Impérios Em Ascensão: O Que Isso Significa?
Não há dúvida, em minha opinião, de que a Bíblia é a fonte mais importante e confiável para se estudar se alguém deseja entender o cenário do mundo de hoje. Na verdade, é o mapa mais preciso para entender a geopolítica da história e dos eventos atuais. Atualmente, as nações estão se realinhando e os eventos estão acontecendo mais rápido do que os especialistas geopolíticos podem discernir. A razão por que tantos não conseguem analisar adequadamente o mundo de hoje é que eles rejeitam a Bíblia como instrumento para compreendê-la.
O atual desenvolvimento dos fatos mostra este ano como decisivo para os assuntos mundiais. Algumas grandes potências estão fazendo movimentos para aumentar seu poder, enquanto outras estão a caair. Estamos num momento como aquele descrito no livro bíblico de Habacuque, onde Deus falou ao profeta: “Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada” (Habacuque 1:5).
O mundo está passando pelo tempo que os historiadores chamam de "período axial" quando as ordens antigas se desvanecem e as novas tomam seu lugar. A maneira como podemos entender o que está ocorrendo em nosso mundo é através da compreensão fundamentada na visão de Deus sobre a história e Sua capacidade de dirigir a história das nações.
Uma maneira de olhar para o mundo presente é através da ótica dos impérios — antigos e novos. Estamos a cem anos do fim da Primeira Guerra Mundial. O fim da "Grande Guerra" viu o colapso dos impérios russo, alemão, habsburgo e otomano. O custo da guerra e a perda de vidas afligiram o Império Britânico e o puseram no lento caminho do declínio nas décadas seguintes.
Ironicamente, a guerra entregou aos Estados Unidos o papel de protagonista no mundo, que tem aumentado durante o resto do século vinte quando até 1991 eram a única superpotência mundial. Hoje, vemos poderes crescendo nas áreas desses antigos impérios e na Ásia. Se quisermos discernir adequadamente nossos tempos com uma visão correta de mundo, devemos buscar uma visão bíblica do mundo. Somente assim, tudo que está acontecendo ao nosso redor vai começar a fazer sentido para nós.
Então, vamos analisar o que está acontecendo hoje em dia.
Concorrência da China com o Ocidente
Apenas a geração mais velha lembra-se da época em que o termo "fabricado na China" era certeza de bens manufaturados com qualidade inferior. Hoje isso mudou. A China fabrica produtos de qualidade e produz a maioria do que é consumido nos Estados Unidos e em outras partes do mundo. A indústria manufatureira da China tem crescido e ela se tornou uma nação como um dos maiores PIB da economia mundial. A China é o centro da produção mundial e uma das economias que vem crescendo a um nível próximo de 7% ao ano.
Costumava-se dizer que, quando os Estados Unidos espirravam, o mundo ficava gripado. Agora, isso poderia ser dito sobre a China. O crescimento chinês ao estilo capitalista, apesar do contraste em sua forma de governo socialista-comunista, é reconhecido como essencial. Manter o desemprego em níveis gerenciáveis é fundamental para a estabilidade social da China. Sua grande população exige níveis contínuos de crescimento para manter o emprego e a renda em níveis satisfatórios. A continuidade do controle da China pelo governo comunista depende disso.
A expansão econômica da China permitiu que ela desenvolvesse um poderio militar formidável, tendo a marinha como a parte mais significativa, que lhe permite projetar seu poder muito além de seu litoral e dominar áreas da Ásia antes controladas pelos Estados Unidos. Os chineses querem acabar com o poder norte-americano na Ásia e substituí-lo por suas forças navais. Isso permitirá que a China controle as principais vias marítimas do comércio e exerça uma grande influência — senão o controle absoluto — em outras potências como o Japão ou a Austrália.
As ambições da China foram reveladas há muito tempo. Ela é uma potência ascendente que busca dominar não apenas a Ásia, mas também outras partes do mundo. O fato de a China deter grande parte da dívida externa dos Estados Unidos representa um risco crescente ao poderio norte-americano. A posição dos Estados Unidos como nação devedora é seu calcanhar de Aquiles, que um dia poderia acabar com seu longo domínio dos assuntos.
A China deseja ser a principal potência, não apenas na Ásia, mas no cenário mundial — e o único poder no caminho dos Estados Unidos.
Em uma recente conferência do Partido Comunista da China, o presidente Xi Jinping consolidou seu poder e, aparentemente, tem o total controle do país. Ele deseja levar a China a uma nova era e está em busca de moldar o mundo globalizado. Atualmente, não há ninguém semelhante a ele nesse papel. Em um futuro próximo, Xi estará à frente da marcha da China em direção ao império.
A influência da China sobre a Coreia do Norte poderia ser um fator relevante em suas relações com o Ocidente e, especialmente, com os Estados Unidos. A Coréia do Norte é uma potência nuclear e representa uma ameaça para os Estados Unidos, e não apenas para a região asiática, como a China. Não podemos esquecer que, enquanto a Coréia do Sul e o Japão podem ser alvos de qualquer ataque da Coreia do Norte, a China também se encontra bem ao lado, compartilhando fronteiras com essas nações.
O governo da Coreia do Norte é confuso e imprevisível — um pequeno país que talvez tenha dezenas de armas nucleares. Todos naquela região, inclusive a China, são um alvo potencial. E não se sabe que tipo de relação a China tem com a Coreia do Norte. Esse é um fator que poderia inibir os planos expansionistas da China.
No momento, a China é uma potência em crescimento, tendo uma presença evidente no cenário mundial. Elevando-se do leste e do norte da área profética decisiva de Jerusalém, a China deve ser entendida como parte do bloco de poder descrito em Daniel 11:44, que promove ações preventivas por parte de outro poder que ocupa as principais nações do Oriente Médio.
As passagens de Apocalipse 9:13-17 e 16:12 descrevem grandes exércitos do oriente, além do rio Eufrates, se movendo em direção a Jerusalém na época da crise mundial do tempo do fim. O crescente poder militar e naval da China poderia posicioná-la nesse papel de agente que mobiliza os países do tempo do fim. Quaisquer que sejam os planos da atual liderança da China, em última análise, estes serão sobrepostos por outros eventos descritos na profecia bíblica.
A volta do poderio russo
Agora vamos analisar a Rússia. Uma edição recente do jornal The Economist trouxe o presidente Vladimir Putin na capa, rotulando-o de "czar russo". O artigo continua descrevendo como o presidente Putin adotou grande parte da mística, da imaginação, e do estilo dos czares russos — monarcas imperiais de antes da era comunista — para trazer de volta à Rússia um pouco de ordem e respeitabilidade. Desde que chegou ao poder em 1999, Putin manteve o objetivo de restaurar a influência da Rússia como uma grande potência.
Ele invadiu a Ucrânia e anexou a Crimeia. Ele caçou, impiedosamente, os terroristas chechenos. E, mais recentemente, ele apoiou o regime sírio do presidente Bashar al-Assad com tropas e caças russos. Essa incursão russa no conflito no Oriente Médio aumentou a instabilidade da região ao permitir o crescimento da influência iraniana no Estado sírio falido.
A presença da Rússia às portas da Europa é um fator geopolítico de consequências históricas. A Rússia olhava para o Ocidente sob uma ótica de medo e inveja — à medida que a Europa Ocidental desenvolvia um alto nível de tecnologia e ultrapassava a Rússia em riqueza e padrão de vida. Desde os dias do czar ocidentalizador Pedro, o Grande, a Rússia reconheceu a necessidade de adotar os avanços tecnológicos e científicos da Europa para poder desempenhar devidamente seu papel entre as nações. Apesar de sua grandeza e população, historicamente, a Rússia tem ficado atrás dos seus vizinhos europeus.
O medo de invasão estrangeira também atormentou a Rússia. Napoleão tentou conquistar a Rússia e falhou. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha descumpriu um tratado e a invadiu, buscando as ricas terras do sul, que produzem alimentos e têm petróleo. Novamente, a extensão daquela terra e sua população, além de seu inverno severo, repeliram o invasor. Mas esse medo de sofrer invasão faz com que a Rússia mantenha um equilíbrio com a OTAN e uma presença em zonas-tampão, como a Ucrânia, sob sua influência.
Vladimir Putin busca construir e manter uma Rússia capaz de desempenhar um papel na Ásia e na Europa proporcional ao seu tamanho e recursos. Porém, a realidade é que a Rússia não está nem perto de voltar a ter o tamanho e o alcance da antiga União Soviética. Esse império colapsou em 1991 devido a múltiplas falhas no sistema.
Mas Putin está jogando bem com as nações por meio de uma política interna que o mantêm no topo da elite política. Os vastos suprimentos russos de gás natural e petróleo são as ferramentas usadas para manter as relações, equilibradas e a seu favor, com nações como a Alemanha. A Alemanha e outras nações da Europa Ocidental dependem muito de oleodutos fornecendo abundantemente gás natural para suas casas e indústrias.
President Putin is playing a long game, intending to rebuild a Russian empire like the czars. He has outlasted two American presidents and likely will outlast a third. His ambitions will clash with other regional powers, especially to the south in the Middle East.
O presidente Putin está jogando um jogo demorado, com a intenção de reconstruir um império russo ao estilo dos czares. Ele resistiu a dois presidentes norte-americanos e, provavelmente, resistirá ao terceiro. Suas ambições entrarão em conflito com outras potências regionais, especialmente no sul do Oriente Médio.
O desejo da Turquia de um novo Império Otomano
Vamos ponderar a região do antigo Império Otomano. Durante seu auge, este poder, centrado na Turquia, governou grande parte do moderno Oriente Médio e sudeste da Europa. Com a sua dissolução, após a Primeira Guerra Mundial, formou-se os modernos Estados da Síria, do Líbano, do Iraque, da Jordânia e de Israel.
Esse Império Otomano, um califado islâmico que governou um grupo multiétnico de povos por mais de quatrocentos anos, desapareceu há muito tempo. Mas os seus resquícios no Oriente Médio são palco de grande parte dos conflitos que dominam as manchetes de hoje.
A Turquia, nação muçulmana mais econômica e tecnologicamente avançada da região, tem sido um Estado secular na maior parte dos últimos cem anos. No entanto, sob o presidente Recep Tayyip Erdogan, que vem dominando a política turca desde 2003, a Turquia está se tornando mais islâmica e mais antiocidental a cada dia. Ele parece determinado a recuperar o poder e o prestígio do Império Otomano. E como a Turquia é membro da OTAN, esses acontecimentos têm graves implicações para o futuro desta aliança.
Enquanto isso, as vítimas de tropas norte-americanas no Iraque e no Afeganistão são um legado das divisões e decisões tomadas pelos antigos reinos otomanos. A história ensina terríveis lições que podem durar gerações.
No século passado, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos tentaram impor seus padrões de governo, de liberdade individual e de cidadania em uma região cujas pessoas são formadas pela religião e por costumes étnicos, e que resistem inerentemente a essas noções modernas. Com enorme custo financeiro e humano, ambos aprenderam, da pior maneira, o quanto é difícil esse desafio.
O Irã busca ressuscitar a glória da Pérsia
Além da Turquia, outro poder, o Irã, procura ampliar sua influência em grande parte da região. A República Islâmica conseguiu projetar sua influência disruptiva em um arco que se estende do Afeganistão ao oeste, até o Mar Mediterrâneo, e ao sul, para o Líbano e a ponta da Península Arábica. O governo islâmico xiita no Iraque precisa do apoio iraniano para manter o poder contra os muçulmanos sunitas.
O Estado sírio falido do presidente Assad é mantido com o apoio do Irã. No Líbano, o grupo terrorista Hezbollah atua como representante do Irã para levar a cabo uma guerra de desgaste contra o Estado de Israel. No Iêmen, os rebeldes houthi, apoiados pelo Irã, pressionam a Arábia Saudita, o poderoso Estado sunita que se contrapõe às ambições iranianas.
Os analistas que entendem o curso da história reconhecem que esses eventos estão ligados ao passado dessa região. Desde os dias do Império Persa do século VI a.C. não tem havido esse movimento de poder. O Irã sonha com a glória persa. Quando o Irã cruza o limiar nuclear, uma nova dimensão de tensão e terror chegará a essa região, senão para o mundo inteiro.
Um estado islâmico com armas nucleares é território desconhecido para líderes norte-americanos e europeus. É por isso que o acordo nuclear iraniano fechado durante o governo Obama é tão controverso. Com uma visão mais realista e cautelosa acerca das intenções do Irã, a administração Trump ameaçou anular esse tratado.
As ações agressivas do Irã já afetaram o equilíbrio do Oriente Médio. A sua ameaça à Arábia Saudita já levou esse país até mesmo a alinhar-se temporariamente com as preocupações de Israel sobre a segurança. Ambos têm interesse comum em combater as ambições do Irã. A nova liderança saudita também começou a revisar suas estruturas internas de governo para ajudar o país a lidar com as atuais realidades regionais.
Mais uma vez, o mapa do Oriente Médio está sendo redesenhado. Cem anos depois que os diplomatas da Europa derrubaram as fronteiras do derrotado Império Otomano — ato realizado sem entender completamente as realidades históricas e culturais dos povos dessa região — vemos que os eventos estão novamente forçando novos alinhamentos.
A questão é se os estadistas de hoje têm uma melhor compreensão dessa dinâmica para conseguir gerir ou influenciar melhores resultados do que os seus predecessores. Os eventos no Oriente Médio mudavam desde antes dos dias do Império Babilônico da época do profeta Daniel. A Babilônia foi subjugada pelos persas. A Pérsia foi conquistada por Alexandre, o Grande. O Império Grego, que era dividido e que durou trezentos anos após sua morte, foi dominado pelo punho de ferro do Império Romano, um poder de base europeia profetizado a desempenhar um papel na região no presente e no futuro.
Os últimos dois mil anos testemunhou um empate entre os poderes que surgiram — como o islã e a reação das forças políticas e religiosas da Europa. No século VII, os exércitos do islã foram expulsos da região, do norte da África e da Europa, interrompendo a ordem histórica estabelecida desde a antiguidade.
Para entender essa ordem, primeiro devemos observar outra região, a Europa, e fazer um exame breve doutro império ascendente. Então, poderemos retornar ao panorama geral que Deus nos entrega na Bíblia. Aqui estão as chaves para entender as potências mundiais de hoje.
O sonho de unidade da Europa
Temos falado muitas vezes sobre a Europa. Hoje em dia, a Europa está passando por vários desafios que afetam sua confiança e integridade. Em 2015, o fluxo maciço de imigrantes do Oriente Médio e da África mudou drasticamente a forma como ela é vista pelas outras nações.
A Alemanha abrigou mais de um milhão de refugiados da Síria, do Iraque e do norte da África. Essa decisão dividiu o país e enfraqueceu a autoridade da chanceler Angela Merkel. A Hungria e a Eslováquia fecharam suas fronteiras à imigração. A Áustria parou de aceitar novos imigrantes e, no ano passado, elegeu um primeiro-ministro nacionalista, o qual se comprometeu a dar prioridade aos interesses da Áustria.
Tudo isso parece ser a história fazendo justiça, pois cem anos depois da colonização europeia mudar o mapa no Oriente Médio, redesenhando fronteiras para criar novas nações, sem entender as tensões culturais e étnicas subjacentes, os fragmentos desse mapa atingem a Europa de hoje — causando divisão, resistência e dúvidas. O triste legado desse capítulo da história é que parece que a atual compreensão ou a estratégia para o Oriente Médio continua sendo a mesma de 1918.
O impacto do Brexit na União Europeia
A decisão da Grã-Bretanha de retirar-se da União Europeia desencadeou outra crise, que está testando a capacidade desse bloco de avançar. Antes do plebiscito do Brexit, nenhuma nação da União Europeia pensava em sair. Mas isso está empurrando o continente para um novo território.
O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu uma união mais estreita — ou seja, uma União Europeia mais integrada, tendo a França e a Alemanha à frente para poder abordar questões globais como a mudança climática, o aumento do poder da China e um possível Irã nuclear. E isso apesar da sua admissão bombástica de janeiro passado de que se os franceses pudessem votar num referendo sobre a adesão à União Europeia, eles escolheriam sair do bloco assim como a Grã-Bretanha!
Macron vê a Europa assumindo gradualmente mais responsabilidades quanto à defesa do bloco por causa do recuo da influência dos Estados Unidos. No ano passado, ele disse: "Somente a Europa pode nos proporcionar a capacidade de agir no mundo de hoje".
No entanto, devemos lembrar que o que é a Europa de hoje não será a mesma de amanhã. A União Europeia atravessa por uma crise aparentemente sem soluções eficazes. Um longo período de crise econômica que tem jogado os países do sul contra os países mais ricos do norte. No entanto, a União Europeia continua tentando eliminar as fronteiras e promover uma imagem grandiosa de um Superestado cada vez mais próximo de todos os membros através das políticas econômicas.
Um dos principais propósitos da União Europeia desde sua união industrial entre alguns Estados e, mais tarde, com o Tratado de Roma, em 1957, era unir a França e a Alemanha para que nunca mais houvesse guerra entre elas. Mas a Europa nunca será apenas um grupo de nações unidas para compartilhar uma filosofia econômica e política. O governo da atual União Europeia não tem o elemento crítico que sempre uniu os povos díspares da Europa em um império duradouro — seja o Império Alemão, o Habsburgo ou o antigo Império Romano.
Tudo isso tem a ver com religião
Quando a Europa redescobrir e abraçar suas raízes religiosas, então ocorrerá o próximo passo em direção a um tipo de "império" que cumpre todos os objetivos estabelecidos por seus líderes. Embora o cristianismo esteja intrinsecamente ligado à história da Europa, os atuais idealizadores e, em muitos casos, seculares da União Europeia evitaram, deliberadamente, qualquer referência à Deus, à religião ou ao cristianismo. O Papa João Paulo II criticou a omissão do cristianismo dos primeiros esboços daquilo que, depois de sua morte, se tornaria o Tratado de Lisboa de 2007, a "Constituição Europeia", a qual unifica os Estados-membros.
Alguns historiadores situaram a fundação da Europa no reinado do rei franco Carlos Magno. Com a sua coroação pelo papa em Roma no Natal de 800 d.C., a autoridade e o prestígio do Império Romano foram restaurados. Carlos Magno foi o defensor da cristandade e o rei de maior parte da Europa do que qualquer outro governante desde os imperadores romanos. Ele combinou em seu governo o poder da igreja e do Estado. Quando, mais tarde, os reis criaram o Sacro Império Romano, eles compreenderam que estavam edificando sobre o que Carlos Magno tinha começado.
Na Europa, a combinação de igreja e Estado atuou por mais de um milênio, estendendo sua forma de cultura, de política e de religião para todas as partes do mundo. Começando com a era da expansão marítima de Portugal no fim do século XV, a Europa abriu-se para o mundo e pôs em prática um sistema mercantil que canalizou a riqueza de volta para o continente, trazendo um grande fluxo de comércio. Diversas matérias-primas dos confins da África, das Américas e da Ásia foram levadas para a Europa. Os produtos manufaturados eram exportados para colônias estabelecidas pela França, Bélgica, Espanha e Portugal.
E foi criada uma extensa atividade econômica que, durante mais de quinhentos anos, serviu para estabelecer, capacitar e sustentar as poderosas famílias e dinastias da Europa. Hoje em dia, se você visitar as capitais dos países europeus verá castelos, palácios e catedrais nas grandes cidades, e estará olhando as evidências tangíveis desse grande período em que a riqueza do mundo fluía para a Europa.
O surgimento de um novo império
Certamente, de todas as potências estudadas neste artigo, a União Europeia é a que devemos dar mais atenção. A União Europeia está passando por uma crise existencial que sacudirá suas bases. Ela tem graves problemas internos e contradições, mas ao mesmo tempo tem dimensão, poder e voz nos assuntos mundiais que não podem ser menosprezados.
A Europa que vemos hoje, às vezes ridicularizada como o "velho mundo" e como uma ideia fracassada, não vai desaparecer. Tudo irá mudar, provavelmente por meio de uma crise expressiva e, diferente do que vemos atualmente, ela se tornará uma potência poderosíssima e surpreenderá o mundo.
Isso levará a um momento chocante que fará com que os líderes da Europa estabeleçam um poder duradouro com capacidade de manter a ordem dentro de suas fronteiras e além delas. Esse poder não terá apenas uma dimensão política, mas também religiosa. E isso está perto de acontecer e você precisa entender o motivo.
A chave está na profecia bíblica
Como sabemos disso? Por que podemos escrever sobre o atual cenário mundial — sobre as forças da China, da Rússia, do Oriente Médio e da Europa — com um entendimento que não é extraído de um texto de história ou de uma fonte de notícias contemporânea? A razão disso é que nossa visão de mundo é baseada na Bíblia — especificamente as partes proféticas que descrevem a história desde o tempo dos profetas bíblicos até a nossa era atual.
Existem três fatores importantes nessa visão de mundo.
Primeiro, quando você aceita o princípio básico de que foi Deus que estabeleceu as fronteiras das nações e seus tempos designados de poder e influência no mundo (Atos 17:26), então você tem aí o seu ponto de partida.
Em segundo lugar, quando você combina isso com a capacidade de Deus de prever os principais eventos em todas as eras da história através de Seus profetas (Isaías 44:6-7), você tem o elemento profético da Bíblia.
Em terceiro lugar, você encontra no livro de Daniel muitas das profecias que preveem a verdade da história dos dias de hoje e do tempo do retorno de Cristo.
Daniel fala de impérios do passado e do presente. E também menciona, especificamente, o choque entre os impérios localizados na Europa e no Oriente Médio. O quadro geral desses poderes pode ser encontrado nos escritos de Daniel e no livro de Apocalipse. No tempo do fim, um poder do Oriente Médio se levantará contra um bloco de nações centrado na Europa e provocará um fluxo de exércitos para o Oriente Médio. Jerusalém será o motivo desses confrontos, e, nessa ocasião, ocorrerá um movimento de armas e poderes nunca visto na história humana.
O temor de Deus é o princípio do entendimento
Por isso é que nas páginas de A Boa Nova nós prestamos muita atenção ao que acontece na Europa e no Oriente Médio. Este artigo é uma breve visão dos poderes em ascensão no mundo de hoje pela ótica da Bíblia. A única maneira de saber sobre o desenrolar da ordem atual é entender o que as Escrituras dizem sobre a história e a profecia.
Nenhuma notícia de hoje leva em consideração o que Deus tem a dizer através das páginas da Bíblia. Nem mesmo os comércios que trabalham com Bíblias e jornais, na maioria dos casos, têm suficiente entendimento e discernimento das Escrituras.
A análise de A Boa Nova é a mais próxima da verdade porque não apenas cremos na autoridade da Bíblia, mas também deixamos essa autoridade moldar e orientar nossas vidas. E você também deveria fazer isso. "O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre” (Salmos 111:10).
O mundo está mudando rapidamente. Deus está movendo-se entre as nações. Ele controla todos os acontecimentos para que se adequem ao Seu plano e propósito. Continue lendo A Boa Nova e mantenha-se perto de Deus. Ele lhe dará compreensão do verdadeiro significado dos eventos importantes!