Sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de legalizar o casamento entre homossexuais

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Sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de legalizar o casamento entre homossexuais

O ditame provocou um grande controvérsia porque altera o modelo matrimonial vigente por séculos. Essa sentença traz graves implicações espirituais, pois a Corte Suprema está tentando redefinir a condição matrimonial nos Estados Unidos, permitindo algo totalmente oposto ao que somente Deus pode definir, porque o homem e a mulher fazem parte de Sua criação especial (Gênesis 1:26-27).

A Bíblia ensina, inequivocamente, que somente existe um padrão matrimonial aceitável para Deus. E esse é, desde logo, a união de um homem e uma mulher por toda a vida, como afirmou Jesus Cristo (Mateus 19:4-6). Não há nenhum outro exemplo de união conjugal na Bíblia. De fato, é impossível haver outro. A postura dos cristãos diante de tal desafio se encontra em Atos 5:29: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”.

O maior desafio, entretanto, é o fato inegável de que os Estados Unidos estão abandonando os padrões dos ensinamentos bíblicos que até pouco tempo exerciam uma profunda influência sobre a nação. Como, acertadamente, ressalta a Enciclopédia das Liberdades Civis dos Estados Unidos (Encyclopedia of American Civil Liberties), “A percepção dos Estados Unidos quanto às liberdades civis e os direitos humanos teve origem não apenas no Iluminismo [movimento intelectual do século XVIII, o Século das Luzes, assim denominado por sua finalidade declarada de dissipar as trevas da humanidade com as luzes da razão], mas também na Bíblia”. Existem muitos outros exemplos disso, inclusive o lema nacional desse país: “Em Deus confiamos”. Porém, cada vez menos se pratica esses valores.

O modelo matrimonial bíblico, entre um homem e uma mulher, é de eficácia comprovada e reflete o propósito do próprio Deus. A Bíblia declara que a meta do Todo-poderoso é “levar muitos filhos à glória”, como afirma Atos 2:10. Observe que aqui somos vistos como “filhos” de Deus. O apóstolo Paulo esclareceu ainda mais esse conceito em seu discurso em Atenas. Ali, ele declarou que “somos também sua [de Deus] geração” (Atos 17:28). Então, se somos linhagem de Deus, que se revela na Bíblia como nosso Pai divino, então os cristãos são parte dessa família espiritual de Deus, uma família em crescimento, e Jesus Cristo é nosso Irmão mais velho, segundo o que está revelado.

Esse entendimento nos brinda uma oportunidade única: Jesus Cristo, o Salvador de  toda a humanidade, declarou que devemos ser um exemplo para o mundo. O casamento entre um homem e uma mulher representa um aspecto desse exemplo. Um matrimônio baseado nos princípios bíblicos naturalmente produz descendência (Gênesis 1:27). O matrimônio bíblico oferece uma oportunidade aos seres humanos imperfeitos de aprender mais sobre Deus e sua relação com o homem. Como se ilustra em Efésios 5:22-23, a união conjugal foi planejada por Deus para cumprir um magnífico propósito, e simboliza o mistério da relação entre Jesus Cristo e a Igreja (que a Bíblia se refere como “a esposa de Cristo”).

Ainda que os Estados Unidos tenham mudado suas leis civis, os discípulos de Jesus Cristo têm dupla cidadania, que aponta a um chamado muito superior (“...nossa cidadania, porém, está nos céus”, Filipenses 3:20, Nova Versão Internacional) e isso transcende nossa cidadania terrena. A Bíblia é muito enfática ao declarar que nesta era muitos não terão a bênção de entender os princípios praticados pelos cristãos nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

Portanto, nesta época e no porvir, devemos nos aferrar ainda mais à instrução do apóstolo Paulo, que nos insta a estar “sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão respeito” (1 Pedro 3:15-16, Nova Versão Internacional). A Bíblia também nos diz: “Grite alto, não se contenha! Levante a voz como trombeta. Anuncie ao meu povo a rebelião dele” (Isaías 58:1, NVI). A Igreja de Deus Unida continua proclamando a verdade de Deus através de diversos meios de comunicação, de seus ministros e também mediante o exemplo de seus membros  e companheiros de fé.

O que acontecerá com este mundo? Jesus Cristo resume desta maneira: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores” (Marcos 2:17, NVI). Deus ama a este mundo, apesar de todos seus pecados (Juan 3:16, NVI), e por incrível que pareça, Ele “não [está] querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9, NVI). Isso inclui também aqueles que fracassam espiritualmente por falta de entendimento.

Como cristãos, aproveitemos esta oportunidade para refletir o amor de Deus em nossas vidas. Vamos nos submeter a Deus e seguir humildemente o exemplo bíblico do casamento entre homem e mulher.

A serviço de Cristo, 

Victor Kubik

Presidente da Igreja de Deus unida, uma Associação Internacional, 

Editora da revista A Boa Nova