A Nova Corrida às Armas Nucleares: Irá o Homem Destruir-se a Si Próprio?

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A Nova Corrida às Armas Nucleares

Irá o Homem Destruir-se a Si Próprio?

É uma ideia errada bastante comum, mas Jesus Cristo não falou sobre o fim do mundo. Pelo contrário, Ele falou sobre o fim da era - a era do domínio do homem, que irá preceder o estabelecimento do Reino de Deus quando Cristo voltar. O Reino de Deus será um reino literal sobre esta terra. Essas são as boas novas – a mensagem evangélica que Ele deu ao mundo (Marcos 1:14).

Quando os discípulos Lhe perguntaram, “Que sinal haverá da Tua vinda e da consumação do século?” (Mateus 24:3, Tradução Almeida Revista e Atualizada), Jesus iniciou uma longa profecia sobre os eventos que terão lugar imediatamente antes da Sua segunda vinda.

Ele enumerou uma série de eventos cataclísmicos e em seguida declarou, “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias (versículo 22, Edição Revista e Corrigida).

É fácil lermos este versículo e não pensarmos muito profundamente sobre o seu significado. Nós sabemos que o homem tem o potencial para se destruir a si próprio. Também sabemos o quão destrutivo é o homem.

Mas o que muitos esquecem é que durante muito tempo o homem nunca teve a capacidade de se extinguir a si próprio!

Só nos nossos dias é que o homem adquiriu esta capacidade. Talvez seja por esta razão que Jesus acrescenta, no versículo 34, que “não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” Existe, actualmente, uma geração com capacidade para se destruir a si própria. Se associarmos isso ao facto de que o homem nunca inventou uma arma que não tenha sido eventualmente utilizada, rapidamente nos apercebemos do quão provável será destruir-nos a nós próprios a não ser que Deus nos impeça!

A propagação das armas mais mortíferas

A Segunda Guerra Mundial estava a chegar ao fim quando entrámos na era atómica com a detonação das primeiras bombas atómicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Porém, mesmo nessa altura, o homem ainda não tinha a capacidade para se destruir a si próprio. Isso surgiu uns anos mais tarde com a invenção da bomba de hidrogénio e o seu desenvolvimento e proliferação por ambos os lados da Guerra Fria.

Em meados dos anos 50 entrámos na era da “destruição mutuamente garantida”, convenientemente abreviado para MAD (MAD - mutually assured destruction - cuja sigla significa louco em inglês).

Em 1964 haviam cinco potências nucleares – os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a União Soviética, a França e a China.

Quarenta anos mais tarde, temos que acrescentar outras nações a essa lista exclusiva. É quase uma certeza que Israel tem armas nucleares. A Índia e o Paquistão, que travaram três guerras entre si desde que se tornaram independentes da Grã-Bretanha em 1947, foram ambos bem sucedidos nos testes nucleares que realizaram em 1998.

De maior preocupação é o esforço intensivo que a Coreia do Norte e o Irão, ambos apoiantes de longa data do terrorismo, têm efectuado para adquirir armas nucleares.

A Coreia do Norte anunciou que levou a cabo um teste nuclear com sucesso no dia 9 de Outubro de 2006, três meses após uma amostra de força com uma série de testes com mísseis balísticos. Os Japoneses, em particular, poderão pensar que a sua única opção defensiva realística é implementar o seu próprio programa de armas nucleares.

O anúncio do Irão em meados de Novembro de que o seu programa nuclear está praticamente terminado irá provavelmente despoletar uma corrida às armas nucleares no Médio Oriente, com o Egipto, a Arábia Saudita, a Turquia e outras nações predominantemente Muçulmanas Sunni a quererem desesperadamente adquirir armas nucleares para se defenderem contra a filosofia revolucionária do Islão radical do Irão Xiita.

A rápida aquisição de armas nucleares na região mais instável do mundo não augura nada de bom para a futura paz e estabilidade do planeta. É lógico que quanto maior o número de nações com armas nucleares, maior é a probabilidade de que uma ou duas delas venha a despoletar os eventos do fim dos tempos que levaram Jesus Cristo a declarar aquela garantia profética aos Seus seguidores: Por causa dos escolhidos, Ele intervirá para impedir a destruição total do homem.

São essas as boas notícias para toda a humanidade, o evangelho do Reino – não será permitido ao homem destruir este planeta. Mas as más notícias de devastação que precederão esse tempo de paz mundial parecem vir directamente dos piores pesadelos.

 O que está por trás da corrida do Irão pelas armas nucleares?

Já passaram quase três décadas desde a Revolução Iraniana de 1979, uma revolução que derrubou o Xá pró-ocidental do Irão e que o substituiu com um regime teocrático islâmico radical. Esse único evento despoletou uma série de desenvolvimentos que tem radicalizado grande parte do Médio Oriente.

No próprio Irão, diante das expectativas da chegada iminente do ‘mahdi’ – o salvador messiânico na teologia Xiita – o Presidente Mahmoud Ahmadinejad acredita que está em contacto com “o imã escolhido” (líder), uma personagem chave que, de acordo com a crença Xiita, surgirá para consagrar o triunfo do Islão como a única e dominante religião sobre o mundo inteiro.

O Irão também tem vindo a emitir ameaças cada vez mais hostis contra o Ocidente, ultimamente direccionadas à Europa. No dia 20 de Outubro, a discursar por baixo de um estandarte que dizia “Israel deve desaparecer da face da terra,” o Presidente Ahmadinejad avisou a Europa a não apoiar Israel: “Nós avisámos os Europeus que . . . as nações [Muçulmanas] são como um oceano em dilatação, e se houver uma tempestade, as dimensões não se limitarão à Palestina, e vocês podem magoar-se.”

De forma a não perder a face, o chefe do poder judiciário iraniano, Ayatollah Mahmoud Hashemi Shahroudi, ameaçou que os Estados Unidos e o zionismo “estão à beira da aniquilação.”

Na semana seguinte o governo iraniano anunciou a duplicação do seu programa de enriquecimento de urânio. Paralelamente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas teve uma disputa sobre uma resolução europeia praticamente sem sentido cujas sanções, nas palavras do especialista sobre o Médio Oriente, Daniel Pipes, “não faria mais do que proibir estudantes iranianos de estudarem física nuclear no estrangeiro, negar vistos a Iranianos que trabalham na área nuclear, e acabar com a assistência estrangeira a favor do programa nuclear iraniano, ah, com excepção da assistência da Rússia.”

Riscos elevados para uma região perigosa

O Irão sente-se, sem dúvida alguma, animado pelos problemas contínuos que os Estados Unidos tem tido no vizinho Iraque. Só parece haver certeza sobre duas coisas no Iraque. Uma é que, após a derrota do Presidente Bush nas eleições para o Congresso no dia 7 de Novembro, os Estados Unidos irão eventualmente sair do Iraque; a outra é que o Irão será o principal beneficiário.

O Irão, que já é actualmente uma super potência regional no Médio Oriente, parece estar à beira de se tornar ainda mais forte. Os Iranianos acreditam que a América é uma potência em declínio enquanto que eles são uma potência em ascendência, destinados a tornarem-se cada vez mais fortes e, inevitavelmente, mais influentes. A posse de armas nucleares só irá acelerar essa ascendência e aumentar o seu estatuto internacional.

A aquisição de armas nucleares por parte do Irão terá repercussões em toda a região. O The Times londrino noticiou no dia 4 de Novembro que seis estados árabes estão a juntar-se ao movimento nuclear. Alarmados por um Irão Xiita, em ascendência, a exportar a sua filosofia islâmica radical para o Afeganistão, o Líbano e os territórios palestinianos, está a aumentar o receio entre as nações árabes Sunni de um aumento da instabilidade na região:

“A ameaça de uma corrida nuclear no Médio Oriente surgiu ontem quando seis estados Árabes anunciaram que iriam iniciar programas destinados a dominar a tecnologia atómica. O passo, que vem no seguimento da incapacidade do Ocidente em refrear o programa nuclear controverso do Irão, pode resultar na rápida propagação de reactores nucleares numa das mais instáveis zonas do mundo, que vai desde o Golfo [Pérsico] até ao Levante e em direcção ao Norte de África.

“Os países envolvidos foram referidos pela Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) como sendo a Algéria, o Egipto, Marrocos e a Arábia Saudita. A Tunísia e os Emirados Árabes Unidos também mostraram interesse.”

Mais abaixo, o artigo acrescenta: “Mark Fitzpatrick, um especialista sobre proliferação nuclear no Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, afirmou que era claro que o esforço repentino para adquirir conhecimentos nucleares era para dar aos árabes uma ‘cobertura de segurança’. ‘Se o Irão não estivesse a caminho da capacidade bélica nuclear, é provável que não se visse este avanço tão súbito,’ disse ele.”

No dia 2 de Novembro, o Irão testou mísseis de longo alcance com capacidade de atingir Israel e outros alvos na região, incluindo bases militares e tropas norte-americanas, nomeadamente no Iraque, no Afeganistão e no Golfo Pérsico. Outros alvos potenciais incluem a Índia, o Paquistão, a Arábia Saudita, o Egipto e a Turquia, cada um dos quais com as suas próprias razões para recear o Irão.

O espectacular enxame de mísseis sofisticados disparados durante o exercício militar surpresa do Irão espantou militares nos Estados Unidos, em Israel e na Europa. Os lançamentos planeados ao pormenor de muitos mísseis de superfície demonstraram capacidade técnica e armamento que se desconhecia que os iranianos possuíam.

Será a ameaça à Europa o despoletar para o fim dos tempos?

Especialistas militares receiam que um dos mísseis testados, o Shahab-3, poderá ser superior às capacidades dos sistemas antimísseis americanos, israelitas e europeus. O alcance de 1.250 milhas do míssil é suficiente para alcançar Israel, o Egipto, a Turquia, a Índia e forças norte-americanas estacionadas no Médio Oriente.

Um relatório de 4 de Novembro do DEBKA, um site na Internet sobre análise política, militar e de notícias do Médio Oriente, refere-se à ameaça potencial para a Europa: “A espectacular demonstração de mísseis pode ter sido concebida tanto para consumo europeu como para impressionar os Estados Unidos e Israel. Em vez de manter em segredo a demonstração, o General Rahim Safavi, comandante dos Guardas Revolucionários, que levaram a cabo o exercício, vangloriou-se pelo facto do Irão ter provado a sua capacidade de atingir alvos para além do Médio Oriente.

“A Europa, que Teerão vê como susceptível a tais ataques, estava a ser avisada que seria o primeiro alvo num contra-ataque em resposta a um ataque norte-americano ou israelita contra as instalações nucleares do Irão” (grifo nosso).

Os leitores desta revista conhecem bem as passagens bíblicas que falam sobre um futuro choque de civilizações entre o “rei do Sul,” um líder que irá surgir do mundo islâmico, e o “rei do Norte,” o dirigente de uma coligação europeia de 10 líderes que se juntam para constituir uma nova, embora de curta duração, super potência que a Bíblia chama “a besta.”

Daniel 11:40 profetiza que “o rei do Sul lutará com ele [atacará], e o rei do Norte o acometerá [sairá ao seu encontro] com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios.”

Embora o Irão esteja localizado a leste dos eventos principais profetizados nesta passagem, a revolução iraniana está a alastrar o fundamentalismo islâmico por toda a região, dando origem a cada vez maior nervosismo entre os líderes árabes. Um Irão com armas nucleares só conduzirá a maior instabilidade.

É também importante dar a devida importância à situação perigosa que se vive no Paquistão. O seu líder, Pervez Musharraf, já sobreviveu a várias tentativas de assassinato e, durante anos, tem percorrido uma corda bamba ao tentar equilibrar o seu apoio por esforços antiterroristas norte-americanos com uma população civil que apoia objectivos fundamentalistas islâmicos.

No caso de uma futura tentativa de assassinato ser bem sucedida, as dezenas de ogivas e mísseis nucleares do Paquistão poderão cair nas mãos de fundamentalistas islâmicos de um dia para o outro.

A continuação da guerra no Iraque e a ameaça de uma retirada das forças norte-americanas, britânicas e de coligação têm também aumentado a sensação de cada vez maior instabilidade. Uma retirada deixaria um enorme vácuo na região, especialmente se os Estados Unidos eventualmente virasse as suas costas ao Médio Oriente.

O petróleo do Médio Oriente é vital para a economia mundial, sendo os países europeus mais dependentes do que outros. Um vácuo de segurança na região, com o seu caos consequente, poderá ser o catalizador que precipitará a ascendência profetizada da união de nações europeias que precederá os eventos do fim dos tempos.  BN