Qual é seu investimento mais seguro?
João e Sara estavam se sentindo quase ricos. Era março de 2006. Sua casa, que mal podiam pagar a entrada quando fizeram o financiamento há sete anos, tinha mais do que dobrado o valor. Como muitos de seus amigos, eles se comprometeram com uma segunda hipoteca para comprar um barco e algumas coisas para a casa, e para fazer um cruzeiro com seus filhos. "Não há problema", pensaram, "Podemos facilmente cumprir com os dois pagamentos".
O montante acumulado da aposentadoria de João também estava maior do que o previsto. Todos os anos o mercado de ações estava subindo, e a companhia aonde o João estava empregado estava em boas condições financeiras e contribuindo para sua aposentadoria. Depois de muitos anos de trabalho duro, João e Sara sentiam que o futuro estava garantido. Parecia que nada poderia dar errado.
Quase ninguém percebeu o que estava por vir.
No que agora está sendo chamada a crise financeira de 2007 a 2010, muito se mudou na vida de muitas famílias na Europa, nos Estados Unidos, e em outras nações ocidentais. O futuro garantido em que milhões de casais como João e Sara acreditavam, foi varrido como o resultado de um "triplo golpe"―o declínio dos valores imobiliários, o mergulho do mercado de ações e a recessão econômica.
Quanto foi perdido? De acordo com um relatório da Pew Charitable Trusts, uma fundação norte-americana, o resultado do cálculo da riqueza perdida pelos norte-americanos na crise de 2008 a 2009, para uma família típica norte-americana, foi um prejuízo de cem mil dólares pela queda combinada do valor dos imóveis e do investimento até o final de 2009. Muitos estavam competamente impotentes quando viram suas poupanças de toda a vida virtualmente desaparecerem diante de seus olhos. Enquanto os mercados de investimento recuperaram um pouco desde então, os valores dos imóveis continuam a cair e numero de execução de hipotecas continua a subir.
Além do valor perdido, a fundação Pew acrescenta que a renda familiar média anual norte-americana seria 5.800 dólares maior se não fosse a recessão. Ainda por cima, os diversos gastos do governo―tais como o Troubled Assets Relief Program (TARP - programa criado pelo governo para ajudar as empresas que enfrentaram dificuldades após a crise financeira de 2008) e vários pacotes de estímulo―acrescentaram milhares de dólares da dívida nacional para cada família.
O que causou esta crise financeira? Ou melhor, o que cada um de nós pode fazer agora para reconstruir e proteger o nosso futuro? Existe um investimento realmente seguro?
As raízes da bolha do mercado imobiliário e da falência
A causa imediata que desencadeou a crise financeira foi o estouro da bolha do mercado imobiliário dos Estados Unidos, que atingiu seu pico no início de 2006. Nessa época quase 20% de todas as novas hipotecas eram consideradas "subprime" (de alto risco)―que significa, que o mutuário [aquele que recebeu o empréstimo] não se qualificou para o empréstimo de acordo com os padrões de práticas estabelecidas pelo mercado.
Como um resultado das políticas governamentais e do crédito fácil dos bancos de investimento de Wall Street, as companhias hipotecárias e os bancos descartaram as bem provadas exigências de qualificação para os mutuários e distribuiram hipotecas de imóveis como se fossem doces. A maioria dos empréstimos subprime só foram possíveis atravéz de empréstimos com taxa de juros ajustáveis, ou seja, os pagamentos eram muito reduzidos durante os primeiros anos, e após um predeterminado número de anos (geralmente cinco ou sete anos), subiam rápidamente.
Não havia nenhuma garantia de que os mutuários seriam capazes de pagar valores mais altos, por isso a maioria desses empréstimos eram essencialmente jogos de risco esperando que os preços dos imóveis continuassem a sua espiral ascendente. Os mutuários ouviam muitas vezes que poderiam facilmente refinanciar o empréstimo quando os pagamentos mensais subissem.
Parecia haver pouco risco para os bancos e companhias de crédito hipotecário visto que a maioria das hipotecas eram rapidamente vendidas a uma agência respaldada pelo governo―a Federal National Mortgage Association (FNMA ou "Fannie Mae") ou a Federal Home Loan Mortgage Corporation (FHLMC ou "Freddie Mac"). Estas agências, em conjunto com bancos de investimento, então ‘empacotavam’ centenas dessas hipotecas que foram chamadas de "títulos lastreados por hipotecas" e venderam a investidores estrangeiros. Grandes comissões foram recebidas por aqueles que intermediaram cada passo dessa cadeia monetária.
Ao mesmo tempo, o crédito fácil resultou em uma rápida ascensão dos valores imobiliários e um número recorde de construção de novos imóveis residenciais e edifícios comerciais por todo o país. De acordo com o depoimento prestado na Comissão de Inquérito da Crise Financeira por Richard Bowen III, que era o principal agente de seguros do setor de análise de risco na operação de hipotecas do Citigroup, o colapso nos padrões de garantia de hipoteca foi endêmico.
A tempestade econômica perfeita começou a chegar ao final de 2006 e 2007 (cerca de cinco anos depois dos empréstimos de taxas de juros ajustáveis terem sido lançados). As taxas de juros começaram a subir, e uma grande percentagem das hipotecas subprime (de alto risco) entraram em default (calote), já que as pessoas não conseguiam pagá-las. As execuções de hipotecas aumentaram dramaticamente quando os termos iniciais dos empréstimos com taxas reduzidas expiraram.
Na maior parte da nação, os valores dos terrenos caíram em vez de subirem. As vendas de residências desaceleraram ao menor patamar de todos os tempos. Milhões de trabalhadores perderam seus empregos por causa da recessão que começou em 2008, resultando em mais calotes e execuções hipotecárias.
Em setembro de 2011, um impressionante 22,5% de todas as casas nos Estados Unidos―quase uma em cada quatro―estavam "fora do preço"―significando que valiam menos do que o montante devido sobre a hipoteca. Outros cinco por cento estavam perigosamente perto dessa marca. Mesmo agora, poucos economistas tem alguma ideia de quanto tempo levará para esses valores imobiliários se estabilizarem e a economia começar a se recuperar.
Considerando as opções de investimento financeiro
Milhões de famílias sofreram os efeitos da queda dos valores da habitação, perda nos fundos de aposentadoria e em planos similares e, para alguns, o desemprego crônico quando os empregos desapareceram ou foram terceirizados no exterior.
A grande questão na mente de muitos agora é: Qual é a melhor maneira de planejar o futuro? Novamente, existe algum investimento seguro?
Pechinchas de bens imoveis? Alguns analistas estão dizendo aos clientes para investir em imóveis, enquanto os preços estão baixos. A Associação Nacional de Corretores de Imóveis não tem tanta certeza e afirma no seu site: "Agora é o momento certo para investir em imóveis? Alguns dizem que sim, outros dizem que não, e alguns dizem que depende.” Os preços ainda estão em declínio em muitas áreas.
Talvez, metais preciosos? Na última década o preço do ouro e da prata aumentou vertiginosamente. As propagandas incentivando a compra desses metais preciosos aparecem constantemente no rádio e na televisão. Mas eles são um bom investimento nos valores atuais ou poderia ser mais um risco de perda para os investidores?
Grande parte do aumento do preço dos metais preciosos é devido à inflação da moeda—significando a manutenção do valor desses metais, enquanto a moeda perdia valor. No entanto, algumas das causas desse aumento de preços são baseadas no aumento da demanda por esses metais como uma proteção contra a inflação—seja por prudência ou movido por temores.
Se a economia voltar à estabilidade, o valor dos metais poderia despencar. Enquanto muitos analistas ainda estão recomendando investir em ouro, de certo modo, outros aconselham cautela e reflexão sobre o risco potencial.
E quanto ao mercado de ações? Hoje, os mercados de ações têm sido uma montanha-russa em relação ao ano passado. Alguns dizem que os aumentos são devido à política de "flexibilização quantitativa" do Banco Federal de Reservas (conhecido como QE1 e QE2), os quais têm gerado mais dinheiro do nada, o que elevam os temores de inflação.
E como temos visto recentemente, eventos como a turbulência econômica em alguns países europeus, o desastre do terremoto e tsunami no Japão e o tumulto entre os exportadores de petróleo do Oriente Médio levaram a grandes retrocessos no mercado de ações.
Embora ninguém na terra possa prever o futuro com exatidão, a maioria de nós entende que nos últimos dez anos o investidor médio tem ganhado muito pouco, e provavelmente tem tido algumas perdas, ao investir em ações. E, buscando fugir da montanha-russa das ações, muitos que estão poupando para a aposentadoria estão optando por uma conta de juros simples, como um fundo do mercado monetário, mesmo que os juros sejam muito baixos.
O preocupante monstro da inflação desenfreada
O vício dos gastos e empréstimos dos governos tem simplesmente se tornado uma loucura. Na mais recente proposta de orçamento, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama projeta uma dívida bruta federal de 15 trilhões de dólares este ano, oficialmente igualando-se ao tamanho da economia de todo os Estados Unidos, e saltará para 21 trilhões no prazo de cinco anos. Esta é uma escala de dívida nunca antes escutada, e grande parte desta dívida é devida a nações estrangeiras.
A percentagem da dívida dos Estados Unidos deverá superar a do Japão e da Grécia, ambos conhecidos pelos resultados de seus pródigos gastos públicos. Ninguém consegue explicar como é que o Estados Unidos poderá pagar isso. Agora, a parcela da dívida nacional está a mais de meio milhão de dólares por cada família nos Estados Unidos!
Enquanto isso, mais de quarenta dos cinquenta Estados dos Estados Unidos estão lidando com déficits orçamentários, e dez deles parecem estar à beira da falência. Os impostos estão aumentando em toda parte, assim reduzindo ainda mais prosperidade e o emprego.
O norte-americano médio vê diariamente os preços subindo e entende que este é um desastre iminente que provavelmente prejudicará o bem-estar financeiro de quase todo mundo. Todas as economias monetárias e os bens patrimoniais estão em risco.
Quem sabe onde investir para se proteger?
Ainda há bem pouco tempo a França e a China cogitaram a substituição do dólar norte-americano como moeda mundial para o comércio internacional. Quando isso acontecer, os bancos de todo o mundo despejarão dólares no mercado e o espectro da tão temida inflação galopante vai atingir os Estados Unidos como uma espécie de vingança.
Muitos economistas têm vindo a prever esse desastre financeiro nos últimos anos, até mesmo postaram vídeos na internet alertando que podemos perder praticamente tudo o que temos da noite para o dia. Muitas pessoas estão realmente assustadas com o que pode trazer o futuro financeiro, e por muito boas razões.
Então, existe um investimento verdadeiramente seguro—que com certeza manterá a riqueza de uma pessoa ou a aumentará ao longo do tempo? Não na esfera estritamente humana. É claro, devemos tomar medidas financeiras prudentes da melhor maneira possível—talvez dividindo nossas poupanças em diversos investimentos para preservar e aumentar o que temos (na verdade, os investimentos sábios deveriam incluir o investimento na educação, ou mudar para onde a remuneração seja mais alta, ou para onde o custo de vida seja mais baixo). Nada disso, no entanto, proverá a verdadeira segurança que todos precisamos. Contundo, existe algo que pode provê-la.
O homem mais sábio que já viveu contou esta história há muitos séculos: Havia um comerciante de pérolas que buscava boas pérolas. E descobriu uma que era a melhor e mais valiosa pérola que ele já tinha visto. E para ele era tão importante obter essa pérola que vendeu tudo que tinha para comprá-la. A história da "pérola de grande preço" está no Evangelho de Mateus, capítulo 13.
Mas, como essa história era uma parábola, o que representa a pérola? A resposta é simples: o Reino de Deus.
O seu maior investimento: O Reino de Deus
A compreensão sobre o Reino de Deus é, talvez, o entendimento mais valioso que uma pessoa pode ter, mas há muitos ensinamentos confusos sobre o assunto. João Batista proclamou a mensagem de que "o reino de Deus está próximo" (Mateus 3:2, grifo do autor em todo o texto), o que significa, em parte, que a oportunidade de ser incluído nesse Reino estava sendo disponibilizado para toda a humanidade.
Jesus Cristo falou muitas vezes do Seu Reino, que será um governo literal e mundial estabelecido na Terra depois que Ele retornar. Ele disse aos Seus discípulos que as pessoas "verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória... quando virdes acontecer essas coisas, sabei que o Reino de Deus está perto" (Lucas 21:27, 31).
Cristo disse claramente que esse governo vindouro justo e perfeito não será estabelecido na terra antes de Seu retorno triunfante em poder e grande glória. Ele também deixou isso claro em outras ocasiões.
Quantos de nós já recitou o conhecido Pai Nosso, sem entender o claro significado de suas palavras? Estas palavras familiares foram dadas por Jesus Cristo, em resposta ao pedido dos Seus discípulos para ensiná-los a orar: "Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o Teu reino" (Mateus 6:9-10).
A oração mais comum da cristandade reconhece que o Reino de Deus não está aqui ainda e que os cristãos devem orar fervorosamente por sua vinda!
Jesus também ensinou que trabalho, esforço e dedicação são necessários para que sejamos parte desse Reino. Em Lucas 16:16, Ele declarou: "A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele".
"Emprega força para entrar" significa trabalhar por ele, ou seja, se esforçar para entrar nele. A vinda do Reino de Jesus Cristo é algo que precisamos buscar diligentemente. Na verdade, devemos entesourá-lo e persegui-lo acima de tudo em nossas vidas!
O próximo colapso do sistema econômico
Acredite ou não, o colapso do sistema econômico, nos últimos dias foi previsto por ninguém menos que o próprio Jesus Cristo! Em uma parábola registrada para nós em Lucas 16, Jesus estava falando sobre o dinheiro e as riquezas do mundo e disse: "Quando estas vos faltarem..." (Versículo 9).
Observe que ele não disse: "Se faltar"—e sim "Quando faltar". A visão do apóstolo João registrada no livro de Apocalipse inclui a notícia de um iminente e enorme desastre financeiro que vai ocorrer dentro de um período breve de tempo: "Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas" (Apocalipse 18:16).
Ezequiel fala de forma semelhante sobre um momento em que o ouro e a prata serão jogados fora nas ruas como se não tivessem nenhum valor! "A sua prata lançarão pelas ruas, e o seu ouro será como imundícia; nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR" (Ezequiel 7:19).
Essa época de colapso econômico com certeza virá. Muitos especialistas acreditam que já há indícios de que pode estar muito próxima. Todos nós precisamos evitar dívidas e planejar sabiamente nossas finanças da melhor maneira possível nesses tempos desafiadores. Mas, sem Deus, todo nosso planejamento e salvaguarda de bens, afinal de contas, é em vão. O único investimento realmente seguro, a única maneira duradoura de bem-estar e recompensa, é buscar o Reino de Deus! BN