongue ao aprofundar muito em apenas um tema. Agilize as coisas.

Quando for possível, é recomendável sentar-se ao redor de uma mesa onde a ordem e o ambiente claramente sugiram que é um “tempo de estudo” no qual a família se reúne para concentrar-se respeitosamente na Palavra de Deus.

Faça o possível para minimizar as distrações. Deixe a mesa organizada e desligue o rádio e o televisor. Se o telefone habitualmente toca durante o tempo dedicado ao estudo, pode
tirá-lo do gancho ou usar uma secretária eletrônica.

Também faça o que puder para que esta ocasião seja agradável e especial. Deste modo manifestamos nosso respeito pela Palavra de Deus e pelo privilégio de estudá-la. Uma
boa idéia seria compartilhar uma boa bebida, como suco ou chocolate quente, durante o estudo, ou de alguma maneira criar um ambiente especial para a reunião. Assegurese
sempre de iniciar cada sessão de estudo com uma breve oração, pedindo a Deus sua ajuda para entender as Sagradas Escrituras.

Como marcar a Bíblia

Uma forma de tornar o estudo bíblico mais interessante para nossos filhos consiste em marcar a Bíblia de maneira ordenada. Isto nos ajuda a concentrar-nos nas Escrituras e a lembrar onde se encontram determinados versículos. Marcar a Bíblia proporciona certa dimensão criativa e interativa ao estudá-la.

Cada pessoa pode estabelecer seu próprio sistema de marcação. Uma sugestão é usar lápis de diferentes cores, que se distingam claramente na página. E colocando uma folha
de cartolina debaixo da página, a marcação será mais fácil.

Cada criança pode escolher seu próprio sistema de marcação, praticando primeiro em papel de rascunho suas idéias. Uma vez que se tem escolhido um sistema básico para marcar a Bíblia, é muito útil anotar em uma folha de papel o comentário ou chave que o explica.

Uma maneira simples de marcar um versículo ou uma passagem bíblica é “marcá-la” com uma cor, usando simplesmente uma régua para traçar uma linha ao redor. As distintas cores das marcações podem indicar diferentes temas de importância, como Deus, a oração, a lei de Deus, etc.

Outros temas podem marcar-se escrevendo uma palavra breve ou desenhando um símbolo sobre o versículo. Por exemplo, se pode desenhar uma coroazinha ou escrever as consoantes RDD para identificar as passagens que falam do Reino de Deus. Outro exemplo é desenhar uma boca sobre os versículos que se referem ao uso da língua e a fofocas. Para aqueles que têm habilidades artísticas, as possibilidades são infinitas.

É recomendável ter um caderno ou fichário com divisões para cada filho, para separar os mapas, outros desenhos, versículos para memorizar, anotações sobre diversos ensinamentos bíblicos, etc.

Deus se revela na Bíblia

Jesus Cristo disse: “Aprendei de mim” (Mateus 11:29). Em outras palavras, “aprendam sobre mim, sobre o que eu represento”. Deus revela a si mesmo na Bíblia. Qualquer tema que decidamos estudar nos ensinará algo sobre Deus, seu propósito e seu plano. Quando estudamos a Bíblia, é como se Deus nos contasse sua história.

Existem muitas opções para tratar os temas que formam parte dessa história. Alguns talvez queiram começar com Gênesis e continuar lendo um versículo após outro (exceto, talvez, as genealogias extensivas; entretanto, mesmo neste caso podem ocorrer coisas
interessantes e divertidas ao se pronunciar tantos nomes curiosos). Em um lar onde estes estudos bíblicos se começam cedo na vida, é possível que toda a família chegue a ler a Bíblia inteira.

Não obstante, leve em conta que alguns temas, inclusive alguns que se encontram nas páginas da Bíblia, podem não ser apropriados para se expor detalhadamente às crianças
pequenas, em particular àquelas que por natureza são muito sensíveis ou impressionáveis. Uma alternativa seria ler um determinado livro da Bíblia, ou concentrar-se em um tema específico. O livro dos Provérbios é excelente para estudar com as crianças. Todos podem se revezar para ler, e cada membro da família pode ler vários versículos ou uma
passagem. Detenha-se cada vez que seja necessário para trocar opiniões ou para marcar certos temas com os lápis de cores.

Outra alternativa é repassar as anotações de um sermão ou escutar um gravado, parando a reprodução quando for necessário para comentar e marcar passagens importantes. Esta é uma boa maneira de ensinar temas bíblicos específicos.

Pode-se ler e refletir sobre passagens específicas, com o objetivo de estudá-las posteriormente em família. O estudo bíblico não precisa seguir necessariamente o mesmo
formato toda vez. Outra opção é escrever versículos juntos. Isto é de grande valor, e talvez sua família possa escolher um livro breve da Bíblia para copiá-lo textualmente
(ver Deuteronômio 17:18-20).

A preparação prévia pode ser muito vantajosa. Por exemplo, você poderia encontrar mapas ou ilustrações da região geográfica onde tiveram lugar os acontecimentos que vão estudar.

Faça cópias deles e entregue a cada pessoa um mapa para colar no caderno. De igual maneira, as linhas cronológicas podem ser muito úteis quando se estudam acontecimentos
históricos.

A memorização de versículos específicos e a aprendizagem de seu significado podem ser algo muito divertido. Não há nada de mal em premiar o esforço com uma pequena recompensa, como uma guloseima ou um presente segundo a idade. Podem ser dados ao concluir algum tema ou projeto. As crianças gostam de saber que alcançaram alguma coisa.

Sua própria relação com Deus

Além de aprender sobre a história de Deus na Bíblia, é necessário que nossos filhos escutem sobre nossa própria relação espiritual com Deus, ou seja, nossa história.

Pode ser que os pais se sintam relutantes e titubeiem no momento de compartilhar seu “testemunho” com seus filhos, porque temem soar demasiado religiosos ou simplesmente porque têm certo pudor no que se refere a assuntos espirituais. Peça a Deus ajuda para superar esses sentimentos.

Quando for apropriado, devemos compartilhar com nossos filhos como temos experimentado o amor de Deus, sua misericórdia, fidelidade e até alguma correção que
recebemos dele. Se guardarmos estas experiências só para nós, impedimos que o que Deus fez em nossa vida surta efeito na de nossos filhos.

Ao compartilhar nossas vivências, estamos ajudando nossos filhos a apreciar que Deus é real e que intervém em nossa vida diária, se assim o pedimos. Disto se trata falar das coisas de Deus “sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te” (Deuteronômio 6:7).

Algumas das circunstâncias que podemos relatar a nossos filhos podem ser as que nos tenham levado ao batismo (não é necessário entrar em detalhes se caso houve sérios
erros), como Deus tem respondido nossas orações e por que cremos nele.

As crianças se beneficiam destas revelações e compreendem melhor como Deus está trabalhando com seus pais. Isto faz com que Deus seja mais real para eles e os aproxima mais a seus pais. Ademais, tudo isso faz com que vejam que todos somos parte do mesmo chamamento, que as promessas de Deus são verdadeiras e que seu caminho de vida funciona. BN