Eventos e Tendências Atuais
Março - Abril 2018
O Aumento do Risco Para Militares dos Estados Unidos
Sem reestruturação e novos equipamentos, as forças armadas norte-americanas podem sofrer derrotas nos próximos conflitos. Conforme relatado no jornal The Washington Times, em um novo estudo da instituição Rand Corp, intitulado "A Capacidade Militar e de Defesa dos Estados Unidos Num Mundo Perigoso" diz "que as forças dos Estados Unidos poderiam, segundo análises plausíveis, perder a próxima guerra em que se envolverem" (citado por Bill Gertz, 13 de dezembro de 2017).
"O estudo da instituição Rand Corp recomendou que, em vez de preparar seu poderio militar para combater duas guerras regionais simultaneamente, os militares precisam mudar o foco para o combate dos cinco principais adversários da atualidade: China, Rússia, Coréia do Norte, Irã e grupos terroristas islâmicos" — e cada um desses conflitos necessita de equipamentos e métodos de engajamento distintos (ibid.).
Em relação às necessidades militares abrangentes, o texto seguinte de Loren Thompson foi extraído de um artigo da revista Forbes e se intitula "Cinco Razões Pelas Quais O Exército dos Estados Unidos Deve Se Modernizar Para Evitar Uma Catástrofe" (3 de janeiro de 2018):
"O exército dos Estados Unidos...tem sido severamente subfinanciado desde 2011...Como resultado, os sistemas de combate do Exército têm ficado cada vez mais obsoletos...o Secretário das Forças Armadas Mark Esper e o Subsecretário Ryan McCarthy...estão intensificando seus esforços para explicar sobre esse perigo iminente...Aqui, de forma simplificada, estão os cinco temas-chave no cerne do apelo do Exército por mais investimento em modernização, enquanto ainda há tempo para equipar adequadamente os soldados norte-americanos”..
“1) O orçamento para a compra de equipamentos do exército foi reduzido ao máximo durante o governo Obama...O contingente militar ativo no Exército foi reduzido a cerca de cem mil soldados...”.
"2) Inimigos potenciais estão se aproximando da tecnologia militar dos Estados Unidos. A Rússia e a China começaram a se igualar ou superar as capacidades de combate disponíveis aos soldados norte-americanos. Por exemplo, os tanques dos Estados Unidos não possuem a tecnologia de proteção ativa equipada nos tanques russos; muitas vezes, os mísseis táticos russos e chineses têm tido maior alcance do que os equivalentes norte-americanos; e muitos países colocaram sensores de segmentação com alcance maior. No ano passado, o subcomandante do Exército disse ao Congresso que o equipamento do exército está ‘ultrapassado, superado e desatualizado’".
"3) As novas tecnologias proporcionam aos inimigos a superação da capacidade bélica do Exército. Muitos adversários potenciais estão usando aviões não tripulados — drones — para espionar as forças terrestres norte-americanas ou para atacá-las...Outros inimigos estão usando sistemas de interferência de baixo custo para confundir os sinais de navegação, detecção e comunicação dos Estados Unidos. Os ataques cibernéticos contra as redes táticas dos Estados Unidos estão cada vez mais comuns...”.
"4) Os inimigos descobriram que os soldados estão vulneráveis...As guerras são principalmente sobre controle de territórios, de populações e recursos...[o que, basicamente] exige "forças terrestres". Mas com o advento da improvisação de aparatos explosivos, cargas moldadas e outras opções de alta tecnologia, se faz necessário mais financiamento para modernizar a proteção do exército, de modo que os soldados dos Estados Unidos não se tornem alvos fáceis”.
"5) O Exército tem uma estreita janela de oportunidade para avançar na modernização...O gasto com armas aumenta quando os republicanos controlam o governo e cai quando o controle é dos democratas...Os líderes do exército precisam convencer o Congresso a acelerar o desenvolvimento de novos helicópteros, veículos de combate, redes de comunicação e outros equipamentos para assegurar um apoio político perene à medida em que mudam os ânimos dos congressistas”.
"O Exército já identificou quais são as principais prioridades de modernização...Se essa tecnologia não chegar logo às Forças Armadas, então, inevitavelmente, o risco de enormes baixas e derrota catastrófica na próxima campanha militar terrestre dos Estados Unidos aumentarão”.
Em 31 de dezembro de 2017, o artigo do site Observer intitulado "O Ano Em Que A Hegemonia dos Estados Unidos Chega ao Fim", o ex-analista da Agência Nacional de Segurança, John Schindler, descreveu alguns dos graves desafios enfrentados pelos militares norte-americanos:
"Nossa Força Aérea...está perdendo pilotos a uma taxa alarmante, enquanto pouquíssimos caças F-22 mantém o domínio aéreo em todo o mundo...Nossa Marinha está ainda em pior situação...Considerando que a Marinha dos Estados Unidos é que tem garantido a livre navegação nos mares do mundo desde 1945...Seu triste declínio tem consequências de longo prazo...”.
"Nosso Exército ainda não está pronto para uma batalha campal. Nas sombras da guerra no leste da Ucrânia, as forças terrestres da Rússia demonstraram uma capacidade de matar muito superior a dos Estados Unidos e da OTAN...O exército dos Estados Unidos está tentando, desesperadamente, melhorar para poder enfrentar os russos em pé de igualdade numa batalha assim”.
"Alguns impérios enfraquecem lentamente, outros caem rapidamente após uma grande derrota; a história está repleta destes exemplos. Desde 1945, Washington tem presumido poder estabelecer nossos militares em qualquer lugar, no momento e lugar que escolher, graças ao nosso domínio dos céus e dos oceanos do mundo...Mas isso não é mais verdade. O mundo mudou, a hegemonia norte-americana entrou em colapso e, se não houver cautela, Washington pode descobrir isso da maneira mais difícil" (Fontes: The Washington Times, Forbes, Observer).
A dívida externa dos Estados Unidos continua aumentando
Depois que o governo anterior e o Congresso deram o aval para alargar o teto da dívida externa do país, tem sido perturbador ver o quanto ela tem aumentado. Atualmente, a dívida externa dos Estados Unidos está em inimagináveis vinte trilhões e meio de dólares e segue aumentando — 106% do PIB, maior do que toda a economia do país. Segundo escreve Desmond Lachman, do Instituto American Free Enterprise, ela "se encontra num nível que todos os economistas consideram uma zona de altíssimo risco" ("Ponto de Vista: O Perigo do Aumento da Dívida Pública", site InsideSources, 7 de janeiro de 2018).
Um artigo da revista The Week aponta: "No geral, o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, em inglês) acredita que a dívida pública supere a barreira dos trinta trilhões até 2028, à medida que os custos do programa de saúde Medicare e da Segurança Social aumentem para cobrir o envelhecimento dos babies boomers. A Presidente do Banco Central, Janet Yellen, advertiu que o contínuo aumento da dívida do país poderia se tornar insustentável. ‘Esse é o tipo de coisa que não deixa ninguém dormir’, disse ela ao Congresso em novembro” ("A Dívida Pública Explicada", 13 de janeiro de 2018).
As taxas de juros mais baixas da história ajudaram o governo a continuar pagando juros da dívida. Mas essas taxas de juros deverão aumentar nos próximos anos. Alguns afirmam que isso não é muito importante, já que o governo pode continuar imprimindo dinheiro para sempre, mas isso levaria ao descontrole da inflação.
A maior parte dessa dívida é devida a investidores norte-americanos, que detêm os títulos do Tesouro — empresas, governos locais ou indivíduos — e volta aos fundos fiduciários do governo, como Segurança Social e programa Medicare, com investidores que se beneficiam dos juros auferidos. Cerca de 30% dela é de propriedade de investidores estrangeiros. "O maior credor estrangeiro dos Estados Unidos é a China, que detém cerca de 5% do total dessa dívida, seguido de perto pelo Japão. Isso pode se tornar um problema se os Estados Unidos sofrerem danos a sua classificação de crédito, mas atualmente, a dívida pública norte-americana ainda é considerada um dos ativos mais seguros do mundo" (ibid). Evidentemente, isso pode mudar um dia.
Lachman comenta: "Aqueles que não estão preocupados com a nossa crescente dependência do financiamento estrangeiro parecem fechar os olhos para o alto endividamento do governo de nossa nação para com países como a China, que, particularmente, não é tão favorável a nós. Na verdade, não deveríamos confiar tanto nessas fontes estrangeiras de financiamento, e sim nos esforçarmos para reduzir essa nossa vulnerabilidade econômica externa, pagando nossa dívida".
As Escrituras advertem que "o que toma emprestado é servo do que empresta" (Provérbios 22:7). E Deus disse aos israelitas que seriam amaldiçoados por causa da desobediência e, por isso, os estrangeiros teriam capacidade de emprestar-lhes enquanto eles não conseguiriam emprestar nada aos estrangeiros (Deuteronômio 28:43-44). Este é um assunto muito sério.
O colunista conservador Cal Thomas escreveu recentemente: "Antes de alargar a dívida pública mais do que qualquer outro presidente, Barack Obama criticou George W. Bush por aumentar essa mesma dívida dos Estados Unidos. Um senador do Illinois, num debate sobre a elevação do teto da dívida, disse a Obama: "O fato de estarmos aqui hoje para debater o aumento do limite da dívida dos Estados Unidos é um sinal de falha na liderança". A dívida aumentou em 3,5 trilhões de dólares nos primeiros cinco anos de Bush no cargo, em parte foi por causa do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 e a subsequente guerra no Afeganistão. Durante os dois mandatos de Obama, essa dívida aumentou em 8,9 trilhões de dólares . . .
"Uma das razões pelas quais os impérios e as grandes nações entraram em colapso ao longo da história foi por causa de pesadas dívidas. Nenhum indivíduo pode continuar gastando como se não houvesse amanhã, então por que alguém pensaria que uma nação pode continuar aumentando seu déficit e ainda esperar um futuro? As empresas que gastam constantemente mais do que lucram vão à falência. As nações que gastam constantemente mais do que arrecadam e continuam tomando emprestado para manter a ilusão da prosperidade, geralmente, entram em colapso. É preciso parar para avaliar um comportamento tão irresponsável. E isso não é uma questão de se, mas de quando” ("O Grande Favor da China”, The Washington Times, 15 de janeiro de 2018). (Fontes: InsideSources, The Week, The Washington Times).