Jesus Cristo Realmente Existiu?
Jesus de Nazaré foi uma pessoa real? Será que Ele realmente existiu? As histórias escritas sobre Ele na Bíblia são verdadeiras? Estas são perguntas importantes e é crucial que você saiba as respostas!
Alguns argumentam que Jesus não poderia ter existido porque não existem registros históricos do primeiro século que O mencionam. Mas é bem claro que existem biografias contemporâneas escritas sobre Ele — de fato, quatro delas, por diferentes autores. Elas são chamadas de Evangelhos e se encontram na Bíblia.
Mas isso não é o suficiente para aqueles que estão determinados a não crer em Jesus Cristo. Eles insistem em querer mais. Eles exigem registros escritos dos historiadores contemporâneos do primeiro século que não eram discípulos de Jesus.
Mas ao fazer isso, eles estão exigindo um nível que poucos personagens históricos do mundo antigo poderiam atender. Afinal de contas, pouquíssimas histórias sobreviveram desde o primeiro século, e, basicamente, as únicas obras romanas consideráveis e em grande parte completas escritas nessa época é um manual sobre agricultura, uma comédia de um amigo de um dos imperadores e alguns outros escritos — nenhum dos quais seria de se esperar que incluísse qualquer menção ao cristianismo ou a Jesus Cristo.
Os historiadores romanos que mencionam Jesus e o cristianismo
No entanto, os historiadores estão cientes da existência de algumas obras romanas do início do segundo século, que mencionam Jesus Cristo e o cristianismo. Essas incluem:
• A Vida dos Doze Césares, por Caio Suetônio Tranquilo, um oficial de justiça romano e secretário-chefe do Imperador Adriano, escrita em torno de 120 d.C.
• Cartas de Plínio, o Jovem, um funcionário do governo romano no centro-norte da Turquia, escritas por volta de120 d.C.
• Anais, do historiador romano Tácito, escrito em 115 d.C.
Além destes, o famoso historiador judeu do primeiro século, Josefo, escreveu sobre Jesus e uma série de outros personagens mencionados nos Evangelhos. Vamos tratar sobre ele um pouco mais adiante.
Seguidores de "Crestos" banidos de Roma
Caio Suetônio Tranquilo (conhecido apenas como Suetônio), escrevendo em torno de 120 d.C., registra que o imperador Cláudio "baniu os judeus de Roma, que estavam continuamente causando distúrbios, e Crestos [Cristo] era seu líder" (A Vidas dos Doze Césares: A Vida de Cláudio).
Cláudio reinou entre 41 e 54 d.C. Neste ponto da história, os romanos não viam nenhuma diferença entre judeus e cristãos, uma vez que grande parte acreditava e praticava as mesmas coisas, então, aparentemente, Cláudio expulsou a todos.
O que é significativo nessa breve declaração de Suetônio é que certo número de judeus em Roma havia se tornado seguidores de "Crestos", que parece ser um erro de escrita da palavra "Christus", a forma latinizada de "Cristo". Então vemos que cerca do ano 50 d.C., já havia um número significativo de cristãos em Roma, e isso levou a um conflito com as autoridades romanas — o motivo exato não é informado.
A expulsão dos judeus de Roma é mencionada na Bíblia, em Atos 18:2: "E [Paulo] encontrando um judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que pouco antes viera da Itália, e Priscila, sua mulher (porque Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma), foi ter com eles".
O que é notadamente interessante é a similaridade dessa breve menção com o que lemos no livro de Atos. Na Festa de Pentecostes, quando a Igreja foi fundada, como registrado em Atos 2, em 31 d.C., lemos que "os visitantes de Roma" estavam entre aqueles que testemunharam os acontecimentos milagrosos de Atos 2:6-12. Naquela época, pessoas que falavam vários idiomas e dialetos, mais de uma dúzia de diferentes partes do Império Romano, ouviram os apóstolos "falar em suas próprias línguas as grandezas de Deus".
Não sabemos quando os primeiros cristãos apareceram em Roma, mas não é um exagero supor que alguns daqueles, que estavam em Jerusalém para o Pentecostes, quando voltaram, divulgaram o que viram em Roma, e isso se espalhou entre judeus e prosélitos do judaísmo — levando cerca de duas décadas depois à expulsão de judeus e cristãos de Roma.
Como lidar com os cristãos que não adoravam o “divino imperador”?
Por volta de 120 D.C., Plínio, o Jovem, um funcionário do governo romano, que vivia onde hoje é o centro-norte da Turquia, escreveu ao imperador Trajano pedindo conselhos sobre como lidar com os cristãos que se recusavam a reverenciar a imagem do imperador romano. Plínio observou que esses cristãos se reuniam regularmente e cantavam hinos "a Cristo, como a um deus" (Cartas 10:96:7).
Dois fatos são imediatamente notáveis nessa breve menção aos cristãos e ao cristianismo. O primeiro é que havia um número considerável de seguidores de Jesus Cristo no norte da Ásia Menor menos de cem anos após Sua morte. Um segundo fato notável é que essas pessoas se reuniam e cantavam hinos a Cristo, "como a um deus".
O primeiro fato é notável porque é exatamente o padrão que vemos uma e outra vez no livro de Atos: os primeiros instrutores cristãos, como Paulo, Barnabé e Apolo iam de cidade em cidade na Ásia Menor (atual Turquia) e na Grécia, proclamando a divindade e a ressurreição de Jesus Cristo e que a salvação somente era possível através dEle. Às vezes, eles enfrentavam muita hostilidade; e outras vezes eles encontravam um público receptivo, então, lento e progressivamente, o cristianismo começou a se espalhar — apesar das perseguições.
O segundo fato também é relevante porque a pergunta de Plínio ao imperador mostra que os cristãos consideravam a Jesus Cristo como um ser divino. E sua correspondência mostra que eles estavam tão firmes nessa crença que alguns se recusavam a renunciá-la mesmo sob pena de tortura e morte!
Mais uma vez, esse é o padrão que vemos, uma e outra vez, no livro de Atos — pessoas que estavam tão decididamente convencidas de que Jesus Cristo era uma pessoa real, que viveu, morreu e foi ressuscitado para a vida, que estavam dispostas a morrer do que renunciar a essa crença.
"Christus... sofreu a penalidade máxima no reinado de Tibério às mãos de... Pôncio Pilatos”
A informação mais completa que temos de um escritor romano sobre esse período vem de Públio (ou Gaio) Cornélio Tácito, um senador e historiador romano, que nasceu por volta de 56 d.C. e escreveu suas obras no início do segundo século. Sendo um historiador, ele relatou o fogo devastador em Roma, ocorrido em 64 D.C., durante o reinado do imperador Nero. Observe o que ele acrescenta numa discussão sobre Nero ter culpado aos cristãos pelo incêndio:
"Para destruir o boato (que o acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e infringiu tormentos requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam detestar, e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Christus, que, sob o principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício. Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais somente na Judeia, onde nascera o mal, mas anda em Roma...”.
Então, o que podemos aprender com esse relato do historiador Tácito sobre as condições em Roma em 64 D.C.? Tenha em mente que Tácito não era amigo dos cristãos. Ele considerava o cristianismo uma “detestável superstição”, como muitos o consideram hoje.
• Naquele tempo, havia um grupo em Roma— quase três décadas após a crucificação de Jesus — conhecido como "cristãos".
• Eles foram chamados "cristãos" nomeados após alguém chamado "Christus" (a forma latina de "Cristo").
• O líder deles, "Christus", foi executado durante o governo do procurador Pôncio Pilatos (26-36 d.C.) e do reinado do imperador Tibério (14-37 d.C.).
• Os romanos pensavam que os cristãos acreditavam em "uma detestável superstição".
• Os cristãos foram "detestados por suas abominações".
• O movimento teve origem na Judéia (a Terra Santa) e se espalhou por Roma.
• Por volta de 64 d.C, havia uma "grande multidão" de cristãos em Roma.
Novamente, isso é surpreendente porque corrobora exatamente o que lemos nos Evangelhos e no livro de Atos (incluindo o tempo da crucificação de Cristo durante o governo de Tibério e Pôncio Pilatos, Lucas 3:1-2).
O que era essa "detestável superstição" que os cristãos acreditavam? Tácito não disse. Teria sido a crença de que um homem crucificado ressuscitou dos mortos? Ou a de que os próprios cristãos acreditavam que também ressuscitariam dos mortos? Ou a de que seu líder, "Christus", voltaria como Rei de um Reino que substituiria Roma e governaria o mundo?
Não sabemos, mas a formulação de Tácito sobre esse movimento enraizado ser "uma detestável superstição" é bastante surpreendente — especialmente porque os romanos, com sua imensa variedade de crenças religiosas pagãs, aceitavam quase tudo, exceto a ressurreição dos mortos!
Josefo menciona a João Batista
Vejamos outro escritor não cristão, o famoso historiador judeu Flávio Josefo. Ele escreveu as obras A Guerra dos Judeus e História dos Hebreus no fim do primeiro século. Em História dos Hebreus, Josefo refere-se a muitas pessoas nomeadas no Novo Testamento, inclusive a Jesus, a João Batista e a Tiago, o meio-irmão de Jesus.
Nascido em uma família sacerdotal em 37 d.C., Josefo foi bem educado e, como comandante militar, liderou um destacamento de judeus na Galileia durante a revolta judaica entre 66-70 d.C. até ser capturado pelos romanos. No fim da guerra, ele foi para Roma com o general romano Tito, onde viveu e escreveu até à sua morte, em torno do ano 100 d.C.
Aqui está o que Josefo escreveu sobre João Batista e seu carrasco, Herodes Antipas:
“Vários judeus julgaram a derrota do exército de Herodes um castigo de Deus, por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o batismo...
"Como uma grande multidão o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que ele, pela influência que exercia sobre eles, viesse a suscitar alguma rebelião, porque o povo estava sempre pronto a fazer o que João ordenasse, julgou que devia prevenir o mal, para depois não ter motivo de se arrepender por haver esperado muito para remediá-lo.
"Por esse motivo, mandou prendê-lo numa fortaleza em Maquera, de que acabamos de falar, e os judeus atribuíram a derrota de seu exército a um castigo de Deus, devido a esse ato tão injusto" (História dos Hebreus, cap. 7, pp. 878-879).
Novamente, isso corresponde muito ao que lemos sobre João nos Evangelhos. Mateus 3:1-10, Marcos 1:1-6 e Lucas 3:1-14 mencionam a popularidade de João e a mensagem de arrependimento, como registrada por Josefo décadas mais tarde. E Mateus 14:3-12 descreve a cena no palácio de Herodes, quando João foi executado por ordem de Herodes.
Josefo e Tiago, "irmão de Jesus, que era chamado de Cristo"
Além de vários governantes e membros da família do sumo sacerdote mencionados nos Evangelhos (e confirmados através de descobertas arqueológicas), Josefo também menciona Tiago, meio-irmão de Jesus Cristo:
“Ele [Ananias, o sumo sacerdote] aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino [o sucessor] ainda não tinha chegado, para reunir um conselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento" (ibidem, cap. 8, p. 979).
Esse Tiago é o autor do livro bíblico que leva seu nome. Embora meio-irmão de Jesus, ele, a princípio, não cria em Sua messianidade (João 7:5), mas depois da morte e ressurreição de Jesus ele estava entre aqueles reunidos em Jerusalém, na festa de Pentecostes, quando a Igreja foi fundada, ca. 31 d.C. (Atos 1:14).
Portanto, temos aqui três grandes personagens do Novo Testamento — João Batista, o apóstolo Tiago, meio-irmão de Jesus, e Jesus, que foi chamado Cristo ou Messias — mencionados por um historiador judeu, posteriormente, no mesmo século. Será que Josefo sabia algo mais sobre Jesus?
O relato de Josefo sobre Jesus Cristo
Observe isso (trechos negritados para a próxima análise): “Nesse mesmo tempo, apareceu Jesus, que era um homem sábio, se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem, tão admiráveis eram as suas obras. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muito judeus, mas também por muitos gentios. Ele era o Cristo”.
"Os mais ilustres dentre os de nossa nação acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas haviam predito, dizendo também que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, os quais vemos ainda hoje, tiraram o seu nome" (ibid. cap. 4, p. 872).
Enquanto muitos estudiosos defendem partes ou a totalidade desse texto, ele é citado pelo historiador grego Eusébio em 315 d.C. e aparece dessa mesma forma em todas as mais antigas cópias restantes das obras de Josefo.:
Os trechos em negrito são muito estranhos em se tratando de um escritor judeu que, provavelmente, não era cristão. A maioria dos estudiosos concorda que os trechos negritados foram adicionados em algum momento, no segundo ou terceiro século, numa cópia feita por um escriba, o que significaria esses trechos em negrito não seriam as próprias palavras de Josefo. Para apoiar esse ponto de vista, cita-se uma versão em árabe desse trecho da obra de Josefo, que aparentemente foi preservado em sua forma original. Onde lê-se desta forma:
"Nessa época havia um homem sábio chamado Jesus, e sua conduta era boa, e ele era conhecido por ser virtuoso. E muitas pessoas dentre os judeus e de outras nações se tornaram seus discípulos. Pilatos condenou-o a morrer crucificado. Mas aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram sua lealdade a ele. Eles relataram que ele lhes havia aparecido três dias após a sua crucificação, e que ele estava vivo. Consequentemente, eles acreditavam que ele era o Messias, a respeito de quem os profetas contavam maravilhas".
Aparentemente, isso deixa de fora as partes adicionadas posteriormente sobre Jesus fazer milagres, que ele era o Messias anunciado pelos profetas, mas o texto diz que os crentes acreditavam que Ele ressuscitou dentre os mortos, como relatado noutras cópias. Ao que parece, esse manuscrito árabe foi copiado do original, que Josefo escreveu, antes de um escriba adicionar suas próprias ideias ao texto. A maioria dos estudiosos que se debruçaram sobre isso concorda que, originalmente, Josefo escreveu sobre Jesus, mas, posteriormente, um escriba editou o relato de Josefo, inserindo suas crenças cristãs.
Independentemente disso, aqui, nessa mais extensa história preservada da Judéia do primeiro século, nós temos a confirmação da existência de Jesus, assim como de João Batista e de Tiago, o meio-irmão de Jesus!
Temos também a confirmação dos pontos essenciais dos Evangelhos e do livro de Atos — de que Jesus era um homem sábio e virtuoso e que tanto judeus como gregos escolheram segui-Lo como o Messias, que Ele foi crucificado sob Pôncio Pilatos, e que Ele foi tido como ressuscitado para a vida e apareceu a Seus seguidores três dias após Sua morte.
Aqueles que negam a existência de Jesus Cristo têm que explicar não apenas uma série de referências específicas a Ele, mas também as referências históricas a seu meio-irmão Tiago e a João Batista, além das declarações dos historiadores, confirmando os principais temas e fatos dos Evangelhos e do livro de Atos!
Certamente, Jesus existiu — mas e quanto a Sua mensagem?
A Bíblia, que declara ser a Palavra inspirada de Deus, diz que Jesus viveu, morreu e ressuscitou para a vida novamente e que Ele era o Filho de Deus e também Deus em carne e osso. A Bíblia demonstra que é uma história verdadeira e precisa, atestando sobre a vida de pessoas que realmente viveram e caminharam com Deus e acerca dos eventos que ocorreram no tempo e na maneira indicada (ver o nosso guia de estudo bíblico gratuito A Bíblia Merece Confiança?).
Como vimos, as obras remanescentes dos primeiros historiadores, que escreveram sobre esse período, testemunham que Jesus era real e foi, sem dúvida, um personagem histórico que viveu no primeiro século. Tanto a história quanto o peso da tradição afirmam esta verdade.
A próxima pergunta óbvia é: Ele foi quem disse que era? Ou seja, Ele era Deus? Era Ele Deus na carne?
Como teólogo, C. S. Lewis escreveu: “Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la" (Cristianismo Puro e Simples, 1996, p. 23).
As testemunhas da vida, morte e ressurreição de Jesus do primeiro século dizem que Ele era Deus. Ou Ele era ou não era.
Por que Jesus teve de existir como ser humano?
E isso nos leva a uma pergunta extremamente importante: Por que Jesus teve de viver como ser humano? Por que Aquele identificado nas Escrituras como o Verbo, que estava com Deus e que era Deus (João 1:1), teve que se tornar o Jesus de Nazaré de carne e osso?
A resposta a esta pergunta é pouco compreendida, mas abre nossa mente para outra dimensão da compreensão da natureza íntima de Deus e de Seu propósito para a criação da vida humana na Terra.
Vamos começar com o que sabemos sobre o Verbo. O ponto de partida é o evangelho do apóstolo João. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela" (João 1:1-5, grifo nosso).
Esta passagem nos diz que antes de Jesus vir em carne, Ele estava com Deus desde o princípio e era Deus. Aqui ele chama de "o Verbo", o Ser que se tornou Jesus Cristo e era a própria essência de Deus, significando que Ele era o espírito divino. Ele era eterno e coexistia como Deus na eternidade.
Devemos entender "eternidade" como uma dimensão diferente da existência, além do mundo material, do tempo e do espaço em que habitamos. Deus habita na dimensão espiritual da eternidade: "Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito..." (Isaías 57:15). A eternidade é um desafio para nossas mentes mortais compreenderem, no entanto, é onde Deus existe.
Deus revela que Ele não tem começo nem fim. Ele é espírito. Ele existe além do cosmos, que Ele mesmo criou. A essência de Deus é espiritual — um espírito santo e eterno.
João revela que Aquele que está sendo chamado de "Verbo" criou este mundo. Paulo confirma isso quando escreve: "Porque nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele" (Colossenses 1:16). Aquele que se tornou Jesus de Nazaré é revelado como o Ser através de quem Deus criou o universo. Essa compreensão fundamental nos ajuda a entender a magnitude de Sua decisão de vir em carne e viver entre os homens.
O que mais precisamos entender sobre Jesus ter vindo em carne?
Da posição de Deus à posição de um servo
O amor de Deus por Sua criação não apenas deteve o movimento do sol, da lua, das estrelas e dos planetas em seu elegante balé cósmico. Ele nunca foi um Criador ausente.
O plano desde antes da fundação do mundo, era que um sacrifício seria necessário. Primeiro seria um sacrifício de posição — da existência como Deus a Sua vinda para a Terra, passando a ser semelhante à criação humana, como homem. É difícil, se não impossível, começar a entender o amor nessa decisão de autossacrifício.
O Verbo esvaziou-se de seu poder e glória divina, mas manteve a identidade divina, e veio como um servo para realizar uma tarefa essencial para a salvação humana.
Observe o que revela Paulo em Filipenses 2:6-8: “A atitude de vocês deve ser semelhante àquela que nos foi mostrada por Jesus Cristo, que embora Deus, não exigiu nem tampouco Se apegou a seus direitos como Deus [compartilhava a natureza divina], mas pôs de lado seu imenso poder e sua glória, ocultando-se sob a forma de escravo e tornando-se como os homens. E Se humilhou ainda mais, chegando ao ponto de sofrer uma verdadeira morte de criminoso numa cruz" (Bíblia Viva).
Isso nos ajuda a entender por que, em Sua última noite com os discípulos antes de ser morto, Ele orou: “Agora, pois, glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que Eu tinha contigo antes que o mundo existisse" (João 17:5).
Um sacrifício supremo por nós
O próximo passo de Seu sacrifício era "como de um cordeiro... conhecido ainda antes da fundação do mundo" (1 Pedro 1:19-20).
A raça humana tem percorrido um longo caminho, afastada de Deus por causa da decisão dos primeiros seres humanos, Adão e Eva pecaram ao tomar parte da árvore proibida no Jardim do Éden e rejeitar o acesso ao conhecimento e à sabedoria de Deus, oferecido através da árvore da vida (ver Gênesis 2:9). Isso trouxe a necessidade de um sacrifício para redimir a humanidade do pecado. Um plano elaborado para derramar o sangue do primeiro e único sacrifício que poderia remover a penalidade do pecado, que, enfim, leva à morte.
A Palavra de Deus tem muito a dizer sobre a morte e o derramamento do sangue de Cristo para o perdão dos pecados e redenção da humanidade. Tudo isso é parte crítica e essencial do propósito de Deus. Ele pretende “convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra" (Efésios 1:10).
A morte de Cristo, por derramamento de Seu sangue, é o único sacrifício pelos pecados de todos os tempos: "Mas Cristo veio como o Grande Sacerdote das coisas boas que já estão aqui... ele não levou consigo sangue de bodes ou de bezerros para oferecer como sacrifício. Pelo contrário, ele ofereceu o seu próprio sangue e conseguiu para nós a salvação eterna. Por meio do Espírito eterno ele se ofereceu a si mesmo a Deus como sacrifício sem defeito. E o seu sangue nos purifica por dentro, tirando as nossas culpas; assim podemos servir ao Deus vivo”.
"Portanto, é Cristo quem consegue fazer uma nova aliança, para que os que foram chamados por Deus possam receber as bênçãos eternas que o próprio Deus prometeu. Isso pode ser feito porque houve uma morte que livrou as pessoas dos pecados que praticaram enquanto a primeira aliança estava em vigor" (Hebreus 9:11-15, BLH).
Jesus Cristo, “havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus... Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados" (Hebreus 10:12, 14). Seu sacrifício, Seu sangue, é o meio pelo qual a humanidade pode se reconciliar com Deus em uma eterna aliança que oferece e garante a salvação, a vida eterna e o compartilhamento da existência divina na eternidade.
Um Deus de amor
O caráter essencial de Deus é amor (1 João 4:8, 16). De todos os apóstolos de Cristo, João era o que parecia captar esse detalhe crucial dEle, e ele abandonou tudo para segui-Lo. Na famosa passagem de João 3:16, ele escreveu: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
João também cita Jesus noutra declaração abrangente, dizendo: "O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que Eu lhes disse são espírito e vida" (João 6:63, NVI). A vida que esperamos é a vida espiritual eterna com Deus, que é Espírito (João 4:24).
Portanto, foi esse grande amor, declarado em a toda a Escritura, que levou Deus Pai e o Verbo, que se tornaria Jesus, a decidirem compartilhar Sua essência com os outros seres criados, além do reino angelical — com os seres humanos. Criados à imagem de Deus e dotados de uma mente e de uma natureza que poderia receber o Seu Espírito, estes teriam o potencial para herdar a vida espiritual eterna.
(Note que a vida espiritual não significa existir como uma energia amorfa, como alguns poderiam imaginar. Aqueles que estiverem no reino espiritual terão forma, substância e corpos espirituais).
Os seres humanos foram criados à imagem de Deus, mas não como Ele é composto, mas possuem a mesma essência espiritual. O homem é físico, criado a partir dos elementos da terra (embora com um espírito humano que lhe dá intelecto, emoção e personalidade como parte de sua composição). E, como temos livre arbítrio, podemos pecar, e, de fato, pecamos, mas como vimos, Deus providenciou um meio para reconciliar os seres humanos Consigo mesmo através do sacrifício de Jesus Cristo.
Antes da fundação deste mundo, o Verbo e Aquele que viria a ser o Pai idealizaram o plano de redenção para a humanidade. Como afirma aqui: "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós" (1 Pedro 1:18-20).
O plano exigiria que o Verbo se tornasse carne, mostrando assim que o espírito eterno poderia se unir a um ser humano. O Verbo, o Ser espiritual eterno que era Deus juntamente com o Pai, foi enviado para se tornar Jesus de Nazaré — Deus na carne. Ele se fez carne e, em seguida, através de Sua ressurreição retornou ao estado espiritual para que os seres humanos, criados à imagem de Deus, tivessem o caminho aberto para se tornarem seres espirituais no Reino de Deus.
Por isso é extremamente importante saber que Jesus realmente existiu e por que Ele veio. A existência histórica de Jesus Cristo aqui na Terra no primeiro século é fundamental para que essa importante faceta do plano de Deus se torne realidade.
Sem a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo não teríamos a esperança da vida eterna com Deus. A Bíblia nos revela não apenas a existência de um Deus, mas também o Seu propósito de criar a vida humana. O grande sentido da vida é que os seres humanos, criados à imagem de Deus, podem tornar-se membros glorificados, espirituais e divinos na família imortal de Deus e em Seu Reino.
O que você precisa fazer?
A ressurreição de Jesus Cristo e Sua volta à existência espiritual faz dEle o primeiro no plano de Deus para a salvação humana (ver Romanos 8:29; 1 Coríntios 15:20, 23; Colossenses 1:18). Aqueles que morreram seguindo a Cristo e os que ainda estiverem vivos na Sua vinda serão transformados de mortais para imortais em um tempo glorioso (1 Coríntios 15:50-54). Transformados para compartilhar a existência espiritual com Cristo e com o Pai, e ainda vão herdar o Reino de Deus.
Esta é a esperança da vida eterna revelada nas Escrituras.
Jesus Cristo existiu na carne, como o Filho de Deus. Ele existe hoje como nosso Sumo Sacerdote e está prestes a vir tornar-se Rei. Jesus Cristo está vivo e também Ele é o único meio para nossa reconciliação e salvação.
Conhecer esse fato verdadeiro e convincente sobre Jesus Cristo é vital para se receber a vida eterna no Reino de Deus. As palavras do apóstolo Pedro, em Atos 2:38, soam claramente hoje em dia: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo"!