Uma Europa separada e unida, ao mesmo tempo

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Uma Europa separada e unida, ao mesmo tempo

Dezembro de 2016 viu uma fracassada candidatura nacionalista para a presidência na Áustria, mas lá a extrema-direita conseguiu ir mais longe do que antes com seus esforços. Ao mesmo tempo, um referendo na Itália em que as reformas constitucionais que buscavam centralizar o poder foram rejeitadas, levando à renúncia do primeiro-ministro pró-UE. As eleições que se realizarão em maio na França e em setembro na Alemanha poderão trazer demonstrações significativas dos partidos nacionalistas.

Ao mesmo tempo, os líderes europeus, preocupados com a saída da Grã-Bretanha e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, além da contínua inquietação sobre a Rússia e o terrorismo islâmico, estão buscando mais integração, inclusive militar. Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, clamou novamente por um exército europeu, afirmando: “Os norte-americanos não vão cuidar da segurança da Europa para sempre. Temos de fazer isso nós mesmos” (Daily Mail, 10 de novembro de 2016).

Sentimentos semelhantes ecoaram do ministro da Defesa da Alemanha. Alguns demandam que a Alemanha assuma o papel de líder do mundo livre em vez dos Estados Unidos (Foreign Affairs, 16 de novembro de 2016). Mas certamente ela não tem os meios para assumir esse papel, apesar de seu protagonismo na União Europeia.

A Bíblia profetizou uma série de renascimentos do Império Romano na Europa, que incluíam o Sacro Império Romano da Idade Média, o Império Francês de Napoleão e o Eixo Hitler-Mussolini da Segunda Guerra Mundial. E estes foram apenas precursores do ápice desse sistema, que terá seu último renascimento pouco antes do retorno de Cristo, quando dez líderes vão entregar seu poder a um único governante por um tempo muito curto (ver Daniel 2 e 7 e Apocalipse 13 e 17, esp. versículos 12-13). Este poder acabará sendo um inimigo dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Mas como se chegará a essa situação?

Com o resultado do Brexit e de um novo governo para os Estados Unidos, a Europa pode ser forçada a tornar-se mais coesa para preservar sua união, ou o supranacionalismo pode ser amplamente rejeitado em favor de estados-nação. Alguns estudiosos da profecia bíblica ponderam que os atores principais da Europa como a Alemanha, a Itália ou a França não vão deixar a União Europeia—e que União Europeia vai transitar suavemente para o renascimento bíblico descrito acima.

Mas não é isso que diz a Bíblia. Na verdade, a Bíblia se refere a essa última união como sendo parcialmente forte e parcialmente frágil, ou seja, seus membros não vão estar bem unidos (Daniel 2:42-43). O aumento do poder dos estados-nação no comando da União Europeia, como observou recentemente Romano Prodi, ex-presidente da Comissão Europeia (Daily Express, 28 de novembro de 2016), está em consonância com a Bíblia sobre os dez governantes que apoiam um poder central por um curto período de tempo.

É possível que a atual União Europeia venha a ruir, até mesmo com a saída de seus principais membros, mas apenas para reaparecer sob uma nova formação. Por outro lado, a atual União Europeia poderia muito bem permanecer essencialmente intacta e ainda transitar para aquela predita na Bíblia. Não podemos ser dogmáticos a esse respeito, pois a própria Bíblia não é.

Em todo caso, muita coisa tem que mudar para acontecer o que prediz a Bíblia. Por exemplo, a Bíblia diz que o mundo vai admirar-se com a ascensão da Besta e sua inigualável capacidade de fazer guerra (Apocalipse 13:4). O atual incentivo para um exército europeu parece ser um passo provável para isso, mas não explica como o poder militar europeu será tão grandioso e incomparável como diz a Bíblia.

Há conjeturas razoáveis sobre como isso poderia acontecer— entretanto, não temos espaço suficiente para detalhar e explorar isso mais a fundo. Outro exemplo é quando a Bíblia mostra a Europa dominada por uma poderosa igreja romana, enquanto atualmente a Europa é muito secular. Talvez uma reação contra a invasão islâmica conduza a um retorno às tradições.

O nacionalismo em ascensão se encaixa nisso. Agora “um em cada três alemães ‘se sente como estranho’ em seu próprio país devido à ‘infiltração muçulmana’” (Daily Mail, 23 de novembro de 2016). Mas o grau de reação teria que ser muito maior do que é hoje—consequentemente, é provável que isso venha a acontecer.

É importante ficar atento ao desenrolar dos acontecimentos na Europa e no Oriente Médio, tendo em mente o que revela a profecia bíblica. As Escrituras são o único guia seguro para compreender aonde, finalmente, as coisas vão acabar—e para saber o que você precisa fazer diante de tudo isso. (Fontes: Sky News, Daily Mail, Foreign Affairs, Daily Express).