O Preocupante Descenso da Oposição ao Aborto

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O Preocupante Descenso da Oposição ao Aborto

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O aborto não é meramente uma questão política ou demográfica — é a destruição deliberada e premeditada de um ser humano inocente em formação. A realidade é dura e inegável: o aborto significa ceifar uma vida, uma tragédia que vai além dos debates políticos e atinge o cerne da bússola moral da humanidade. Infelizmente, o que vemos hoje nos Estados Unidos, e cada vez mais em outras nações, é uma perturbadora normalização dessa horrível prática. A decisão Roe vs. Wade de 1973, que legalizou o aborto em todo o país, foi revogada pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 2022, apesar disso, o aborto continua sendo um tema do discurso político e do debate público, mas suas implicações morais têm sido largamente negligenciadas.

Muitos conservadores e ativistas pró-vida celebraram a decisão do tribunal, que pôs fim à garantia federal do direito ao aborto e devolveu o assunto aos estados. Entretanto, essa decisão, longe de encerrar o debate sobre o aborto, levou a uma mudança preocupante na política estadunidense. O aborto, antes uma questão apenas de moralidade e justiça, tornou-se obscurecido pelos critérios políticos e cálculos demográficos. Até mesmo alguns estados que antes lideravam a proteção aos nascituros, como Ohio e Missouri, flexibilizaram ou aboliram suas proibições. Enquanto isso, estados como Califórnia e Nova York expandiram o acesso ao aborto para incluir práticas como o aborto por nascimento parcial — uma clara abominação aos olhos de Deus.

A revogação da lei do aborto deveria ser uma vitória para a vida, mas acabou destacando a inquietante realidade de que o aborto não é mais visto sob a ótica da moral por muitas pessoas. Em vez disso, tornou-se uma questão politizada em que os políticos defendem ou tentam limitar o aborto por razões puramente pragmáticas. Os resultados dessa mudança são devastadores, ou seja, o aborto está sendo cada vez mais normalizado nos Estados Unidos e ao redor do mundo, e as implicações morais disso estão sendo ignoradas. Mas a preocupação primordial deve ser a opinião de Deus.

Como chegamos a esse ponto?

Como chegamos a um ponto em que a destruição intencional de vidas inocentes é tratada como uma questão política? Como chegamos a acreditar que temos o direito de decidir se outro ser humano deve viver ou morrer baseado em nossos desejos pessoais ou inclinações políticas? Essas questões ecoam uma crise espiritual muito mais profunda que vai muito além do cenário político.

Basicamente, a resposta está no colapso da moralidade — uma mudança na maneira de enxergar a vida como um presente divino para tratá-la como algo que podemos ignorar ou descartar à vontade. Desde o início do movimento pró-aborto, o tema tem sido apresentado como um dos direitos individuais — o direito de escolha da mulher e o direito à autonomia corporal. Mas quando examinamos o aborto por uma ótica bíblica, fica claro que isso não é uma questão de direitos pessoais, mas de obediência à vontade de Deus.

A primeira mulher a defender seu direito de escolha foi Eva. Embora, nesse caso, a questão não fosse especificamente o aborto, o princípio fundamental é o mesmo: Eva, enganada por Satanás, o diabo, escolheu confiar em seu próprio julgamento em vez no de Deus. Ela se concentrou no que não tinha, ignorando a abundância de bênçãos que já havia recebido. Ao escolher seu próprio caminho, Eva desafiou uma ordem direta de Deus. E Adão concordou com a escolha dela. Desde então, a humanidade vem sofrendo as consequências disso (Gênesis 3).

Atualmente, muitas mulheres ainda seguem os passos de Eva. Um estudo de 2015 da LifeWay Research revelou que 76% das mulheres que fizeram um aborto indicaram que “as igrejas [que frequentam] não tiveram influência em sua decisão de interromper a gravidez”. Ainda mais chocante é o fato de que 70% dessas mulheres se identificaram como cristãs. Há uma desconexão gritante entre as ações daqueles que afirmam seguir a Cristo e os ensinamentos das Escrituras sobre a santidade da vida.

A Palavra de Deus é clara sobre o valor da vida e o pecado de derramar sangue inocente. Números 35:33 adverte: “Assim, não profanareis a terra em que estais; porque o sangue profana a terra; nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela for derramado, senão com o sangue daquele que o derramou” (Almeida Revista e Atualizada). Contudo, vemos pessoas — muitas delas professando serem cristãs — abandonando essas verdades bíblicas em favor de preferências pessoais e conveniência política.

Essa erosão moral também se infiltrou na arena política. Muitos conservadores pró-vida celebraram a revogação da lei do aborto, acreditando que essa vitória interromperia a agenda abortista. No entanto, o cenário político mudou. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, outrora anunciado como um herói do movimento pró-vida, declarou abertamente que não apoiaria uma proibição federal ao aborto. Contudo, ele indicou um apoio à proibição nacional do aborto a partir de quinze semanas de gestação, e defendeu exceções para estupro, incesto e para salvar a vida da mãe. Isso reflete o crescente pragmatismo político que agora cerca o tema: muitos políticos estão enxergando o aborto como uma causa política "perdida", que pode alienar suas eleitoras, especialmente nas periferias urbanas. Assim, a luta pela vida se torna apenas mais uma peça no xadrez político.

Recentemente, o presidente e o vice-presidente dos Estados Unidos apoiaram a Marcha pela Vida em Washington, D.C. Talvez seja possível recuperar algum terreno nessa luta em prol da vida, mas muita coisa já foi perdida.

A ausência da autoridade de Deus — uma crise moral

A verdadeira tragédia aqui é que, considerando o atual clima político e social, a moralidade se tornou uma questão de preferência pessoal e não de autoridade divina. Os Estados Unidos, outrora uma nação fundada em princípios cristãos, têm se afastado cada vez mais da Palavra de Deus em sua abordagem sobre a vida e a morte. Como declarou corretamente o ex-presidente estadunidense John Adams: “Nossa Constituição foi feita apenas para pessoas morais e religiosas. Ela é totalmente inadequada para o governo de qualquer outro povo”. A atual situação do tema acerca do aborto nos Estados Unidos — onde o direito de matar um nascituro é uma questão de negociata política — é uma consequência direta do abandono da lei moral de Deus em favor dos desejos subjetivos do homem.

Porém, essa crise não se limita aos Estados Unidos. O aborto foi legalizado pela primeira vez na União Soviética, uma nação que buscou substituir a autoridade religiosa pelo controle estatal, e os efeitos disso foram abrangentes. Com o tempo, o governo soviético incutiu no povo um desdém pela religião, encorajando as pessoas a depositarem sua confiança no Estado e não no Criador. Igualmente, à medida que os Estados Unidos e outras nações se tornam cada vez mais seculares, temos visto o surgimento de uma cultura que enxerga o Estado como árbitro supremo quanto ao conceito de certo e errado. As decisões que antes eram regidas pela lei moral de Deus agora são conduzidas por legisladores humanos, que, em muitos casos, estão mais preocupados com o ganho político do que com a justiça e a retidão.

À luz disso, devemos nos perguntar: Será que não aprendemos nada com a história? O abandono da moralidade divina e a normalização do aborto não são apenas questões políticas — são questões espirituais. Como cristãos, devemos retornar ao firme fundamento da Palavra de Deus e reconhecer que a santidade da vida não está sujeita a negociatas políticas porque se trata de um mandamento de Deus.

O chamado ao arrependimento e à escolha da vida

Esse assunto é seriíssimo. Novamente, como adverte Números 35:33, o assassinato de inocentes contamina a terra (comparar Deuteronômio 19:10). Os Estados Unidos e muitas outras nações ao redor do mundo estão incorrendo no julgamento de Deus por causa do pecado coletivo em permitir que o aborto seja normalizado. Sem dúvida, essa não é apenas uma questão política, mas uma questão moral e espiritual que demanda arrependimento.

Como cristãos, devemos clamar a Deus por misericórdia e renovação. Precisamos convocar nossas nações a se arrependerem de seus pecados e retornarem aos valores bíblicos. Deus deseja a vida, não a morte. Em Deuteronômio 30:19, Ele nos orienta a escolher a vida para que possamos viver. Então, devemos escolher a vida, tanto em nossas decisões pessoais quanto em nossas políticas nacionais.

Em última análise, a luta pela vida ainda não chegou ao fim. A anulação da lei do aborto foi uma vitória importante, mas isso é apenas o começo de uma batalha espiritual muito maior. Como cristãos, devemos permanecer firmes em nosso compromisso de defender os nascituros e conclamar a nação em que vivemos e todas as outras nações ao arrependimento. Agora é a hora de atender ao chamado de Deus para escolher a vida e rejeitar a cultura da morte que está enraizada na sociedade atual. Que Deus tenha misericórdia de todos nós!