O Pecado e a Lei de Deus

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Enfim, existem dois caminhos de vida. Um deles é o caminho da abnegação e da preocupação com os outros — ou seja, o caminho do amor e do interesse em doar-se e ajudar. Este é o caminho de Deus, que é a própria personificação do amor (1 João 4:8, 16). Seu caminho de vida para os seres humanos está codificado em Sua lei, que expressa esse amor (Romanos 13:10; 1 João 5:3).

E o oposto é o caminho da vaidade e do egoísmo — empenhar-se para satisfazer a si mesmo. Esse tipo de enfoque constitui violação da lei de Deus, que é pecado (1 João 3:4). Esse é o caminho de Satanás e dos demônios que o seguem, e também da humanidade. (Ver capítulo intitulado "Satanás, o Diabo").

Contudo, Deus criou os seres humanos para se tornarem membros de Sua família, sendo destinados a herdar a imortalidade e viver em um relacionamento harmonioso com Ele e entre si pela eternidade (Hebreus 2:6-13). Enfim, para compartilhar essa eternidade com Deus, também devemos compartilhar Seu modo de pensar, concordar com Seu enfoque, abraçar Seu caminho de vida, apreciar e defender Seus valores, conforme expressos por Sua lei (Filipenses 2:5-13).

A revelação escrita de Deus para a humanidade, as Sagradas Escrituras, manifesta esse conhecimento essencial por meio de Suas leis e ensinamentos (2 Timóteo 3:15-17). E ela forma a base do relacionamento eterno que Deus deseja ter conosco. Portanto, é imperativo que qualquer pessoa que busque esse relacionamento definitivo com Deus atenda às diretrizes de Sua lei, conforme reveladas em Sua Palavra.

E, no âmbito do amplo princípio do amor, Jesus Cristo, em Mateus 22:37-40, resumiu a lei de Deus em dois grandes mandamentos do Antigo Testamento: “Amarás o Senhor, Teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento [citado de Deuteronômio 6: 5]. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo [citado de Levítico 19:18]. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”.

Esses dois mandamentos resumem aquela delineação mais específica que encontra nos Dez Mandamentos (Êxodo 20; Deuteronômio 5). Os quatro primeiros mandamentos dizem respeito à demonstração de amor a Deus. Os últimos seis dizem respeito ao amor pelo próximo — ao semelhante. Devemos entender esses mandamentos também como princípios sintetizados, em vez de limitar cada um estritamente aos termos dos versículos em que estão listados.

Uma parte do propósito de Jesus em vir à Terra diz respeito a "engrandecer a lei" (Isaías 42:21, ARA). Um modo importante de fazer isso foi mostrando toda a intenção espiritual dos mandamentos de Deus — tanto por meio de Seus ensinamentos quanto por Seu perfeito exemplo de obediência.

Em seus ensinamentos, Jesus explicou que os mandamentos de Deus se aplicam muito além das simples letras da lei. Eles devem regular até nossos pensamentos. Por exemplo, Jesus explicou que a raiva injustificada contra alguém configura transgressão do sexto mandamento de Deus, que proíbe o assassinato, e o ato de cobiçar alguém que não seja o cônjuge significa cometer adultério no coração, que constitui uma violação do sétimo mandamento (Mateus 5:21-28).

Deus exige que obedeçamos ao espírito de cada um dos Dez Mandamentos. Começando com os quatro primeiros quanto ao amor a Deus, o Primeiro Mandamento proíbe adorar outros deuses, mas também significa que não devemos permitir que nada em nossas vidas esteja acima de Deus.

O Segundo Mandamento proíbe o culto a quaisquer representações físicas de Deus, como estátuas ou imagens de Cristo, mas também proíbe limitar Deus a alguma falsa imagem mental.

O Terceiro Mandamento diz que não devemos tomar o nome de Deus em vão, o que significa que devemos ter muito cuidado com a forma como usamos Seu nome e também que não devemos desonrar a reputação de Deus pela maneira como vivemos.

O Quarto Mandamento, que diz respeito santificar o dia de Sábado, não trabalhando nele, também inclui o princípio de estruturar nossa semana de trabalho em torno dele e manter um foco espiritual ao longo do dia. (Ver capítulo intitulado “O Dia de Sábado”).

Passando para os últimos seis Mandamentos, relativos a amar o próximo, o Quinto Mandamento nos diz para honrar nossos pais, o que inclui obedecê-los quando jovens, respeitar sua sabedoria quando adultos, cuidar deles quando estiverem idosos e não envergonhar o nome da família. (Nesse mandamento também está implícita a obrigação de os pais serem pessoas honradas).

O Sexto Mandamento, como já mencionado, proíbe assassinatos. Na letra da lei, isso significa não usurpar a prerrogativa de Deus de tirar a vida humana (pois somente Ele tem autoridade para fazer isso ou ordenar que outra pessoa o faça). Não devemos nos matar ou ajudar alguém a cometer suicídio, e não devemos cometer aborto. No espírito da lei, também não devemos odiar ou desvalorizar qualquer pessoa.

O Sétimo Mandamento proíbe o adultério e, em sua intenção espiritual, também proíbe quaisquer relações sexuais fora do casamento ou pensamentos sobre quaisquer relações ilícitas. Assim, toda a imoralidade sexual, inclusive o sexo antes do casamento e relações homossexuais está proibida, conforme detalhado em outra parte das leis de Deus.

O Oitavo Mandamento proíbe o roubo e, em seu espírito, inclui a salvaguarda do que pertence aos outros e incentiva o ganho honesto a fim de se compartilhar com os necessitados.

O Nono Mandamento, que proíbe o falso testemunho contra o próximo, em sua plena intenção inclui a proteção da reputação das outras pessoas e a exigência da total honestidade e integridade em todo o tipo de relações — sempre dizer a verdade.

E, finalmente, o Décimo Mandamento, que proíbe cobiçar o que pertence ao próximo, como está expresso na lei, mas ele também é um mandamento espiritual sobre os pensamentos da pessoa. Devemos nos abster de desejar o que não podemos obter legalmente.

Esses mandamentos ainda são apoiados e esclarecidos por outras leis e instruções das Escrituras. Na verdade, toda a Bíblia serve como lei revelada por Deus para nós, pois nos diz o que Ele exige de nós. Infelizmente, o homem rejeitou a lei de Deus já no início da história humana.

O pecado, a transgressão da lei, foi introduzido à humanidade no Jardim do Éden. Satanás mentiu para Adão e Eva sobre a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 3:4; João 8:44). Ao contrário do que Satanás havia prometido, o primeiro homem e a primeira mulher morreram. Então, como descendentes, todos nós compartilhamos dessa situação comum de mortalidade (Hebreus 9:27).

Por isso, não é por acaso que a presença universal do pecado em todos os seres humanos (Romanos 3:23) está vinculada à morte e à retenção do dom de Deus, a vida eterna (Romanos 6:23).

A natureza disseminada do pecado e da morte é demonstrada pela tendência humana de ignorar e desobedecer à lei de Deus (Romanos 8: 7). Frequentemente, o autoengano acompanha esse afastamento das diretrizes perfeitas de Deus (Jeremias 17:9; 10:23). A influência de Satanás é inconfundível nesse padrão, tanto direta (Efésios 2:1-3) quanto indiretamente através daqueles que ele engana (2 Coríntios 11:13-15).

Ao se tornar adversário de Deus, por causa de sua rebelião, Satanás, ocultamente, recrutou a raça humana para sua batalha. Os seres humanos pecadores se tornam inimigos de Deus, pois todo pecado, além de seu efeito perverso sobre as pessoas, ele também é por definição uma oposição a Deus (Gênesis 39:9; Salmos 51:4).

A violação de qualquer uma das instruções de Deus é pecado (1 João 5:17), mas também é pecado omitir o que se deve fazer (Tiago 4:17) ou violar a consciência (Romanos 14:23). Além disso, o pecado é um poder escravizador do qual precisamos de redenção e libertação (Romanos 7:23-25). Ademais, não temos poder para realizar essa redenção por conta própria (1 Pedro 1:18-19).

Visto que o pecado, de qualquer forma, causa afastamento de Deus (Isaías 59:1-3; Efésios 4:17-19) e, eventualmente, a morte, nenhuma quantidade de obediência, após essa conduta, pode reverter seu efeito, mesmo que seja a obediência esperada. Somente o perfeito sacrifício de Jesus Cristo nos proporciona essa libertação (Hebreus 2:14-15) e nos reconcilia com Deus. (Ver capítulos intitulados “O Sacrifício de Jesus Cristo” e “O Arrependimento e a Fé”).

Por meio do perdão do pecado, disponível pela graça de Deus (Romanos 3:24), um cristão encontra a liberdade ao obedecer à lei de Deus (Tiago 1:21-25). Em vez de sermos escravos do pecado pela desobediência, servimos a Deus pela obediência e seguimos o caminho que Ele deseja, sendo conduzidos à vida eterna em Seu Reino por Seu dom generoso e imerecido (Romanos 6:16-23).

Retornar a antiga vida de pecados é um assunto sério aos olhos de Deus (2 Pedro 2:20-22). Aliás, o único pecado que não pode ser perdoado é a recusa voluntária e totalmente consciente de se arrepender, rejeitando completamente a Deus e o sacrifício de Jesus Cristo, por quem é possível o perdão dos pecados (Hebreus 6:4-6; 10:26-31).

Esse pecado é descrito por Cristo como "blasfêmia contra o Espírito" (Mateus 12:31), ou seja, uma rejeição total e consciente do poder e da autoridade de Deus. Depois que todo ser humano tiver tido uma oportunidade completa de salvação, aqueles que ainda não se arrependerem serão destruídos (Apocalipse 20:14-15), cumprindo assim a pena máxima do pecado, a segunda morte. (Ver capítulo intitulado “As Ressurreições e o Julgamento Eterno”.)

Embora toda pessoa seja responsável por seu próprio pecado (Ezequiel 18:4, 20), Satanás, o diabo, é identificado como o tentador, o enganador da humanidade e o responsável por levar a humanidade ao pecado (Mateus 4:3; 1 Tessalonicenses 3:5; Apocalipse 12:9; 20:1-3). (Mais uma vez, consulte o capítulo intitulado "Satanás, o Diabo").

(Para mais informações, baixe ou solicite os guias de estudo bíblicos gratuitos Os Dez Mandamentos e A Nova Aliança: Será que a Lei de Deus foi Abolida?).