A História Por trás do Domingo de Páscoa
O que ovos coloridos, coelhos, bolos decorados e cultos ao nascer do sol tem a ver com o Jesus Cristo da Bíblia?
Há cristãos que creem em Jesus Cristo como seu Salvador e que não celebram nenhuma das tradições do Domingo de Páscoa. Acontece que eu sou um deles.
Deixe-me explicar o motivo.
Eu aprendi que o Domingo de Páscoa não conta toda a história sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo. Se algo está faltando—e está—então isso muda toda a história. O que está faltando e o por quê é muito importante que você entenda!
O que os costumes do Domingo de Páscoa têm a ver com Jesus Cristo?
Você sabia que o feriado religioso do Domingo de Páscoa não tem nada a ver com Jesus Cristo?
Uma rápida pesquisa na internet irá revelar as origens das tradições associadas com o Domingo de Páscoa em sua maior parte, provêm de antigas e idólatras celebrações da fertilidade da era pré-cristã. Tal simbolismo de 'fertilidade' explica as tradições dos coelhinhos, ovos coloridos e o culto ao nascer do sol do Domingo de Páscoa. Isso fazia parte de rituais religiosos muito antes da época de Cristo e não têm nada a ver com o que a Bíblia instrui ou com a prática da Igreja primitiva.
Talvez nada disso importe para você. Talvez você acredite que os costumes do Domingo de Páscoa são divertidos como parte de sua adoração a Cristo ou das tradições familiares. Se for esse o caso, deixe-me mostrar-lhe, na Palavra de Deus, por que você deve se importar com isso.
Trocando a verdade pela mentira
A Igreja fundada por Jesus teve uma compreensão muito clara de quem Ele era e como adorá-Lo. Mas, ao longo de muitas décadas, as coisas mudaram. Os primeiros cristãos começaram a se confundir e, em seguida, perderam a singeleza do ensinamento bíblico sobre Deus Pai e Jesus Cristo.
Como é possível que pessoas que acreditavam em Deus deixassem isso acontecer? Uma das razões é que todos nós temos uma tendência natural de esquecer as coisas que aprendemos. A Igreja primitiva aprendeu a verdadeira fé pelos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos. Mas podemos dizer, desde os primeiros escritos do Novo Testamento, que a heresia estava começando a se espalhar pela Igreja. Os ensinamentos falsos estavam começando a ganhar terreno.
O apóstolo Paulo advertiu que alguns já estavam flertando com um falso evangelho (Gálatas 1:6). O apóstolo Pedro advertiu que "haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou" (2 Pedro 2:1).
Nos anos seguintes, após a morte dos apóstolos originais, outros ensinamentos falsos começaram a ser introduzidos na Igreja. Entre eles estava uma distorção da verdade sobre a morte e a ressurreição de Jesus.
Como acabamos de ler, Pedro advertiu que havia o perigo de "negar o Senhor que os resgatou"—isto é, substituir a verdade clara acerca de Jesus Cristo e Seus ensinamentos sobre a salvação e a vida eterna pelas tradições e falsidades pagãs. No entanto, apesar do aviso de Pedro, muitos caíram nessa negação.
Mitos pagãos no Domingo de Páscoa
O Domingo de Páscoa se originou da história de um deus antigo chamado Tamuz. A história de Tamuz é o núcleo do mundo pagão—e a essência do Domingo de Páscoa. É a história de um ciclo anual interminável sem significado, sentido ou propósito. Nesse mito, Tamuz morria todo ano no início do inverno e era "ressuscitado" na primavera por uma deusa chamada Ishtar.
Você notou algo peculiar no nome Ishtar?
Isso porque a palavra para o Domingo de Páscoa em inglês (Easter), em última análise, vem do nome dessa antiga deusa falsa, Ishtar (pronúncia semelhante em inglês). Portanto, muita cosia do que as pessoas fazem hoje para celebrar o Domingo de Páscoa nada mais é do que seguir os costumes que vieram diretamente da maneira como as pessoas da antiguidade adoravam sua deusa Ishtar. Por que e como isso aconteceu? Ao longo dos séculos, as pessoas haviam adotado os mitos Ishtar e Tamuz e também as histórias relacionadas a eles. Nas décadas seguintes, depois de Jesus e os apóstolos, o cristianismo se espalhou pelo mundo e as pessoas começaram a misturar esses mitos com a verdadeira história de Cristo.
Eventualmente, as histórias falsas substituíram a verdadeira. Para os líderes da igreja corrompida, que assumiram o controle nessa época, era conveniente misturar os mitos pagãos com a verdade bíblica para atrair mais pessoas para a igreja—na verdade, para conseguir ter mais poder. Essa é uma história recorrente na Bíblia.
Mas a vida de Tamuz e outros deuses pagãos não tem sentido quando se trata de salvação e do que Deus está realmente fazendo para a vida humana. Somente Deus, que veio para viver na carne, poderia abrir a porta da salvação para Sua criação humana. O arranjo de mitologias pagãs para criar uma falsa história "cristã" não dá certo. Isso é nada mais do que uma tradição sem sentido e inútil.
Mas é sempre muito popular! Todos os anos há procissões e cerimônias do Domingo de Páscoa. No Brasil, as igrejas, católicas e evangélicas, ficam lotadas no Domingo de Páscoa.
As pessoas põem sua melhor roupa, e para muitas essa talvez seja uma das poucas ocasiões no ano em que vão à igreja. Até mesmo para os crentes casuais, os serviços religiosos do Domingo de Páscoa aliviam a consciência. Junto com a Sexta-Feira Santa, a observância do Domingo de Páscoa tornou-se tradicionalmente um longo fim de semana de lazer e adoração.
O Domingo de Páscoa não existe nos registros da Igreja primitiva
Talvez agora você possa estar pensando: "Tudo isso realmente não importa, porque eu faço isso para honrar a Deus". Mas isso importa sim. Alguma coisa está faltando nessa história. O que está faltando é a verdade!
O que está faltando é o entendimento do caminho para a vida eterna através de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Jesus veio na carne e nos mostrou, por Sua morte e ressurreição, o caminho para o Reino de Deus. Ele tornou possível uma impressionante realidade—o potencial para nos tornarmos filhos de Deus, em Sua família, ingressando na eternidade e coroados com glória e honra infinitas.
Você pode se surpreender ao saber que o Domingo de Páscoa não pode ser encontrado em nenhum lugar na história de Jesus e Seus seguidores. O livro de Atos, que conta a história dos apóstolos e da Igreja em suas primeiras décadas, não tem nada sobre o Domingo de Páscoa. Os apóstolos pregavam, constantemente, a ressurreição de Jesus Cristo. Mas eles colocaram isso no contexto das verdadeiras festas bíblicas, que eles já conheciam e guardavam.
Essas festas foram fundamentais para a vida da Igreja de Deus no primeiro século. Conforme registrado em Atos 2:1, a Igreja estava reunida e recebeu o Espírito Santo na festa bíblica de Pentecostes. Mais tarde, em Atos 20:6, Lucas se refere a eventos importantes que ocorreram durante a Festa dos Pães Asmos. Outra festa, o Dia da Expiação, também é mencionada em Atos 27:9. A Bíblia mostra, diversas vezes, o apóstolo Paulo ensinando a judeus e gentios (não-israelitas) no sábado semanal, outro dia santo bíblico semelhante a esses dias (Atos 13:14, 27, 42, 44; 16:13; 17:2; 18:4).
Em outra ocasião, Paulo disse aos cristãos gentios da cidade de Corinto para celebrarem a Festa dos Pães Asmos (1 Coríntios 5:8). Ele lhes disse para guardarem esses dias "com os ázimos da sinceridade e da verdade"—ou seja, levando em conta a realidade espiritual subjacente que esses dias representam.
O ensinamento da ressurreição—e não do Domingo de Páscoa
As celebrações do Domingo de Páscoa não faziam parte das práticas nos primórdios da Igreja. Ao contrário da ressurreição de Jesus Cristo, que se encontra na Bíblia.
Veja o primeiro sermão que Pedro deu na Festa de Pentecostes. Ao falar das profecias do rei Davi sobre o Messias, Pedro disse: "Prevendo isto, Davi falou da ressurreição de Cristo, que a Sua alma não foi deixada no hades [sepultura], nem a Sua carne viu a corrupção. Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas" (Atos 2:31-32, grifo do autor).
Quando ele realizou a cura de um coxo, Pedro estava "cheio do Espírito Santo" e disse: "Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, Aquele a Quem vós crucificastes e a Quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nEsse nome está este aqui, são diante de vós" (Atos 4:8-10).
Paulo pregou para uma cidade na Grécia por três sábados seguidos "que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos; este Jesus que eu vos anuncio, dizia ele, é o Cristo" (Atos 17:2-3). Mais uma vez, em todo o Novo Testamento, se ensina a ressurreição de Jesus Cristo. Mas nunca encontramos uma conexão com a celebração do Domingo de Páscoa.
Há uma clara ligação da morte e ressurreição de Cristo com a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos. Jesus foi morto como "nossa Páscoa" (1 Coríntios 5:7). Naquele ano, Ele foi enterrado assim que começaram os Dias dos Pães Asmos. Após três dias e três noites, Ele ressuscitou durante essa festa de sete dias. E apareceu aos discípulos naquela manhã, após a Sua ressurreição, sendo o mesmo dia em que foi aceito pelo Pai (consultar o guia de estudo bíblico oferecido no final deste artigo).
Tudo isso era claramente compreendido pela Igreja. E fazia parte da doutrina ou do ensinamento dos apóstolos nos primeiros dias. Celebrar o Domingo de Páscoa não faz parte da história. Isso aconteceu quando introduziram um engano doutrinário!
O Domingo de Páscoa entra em cena muito tempo depois dos apóstolos. O relato de como se inseriu isso nos ensinamentos sobre a ressurreição foi preservado para nós na história.
Décadas após a morte e ressurreição de Jesus, quando os apóstolos começaram a sair de cena, a fé cristã começou a mudar. Em pouco tempo transformou-se em algo quase irreconhecível. Os falsos mestres, sobre os quais Pedro havia advertido, introduziram o ensinamento falso sobre a morte e a ressurreição de Cristo, mesclando alguns elementos da mitologia pagã, e isso casou uma grande discussão entres os cristãos.
Isso ficou conhecido na história como a Controvérsia Quartodecimana. Esse nome é bem grande, mas apenas significa o décimo quarto do mês, referindo-se ao dia em que a Páscoa era observada. Alguns estavam começando a guardar a tradição do Domingo de Páscoa, tomado da mitologia pagã, em vez das festas bíblicas da Páscoa e dos Pães Asmos.
A controvérsia tornou-se tão grande que alguns líderes da Igreja excomungaram outros, que não apoiavam, junto com eles, o novo ensinamento sobre o Domingo de Páscoa. A história registra o que aconteceu depois.
A enérgica defesa da verdade de Deus
Um bispo de Roma, chamado Victor, que defendia o Domingo de Páscoa, teve a petulância de expulsar da igreja outro ministro, chamado Polícrates, que estava defendendo o ensinamento bíblico acerca da Páscoa bíblica e da Festa dos Pães Asmos.
Polícrates apresentou uma das defesas mais acaloradas e inspiradoras da verdade até hoje registrada. Ele não estava disposto a abandonar sua consciência ou fé por um mito pagão. A um grande custo, ele se levantou em defesa da fé. Suas palavras estão registradas para nós: "Nós observamos o dia exato [da Páscoa], sem tirar nem pôr. Pois na Ásia grandes luminares também caíram no sono [morreram], do qual devem despertar novamente no dia da volta do Senhor, quando ele virá em toda sua glória do céu e vai levantar todos os santos . . . ".
As grandes luminares da Ásia que ele estava falando eram os membros e líderes da Igreja do primeiro século, que receberam pela primeira vez a verdade e assim a mantiveram. Eles morreram na fé e esperam a ressurreição. Entre esses, mencionados por Polícrates, estão o apóstolo João e outros homens e mulheres daquela época.
Polícrates passou a dizer o seguinte: "Todos estes observavam o décimo-quarto dia da Páscoa judaica de acordo com o evangelho, não desviando em nenhum aspecto, mas segundo a regra de fé. E eu também, Polícrates, o menos importante de todos, faço de acordo com a tradição de meus pais, alguns dos quais eu segui muito de perto. Pois sete deles foram bispos e eu sou o oitavo. E meus parentes sempre observaram o dia que as pessoas separavam o fermento".
Aqui Polícrates menciona a Festa dos Pães Asmos. Ele foi a oitava geração de sua família a guardar essas festas bíblicas, portanto, não estava disposto a abandonar o que sabia ser uma verdade bíblica. Observe sua conclusão:
"Eu, portanto, irmãos, que vivi sessenta e cinco anos no Senhor e encontrei com irmãos em todo o mundo, e que já li todas as escrituras, não me assusto fácil com palavras terríveis. Pois os que são maiores que eu disseram 'Nós devemos obedecer a Deus ao invés dos homens'".
Esta é uma história inspiradora, mas pouco conhecida, sobre como um homem se levantou contra as tradições do Domingo de Páscoa, que penetrou na Igreja de Deus e subverteu a verdadeira fé.
Mas será que Deus se importa com isso?
Será mesmo que isso importa? Muitas vezes, diante dessas questões encontramos o seguinte raciocínio: "Mas tornar uma ideia pagã em cristã não é isso aceitável a Deus?" E outras vezes ouvimos: "Cristo vence o paganismo". As pessoas arrazoam em torno desse assunto e seguem repetindo essas ideias, e acabam aceitando-as como válidas.
Mas isso não se enquadra nas instruções de Deus, que, na verdade, são bem claras: "Não adorem o Senhor, o seu Deus, da maneira como fazem essas nações [pagãs], porque, ao adorarem os seus deuses, elas fazem todo tipo de coisas repugnantes que o Senhor odeia . . . Apliquem-se a fazer tudo o que eu lhes ordeno; não acrescentem nem tirem coisa alguma" (Deuteronômio 12: 30-32, NVI).
Mais claro que isso, impossível. Deus diz que odeia a mistura de práticas pagãs para adorá-Lo!
O Domingo de Páscoa ofusca verdades importantes
O Domingo de Páscoa faz com que você perca o sentido maravilhoso da Páscoa bíblica e da reconciliação através da morte de Jesus—o Domingo de Páscoa apenas se concentra em parte da história e, logo, mistura tudo com enganação.
O que você precisa saber? Você precisa saber que Cristo morreu, de acordo com as Escrituras, como nosso Cordeiro Pascal, em cumprimento de diversas profecias que prediziam Sua vinda, sofrimento, morte e ressurreição.
Você precisa saber que guardar a Páscoa, como Cristo instituiu na noite antes de morrer, preenche essa necessidade.
Você precisa saber que a Festa dos Pães Asmos mostra a vida do Cristo ressuscitado, o verdadeiro Pão da Vida, do qual somos participantes, e Seu poder hoje em dia. Por Ele ter ressuscitado, podemos viver uma vida de esperança e significado através do poder de Deus em nós. Portanto, é esse poder espiritual, o Espírito Santo de Deus, que pode preencher o vazio em sua vida, dando-lhe significado e compreensão em meio a um mundo confuso.
Paulo ensinou ao mundo gentio observar essa festa. A Festa dos Pães Asmos é a que você deve observar hoje para entender plenamente o significado da vida, morte e ressurreição de Cristo.
Você precisa saber que o Domingo de Páscoa põe a perder todas essas importantíssimas verdades sobre Jesus Cristo!
Sem margem para erros
Paulo disse em 1 Coríntios 15:19 que sem a ressurreição de Cristo, somos todos os mais dignos de lástima. A verdade sobre a ressurreição precisa ser divulgada, pois é a verdade revelada na Bíblia. Não há espaço para enganos e mitos nesse extraordinário acontecimento.
Medite no que você sabe, ou pensa que sabe, sobre a ressurreição. A verdade sobre a ressurreição é a chave para se iniciar um relacionamento com Cristo e com o Pai, baseado em fatos e verdades. (Não deixe de ler "A Ressurreição de Cristo: A Chave Para Nossa Salvação", começando na página 20).
Paulo disse: "Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15:20).
Pelo fato de Cristo ter sido ressuscitado dentre os mortos, e está vivo hoje, é que você tem a garantia de poder alcançar a vida eterna. Nenhum feriado religioso inventado pelo homem pode lhe ensinar o que Deus revela através de Seus Dias Santos. Você precisa conhecer toda a história! BN