O que você sabe sobre a festa bíblica chamada Festa dos Pães Asmos?

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O que você sabe sobre a festa bíblica chamada Festa dos Pães Asmos?

Para a maioria de nós o pão é um acompanhamento ao qual não se dá muita atenção em todas nossas refeições diárias. Grande parte das refeições no mundo ocidental está centrada em carnes, massas ou caçarolas, e, a menos que estejamos comendo um sanduíche, o consumo de pão é simplesmente algo adicional ao prato principal. Porém, nas culturas do Oriente Médio dos tempos bíblicos isso era muito diferente.

Na antiga Israel tomar refeições era comum e corrente. Familiares e amigos se reuniam para comer uma refeição, enquanto se reclinavam sobre um tapete. Cada pessoa iria partir um pão em pequenos ou rodelas finase usá-lo como colher parapegar alimentos dos vários pratos ali disponíveis. É por isso que a Bíblia fala de pessoas que comem uma refeição como um ato de “partir o pão”.

Durante a época romana assentos e uma mesa baixa substituíram os tapetes, mas se tomava a refeição basicamente da mesma maneira.

O pãoera feito a partir de diferentes grãos, incluindo o trigo, a cevada, o milho ou até mesmo feijões e lentilhas. Eles eram preparados misturando-se farinha com água e amassados em cochos ou bacias. Dependendo de onde as famílias viviam ou de seu status social, o pão era cozido na areia quente ou em pedras incandescentes, em uma assadeira ou em um forno de bronze, de ferro ou, comumente, de barro.

A fermentação—processo para fazer a massa depãoinchar—éfascinante. Um agente de fermentação, que faz com que pequenas bolhas de gás se formem, é colocado numa porção de massa para fazê-la se expandir. Este agente de fermentação permeia cada parte da massa até que toda ela esteja levedada. Uma pequena quantidade de fermento pode fermentar uma grande quantidade de massa de pão.

Hoje em dia, geralmente usamos o bicarbonato de sódio ou fermento, mas naquela época não era assim. O pão era feito diariamente e a maneira mais fácil de fermentá-lo era para guardar um pedaço da massa fermentada do dia anterior. Este pedaço era colocado na massa, que era deixada em repouso até que ela estivesse toda fermentada.

Toda primavera a antiga Israel observava o festival bíblico da Páscoa e outro, ao longo de sete dias, chamado Festa dos Pães Asmos. Pouco antes de os israelitas serem libertos da escravidão no Egito, através de grandes milagres, eles receberam ordens de Deus para não comer pão levedado durante este período de uma semana (Êxodo 13:3-10).

Será que estas antigas celebrações têm algum significado para os cristãos de hoje?

“Celebremos a festa”

Muitos dizem que os cristãos devem viver de acordo com os ensinamentos do Novo Testamento e assim dão pouca atenção às Escrituras Hebraicas.

Porém, não podemos esquecer que as únicas Escrituras disponíveis para os apóstolos e a Igreja do primeiro século eram o que chamamos de Antigo Testamento. Assim disse o apóstolo Paulo a Timóteo acerca desses livros: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16-17).

Paulo estava dizendo a Timóteo para se lembrar de que ele foi ensinado desde criança através do Antigo Testamento. Neste contexto, não é difícil entender por que a Igreja primitiva do Novo Testamento observou a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos. Porque a Palavra inspirada de Deus disse-lhes para assim fazer!

Observe o que Paulo escreveu em sua carta aos coríntios, uma congregação predominantemente de não judeus: “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1 Coríntios 5:6-7, ARA).

No contexto em foi escrito, Paulo usa o fermento como um símbolo do orgulho e da vaidade humana. Ele entendia o processo de fermentação e o aplicou àcondição humana. No versículo 2, ele disse aos coríntios que eles estavam “inchados”. Lembre-se, fermento permeia a massa com bolhas de ar para fazê-lo “inchar”. Ainda hoje, nos referimos a alguém preocupado com sua importância como alguém “cheio de si mesmo”.

Agora observe o versículo 8: “Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”. De que festa Paulo está falando? Obviamente, ele está falando da Festa dos Pães Asmos, que esses cristãos gentios estavam observando (versículos 7-8).

Referências de Jesus sobre o pão

Jesus Cristo usou o fermento como símbolo de falsos ensinamentos. Observe o que Ele disse aos Seus discípulos: “Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus . . . Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?” (Mateus 16:6, 11). Então eles perceberam que Ele estava falando acerca dos ensinamentos desses grupos religiosos (versículo 12).

Vemos a partir das palavras de Paulo e Jesus que a fermentação pode servir como um símbolo do orgulho humano e dos falsos ensinamentos religiosos e dos pecados que procedem desse orgulho humano.

Em outra ocasião, um grupo de líderes religiosos judeus se aproximou de Jesus e Lhe pediu para realizar um sinal como prova de que foi enviado por Deus. Eles se referiam ao tempo em que Deus proveu à antiga Israel o alimento chamado maná, que o próprio Deus havia chamado de “o pão do céu” (Êxodo 16:4).

Jesus explicou a realidade espiritual que o maná simbolizava: “Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede” (João 6:32-35).

Então, Jesus fez a declaração extraordinária de que Ele é o “pão da vida”. Ele disse que se você comer deste pão viverá para sempre (versículos 50-51, 58). Como vimos acima, o apóstolo Paulo também vinculou a observância da Páscoa à Festa dos Pães Asmos. Jesus Cristo foi oferecido como o sacrifício da Páscoa do Novo Testamento e Ele chamou a Si mesmo de o pão da vida.

Alimentar-se da carne e do sangue de Cristo?

Jesus, então, fez a seguinte asseveração desconcertante: “Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida”.

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre” (João 6:53-58).

O que Jesus quis dizer com estas declarações? Será que Ele realmente pretende que uma pessoa coma seu corpo e beba seu sangue para receber a vida eterna? Esta declaração ofendeu a muitas pessoas, mas Jesus não procurou se explicar, porém, disse que Suas palavras eram espírito e vida (versículo 63). Mas Ele iria revelar mais na noite que antecede Sua morte.

Jesus, então, se reuniu com os doze discípulos para tomar a ceia da Páscoa, comumente referida como a Última Ceia. Durante esta ceia Ele explicou mais sobre o que quis dizer acerca de comer o Seu corpo e beber o Seu sangue:

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26:26-28).

Assim, devemos receber o sacrifício de Jesus—Seu sofrimento e morte em nosso lugar. Temos de interiorizar isto, juntamente com os ensinamentos de Jesus e Seu caminho de vida, expressado através de toda a Escritura.

Que dias religiosos devemos observar?

Como vimos, o Novo Testamento revela que Jesus é o verdadeiro Cordeiro pascal de Deus (1 Coríntios 5:7). Então, por que, hoje em dia, pouquíssimos cristãos observam a Páscoa bíblica e a Festa dos Pães Asmos que se segue?

De onde o mundo ocidental tirou seu atual calendário religioso? A Igreja do Novo Testamento não observou o Domingo de Páscoa. Éinteressante observar que em inglês , apalavra Easter (que significa Domigo de Páscoa) vem de uma antiga deusa pagã, como pode mostrar qualquer boa enciclopédia. O coelhinho de páscoa e os ovos coloridos têmorigem nos rituais da fertilidade da antiguidade e não têm nada a ver com a morte e ressurreição de Jesus, o Filho de Deus.

Por que tantas pessoas religiosas ignoram ou desconhecem os Dias Santos descritos na Bíblia, que foram observados por Jesus, pelos apóstolos e por toda a Igreja primitiva?

Por que tantas pessoas têm ignorado ou abandonado estas festas bíblicas e substituindo-as por dias religiosos antibíblicos cujas origens se encontram nas trevas da antiguidade? Então, vamos celebrar as festas que Deus nos deu em Sua Palavra! BN