As Sete Bem-Aventuranças de Apocalipse
Certo jovem impetuoso perguntou a Deus: "O que é um milhão de anos para o Senhor?" Deus pacientemente respondeu: "Meu filho, é como um segundo no tempo". Então, ele voltou a perguntar: "E o que é um milhão de reais para o Senhor?" mais uma vez, Deus replicou: "Um milhão de reais é como uma moeda de um centavo".
Então, o jovem, juntando uma coisa à outra, fez uma pergunta capciosa: "Deus, o Senhor poderia me dar um centavo?" Deus sorriu e respondeu: "Sim, meu filho, mas você tem que esperar um segundo!"
Assim como aquele jovem, todos nós respondendo ao convite de Cristo quando disse "Segue-Me" certamente gostariamos de possuir "moedas de um centavo de Deus" quando reconhecemos as riquezas espirituais insondáveis do Reino de Deus. Verdade seja dita, assim como o jovem, nós também temos de esperar "um segundo".
Deus sabe disso. Da mesma forma, precisamos reconhecer que, como seres humanos, queremos tudo agora! Mas Deus, em sua infinita sabedoria está permitindo algo especial a se desenvolver em nós—Seu amor, Sua paciência e a mesma fé demonstrada por Jesus ao andar nesta Terra. Não há como negar o fato de que tais resultados desejados exigem esses "segundos" que demoram muitos anos.
A maioria das pessoas está familiarizada com as bem-aventuranças do famoso Sermão da Montanha (Mateus 5:1-11). Essas declarações começam com a palavra “Bem-aventurados . . . " Ou, literalmente, "Como são felizes os que . . . ", Tais como: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (versículo 8). Jesus sabia o que enfrentariam aqueles que atendessem ao Seu chamado, então Ele compartilhou os altíssimos padrões que refletem o caráter de Seu Reino. Ele ofereceu abundantes bênçãos para aqueles que recebessem e seguissem Sua palavra.
Jesus reconheceu que esse ‘um segundo’ proverbial parecia ser muito tempo para Seus seguidores e que havia a possibilidade de se desanimarem uns com os outros ou de se desesperarem por causa das pressões externas e, até mesmo, acabassem desistindo. Assim Cristo, essencialmente, disse-lhes: "Como você vai ser feliz se você fizer essas coisas—e continuar fazendo, pois, sem dúvida, há uma bênção quando esse eterno ‘um segundo’ terminar".
Mas você sabia que quase sessenta anos mais tarde, Jesus Cristo ressuscitado novamente oferece mais bem-aventuranças para renovar a fé de Seus seguidores, para que se mantenham firmes e praticantes mesmo sabendo que não seria fácil ser cristão no ano 90 d.C. ou em 2015, no entanto, tendo certeza que vale muito a pena.
Como um estudante das Escrituras, talvez você nunca tenha notado isso, mas encrustadas bem no meio do rol de profecias bíblicas acerca das sete igrejas, dos sete selos, das sete trombetas e das sete últimas pragas estão registradas as sete últimas bem-aventuranças que Cristo deseja que pratiquemos em nossa caminhada com Ele.
Sete joias de encorajamento
Há muito tempo, Jesus já sabia que Seus seguidores, ao longo dos séculos, iriam precisar de alguns placas de sinalização nessa estrada da fé para orientá-los e incentivá-los diariamente pelo campo minado da natureza humana—além do advento de falsos mestres, de guerras entre reinos mundanos, de fomes, de epidemias e desastres naturais. Assim, Ele nos oferece sete joias de desafio e responsabilidades embaladas em encorajamento.
Geralmente, sete é considerado o número bíblico que simboliza algo completo. Assim vamos ver um pequeno esboço do que Deus diz que precisamos fazer para sermos completos, conforme esperamos o dia em que Ele nos conceda as Suas "moedas de centavos".
1 "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo" (Apocalipse 1:3).
Ler a Palavra de Deus ou escutá-la por meio de outra pessoa é muito diferente de internalizá-la profundamente dentro de nossos corações e permitir que ela seja a bússola de nossa vida. As "coisas que nela estão escritas" dizem respeito verdadeiramente ao retorno de Jesus Cristo e ao estabelecimento do Reino de Deus. Saber e acreditar nisso com todo o coração nos ajudará a aproximarmos mais de Deus e a mudar tudo acerca da nossa vida.
O Salmo 119:9-11 fala que devemos abrigar com sinceridade a Palavra de Deus em nosso coração para não desviarmos do caminho. Enquanto o livro de Apocalipse era escrito, o imperador romano Domiciano perseguia a Igreja—o tempo estava realmente perto! Mas seja qual for a era em que vivemos, como homens e mulheres mortais, estamos apenas a um suspiro do estabelecimento do eterno Reino de Deus, pois podemos morrer a qualquer momento. Deus nos ofereceu um bom começo como cristãos, mas precisamos ter um coração disposto a corresponder essa revelação que nos foi concedida.
2 "E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam" (Apocalipse 14:13).
Ouvir uma voz do céu entre os berros das nossas paixões e as distrações desse mundo é um desafio constante. E, no entanto, quando a ouvimos, somos lembrados de que a vida não é um fim em si mesmo. A morte, seja ela porque mortificamos as nossas atitudes humanas ou porque sejamos mártires de Jesus Cristo, não é estranha à experiência cristã. Mas entendê-la é essencial para o cristianismo.
A própria morte de Jesus abriu caminho para esse entendimento. Portanto, se isso é necessário de nós, temos a promessa de que o que fizemos não será esquecido. Os faraós do Egito tentaram em vão levar os seus bens materiais com eles para o outro mundo. A verdade é que quando entregamos o nosso mundo a Jesus Cristo, Ele promete se lembrar de dar-nos algo muito mais valoroso e significativo que qualquer coisa que poderíamos conseguir nesta vida.
Ele é o Único que declarou ser "a ressurreição e a vida" (João 11:25). Ele nos dá uma sacudidela com Sua explicação de que a vida e a morte não são dois mundos diferentes, mas um só mundo, que está nas mãos dEle—e que, do outro lado da vida, vamos ser recompensados pelo que fizemos para Ele!
3 "Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas" (Apocalipse 16:15).
É importante entender que Cristo nunca afirmou que o fim já havia chegado, mas que estava próximo. Em todas as épocas, Seus seguidores sentiram a tensão entre o mundo em que viviam e o do fim dos tempos. A maioria tinha uma sensação de que era iminente a volta de Cristo durante sua vida. Então, eles vigiavam e oravam a respeito, mas Cristo disse que ninguém sabe quando ocorreria—exatamente como um ladrão invade uma casa no meio da noite (Mateus 24:42-44).
Enquanto observamos a época e os eventos ao nosso redor, Cristo lembra a Seus seguidores que é igualmente importante olharmos para dentro de nós mesmos para ter certeza que o nosso ser interior reflete os valores que correspondem à Sua segunda vinda. Caso contrário, todos os nossos esforços em proclamar o Seu Reino cairão por terra diante da pesada evidência de que não estamos nos esforçando para incorporar o primeiro conjunto de bem-aventuranças encontradas em Mateus 5.
4 "E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus" (Apocalipse 19:9).
Deus nunca disse que seria fácil, mas Ele prometeu que iria valer a pena. Ele compara a Sua segunda vinda a um jantar festivo de casamento. Nos tempos antigos, este era o ponto alto da vida nas aldeias por muitos dias. Este era antecipado profundamente e preparado diligentemente em cada detalhe e apreciado ao máximo.
Da mesma forma esse convite não acontece sem a presciência de Deus ou sem informar o custo àquele que o recebe. O apóstolo Paulo disse em 2 Coríntios 11:2: "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo". Em nossa ressurreição, na Sua segunda vinda de Cristo, Ele tem a intenção de consumar esse compromisso não apenas nos oferecendo Sua mão, mas também concedendo-nos a entrada em Seu Reino, onde realmente começará um tempo incrível de alegria e celebração!
5 "Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com Ele mil anos" (Apocalipse 20:6).
Quando isto foi escrito pela primeira vez, muitos cristãos estavam sendo mortos sob a perseguição de Domiciano. Desde então, muitos outros seguidores de Cristo foram assassinados. As palavras de Apocalipse indicam que muitos mais vão sofrer o mesmo destino (Apocalipse 6:9-11).
Mas aqui Cristo apresenta um contraste mensurável para que Seus seguidores entendam que se forem fiéis a Ele nesses momentos dolorosos, então conseguiriam comparar esses minutos, horas e dias excruciantes com um longuíssimo, incrível e alegre periodo de tempo (mil anos) e adicionalemtne a eternidade depois disso (porque não sofrerão a segunda morte). Sim, Ele promete uma recompensa que vai muito além desse atribulado tempo como ser humano!
6 "Eis que presto venho. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro" (Apocalipse 22:7).
Esta bem-aventurança reflete completamente a primeira parte do início desse livro. Mas o que é digno de nota nesse texto é ele relatar uma intervenção pessoal de ninguém menos do que Ele próprio, Jesus Cristo. Cristo faz questão de enfatizar Seu próprio ponto de vista.
Apesar do ‘um segundo’ proverbial de Deus parecer uma eternidade, na verdade, ele não é! Agora, no capítulo final, o leitor informado de Apocalipse já entende que nada pode ficar no caminho de Cristo—seja a morte, as bestas, os falsos profetas, Satanás ou o tempo. Por que não "guardar as palavras desta profecia" como prioridade máxima em sua vida? O Deus que possui a eternidade—o passado, o presente e o futuro—sempre atua no imediatismo do agora quando se trata de Seus seguidores. Agora é a hora de se entregar a Ele. Agora é o tempo de tratar seu companheiro de forma diferente. Agora é o tempo de se preparar para a eternidade—imediatamente, não amanhã!
7 "Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas" (Apocalipse 22:14, ACF).
O fim da Palavra de Deus volta aonde começou, no Jardim do Éden, em Gênesis 1-3. Deus está querendo plantar algo incrível em nossas vidas, mas nós temos que chegar a essa devida fonte. Nós temos que chegar a árvore da vida, fundamentada nos mandamentos de Deus e na realidade de "esperar no Senhor", em vez de seguir o exemplo de Adão e Eva e usufruir de falsos tesouros, que só vão nos levar à sepultura e à destruição.
Quantos já sucumbiram nessa era por abraçarem tudo que podiam nesta vida ao invés de esperar pela moeda de um centavo de Deus? Não seja um deles!
Um centavo ou a eternidade?
A conversa que deu início a esse artigo foi, naturalmente, um conto fictício, mas seu teor de esperança serviu para captar a nossa atenção. A seguinte admoestação de Jesus Cristo não é a mesma coisa, mas sim um conselho pessoal muito profundo para nos orientar a responder o Seu convite de segui-Lo:
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mateus 6:19-21).
A questão está diante de você: Um centavo agora ou a eternidade? A escolha é sua! BN