Introdução

Introdução

“Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lucas 18:8).

O nosso mundo está passando por uma crise de fé. Poucas pessoas têm muita fé no futuro. Muitas não têm fé que seus casamentos vão perdurar, ou que os líderes políticos servirão honradamente ao seu país, ou que a educação vai prepará-las adequadamente para os futuros desafios. Perante as dificuldades da vida cotidiana, muitas pessoas simplesmente não têm confiança de que verão um amanhã melhor.

Em um mundo saturado, desligado e fora de sintonia, sentimentos como “Os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” e “Nada vai acabar bem” fustigam nosso pensamento.

Ao mesmo tempo, muitas pessoas veem os valores e as promessas bíblicas como arbitrários e arcaicos. A abordagem popular é aceitar e validar todas as opiniões, não importando quais sejam. Mas as mesmas pessoas não percebem que tal abordagem produz inevitavelmente dúvida, minando assim a fé. Nós não podemos negar a existência de Deus, mas, por causa do relativismo, do humanismo, do materialismo e da moral do mundo ao nosso redor, assim nos convencemos de que Deus não se importa com os assuntos da humanidade. Vemos através de um prisma que deixa Deus fora de enquadramento.

Mesmo para os cristãos professos, muitas vezes, a religião é superficial. Muitos carecem de um conhecimento básico dos ensinamentos da Bíblia ou crenças a sua denominação. Muitos passaram a acreditar que cada aspecto da vida é simplesmente uma questão de escolha pessoal e que nada importa além de seus sentimentos. Em vez de confiar em Deus, passaram a confiar somente em si mesmos para resolver os seus problemas. Então, por serem as emoções tão subjetivas, as pessoas ficam confusas e aflitas com tudo o que oferece esperança.

Religiosos incrédulos

O pesquisador George Barna comentou sobre o cristianismo dos Estados Unidos: “Estou certíssimo de que você vai concordar que os norte-americanos são pessoas religiosas. Mas particularmente, estou menos convencido de que somos realmente um povo cristão, independente de nossa auto-percepção” (George Barna, O Índice dos Principais Indicadores Espirituais, 1996, pág. xvi).

A confirmação dessa superficialidade da fé pode ser encontrada no fato de que, embora noventa por cento dos norte-americanos afirme orar, muitos não têm certeza de que suas orações façam alguma diferença (Relatório Nacional e Internacional da Religião, 17 de maio de 1993). “O que temos assistido na última parte do século XX é a crescente secularização de um povo que se autodescreve como religioso”, comentou o pesquisador (págs. 2-3).

As igrejas ajudam a resolver este problema? Os resultados de uma pesquisa com 11.122 pessoas em seis denominações cristãs indicam que as igrejas não estão fazendo seu trabalho quando se trata de inspirar a fé entre os seus membros. Apenas um terço dos adultos pesquisados ​​disse ter tido sua vida transformada na relação com Deus e se dedica a servir seus semelhantes (“O que faz amadurecer a fé?” Eugene Roehlkepartain, Christian Century, 9 de maio de 1990, págs. 496-499).

Se o Estados Unidos diz ser um dos países mais religiosos e que tem mais cristãos professos no mundo, então há um problema aqui, e o que poderíamos dizer sobre o resto do mundo? A falta de fé—isto é, um relacionamento de confiança viva e ativa em Deus—é um problema generalizado que afeta todas as nações e potencialmente todos os indivíduos.

Quando se trata de fé, Deus encoraja ou aceita enfoques divergentes? É verdade, como muitos acreditam, que muitos caminhos levam a Deus?

Jesus Cristo nos indicou uma direção: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (João 4:23). O nosso culto a Deus deve ser um reflexo da verdade. Apesar de a adoração envolver sentimentos e emoções, Deus espera que compreendamos como e por que adorá-Lo. Somente através da compreensão desses conceitos podemos desenvolver a fé segura e inabalável de que fala a Bíblia.

Um eterno problema

Gerações vêm e vão, mas os problemas crônicos persistem. A falta de fé continua ao longo dos tempos. Há quase dois mil anos, Jesus contou uma parábola que ilustra nossa necessidade de ter e praticar a fé viva. Ele descreveu uma viúva que estava tendo dificuldade para conseguir justiça. Ela perseverou em sua missão para alcançar o julgamento justo, no entanto, e finalmente, o juiz decidiu ajudá-la, porque ele se cansou de suas constantes alegações (Lucas 18:1-5).

Jesus usou este exemplo do cotidiano para ilustrar a promessa de Deus de intervir em nome das pessoas de fé: “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça” (versículos 7-8).

Embora Cristo garanta que Deus responde as orações do Seu povo, você tem fé de que Ele vai responder às suas?

A compreensão e o viver de acordo com as instruções de Deus irá inspirar a fé Nele e em Suas promessas. A fé nos ajuda a dar sentido ao nosso mundo agitado e complicado. Isso nos dá a confiança que precisamos para seguir em frente com nossas vidas. E, como veremos, é vital para a salvação eterna no Reino de Deus.

Quando Jesus Cristo concluiu Sua parábola, Ele fez uma pergunta com profundas implicações para todos nós: “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (versículo 8).

A fé é muito rara hoje em dia, mas ela pode ser desenvolvida em nós se entendermos as chaves da fé. Nas páginas seguintes veremos o que diz a Bíblia sobre como você pode ter uma fé viva.