A América numa Encruzilhada Crítica

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A América numa Encruzilhada Crítica

As últimas eleições nos Estados Unidos demonstraram que o país está claramente dividido sobre o seu rumo, os seus valores e o seu futuro. Nunca antes foram os seus líderes nacionais tão difamados, ridicularizados e atacados – um ataque constante e sem piedade por parte dos meios de comunicação e de muitos países estrangeiros.

Contudo, paradoxalmente, os Estados Unidos ainda é, claramente, a nação mais forte do mundo. A sua economia, apesar do custo enormíssimo da guerra contra o terror, continua a ser o motor da economia mundial. O PIB norte-americano - a sua produção total de bens e serviços – representa quase um terço da produção mundial. A sua economia é duas vezes e meia maior que a economia do Japão, oito vezes e meia maior que a da China e trinta vezes maior que a da Rússia.

O orçamento militar dos Estados Unidos é maior que o da Rússia, da China e da União Europeia em conjunto. E tendo em conta que os Estados Unidos representa quase 80% do que é gasto a nível mundial em pesquisa e desenvolvimento militar, possui também, sem qualquer dúvida, as armas mais avançadas no mundo – tal como ficou demonstrado nas suas vitórias relâmpago quando derrubou os regimes hostis no Afeganistão em 2001 e no Iraque em 2003.

E, no entanto, porque é que uma super potência como os Estados Unidos parece ser incapaz de resolver a turbulência imparável no Iraque e no Afeganistão? Porque é que a nação mais poderosa da história se tem revelado tão impotente em fazer cumprir a sua vontade no Irão e na Coreia do Norte relativamente às ambições destes países a nível de armas nucleares? E, acima de tudo, o que significam estes dilemas críticos para o futuro dos Estados Unidos e do resto do mundo?

A recente história militar atribulada

Podemos abrir as páginas de um semanário americano popular de 1964 e encontrar alguns dos sentimentos sobre o Iraque expressos sobre o Vietname. A edição de 7 de Agosto da revista Time desse ano, descreveu o conflito no Sudeste Asiático como uma “guerra suja, sem escrúpulos, sem direcção, que não tem nem linhas de frente nem fim à vista . . . Agora já não se fala em sair até 1965 – ou qualquer outro ano no futuro previsível.”

As condições no Vietname ainda pioraram muito devido ao conflito que se alastrou durante mais de uma década, até meados dos anos 70. O Presidente actual tem de viver com o facto de que existe muito menos paciência da parte do Congresso e dos cidadãos americanos do que houve em conflitos passados.

Por exemplo, enquanto que os Estados Unidos sofreram quase 3.000 fatalidades de guerra no Iraque, esse total num período de três anos e meio, embora trágico, é somente ligeiramente acima do número de soldados norte-americanos mortos num dia durante a invasão do Dia D. É insignificante quando comparado com as 426.000 mortes em combate de soldados norte-americanos durante a Primeira e Segunda Grande Guerra, a Guerra da Coreia e a do Vietname, que ocorreram quando a população total dos Estados Unidos era muito menos numerosa do que é hoje em dia. Porém, é raro vermos esses números postos em perspectiva. Tal como aconteceu no Vietname, parece que a maioria dos norte-americanos já não tem estômago para um conflito sangrento e prolongado.

A perspectiva de muitos americanos sobre o lugar da América no mundo também se tem alterado – em muitos casos, bastante dramaticamente.

Quando a Segunda Guerra Mundial terminou em 1945, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a União Soviética dominavam o mundo, tendo derrotado as Potências do Eixo (a Alemanha, a Itália e o Japão). Contudo, no espaço de uma década o Império Britânico, que foi durante muito tempo uma força estabilizadora pelo mundo fora, foi praticamente todo desmantelado (com algumas excepções, como é o caso de Gibraltar e de Hong Kong, tendo o último sido devolvida à China recentemente, mais precisamente em 1997). Esgotada devido ao custo de uma guerra prolongada, a Grã-Bretanha simplesmente não teve capacidade financeira para manter o seu império.

Pouco tempo depois, a União Soviética e os Estados Unidos entraram na longa Guerra Fria que só terminou com a queda histórica do Muro de Berlim em 1989, juntamente com o colapso da cortina de ferro.

David Rothkopf, antigo conselheiro de segurança nacional para o governo dos Estados Unidos, fez o seguinte comentário sobre os constrangimentos norte-americanos: “Durante a Guerra Fria, o poder dos Estados Unidos para agir internacionalmente estava constrangido pelos interesses e pontos fortes da União Soviética. Podíamos agir, mas tínhamos sempre que antecipar e compensar pela reacção do nosso grande adversário” (Running the World, 2004, p. xiii).

Foi a partir deste ambiente que surgiu o conceito de guerra limitada, de que os riscos envolvidos eram demasiado altos para a América arriscar guerra total novamente. A Ponte Aérea de Berlim de 1948-49, o embaraço com o avião espião U2 que envolveu um piloto Americano que foi abatido sobre território soviético em 1960 e detido durante dois anos, e a crise de mísseis cubanos de 1962 foram três incidentes extremamente críticos que levaram a América a entrar num potencial conflito nuclear com a União Soviética.

Mudança de destinos na Coreia e no Vietname

No princípio dos anos 50 a Coreia do Norte testou a determinação dos Estados Unidos em manter a paz no mundo e em impedir uma ameaça comunista no Sudeste Asiático.

Para terminar a Guerra da Coreia (de 1950 a 1953), os Estados Unidos aceitou um empate – um que, tendo em consideração o recente teste de uma arma nuclear por parte da Coreia do Norte, provou o quão imprudente seria qualquer resultado que não a vitória clara que o General norte-americano Douglas MacArthur queria atingir. 

Um número considerável de forças norte-americanas permanece até hoje estacionado na Coreia do Sul para manter uma paz difícil.

O empate coreano foi seguido pelo fiasco do Vietname nos anos 60 e 70. Mais uma vez, a determinação dos Estados Unidos em policiar o mundo estava em risco. Apoiantes da guerra citavam a teoria do dominó, em que o Sudeste Asiático, sem uma forte intervenção norte-americana, podia seguir o exemplo da Coreia do Norte e também se tornar comunista.

Durante o conflito o presidente norte-americano, Lyndon Johnson, fez a seguinte observação, “A nossa determinação está a ser testada.” As imagens mais marcantes do fim desse conflito esgotante foram as de helicópteros norte-americanos a evacuar pessoal militar e governamental sul vietnamita, juntamente com as suas famílias, do telhado da embaixada americana enquanto Saigão caía perante as forças atacantes de Ho Chi Mihn, que vinham do Norte. Pouco tempo depois, os vizinhos Cambodja e Laos também cederam ao comunismo.

Tal como o historiador Niall Ferguson destaca, “A doutrina da guerra limitada resultou num empate na Coreia e numa derrota no Vietname” (Colossus, 2004, p. 287). Milhões morreram no Sudeste Asiático em consequência.

Novos desafios de liderança

Ao entrar em funções após a derrota no Vietname, o Presidente norte-americano, Ronald Reagan, iniciou um programa de despesa militar gigantesco para restabelecer a supremacia americana. A União Soviética, ao tentar acompanhar os Estados Unidos, faliu pouco tempo depois, o que resultou no colapso da cortina de ferro e em liberdade para as ex-nações da Europa do Leste do Pacto de Varsóvia. Pouco tempo depois, a América tornava-se na única super potência mundial.

Rothkopf resume a situação que desafiaria agora a liderança americana: “De facto, num novo contexto mundial, não só tinha os Estados Unidos um poder sem precedentes como era também imprevisto . . . os líderes americanos estavam efectivamente a tomar decisões que afectavam a vida e os destinos de dezenas e centenas de milhões, de biliões, que não os tinham escolhido, não percebiam o que estavam a fazer ou como é que o estavam a fazer . . . Nós éramos de facto os líderes da comunidade mundial, coroados pela história e pelas circunstâncias . . .(Running the World, p. xiii).  

Nenhuma nação deve deixar circunstâncias e contrariedades adversas nos Estados Unidos levá-la a subestimar o tremendo poder que os Estados Unidos ainda tem – mesmo se a nação por vezes não tem nem a determinação política, nem o discernimento bíblico para utilizar esse poder.

O Presidente John F. Kennedy uma vez prometeu num discurso “lutar contra qualquer inimigo” em nome da liberdade e da justiça no mundo. Ele reconheceu tardiamente que o poder americano tinha limitações e que ele não podia intervir em todos os conflitos no mundo. Até aqueles com grande poder têm que conter a sua ira e serem prudentes sobre quando e onde intervir em nome do interesse nacional. 

De volta ao presente, o novo desafio mais preocupante para a liderança norte-americana ocorreu no dia 11 de Setembro de 2001, com o ataque de aviões suicidas ao World Trade Center em Nova Iorque e ao Pentágono em Washington D.C., que resultou na trágica perda de 3.000 vidas. Só nessa altura é que os Estados Unidos despertou para o facto de que a máquina de terror islâmica tinha estado em guerra com os Estados Unidos já há vinte anos (recordemos Beirute em 1982, o ataque às Torres Gémeas em 1993, o bombardeamento de embaixadas norte-americanas em África em 1998 e o ataque em 2000 ao U.S.S. Cole — para mencionar apenas alguns eventos). 

O que não compreendemos

O historiador Andrew Roberts propõe uma visão oposta dos eventos na guerra ao terror. “Aqueles que acusam o Bush e o Blair de exacerbar o terrorismo islâmico através das suas invasões do Afeganistão e, em particular, o Iraque, não compreendem que a guerra assassina e sem piedade já tinha começado muito antes de 2003.

"A Guerra contra o terror foi uma resposta tardia . . . Só após o 11 de Setembro é que as pessoas de língua inglesa estavam finalmente preparadas para combater como deve ser e a utilizar todos os elementos do poder nacional para constituir uma resposta coerente e forte” A History of the English-Speaking Peoples Since 1900, 2006, p. 601).

O 11 de Setembro chocou de facto o mundo. Muitos aplaudiram em países do terceiro mundo. De início, a grande maioria do resto do mundo apoiou os Estados Unidos. Actualmente, passados poucos anos, os Estados Unidos pode contar com apenas uma mão os amigos que tem no mundo. Até os governos apoiantes estão a pagar um preço pela sua lealdade para com os Estados Unidos e têm que resistir corajosamente aos protestos dos grupos partidários da oposição entre os seus próprios cidadãos.

Os aliados de confiança da América incluem umas poucas nações, sendo a maioria de língua inglesa: a Grã-Bretanha, a Austrália, o Canadá e Israel. Na verdade, estes amigos não são somente amigos mas irmãos de sangue. (Para entender a ligação histórica vital entre estas nações, solicite ou descarregue o nosso livreto gratuito, disponível somente em inglês, The United States and Britain in Bible Prophecy [www.gnmagazine.org/litreq/index.htm]. Sem este conhecimento bíblico e histórico essencial, não conseguirá verdadeiramente perceber os assuntos correntes que afectam o mundo de língua inglesa.)

Enfrentando probabilidades desfavoráveis

A natureza das operações estrangeiras americanas no Sudeste Asiático e no Médio Oriente foram contraproducentes. Um artigo principal publicado no Le Monde Diplomatique em Outubro de 2006 explicou o seguinte: “Se tomarmos como exemplo o século XX, nenhuma guerra de guerrilhas ou insurreição de baixa intensidade jamais foi ganha em solo estrangeiro. Os EUA, tal como os soviéticos no Afeganistão, os franceses na Algéria e as suas próprias forças no Vietname, podem possuir poder de fogo mais avançado e destrutivo, mas o seu compromisso é muito inferior ao dos seus oponentes e é muito mais frágil e sujeito a perder o ânimo.

“Num conflito que é visto como sendo entre uma cruzada egoísta e uma jihad altruísta, soldados muito bem treinados, pagos e equipados, esforçam-se para se manterem vivos enquanto lutam guerras de escolha contra militantes voluntários sem grande capacidade tecnológica que estão prontos a sacrificarem-se e a morrerem como mártires num confronto de necessidade. Os Estados Unidos chora os seus mortos; grupos de resistência celebram os seus” (Marwan Bishara, “US: World Empire of Chaos”). 

Os historiadores norte-americanos, Steven Ambrose e Douglas Brinkley, salientam a nobreza dos objectivos americanos, tal como declarado pelos líderes da nação: “A partir de 1961, os presidentes americanos não se cansavam de proclamar que os Estados Unidos estava a fazer sacrifícios no Sudeste Asiático somente para o bem das pessoas dessa região. Os Estados Unidos não tinha quaisquer objectivos territoriais, nem tampouco desejava tomar o lugar dos franceses como os senhores coloniais dos Vietnamitas” (Rise to Globalism, 1997, p. 241).  

Apesar disso, “Vinegar Joe” Stilwell, um general norte-americano baseado na China, antes e depois da Segunda Guerra Mundial, é recordado essencialmente por aconselhar os seus compatriotas americanos a não se envolverem em guerras territoriais na Ásia. Ele conhecia o “terreno” – a dificuldade em combater um inimigo determinado na sua própria terra do outro lado do mundo.

Intervenções americanas – um registo misto

Em 1939 a América tinha um exército relativamente pequeno com poucas (se é que alguma) verdadeiras alianças militares e praticamente nenhumas tropas estacionadas em quaisquer países estrangeiros. Com a excepção de uma missão ou outra no México e em Cuba e, como é óbvio, da Primeira Guerra Mundial, as guerras com países estrangeiros tinham sido raras na história americana, particularmente em comparação com a Europa. O sentimento nacional dominante era o de isolacionalismo.

Contudo, com a enorme intervenção americana na Segunda Guerra Mundial, após o ataque japonês a Pearl Harbor no final de 1941, tudo isso mudou muito rapidamente. Desde então os Estados Unidos tem tido um vasto exército, força naval e força aérea em prontidão com enormes orçamentos militares para apoiar as suas actividades. Tecnologicamente, o seu armamento é ainda mais impressionante.

Entre as intervenções de grande envergadura na Coreia, no Vietname e no Golfo Pérsico, também houve intervenções militares mais pequenas em várias localizações nas Américas, nomeadamente em Granada e no Panamá. A América forjou alianças militares com muitas nações e enviou grandes quantidades de armamento àqueles que eram vistos como governos amigáveis.    

Contudo, a segurança nacional tem estado constantemente em risco, talvez nunca tanto quanto agora com a guerra contínua contra o terrorismo. Apesar da intervenção militar norte-americana em grande escala na Primeira Guerra do Golfe em 1991, no Afeganistão em 2001 e no Iraque em 2003, os problemas não desapareceram. A América demonstrou que a sua força militar poderosa podia ganhar a guerra, mas que era incapaz de ganhar a paz. 

Ao todo, as intervenções norte-americanas no estrangeiro não têm tido resultados positivos desde a Segunda Guerra Mundial. Aliás, até isso está bastante longe da verdade. As condições actuais em casa e no estrangeiro poderão levar-nos a fazer a seguinte pergunta: Será que a América venceu a sua última guerra?     

Levando a nossa procura pelo entendimento sobre todos estes eventos a um patamar superior, será que existe uma dimensão deveras importante e significativa que não levámos em conta ao tirar a “temperatura” da América como uma nação?

O lema nacional dos Estados Unidos, escrito na sua moeda, é “Em Deus Confiamos.” Contudo, não haverão demasiadas pessoas posto Deus de parte? Será que existe uma dimensão moral que está a ter um efeito muito maior sobre os destinos nacionais da América do que nos apercebemos actualmente?

Precisamos de consultar diligentemente uma fonte valiosa e de confiança que a maioria dos americanos têm algures em suas casas. Essa fonte é, obviamente, a Bíblia, que o Presidente Andrew Jackson chamou “a rocha sobre a qual repousa a nossa República.” Consideremos uma passagem de Deuteronômio 32:7-9: “Lembra-te dos dias da antiguidade . . . Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações . . . pôs os termos dos povos, conforme ao número dos filhos de Israel. Porque a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança.”   

Deus tinha os seus olhos postos na antiga Israel, e isso não mudou quando nos apercebemos de quem os descendentes de Jacó são actualmente. E, contudo, Ele preocupa-se com todas as nações e todos os povos.

“A justiça exalta as nações”

Salomão, o rei de Israel, no apogeu do seu poder, registou um grande princípio de vida nacional: “A justiça exalta as nações . . .” (Provérbios 14:34). Este princípio aplica-se a qualquer nação!

Deus tem abençoado a América com liberdades e prosperidade material talvez acima de qualquer outro país em toda a história. (Que outra razão haverá para tanta gente em países pobres quererem deixar o seu país e mudarem-se para os Estados Unidos?)

Tem havido um certo entendimento bíblico na história americana. Na verdade, alguns presidentes norte-americanos, tais como George Washington e Abraham Lincoln, foram verdadeiramente homens de grande integridade e respeito pela bíblia. Lincoln até convocou os seus concidadãos para um jejum nacional e estabeleceu um dia de graças nacional. Um autor e viajante francês comentou uma vez que “a América é forte porque a América é justa.” É possível que ele soubesse que “a justiça exalta as nações.”

Porém, existe outro lado desse mesmo provérbio. Ele continua, “. . .Mas o pecado é o opóbrio dos povos.” De certo modo, os americanos deixaram de ter uma conduta justa, particularmente nas décadas mais recentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Os antepassados pioneiros na América não compreenderiam a conduta actual da sua nação. A maioria deles ficaria aterrada com a falta de moral dos americanos actuais. Eles diriam que os americanos viraram as costas a Deus. E elesteriamrazão.

De facto, os americanos estão a negar o seu Criador e a removê-Lo da vida pública. A oração e a Bíblia foram banidas das escolas públicas. Alguns tentaram retirar “sob Deus” da Promessa de Fidelidade americana. Existe um esforço crescente e concertado no sentido de remover os Dez Mandamentos da esfera pública.

Como nação a América tem permitido e tolerado a imoralidade sexual galopante, os excessos financeiros, roubo, pornografia – a lista parece não ter fim. A conduta homossexual e, em alguns sítios, até o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foram legalizados. Abortaram os seus filhos por nascer aos milhões, geralmente para conveniência pessoal.

Bênções e maldições 

Acredite ou não, o que está a acontecer aos povos de língua inglesa foi previsto nas páginas da Bíblia há muito tempo. Deve ler com atenção as bênções e maldições mencionadas em Levítico 26 e Deuteronómio 28. Deus tinha abençoado enormemente a antiga Israel tal como Ele também abençoou os seus descendentes que vivem principalmente nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, partes da África do Sul e no Noroeste da Europa.

Notemos outra passagem em Deuteronómio: “E, engordando-se Jesurum [outro nome para Israel], deu coices . . . e deixou a Deus que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação” (Deuteronómio 32:15).

Um dos pais fundadores da América, John Adams, disse que “riquezas, grandeza e poder terão o mesmo efeito sobre mentes americanas como sobre mentes europeias.” As palavras foram ditas com a intenção de lançar um aviso forte. Ele entendia bem os padrões da história.

As bênções, obrigações e avisos – claramente reminiscentes da nossa situação moderna actual – encontram-se num capítulo inicial de Deuteronómio. Nesse capítulo, Deus, através de Moisés, dirigiu-se aos Israelitas enquanto esperavam em pé para entrar na Terra Prometida com as suas reservas naturais abundantes:

“Porque o SENHOR, teu Deus, te mete numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de abismos, que saem dos vales e das montanhas; terra de trigo e cevada, e de vides, e figueiras e romeiras; terra de oliveiras, abundante de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela: terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre” (Deuteronómio 8:7-9).

Em princípio, esta passagem descreve a América com ainda maior precisão do que a antiga Israel.

Embora geograficamente eles só ocuparam uma pequena região da terra, os antigos israelitas eram actores num palco muito maior. O seu público era constituído por toda a raça humana e o seu período de referência projectou-se no futuro longínquo.

Não honrar a Deus

As instruções e avisos divinos de Deus vieram de seguida: “Quando pois tiveres comido, e fores farto, louvarás ao SENHOR teu Deus pela boa terra que te deu. Guarda-te para que te não esqueças do SENHOR teu Deus, não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno: Para que, porventura, havendo tu comido e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as . . . e se multiplicar tudo quanto tens, Se não eleve o teu coração . . . E não digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza de meu braço, me adquiriu este poder” (versículos 10-17).

Mais tarde, Deus declarou através do profeta hebraico, Jeremias, que “o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias” (Jeremias 2:32). Os resultados trágicos estão à vista. De facto, o livro de Levítico fala sobre o poder de Israel a ser quebrantado. Os americanos ainda têm esse poder na América, mas o orgulho americano tem sido fortemente abalado pelos acontecimentos dos últimos 50 anos.

Deus é o actor invisível no palco mundial. Ele simplesmente disse: “Porque quebrantarei a soberba da vossa força” (Levítico 26:19). Pensamos nós que o nosso Criador não tem o poder para o fazer? Jesus referiu-se ao Pai como “Senhor do céu e da terra” (Mateus 11:25). Ele é todo-poderoso! A Bíblia e a história são um registo dos impérios e reinos que se ergueram e caíram às Suas ordens!

A Bíblia também fala sobre um futuro “tempo de angústia para Jacó” (Jeremias 30:7) em que as nações de língua inglesa – os descendentes modernos de Jacó – passarão por um período de dor e sofrimento indescritível devido à desobediência às leis de Deus. Isto acontecerá durante o período que as Escrituras designam de “o fim dos tempos.” (Para mais informações, solicite o nosso livreto gratuito, disponível em espanhol, ¿Estamos viviendo en los últimos dias? [www.ucg.org/litreq/slitreq.htm]).

Existe alguma forma de escapar?

Será tarde demais para os Estados Unidos da América? Ou haverá alguma forma de escapar? Será que podem ainda evitar um futuro desastre nacional de proporções inimagináveis? Têm tido muitos avisos. Será que achamos mesmo que o nosso Deus Criador não tinha poderes para evitar o 11 de Setembro?

O célebre autor, Samuel Huntington, diz o seguinte: “Todas as sociedades enfrentam ameaças recorrentes à sua existência, às quais elas eventualmente cedem. Contudo, algumas sociedades, mesmo quando ameaçadas, são também capazes de adiar o seu colapso ao parar e reverter os processos de declínio e renovar a sua vitalidade e identidade” (Who Are We?, 2004, p. xviii).

Deus é ainda mais encorajador! “E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crónicas 7:14). 

A América encontra-se verdadeiramente numa encruzilhada histórica - e crítica. A mensagem clara enviada pelos resultados das últimas eleições, e as exigências cada vez mais fortes para que o Estados Unidos retire as suas forças do Iraque, demonstram que a paciência e o compromisso americano estão provavelmente a aproximarem-se do fim. As indicações apontam para a América a tentar encontrar uma forma de sair sem perder totalmente a face.

Porém, de forma inquietante, isto também demonstra outra coisa – que se a América virar as costas ao seu compromisso no Iraque neste momento, é quase certo que nenhuma futura administração norte-americana, independentemente do partido político, irá enviar tropas militares norte-americanas para o estrangeiro a não ser em resposta a um ataque em solo americano muito maior que os ataques devastadores de 11 de Setembro.

É portanto quase certo, perante tal cenário, que o mundo irá em breve tornar-se muito mais perigoso. Os regimes como o da Coreia do Norte e do Irão, apoiantes de longa data do terrorismo internacional, estão activamente a desenvolver armas nucleares e os meios para as lançar enquanto que, ao mesmo tempo, ameaçam abertamente destruir os Estados Unidos.

Que mensagem irá a falta de determinação americana, real ou aparente, em lidar com estes estados e terroristas perigosos enviar ao resto do mundo? Se os Estados Unidos não os enfrentar – e a experiência das Nações Unidas em lidar com tais problemas é péssima – quem ou o que irá impedir uma explosão de instabilidade global?

Em tempos como estes, a total insensatez em rejeitar Deus e as Suas leis devia de ser evidente. Por um lado, procuramos removê-Lo da nossa vida pública e exigimos peremptoriamente que não O queremos por perto, e depois perguntamo-nos porque é que Ele não responde quando ocorre uma tragédia. 

Porém, Ele ouvirá aqueles que o buscam com um coração sincero, e ajudará e confortará aqueles que põem toda a confiança em Deus. “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar,“ diz-nos Ele em Isaías 55:6-7, “invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.”  BN