Comentário Bíblico
Êxodo 5:1-6:27
Tijolos Sem Palha — A Fidelidade de Deus
Às vezes, certa situação pode piorar antes de melhorar. Como reagimos diante de Deus quando oramos? Alguma vez sentimos que, além de não estarmos recebendo uma resposta, as coisas parecem estar piorando? A resposta do faraó a Moisés foi que os israelitas estavam tendo muito "tempo livre" e que isso estava distraindo-os de seu trabalho. Sem dúvida, essa dura resposta de faraó ao seu pedido de liberar os israelitas para que realizassem uma celebração para adorar a Deus foi um teste para Moisés. Apesar de ter lhe informado todos os detalhes de Seu plano, Deus não revelou essa parte. E para ser um bom líder também é preciso ser capaz de "oferecer a outra face". Deus permitiu que Moisés estivesse sujeito à ira e hesitação dos israelitas. Mas tudo isso com um propósito em mente.
Deus quer ter certeza de que Seu povo entende claramente que Ele é Deus. Por isso, lemos referências a Ele como "EU SOU O QUE SOU" (o hebraico literal não tem tempo definido — "EU SOU QUEM EU SOU" — e denota passado, presente e futuro). Deus sempre existiu e sempre existirá. Aqui vemos Deus revelando um novo nome dEle que antes não havia revelado a Abraão, Isaque ou Jacó. (Esse nome é usado no livro de Gênesis, aparentemente porque Moisés, autor do livro, foi inspirado por Deus a usá-lo quando descreveu a história do patriarcas). O nome recém-revelado é Yahweh (cuja pronúncia exata é desconhecida). Essencialmente, ele significa "EU SOU AQUELE QUE É", um nome na terceira pessoa — isto é, "ELE CAUSA QUE VENHA A SER" — e tem sido traduzido de várias maneiras como "o Eterno", "o Sempiterno" ou mesmo "o Autoexistente" (mais tarde, Jesus revelou que Ele era Aquele que os israelitas adoravam como o grande "EU SOU" — ver João 8:58 e leitura complementar abaixo).
Deus estava preparando Seu povo para entender que Ele não era nenhum modismo. Os milagres que eles veriam eram uma demonstração de Seu poder e supremacia. Atualmente, a maioria dos estudiosos da Bíblia, que aceita a veracidade dos eventos do êxodo, os vê com bastante ceticismo, alegando que, por exemplo, as pragas que caíram sobre o Egito não eram de natureza milagrosa. Eles alegam que aquilo foi apenas fenômenos naturais superdimensionados pelo relato bíblico. O historiador bíblico Eugene Merrill rebate: "Elas [as pragas] devem ser entendidas pelo que eram — manifestações únicas, mas genuinamente históricas, da ira de um Deus soberano que desejava mostrar não apenas ao Egito, mas também a seu próprio povo que Ele é o Senhor dos céus e da terra, alguém bem capaz de redimir seu povo daquela terrível escravidão a que estavam submetidos sob Faraó e torná-los, por aliança, seu próprio povo e servo" (História de Israel no Antigo Testamento, editora CPAD; 1ª edição, janeiro 2018, p. 65).
Os israelitas estavam tão envolvidos com os "deuses" egípcios que precisavam entender que a intervenção definitiva de Deus excederia qualquer coisa que o homem pudesse fazer através de feitiçaria, mágica ou adoração falsa. A maioria das pragas seria um ataque direto aos "deuses" do Egito. E, de fato, Jetro depois comentaria: "Agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses; porque na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou" (Êxodo 18:11).
Se ao menos a humanidade apenas acreditasse em Deus! As coisas do ser humano são temporárias. As coisas de Deus são eternas. Portanto, embora a humanidade possa nos decepcionar, Deus foi, é e sempre será nosso Deus amoroso!