Armagedom: O fim do mundo?

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Armagedom

O fim do mundo?

O que a Bíblia realmente diz sobre Armagedom? Ela nos diz que a última grande batalha da era do homem terá lugar no Oriente Médio. Os exércitos se reunirão num lugar que a Escritura chama Armagedom. Por causa disso, não é uma surpresa, que Armagedom veio a ser a representação do nosso pior pesadelo: o fim do mundo.

Alguns estudiosos da Bíblia afirmam que o Armagedom terminará a sociedade como a conhecemos. Mais detalhadas especulações falam do Armagedom como uma batalha de proporções cataclísmicas, possivelmente uma guerra nuclear que vai aniquilar a humanidade. Mesmo Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA, falou do Armagedom em tais termos. O fato que o Armagedom é mencionado na Bíblia (Apocalipse 16:16) e que serve como prelúdio para a "batalha do grande dia de Deus Todo-Poderoso" (v. 14) merece a nossa preocupação e atenção.

O significado do Armagedom

A palavra Armagedom pode ser atribuída a Megido, uma importante cidade fortificada na Palestina nos tempos antigos. A maioria dos estudiosos acham que Armagedom vem de harmegidon, que significa "monte de Megido". A área tem uma rica história. Escavações de Megido revelaram 20 camadas de ocupação desde o quarto milênio a.C. até cerca de 450 a.C.. O local é de cerca de 18 quilômetros ao sul-sudeste do porto de Haifa, norte de Israel e cerca de 55 quilômetros ao norte de Jerusalém.

A localização estratégica de Megido deu-lhe uma importância maior do que o seu tamanho sugere: uns meros 13 hectares dentro das antigas muralhas da cidade durante o tempo de Salomão. Megido tem uma vista para a entrada estreita entre as montanhas do norte de Israel desde a planície do Megido (também conhecido como o Vale de Esdrelon, ou Jezreel), uma extensão nível de uns 30 kilometros de comprimento e duns 20 quilômetros de largura.

O norte da Palestina, especialmente a área da planície de Megido, era militarmente importante porque guardava parte da rota mais fácil através da região fértil, que se estendia da Mesopotâmia ao Egito. Ao longo da história antiga, as grandes potências da Mesopotâmia (Assíria e Babilônia) lutavam com o Egito para o controle desta área.

O território do antigo reino de Israel estava no cruzamento de três continentes: África, Europa e Ásia. Delimitada a oeste pelo Mar Mediterrâneo e no leste pelo deserto da Arábia, esta área relativamente pequena entre mar e deserto, era a ligação terrestre estratégica entre os três continentes. Tão importante, tão desejável, tão cobiçada era esta estreita ponta de terra que exércitos antigos com frequência e regularidade lutavam pelo controle dela.

Nos tempos modernos, o deserto árabe tem sido valorizado por suas grandes reservas de petróleo. Nos tempos antigos, as partes do território de Israel eram cobiçados por suas passagens militarmente estratégicas. Megido guardava uma dessas passagens. Mais de 200 batalhas foram travadas lá ou perto de lá (Alan Johnson, Comentário Expositivo da Bíblia, Zondervan, Grand Rapids, 1981, vol. 12, p. 551). Um estudioso chama esta área o "terreno de batalha dos séculos" (Merrill F. Unger, Dicionário Unger da Bíblia, Moody Press, Chicago, 1966, p. 89).

E quanto ao futuro de Megido, ou Armagedom? A Bíblia revela algo sobre esta área que é estrategicamente vital?

Profecia do Armagedom

Embora Armagedom é mencionado no livro de Apocalipse ("E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom", Apocalipse 16:16), a Bíblia não diz nada sobre os exércitos atacarem uns aos outros. Ela indica, contudo, que exércitos se congregarão na planície de Megido, aparentemente usando esta grande área nivelada como uma plataforma para se preparar para uma grande batalha. Mas quem está sendo reunido, quem está reunindo-os, e para que finalidade?

Aqueles que estão sendo reunidos parecem ser duas coalizões políticas e militares―"os reis de todo o mundo" (v. 14) e "os reis do oriente" (versículo 12), do leste do rio Eufrates. Esses líderes não são necessariamente "reis", como usamos a palavra hoje, a palavra original significa líder, governante ou comandante. Podemos usar descrições como presidente, primeiro-ministro, presidente, chanceler ou general para se referir a esses líderes hoje.

Nesse ponto da história, muitos chefes de nações se terão unido para apoiar o poderoso poder da "besta" mencionado em Apocalipse 17. Ao descrever esta confederação de povos, nações e governantes como uma besta, Deus está comparando esta aliança enormemente poderosa a um animal conduzido por instintos e motivações ímpias.

Aqueles que fazem parte desta aliança "têm um mesmo intento e entregarão o seu poder e autoridade à besta" (Apocalipse 17:12-13). O livro de Apocalipse mostra que os espíritos demoníacos operando sinais milagrosos influenciarão esses líderes "para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso ... no lugar que em hebreu se chama Armagedom" (Apocalipse 16:13-16).

Por que os exércitos destes países se reúnem no Armagedom? Aparentemente, essas potências militares vão invadir o Oriente Médio num confronto sobre quem vai controlar o mundo.

No entanto, em vez de se lutarem uns contra os outros, eles vão se virar contra o vindouro Messias, Jesus Cristo, para lutar contra ele!

Nós não pensamos normalmente de pessoas que se atreverão a ir para a guerra contra Deus. Pessoas guerreiam contra outras pessoas. Mas a Bíblia revela que os homens realmente vão tentar lutar contra Jesus Cristo quando da Sua volta à Terra. Os ditadores do fim dos tempos e demagogos cobiçam a regência do mundo, e eles esperam ter sucesso através de seus exércitos imensos e destrutivas armas ― armas estas que são suficientemente poderosas para destruir toda a vida do planeta.

Deus sabe que, a menos que Ele enviasse Jesus Cristo para intervir nos assuntos humanos naquele momento crítico, "ninguém seria salvo" (Mateus 24:22, ARA, ênfase adicionada).

Satanás e Armagedom

Por trás das cenas um outro líder poderoso aparece em destaque na reunião dos exércitos em Armagedom. Satanás, como "o deus deste século" (2 Coríntios 4:4), terá enganado todas as nações (Apocalipse 12:9). Como o adversário da humanidade (1 Pedro 5:8), seu propósito declarado é de enganar e destruir a família humana. Os grandes exércitos que irão surgir no fim do tempo parecerão, para ele, o veículo ideal para a realização dessa destruição incrível (Isaías 14:12, 17).

Mas o que as nações não saberão, e Satanás não aceitará, é que Deus permitirá que ele engane estes líderes arrogantes a pensar que esta batalha decisiva lhes assegurará o controle do mundo!

O próprio Deus entrará na batalha com estas nações enganadas empenhadas em destruição (Zacarias 14:1-3). Deus vai provar que Ele é Todo-Poderoso, e não Satanás ou aqueles a quem ele engana. E Deus não vai permitir que o homem se destruia completamente (Mateus 24:22).

Com este pano de fundo, podemos entender melhor a finalidade do Armagedom quando lemos como os exércitos serão reunidos "para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso" (Apocalipse 16:14).

O profeta Zacarias descreve também este periodo climático: "Eis que vem o dia do SENHOR... Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém... E o SENHOR sairá e pelejará contra estas nações, como pelejou no dia da batalha.  E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente" (Zacarias 14:1-4).

As forças militares se reúnem

Comentário Bíblico do Expositor oferece outra perspectiva sobre o Armagedom: "É surpreendente que ninguém sugeriu que a palavra magedon vem do sentido secundário da palavra hebraica gadad que significa ‘reunir as tropas ou bandas’. A maneira mais simples em hebraico para fazer um substantivo de um verbo é adicionar o prefixo ma à forma verbal. Assim, temos maged, ‘um lugar de reunir as tropas’, e o sufixo o, significando, ‘seu’, resultando em ‘o seu lugar de reunir as tropas’. Isso é quase equivalente às expressões em versículos 14 e 16 – ‘para os congregar (os reis e seus exércitos) para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso’ ― e faria alusão à expectativa profética da reunião das nações para o juízo" (Johnson, p. 552).

Em Joel 3:9-10 Deus retrata esses governantes e sua preparação para a invasão e guerra: "Proclamai isso entre as nações, santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam [a Jerusalém, versículos 12, 16, 17] todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas enxadas e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte.”

A profecia indica que os líderes vão interromper as necessidades da sociedade, convertendo instalações para a fabricação de implementos agrícolas para a produção de armamentos e munições.

Os exércitos se reunirão perto de Armagedom, quase enchendo a planície circundante, e continuando a sua mobilização através de outras áreas da Terra Santa. Mas a própria batalha terá lugar cerca de 55 quilômetros ao sul de Armagedom, ao redor de Jerusalém.

Na verdade esta grande batalha não será lá muito que se possa chamar uma batalha. Deus permitirá que os exércitos de reunem no Armagedom, para que, no final, não haja dúvida de que Ele governa supremo. Ao permitir que Satanás, seus demônios e enganados líderes humanos agitem as nações a colocar as suas forças maciças contra Ele, Deus permitirá que esses exércitos que resistirão a regra de Cristo para se aproximarem de Jerusalém, apenas para serem destruídos em sua batalha contra Ele.

Armagedom, portanto, torna-se um símbolo de uma grande batalha, e não entre nações poderosas e alianças militares, mas entre as forças do bem e do mal. Essa batalha climática será travada em e ao redor de Jerusalém.

Juntando-se para a batalha

A Bíblia descreve este periodo de eventos terríveis como o "dia do Senhor" (Isaías 2:12; 13:6, 9; Jeremias 46:10, Zacarias 14:1) ― o periodo durante o qual Deus vai intervir nos assuntos humanos para colocar um fim à rebelião do homem contra Deus.

Continuando com a profecia de Joel, Deus diz: "Movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão” (Joel 3:12-14; comparar com Apocalipse 14:15-19).

Jesus Cristo vai lidar com esses enormes exércitos em seu retorno: "E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso” (Apocalipse 19:15). Aves se reúnem para se alimentar dos restos aqueles que lutarão contra Jesus Cristo (versículos 17-18, 21).

Aparentemente, a carnificina não se limita a área imediatamente à volta de Jerusalém. Apocalipse 14:20 indica que se vai estender por cerca de 300 quilômetros.

Armagedom: prelúdio para a paz

Jesus Cristo será finalmente reconhecido como Salvador da humanidade e Libertador, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 17:14; 19:16). A humanidade irá reconhecer a inutilidade da rebelião contra Deus.

O profeta Malaquias falou também da suprema autoridade de Deus: "Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome serágrande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos” (Malaquias 1:11).

Deus finalmente será reconhecido como Supremo Governante da humanidade. Por milênios Satanás, o deus deste mundo, tem-se disfarçado como se fosse o deus da humanidade (2 Coríntios 4:4; 11:14). No entanto, Deus profetizou que um dia ele vai cumprir o Seu plano para a humanidade, para o qual Ele criou a Terra.

Quando isto acontecer, a família humana vai desfrutar de paz e prosperidade sem precedentes e sem paralelo na Terra. Esta paz foi prometida a humanidade há milhares de anos (2 Timóteo 1:9, Tito 1:2; Isaías 11:1-10).

Armagedom, enquanto um símbolo da destruição das forças do mal, também é um prelúdio para a salvação da humanidade. É então que o mau governo humano terminará. No Armagedom os demagogos fanáticos e gananciosos pelo poder daquele periodo se reunirão num só lugar para que Cristo possa pôr fim à miséria que temos trazido à humanidade.

Armagedom sinaliza o fim do medo, dor, destruição e morte prematura. Infelizmente, não há simplesmente nenhuma outra maneira para a humanidade aprender a lição. Deus deve finalmente entrar em cena, intervindo nos assuntos humanos para forçar a paz neste mundo em naufrágio (Apocalipse 19, Zacarias 14; Joel 3). Cristo vai substituir os sistemas sociais, econômicos, políticos, educacionais e religiosos deste mundo e construir um mundo baseado nos caminhos de Deus (Daniel 2:44-45).

Como entender o futuro da humanidade

Deus deu à humanidade vários festivais anuais que desvendem o mistério do nosso futuro. Por exemplo, a Festa das Trombetas antecipa o retorno de Jesus Cristo "com um grande som de uma trombeta" para derrotar os exércitos reunidos contra Ele (Mateus 24:30-31, 1 Tessalonicenses 4:16-17, Apocalipse 11:15).

O simbolismo do Dia da Expiação revela que Cristo irá amarrar Satanás, impedindo-o de influenciar a humanidade (Apocalipse 20:1-3).

A Festa dos Tabernáculos retrata 1.000 anos de paz e prosperidade que vai envolver a Terra e seus habitantes (Apocalipse 20:4-5, Isaías 11).

O Último Grande Dia significa o momento em que todos os que não conhecem o verdadeiro Deus serão ressuscitados para aprender a Sua verdade e receber a sua oportunidade para a salvação (Apocalipse 20:11-12; Ezequiel 37).

Armagedom não é o fim do mundo. É um lugar de encontro para os exércitos enormes, aonde os enganados líderes humanos serão convocados por Deus para entrar numa batalha decisiva com Ele em Jerusalém.

Ao invés de marcar a aniquilação da humanidade, Armagedom é o prefácio de 1.000 anos de paz e prosperidade para todos. A humanidade continuará a viver, pois o que começa em Armagedom estabelece Cristo como supremo governante na Terra sobre todas as nações. A Terra será imersa em paz e prosperidade no Reino de Deus. BN