Seu Cristianismo é um "Genuíno McCoy"?

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Seu Cristianismo é um "Genuíno McCoy"?

Elijah McCoy nasceu em Colchester, Ontário, Canadá, em 1843. Seus pais haviam fugido da escravidão no Kentucky, no final da década de 1830. Quando fixaram moradia em Ypsilanti, Michigan, em 1849, eles observaram que seu filho demonstrava muita aptidão para mecânica. Quando ele completou dezesseis anos, eles tentaram matriculá-lo em uma universidade que oferecia um curso de engenharia. Mas logo aprenderam que pessoas de ascendência negra africana não tinham permissão para se matricular ali. Diante desse obstáculo, eles o enviaram para Edimburgo, na Escócia, para ser treinado por um engenheiro mecânico.

Depois de trabalhar ali como um mecânico mestre aprendiz por cinco anos, McCoy voltou para a casa de seus pais em 1864. Então, começou a procurar emprego de engenheiro mecânico, mas logo percebeu que não lhe estavam permitindo começar a exercer sua profissão por causa, novamente, de racismo. Contudo, ele conseguiu um trabalho na Ferroviária Central de Michigan como bombeiro e lubrificador de locomotiva a vapor. Sua função incluía abastecer de lenha e carvão a fornalha do motor, cujas chamas geravam vapor para alimentar a locomotiva.

Ele também era responsável por manter o motor bem lubrificado para evitar danos devido ao superaquecimento. Embora os eixos e rolamentos dos vagões fossem lubrificados automaticamente por câmaras de óleo, o mesmo não ocorria com o motor da locomotiva—a intensa pressão do vapor empurrava o óleo para longe das partes móveis. Assim, o trem tinha que parar de tempo em tempo e McCoy saía da cabina do operador para lubrificar o motor manualmente.

A invenção bem sucedida de McCoy

Valendo-se de suas habilidades de engenheiro mecânico, McCoy começou a pensar numa maneira da pressão do vapor ser utilizada para automatizar a lubrificação do motor. Ele montou uma oficina em casa, onde projetou, construiu e testou um dispositivo protótipo. Isso o levou a inventar seu "lubrificador automático" e conseguiu uma patente em 1872.

Os executivos da Ferroviária Central Michigan lhe deram apoio para testar o mecanismo em suas locomotivas. A invenção de McCoy provou ser altamente eficaz, aumentando dramaticamente a eficiência, eliminando as longas paradas para lubrificação. Esse dispositivo, com suas subsequentes atualizações, acabou por se tornar um recurso padrão nas locomotivas nos Estados Unidos e foi adaptado para motores estacionários em fábricas e navios a vapor.

A carreira de McCoy logo o levou a Detroit, onde ele começou a se concentrar na solução de problemas relacionados a outros aspectos técnicos sobre ferrovia e trem.

Esses desafios surgiram devido ao desenvolvimento de locomotivas maiores e mais poderosas, que usavam "vapor superaquecido". McCoy provou mais uma vez estar na vanguarda da concepção de métodos críticos de lubrificação. Em 1915 ele recebeu um prêmio nos Estados Unidos por sua patente do "lubrificador locomotivo". Esse dispositivo permitiu o uso de uma mistura de óleo e grafite em pó, que poderia suportar temperaturas operacionais extremamente altas.

O escritor e historiador Robert Hayden Jr., em seu livro Oito Inventores Negros Norte-americanos (1972), cita uma carta de um superintendente da ferrovia dessa época: "Nós descobrimos que o lubrificador McCoy de grafite pode ser de grande ajuda na lubrificação de locomotivas equipadas com superaquecedores. Há uma vantagem determinante na melhoria da lubrificação e redução de desgaste de válvulas e anéis de pistão".

Invenções com design e qualidade superior

Ao longo de sua carreira, McCoy continuou aprimorando suas habilidades de engenharia e suas invenções, chegando a obter pelo menos cinquenta e sete patentes nos Estados Unidos. Suas invenções eram muito respeitadas por representarem design e qualidade superior.

Embora houvesse mecanismos concorrentes disponíveis, a maioria dos negociantes buscava comprar os equipamentos autênticos de McCoy. Muitos deles diziam que era "um genuíno McCoy", ou seja, o padrão da indústria, o melhor do gênero, ou o de mais alta qualidade.

Elijah McCoy morreu em 1928 com a idade de oitenta e cinco anos. Seu legado distinto de excelência sobrevive até hoje através dessa expressão que leva seu nome. A frase "um genuíno McCoy" migrou da indústria para aplicações de consumo e continua sendo usada em grande parte do mundo de fala inglesa.

Por exemplo, as pessoas costumam usar esse slogan quando se refere a uma mercadoria de consumo de "marca conceituada". Elas preferem esses produtos porque confiam que o fabricante ou empresa oferece uma qualidade superior às marcas concorrentes.

Aceitar "qualquer marca" de cristianismo?

Embora algumas mercadorias de marcas baratas possam ser úteis e atenderem aos objetivos para o qual são adquiridas, imagine se isso fosse aplicado à vida e as crenças cristãs. Será que alguém rejeitaria intencionalmente o padrão de altíssima qualidade e busca de excelência de Elijah McCoy em troca de uma imitação medíocre e claramente inferior do cristianismo bíblico?

Infelizmente, muitas pessoas têm feito exatamente isto! Como isso é possível?

Cristo deu a resposta quando disse: "Acautelai-vos, Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mateus 24:4-5, grifo do autor).

Jesus advertiu a Seus discípulos que muitas pessoas iam ser enganadas e aceitariam algo menos que "um genuíno McCoy" quanto ao cristianismo (ver também os versículos 11, 24). Da mesma forma, o apóstolo Pedro escreveu: "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou" (2 Pedro 2:1) .

O apóstolo Paulo também expressou grande preocupação com esses mestres corruptos e falsos e advertiu alguns cristãos de Corinto que estavam aceitando facilmente a mentira. Eles estavam acreditando nesses charlatães de fala mansa que pregavam heresias (2 Coríntios 11:4).

Mas este não seria um problema apenas daquela época. Paulo advertiu que essa situação também iria acontecer em nosso tempo atual (1 Timóteo 4: 1).

Mas por que as pessoas rejeitam os ensinamentos originais de Cristo e aceitam falsificações? Embora Satanás, o diabo, tenha um papel importante em influenciar negativamente os seres humanos, eles mesmos são censuráveis (Efésios 6:12; Romanos 1:18-21). Muitas vezes, as pessoas acreditam no que os outros dizem sobre as palavras de Jesus, ao invés de estudarem por sua própria conta o que realmente ensinam as Escrituras (Efésios 4:14).

O erro de desconhecer as Escrituras

Jesus repreendeu os líderes religiosos de Seus dias por causa desse erro, dizendo-lhes: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mateus 22:29). As pessoas tropeçam nesse mesmo problema hoje em dia. Elas acreditam—geralmente sem questionar—em que a sua igreja, pastor ou padre "sempre têm ensinado" sobre a doutrina cristã (Mateus 15:9). No entanto, para construir um relacionamento firme com Jesus, Suas palavras e exemplo—não os ensinamentos de homens—devem ser o seu fundamento (2 Timóteo 3:15).

Medite nessa outra pergunta marcante, que Jesus fez àqueles que afirmavam ser Seus fiéis seguidores: "Por que Me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que Eu digo?" (Lucas 6:46). Ele enfatizou esse ponto quando disse a Seus discípulos: "Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus" (Mateus 7:21).

E qual é a vontade do Pai? É que as pessoas obedeçam aos Seus mandamentos (1 João 5:3; Êxodo 34:28). E como podemos aprender a obedecer plenamente os mandamentos de Deus? Estudando a Sua Palavra, a Bíblia Sagrada. E para nos ajudar a viver de acordo com Sua Palavra, Deus nos diz para não deixarmos de nos reunir regularmente com outros cristãos (Hebreus 10:24-25). Ele sabe que precisamos dessa comunhão na única e verdadeira Igreja de Deus, "a coluna e firmeza da verdade" (1 Timóteo 3:15).

A Igreja não é um edifício ou uma sociedade

Jesus disse que Ele iria edificar Sua Igreja (Mateus 16:18; Atos 20:28). A Igreja é constituída de um pequeno grupo de pessoas, que o Pai "chama" da sociedade desse mundo para servi-Lo (João 6:44; 2 Timóteo 1:9; Lucas 12:32). A palavra "igreja", como emprega a Bíblia, não é um edifício ou uma sociedade, mas um corpo espiritual de crentes, que estão unidos em propósito, fé e amor (Efésios 4:13; 1 Coríntios 12:12; João 13:35).

A Igreja também é a família espiritual de Deus. Ela protege, sustenta e orienta Seus filhos à medida que crescem em caráter, conhecimento espiritual e sabedoria divina (Romanos 8:16; Efésios 2:19; 1 Timóteo 3:15).

As pessoas que Deus chama para Sua Igreja devem "buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça" (Mateus 6:33). Elas também são incumbidas de ajudar a proclamar Jesus Cristo e Seu evangelho—que significa "boa nova"—do vindouro Reino de Deus e fazer discípulos em todo o mundo (Mateus 24:14; 28:19). Jesus deu Seu Espírito Santo e o arrependimento à Igreja e também a missão de treinar os novos convertidos para que guardem "todas as coisas que eu Vos tenho mandado" (Mateus 28:20).

Mas o que vemos no mundo do cristianismo tradicional? Vemos milhares de denominações e organizações, cada uma ensinando crenças contraditórias e incoerentes. Enquanto pregam ideias sobre a pessoa de Cristo como Salvador, elas ignoram a própria mensagem que Ele ensinou sobre o Reino de Deus (Mateus 9:35).

O resultado disso é bilhões de pessoas acreditando em Cristo, mas nada sabendo sobre o governo mundial que Ele estabelecerá na Terra quando retornar (Isaías 9:6-7; Zacarias 14:4) nem mesmo sobre a possibilidade de ser parte da família de Deus para sempre. O resultado final disso tudo é um cristianismo que não entende o propósito de Deus para a humanidade!

E quanto ao seu cristianismo?

Então, qual é a forma genuína de cristianismo? Neste caso, uma pessoa que tem um "genuíno McCoy", vai se esforçar para permitir que as palavras de Jesus guiem seus pensamentos e atitudes (2 Coríntios 10:5). Ela vai se arrepender profundamente do pecado. E vai amar a Deus sobre todas as coisas e vai construir uma relação duradoura com Ele através da oração fervorosa e do estudo da Bíblia (Mateus 22:37; Salmos 73:28).

Um cristão genuíno vai reconhecer que é completamente dependente de Seu Criador e vai venerar a Cristo como Seu Salvador e Rei vindouro (Gálatas 2:20; 2 Pedro 1:11). E também vai demonstrar o fruto do Espírito de Deus através do amor ao próximo e da realização de boas obras (João 13:34; Gálatas 5:22-23).

Um cristão genuíno vai se reunir regularmente com membros da Igreja que pensam como ele para adorar a Deus em Seu dia de descanso semanal, o sábado do sétimo dia (do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado), e em Seus Dias Santos anuais (leia nosso guia de estudo bíblico gratuito O Plano dos Dias Santos de Deus: A Promessa de Esperança para Toda a Humanidade em portugues.ucg.org/estudos).

Entender esses e outros aspectos do cristianismo genuíno é essencial para saber como deve viver e agir um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo.

Elijah McCoy se esforçou para produzir dispositivos de lubrificação de altíssima qualidade para aplicações ferroviárias e industriais, não aceitando nada mais que a excelência. Se você busca por excelência e deseja encontrar "um genuíno McCoy" em sua vida cristã, como você deveria avaliar-se? Você está obedecendo fielmente a Jesus Cristo e seguindo Seus genuínos ensinamentos? Ou simplesmente você crê e age segundo o que os outros dizem que é certo?

Para Deus somente o genuíno padrão bíblico pode preencher Seus requisitos (Mateus 7:21-23; 1 Coríntios 12:31). Será que seu cristianismo é "um genuíno McCoy"? Se não for, o que você vai fazer a respeito disso? BN