Sem dúvida, a cidade de Sodoma exerceu uma influência corruptora sobre Ló e sua família. E Ló chegou até a oferecer suas filhas solteiras para uma multidão ensandecida com o intuito de salvar seus convidados desconhecidos. Entretanto, talvez isso tenha sido apenas uma estratégia para dar a seus convidados a chance de escapar. Entretanto, ao chamar a atenção para suas filhas, ele as colocou em grave perigo. Mas de qualquer forma, fica bem claro que Ló não estava confiando em Deus. E é interessante notar que, aparentemente, ele tinha pelo menos duas outras filhas casadas (versículo 14). Contudo, por estarem sob a autoridade de seus maridos iníquos, elas também não escaparam da destruição da cidade.

Essa depravação generalizada de Sodoma e Gomorra, bem como de outras cidades daquela planície, foi plenamente confirmada pela visita daqueles dois anjos. A maioria das pessoas quando ouve falar sobre o pecado de “Sodoma e Gomorra” logo o associa à homossexualidade. Mas esse não era o único pecado grave daquelas cidades. No livro de Ezequiel, Deus disse que os pecados delas incluíam “soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade... [e também] nunca fortaleceram a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram, e fizeram abominações diante de Mim” (Ezequiel 16:49-50, ACF). Diante do exemplo de humildade e diligência de Abraão no cuidado com seus visitantes, narrado em Gênesis 18, podemos ver pela condenação de Ezequiel que Sodoma e Gomorra ultrapassaram todos os limites da moralidade e dos costumes sociais. O estilo de vida dessas cidades era voltado à autoexaltação, à indulgência e à indiferença e injustiça social para com os outros.

Vamos refletir por um momento em nossas sociedades modernas. Nunca estivemos tão abastados e tão seguros em nossas necessidades diárias e ainda com uma enorme gama de opções de lazer. Mas, ao mesmo tempo, temos sido atormentados pela pobreza, falta de moradia, políticos corruptos, leis injustas, tribunais mais preocupados com o bem-estar e os direitos dos criminosos do que com a justiça, e também por sistemas sociais e costumes que violam as instruções de Deus. E por mais surpreendente que possa parecer, até mesmo as práticas religiosas populares de muitas igrejas nada mais são do que uma reciclagem de antigos costumes pagãos que Deus sempre condena nas Escrituras. Deus deseja muito que a humanidade se arrependa — voltando-se humildemente para Ele e passando a viver em Seu caminho de vida —, mas será preciso Ele “descer” novamente com atitude de julgamento para que isso ocorra em larga escala. Apesar disso, Deus demora a perder a paciência e é abundante em misericórdia — e devemos ser imensamente gratos por isso.