Como é sustentada a obra da Igreja?

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Como é sustentada a obra da Igreja?

Jesus instruiu a seus discípulos: "De graça recebestes, de graça dai" (Mateus 10:8). Toda o caminho de vida de Deus é uma maneira de dar e servir. Por isso, não é nenhuma surpresa Jesus ter dito a Seus discípulos para compartilhar o evangelho sem cobrar nada. Hoje a verdade de Deus continua sendo gratuita para aqueles que a solicitem. Vejamos o exemplo bíblico de financiamento da obra de pregação e publicação da revista A Boa Nova.

A Bíblia apresenta um sistema de apoio financeiro de Deus através do exemplo do patriarca Abraão. Mas, antes de examinarmos o exemplo de Abraão, precisamos analisar o significado do papel de Deus como o Criador do céu e da terra. Ele criou tudo, inclusive todos os recursos físicos que Ele permite que usemos durante nossas vidas. Porém, Ele nos diz que tudo ainda Lhe pertence (Salmo 24:1; Ageu 2:8). Por causa disso Ele reserva para Si o direito de nos dizer como usar o que Ele criou.

Deus revelou o Seu caminho de vida a Abraão. Ele disse acerca dele: "Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis" (Gênesis 26:5).

Abraão também sabia que todas as bênçãos materiais são uma dádiva de Deus. Como “pai de todos os que creem" (Romanos 4:11), Abraão deu seu exemplo ao dar o dízimo — dando a décima parte das bênçãos divinas a um sacerdote de Deus (Gênesis 14:17-20; Hebreus 7:1-4) — como parte de sua parceria com Deus.

Abraão passou esse costume a seus descendentes. Seu neto Jacó fez a seguinte promessa: "Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus... e, de tudo quanto me deres, certamente Te darei o dízimo" (Gênesis 28:20-22, grifo do autor).

Quando os descendentes de Abraão se converteram na nação de Israel, após a libertação do cativeiro egípcio, Deus passou Seu dízimo para a tribo de Levi, como pagamento pelos serviços prestados a Ele. "Eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação... Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdareis" (Números 18:21, 24).

Este apoio proporcionou os meios para Israel adorar a Deus e aprender sobre Sua vontade. O livro de Hebreus descreve uma mudança de administração porque a Igreja do Novo Testamento — o templo espiritual de Deus (1 Coríntios 3:16; Efésios 2:19-22) — substituiu o templo físico em importância. Agora, a responsabilidade de ensinar a verdade de Deus era da Igreja do Novo Testamento. No primeiro século, aqueles que obedeciam à mensagem do evangelho proporcionavam ajuda financeira e suporte a Jesus, aos Seus discípulos e, posteriormente, a outros obreiros na Igreja para a realização da obra que Cristo ordenou a Sua Igreja. Muitos exemplos dessas doações, e os princípios relativos a isso, são encontrados em passagens do Novo Testamento, como Lucas 8:3; 10:7-8; 2 Coríntios 11:7-9 e Filipenses 4:14-18.

Mas será que Jesus apoiava a prática bíblica do dízimo? Sem dúvida! Veja Seus comentários quanto a isso quando se dirigiu aos escribas e fariseus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas" (Mateus 23:23).

Os fariseus eram cuidadosos quanto ao dízimo, pois eram detalhistas até mesmo com as menores especiarias, mas muitas vezes negligenciavam outros princípios "mais importantes" da lei. Jesus disse-lhes que deveriam fazer ambos. Nem o dízimo nem questões muito importantes como a "justiça, a misericórdia e a fé" deviam ser negligenciados.

Jesus e Seus apóstolos ensinaram que a atitude de doar deve ser uma parte importante do caminho de vida do cristão. “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo" (Lucas 6:38).

Negligenciar o dízimo é comparado ao roubo — ou seja, roubar a Deus (Malaquias 3:8-12). Podemos ficar tranquilos, pois Ele prometeu suprir as necessidades das pessoas sinceras que, em primeiro lugar, buscam o Seu Reino e participam, com disposição e entusiasmo, de Sua obra de pregação do evangelho (Mateus 6:31-34; 2 Coríntios 9:8).

Cristo comissionou Sua Igreja a realizar a obra que Ele começou. O dízimo de Deus financia esse esforço. Como cristãos, somos chamados para sermos colaboradores de Cristo.

"Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus" (1 Coríntios 3:9). "Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos e para com os estranhos, que em presença da igreja testificaram do teu amor, aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás; porque pelo seu Nome saíram, nada tomando dos gentios. Portanto, aos tais devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade" (3 João 1:5-8).