A Europa Está Sendo Reformada Diante de Nossos Olhos?

Você está aqui

A Europa Está Sendo Reformada Diante de Nossos Olhos?

Os líderes europeus estão lutando para manter a zona do euro (países que utilizam o euro como moeda comum) e toda a União Europeia (UE) unida diante do desafio de uma crise financeira que ameaça dividir as parcerias forjadas ao longo do último meio século.

O sonho da união econômica europeia chegou ao fim? A Europa  realmente está em perigo de se fragmentar? E a profecia bíblica tem algo a dizer sobre o assunto?

O progresso de uma união monetária

A zona do euro surgiu da formação da União Monetária Europeia (UEM) em 1999 e cresceu rapidamente até incluir dezessete países da Europa. O euro substituiu as moedas nacionais dessas nações.

Embora não haja representação, governo ou a política fiscal comum em relação à moeda entre os Estados membros, uma cooperação pontual ocorre através das reuniões do grupo de ministros de Finanças da zona do euro.

Com o recente período de crise financeira, a zona do euro estabeleceu disposições relativas à concessão de empréstimos de emergência aos Estados membros em troca da aprovação de reformas econômicas.

Os membros também têm estabelecido um pouco de integração fiscal limitada, como a revisão anual de orçamentos nacionais entre eles, a qual tem sido uma questão muito debatada e política.

A Alemanha e a França compõem a espinha dorsal da zona do euro e vêm pressionando por controles mais rigorosos e integração. Mas, muitas vezes, eles têm encontrado resistência de outros membros, que atualmente têm um voto de mesmo peso.

Uma Europa de Dois Níveis?

Por conseguinte, tem havido discussões de alto nível ao longo do ano passado em relação a uma grande revisão da zona do euro e da União Europeia, que vem crescendo intensamente ao longo dos últimos meses. A agência de notícias Reuters informou sobre a reunião de 9 de novembro de 2011: "Os funcionários alemães e franceses têm discutido planos para uma reforma radical na União Europeia que envolveria a criação de uma forma mais integrada e de uma zona potencialmente menor do euro, relatam fontes da União Europeia.

“‘A França e a Alemanha fizeram intensas consultas sobre esta questão nos últimos meses, em todos os níveis’, um oficial sênior da União Europeia, em Bruxelas, disse à Reuters, falando sob condição de anonimato devido à sensibilidade das discussões.

‘Precisamos avançar muito cautelosamente, mas na verdade é necessário estabelecer exatamente a lista daqueles que não querem fazer parte do clube e daqueles que simplesmente não pode fazer parte’, disse o funcionário.

“O presidente francês, Nicolas Sarkozy compartilhou um pouco de seu pensamento durante um discurso para estudantes na cidade de Estrasburgo, no leste da França... na ocasião ele disse que uma Europa com duas velocidades ― a zona do euro avançando mais rápidamente do que todos os vinte e sete países da União Europeia ― era o único modelo para o futuro.

“As discussões entre proeminentes políticos em Paris, Berlim e Bruxelas suscitou a possibilidade de um ou mais países deixarem a zona do euro, enquanto o núcleo restante deve continuar impulsionando na direção do aprofundamento da integração econômica, incluindo a tributária e a político-fiscal” (Julian Toyer e Annika Breidthardt "Os Franceses e os Alemães Exploram a Ideia de Diminuir a Zona Euro").

O mesmo artigo continua: “As últimas discussões entre os funcionários europeus apontam para uma reavaliação mais fundamental... incluindo quais países e quais políticas são necessárias para mantê-los fortes e estáveis ― antes que a crise da dívida europeia quebre esta união.

"Em grande parte, o objetivo é reformular o bloco de moeda ao longo das linhas que foram originalmente pretendidas; países fortes e economicamente integrados compartilhando de uma mesma moeda, antes de nações como a Grécia conseguiram entrar no bloco"

E o ritmo em direção a esse desenvolvimento é acelerado: “Enquanto a Europa de duas velocidades referida por Sarkozy já é realidade em muitos aspectos... os funcionários entrevistados pela Reuters falaram de um processo mais formal para criar uma estrutura de dois níveis e permitir que o grupo menor seja impulsionado. ‘Isso é algo que tem estado no ar por algum tempo, pelo menos em debates de alto nível’, disse um diplomata da UE. ‘A diferença agora é que alguns países estão avançando muito rapidamente... O risco de uma cisão, de uma Europa a duas velocidades, nunca foi tão real” (ibidem).

Tentando manter a Grécia e a Itália solventes

Para aliviar a pressão, ao reorganizar e reformular a zona do euro, e evitar uma cisão em curto prazo, o bloco foi obrigado a prover os fundos para resgatar a Grécia. Em outubro passado, os líderes dos dezessete países da zona do euro aprovaram o perdão de cinquenta por cento da dívida soberana grega mantida pelos bancos e um aumento de quatro vezes (cerca de 1 trilhão de euros) no fundo de resgate realizada no âmbito do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), o veículo financiado pelos membros da zona do euro para combater a crise da dívida.

O ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, Lucas Papademos, lidera o novo governo de unidade na Grécia e está trabalhando para pôr em prática as medidas de austeridade exigidas pelo acordo de resgate.

O governo da Itália também aprovou medidas de austeridade exigidas pela União Europeia e pelos responsáveis dos bancos centrais, de forma eficaz para evitar um colapso imediato. O antigo comissário europeu Mario Monti está liderando os esforços do novo governo italiano para combater a aguda crise da dívida.

No entanto, apesar de ser a terceira maior economia da união monetária, o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália ainda está cerca de 5% abaixo do nível de 2008. Por isso é difícil ver como a Itália poderá crescer do seu rácio de 120% entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto. Além disso, com as taxas de juros continuando a subir, torna-se mais difícil para os italianos cobrirem os custos dos empréstimos para pagar sua dívida.

Alguns economistas, portanto, vêm as atuais medidas de austeridade promulgadas na Itália a servir apenas para adiar o inevitável. As preocupações estão aumentando cada vez mais porque pode não haver fundos suficientes para um socorro mais tarde, se isso for necessário.

A quebra da zona do euro é muito difícil

Embora as recentes medidas pareçam ter ajudado a Grécia e a Itália a aliviar a ameaça imediata de um colapso econômico da zona do euro, ainda há pelo menos quatro outras nações que permanecem à beira de um esgotamento financeiro, pois têm problemas estruturais e de dívida ― Irlanda, Portugal, Chipre e Espanha.

Muitos especialistas dizem que grandes mudanças são necessárias na zona do euro, se a moeda de treze anos de idade quiser sobreviver. A Alemanha e a França estão pressionando por uma maior integração e um controle mais apertado dentro da zona euro, incluindo em áreas sensíveis, como a tributação de empresas e pessoas físicas. O restante da União Europeia seria deixado como uma "confederação", possivelmente ampliando de 27 para 35 países na próxima década.

A chanceler alemã, Ângela Merkel, tem repetido esse pedido de mudança no tratado da União Europeia, dizendo que um avanço rápido é necessário. Ela está pressionando todos os vinte e sete Estados Membros da União Europeia para que deem sua aprovação até o final deste ano. As propostas alemãs dariam à Comissão Europeia um papel mais importante nos orçamentos de monitoramento e execução de sanções para aqueles que violarem as regras de déficit. Mas essa reforma radical da União Europeia provavelmente terá a oposição de muitos membros.

O primeiro-ministro britânico David Cameron, cujo país é membro da União Europeia, mas não da zona do euro, é veementemente contra uma Europa de dois níveis, de duas velocidades, temendo que isso convertesse aqueles que não estão na união monetária cidadãos de segunda classe. Ele também questiona se os países da zona do euro podem lidar com suas dívidas para sobreviverem como uma união.

Outros compartilham de seu ponto de vista, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz. Ele afirmou que o euro poderia dissolver-se a "qualquer momento" e que é improvável que as nações da zona do euro "realmente" possam resolver sua crise de dívida soberana ("Stiglitz diz que Moeda Euro Poderia Dissolver-se a Qualquer Momento", Bloomberg, 25 de outubro , 2011).

A grande divisão

Caso houvesse uma quebra da zona do euro, seria provável que se dividisse?

O ex-presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Alan Greenspan, afirmou, "A União Europeia está fadada ao fracasso, pelo menos, como um bloco monetário, porque as diferenças culturais entre os países do norte e a sul são muito vastas para permitir uma política monetária" (citado em "Greenspan: A União Europeia Condenada ao Fracasso", moneynews.com, 26 de outubro de 2011).

O Jornal Wall Street relata detalhes adicionais sobre seu ponto de vista. Greenspan disse que os países do “Club Mediterrâneo” como a Grécia e a Itália nunca vão abandonar um estilo de vida que prioriza o prazer e o comodismo à frente ao trabalho duro. Em contraste, ressaltou ele, os países do norte como a Alemanha, a economia mais robusta da união monetária, são muito mais prudentes, competitivos e centrados em objetivos de longo prazo.

“‘Os mercados estão basicamente dizendo que alguns desses países estão fora de sincronia na maneira que competem na economia global, e que esses países não podem assumir os desafios dessa economia’, disse Greenspan” (Javier David, "Greenspan: A Crise da Dívida Europeia Se Resume ao Norte Contra o Sul", 10 de novembro de 2011).

A revista Economist elaborou um documentário em 2011 intitulado “E Depois do €urogedom? As Frequentes Perguntas Sobre o Colapso da Zona Euro” que concorda com a avaliação de Greenspan:

"Previsões firmes é complicado, mas de um modo geral uma fratura entre o ‘núcleo’ forte do norte e o ‘periférico’ mais fraco parece o mais provável. O processo, a nosso ver, provavelmente implicaria que os países da periferia quebrassem individualmente para deixar um ‘resto’ de países do Norte ainda dentro de uma união monetária. Uma vez que um país periférico (digamos, Grécia) abandonasse a união monetária, todos os outros países vulneráveis ​​provavelmente o seguiria".

O documentário prossegue listando os países que têm mais probabilidade de deixar o bloco, como Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, Malta e Chipre.

Em seguida, ele afirma: “Até dez países poderão permanecer como membros do euro: Alemanha, França, Áustria, Bélgica, Finlândia, Luxemburgo, Holanda, Eslováquia, Eslovênia e Estônia (as três últimas são economias pequenas e abertas como Malta e Chipre, mas com fundamentos mais saudáveis)”.

Dez nações: Um império dominando o mundo

Como vimos, muitos líderes e economistas sentem que é apenas uma questão de tempo antes que a União Europeia e a zona euro sejam forçadas a se reformar, com diferentes grupos indo a direções e velocidades diferentes. A menor e mais coesa, o núcleo do grupo da zona do euro provavelmente surgirá como a potência econômica líder da Europa.

É interessante notar que alguns veem que esse núcleo será agrupado e condensado em torno de dez nações. Enquanto o agrupamento final de países específicos pode ser bem diferente, os estudantes da profecia bíblica vão compreendendo o significado do número dez.

O profeta Daniel escreveu extensivamente sobre o "tempo do fim", o período imediatamente antes de Jesus Cristo voltar para estabelecer o Seu Reino na terra. A chave nesses eventos é uma nova superpotência mundial que surgirá, centralizada na Europa.

Daniel revela alguns dos detalhes de como será esse último império superpotente. Como relatado em Daniel 2, o rei babilônico Nabucodonosor viu uma grande imagem de uma figura humana num sonho. Deus revelou a Daniel que os segmentos da imagem representava uma série de impérios que se levantariam.

O último a surgir, um renascimento do Império Romano, ainda está à nossa frente. E foi retratado pelos pés da imagem com dez dedos representando o agrupamento de dez "reis" ou líderes de nações que formariam esse derradeiro império. A descrição dada soa sinistramente como o agrupamento de algumas das nações na União Europeia de hoje.

Os dedos eram compostos "em parte de barro de oleiro e em parte de ferro", que indica que "será um reino dividido" e "uma parte o reino será forte e por outra será frágil" (versículos 41-42). Além disso, "assim como o ferro se não mistura com o barro", os integrantes desse reino não ficariam firmemente juntos por muito tempo (versículo 43).

Este agrupamento de dez nações é descrito de uma forma que parece indicar que preservam suas culturas individuais e estruturas políticas. Alguns serão muito mais fortes do que outras. Eles entregarão o seu poder e autoridade para um líder e um sistema que o livro de Apocalipse descreve como cruel, astuto e brutal ― "a besta" (Apocalipse 17:12-14).

Este sistema final levará o mundo à beira da total destruição. Mas a boa nova é que Jesus Cristo promete voltar para salvar a raça humana da aniquilação e estabelecer o Seu Reino sobre todas as nações (versículo 14; Daniel 2:44).

Mantenha os olhos sobre os acontecimentos na Europa! O fim desta era está se aproximando mais rapidamente do que a maioria imagina.

Para saber mais...

Como esses eventos darão uma posição de lideranca à Europa? Será que a profecia bíblica nos dá alguma indicação? Como eles tomarão forma? Você precisa saber! Procure solicitar ou baixar nosso livro gratuito de estudo bíblico O livro de Apocalipse Revelado. Uma cópia gratuita está esperando por você!

O Vaticano incentiva a uma autoridade política e econômica global

O Vaticano recentemente renovou o seu apelo para a criação de uma "autoridade política mundial", com amplos poderes para regular os mercados financeiros e conter a "desigualdades e distorções do desenvolvimento capitalista" (“Documento do Vaticano Apela a Uma Reforma ‘Supranacional’, Estados Unidos: O Semanário Católico Nacional”, 7 de novembro de 2011).

De acordo com a profecia bíblica, nos últimos dias um sistema econômico global com controle centralizado, como o que o Vaticano propõe, será dominado por uma grande religião falsa e seu líder. Será que esse documento servirá de modelo?

O documento de 41 páginas, intitulado "Rumo à Reforma dos Sistemas Internacionais Financeiros e Monetários no Contexto do Poder Público Global", foi preparado pelo Conselho Pontifício para Justiça e Paz. Ele diz que uma "autoridade supranacional" é necessária para colocar o bem comum no centro da atividade econômica internacional.

O documento cita os ensinamentos dos papas ao longo dos últimos quarenta anos sobre a necessidade de uma autoridade pública universal que transcende os interesses nacionais. E insta a execução por causa da crescente disparidade entre ricos e pobres e a crise econômica global. Um passo importante, disse, deve ser a reforma do sistema monetário internacional de uma forma que envolva os países em desenvolvimento.

O documento incentiva a criação de um "banco central mundial", que regularia o fluxo das trocas monetárias. Ele também sugere a tributação sobre transações financeiras, um "fundo de reserva mundial", a recapitalização dos bancos com fundos públicos, recompensar o comportamento "virtuoso" e gestão ampla sobre os países e os "mercados cinza" (ibidem). Como a reportagem da agência de notícias Reuters, ele insta ainda "uma transferência gradual e equilibrada de uma parte dos poderes de cada nação para uma autoridade mundial e às autoridades regionais" (citado por Philip Pullella, "Vaticano Insta Reformas Econômicas e Condena a Ganância Coletiva", 24 de outubro de 2011).

"Em um mundo que caminha para a rápida globalização, a referência a uma autoridade mundial torna-se o único horizonte compatível com as novas realidades do nosso tempo e as necessidades da humanidade", disse esse documento. "Ajudar a inaugurar esta nova sociedade é um dever de todos, especialmente dos cristãos" (James Martin, "Documento do Vaticano sobre as Principais Questões da Reforma Financeira Global", Serviço de Notícias Católico, 24 de outubro de 2011).

O relatório Reuters cita uma seção do documento que explica por quê o Vaticano sente que a reforma da economia global é essencial: "‘Em matéria econômica e financeira, as dificuldades mais significativas vêm da falta de um conjunto eficaz de estruturas que possam garantir, além de um sistema de controle, um sistema de governo para a economia e para as finanças internacionais’...

"O mundo precisa de um 'corpo mínimo de regras comuns para gerir o mercado financeiro global' e 'alguma forma de gestão monetária global’.

"‘Na verdade, pode-se ver uma exigência emergente para um corpo que irá desempenhar as funções de uma espécie de ‘banco central mundial’ que regularia o fluxo e o sistema de trocas monetárias semelhantes às dos bancos centrais nacionais’”.

O clamor do Vaticano pelo estabelecimneto de uma "autoridade pública mundial" e um "banco central mundial" com "autoridade supranacional" é uma reminiscência das profecias bíblicas sobre o estabelecimento de tal sistema.

E esse sistema será influenciado por um grande líder mundial religioso chamado de "falso profeta" em Apocalipse 19:20. Outra figura mencionada aqui e em Apocalipse 13 é "a besta", um líder político desse sistema que coopera com esse líder religioso do sistema. O líder religioso do sistema também é caracterizado como um fera: "E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão [aparentemente cristã, mas na verdade é do diabo]. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença" (Apocalipse 13:11-12).

E observe o versículo 16-17: "E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome".

Assim como o Vaticano recomenda, este sistema econômico controlado centralmente terá abrangência em todo o mundo e "jurisdição universal". E absorverá das nações um certo grau de autoridade nacional.

Ele vai recompensar o comportamento "virtuoso" ― e punir severamente aqueles não estiverem de acordo com seus decretos e que tentam fazer negócios em qualquer "mercado cinza". Todos serão obrigados a fazer parte e se identificar com este sistema para ser capaz de comprar ou vender.

Talvez algumas bases já estejam sendo lançadas para o que está por vir.