Após 500 anos, A Reforma Protestante Corre o Risco de Ser Anulada?

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Após 500 anos, A Reforma Protestante Corre o Risco de Ser Anulada?

Alguma vez houve uma grande divisão em sua congregação ou denominação da igreja? É um fato triste da vida que a divisão da igreja tem sido comum ao longo dos dois mil anos desde que Jesus fundou Sua Igreja.

Há cinco séculos, o ramo dominante da religião cristã tradicional, a Igreja Católica Romana, enfrentou um grave cisma quando um de seus sacerdotes e teólogos, o agora famoso Martinho Lutero, rejeitou vários ensinamentos e práticas da igreja. Entre as contendas, Lutero questionou fortemente a visão católica sobre as indulgências e a compra da libertação do castigo de Deus por causa do pecado.

O ano de 2017 marca o 500º aniversário das Noventa e Cinco Teses de Martinho Lutero, que a tradição afirma ter sido afixada na porta da igreja do castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517 (embora a história seja uma questão de disputa). As teses deram início ao que seria conhecido como a Reforma Protestante. Mais tarde, Lutero foi excomungado e suas teses rejeitadas pelo papa Leão X em 1520. Essa divisão no cristianismo foi a segunda maior ruptura após a divisão ortodoxa do século onze.

Atualmente, quinhentos anos depois, ainda persistem questões sérias sobre a eficácia das reformas de Martinho Lutero e sobre a sua permanência ou não.

A Reforma Protestante está sendo revogada? Será que uma divisão de quinhentos anos poderia ser revertida, reunindo assim católicos e protestantes?

À medida que esse grande aniversário é comemorado, uma corrente subjacente se alastra, silenciosamente, pela Igreja Luterana, uma vez que a Igreja Católica em Roma tem conseguido cada vez mais apoio ao que poderia, eventualmente, destruir o sonho de Lutero.

Luteranos e católicos em comunhão

Quando estudamos a relação moderna entre católicos e luteranos, não podemos deixar de notar uma diminuição na barreira que separou essas duas religiões desde 1517. A linha que, a princípio, os dividia vem sendo removida gradualmente. A Reforma estaria perdendo sua identidade?

Em 5 de julho de 2017, em Wittenburg, na Alemanha — a mesma cidade onde Martinho Lutero atacou abertamente as práticas da igreja e ensinou há quinhentos anos, dando início à Reforma Protestante — a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas (que representam oitenta milhões de crentes) concordou com a Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação, previamente acordada em 1999 por católicos e luteranos, e por metodistas em 2006.

"Além da imensa alegria, o ato formal de hoje traz novos desafios e responsabilidades em nossa busca pela fidelidade ao Evangelho e unidade na verdade", disse o Papa Francisco em uma declaração escrita e lida por ele mesmo. "Esse evento marca um novo estágio de comunhão e cooperação a serviço da justiça e da paz em nossa família humana" (Anli Serfontein, "O Papa Francisco Elogia a Declaração Assinada no Encontro das Igrejas Reformadas na Alemanha", Notícias Ecumênicas, 5 de julho de 2017).

A mensagem foi lida em voz alta para cerca de oitocentos dignitários, representando algumas das maiores igrejas cristãs, que se reuniram em Wittenberg para o evento. O cardeal Brian Farrell, secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, disse aos delegados reunidos que o acordo abriu "uma nova era de confiança entre as igrejas — um tempo de cura e reconciliação e de redescobrir o quanto compartilhamos" (ibid.).

Esse foi o último de vários desses movimentos. Em 15 de janeiro de 2016, um grupo de luteranos finlandeses recebeu a sagrada comunhão de sacerdotes católicos em uma missa realizada na Basílica de São Pedro, após um encontro com o Papa Francisco. O bispo luterano Samuel Salm disse o seguinte sobre essa comunhão: "Eu mesmo aceitei isso". E acrescentou que "isso não foi uma coincidência" ("Os Luteranos Recebem a Comunhão no Vaticano Após o Encontro Com o Papa”, site lifesitenews.com, 21 de janeiro de 2016).

Em 12 de dezembro de 2015, numa entrevista ao Registro Católico Nacional, o pastor Jens Kruse, da Igreja Evangélica Luterana de Roma, disse: "Eu acho que é típico do papa Francisco abrir portas, e agora nós, como igrejas, temos o dever de encontrar maneiras para entrar nessa porta aberta buscando mais vida no ecumenismo da unidade" — o termo ecumenismo é usado nos esforços para unificar as igrejas do mundo ("Revolução: O Pastor Luterano de Roma Diz Que a Porta Aberta Pelo Papa Francisco É Para a Intercomunhão", site lifesitenews.com, 16 de dezembro de 2015, grifo nosso).

Parece que a Igreja Católica Romana está trabalhando silenciosamente para trazer de volta seus filhos separados com um forte impulso em direção ao ecumenismo — buscando nulificar quinhentos anos de separação. Qual o futuro desse movimento?

Convocação de católicos e luteranos em todo o mundo

Em outubro de 2016, o Papa Francisco e o Bispo Munib Yunan, presidente da Federação Luterana Mundial, assinaram uma declaração conjunta no 500º aniversário da Reforma Protestante na Catedral Luterana de Lund, Suécia. Parte do texto diz:

"Com essa Declaração Conjunta, expressamos uma alegre gratidão a Deus por este momento de oração comum na Catedral de Lund, quando começamos o ano comemorando o quinquagésimo aniversário da Reforma. Cinquenta anos de diálogo ecumênico sustentado e frutífero entre católicos e luteranos nos ajudaram a superar muitas diferenças e aprofundar nosso mútuo entendimento e confiança...

"Estamos nos comprometendo a promover o crescimento da comunhão arraigada no Batismo, na medida em que buscamos eliminar os obstáculos que nos impedem de alcançar a união plena... Desejamos que essa ferida no Corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo de nossos esforços ecumênicos...".

E essa declaração conjunta concluiu: "Pedimos a todas as paróquias e comunidades luteranas e católicas que sejam ousadas e criativas, alegres e esperançosas em seu compromisso de continuar nessa grande jornada à nossa frente. Em vez de conflitos do passado, o dom de unidade de Deus entre nós deve orientar a cooperação e o aprofundamento de nossa solidariedade. Ao aproximar-se da fé em Cristo, orando juntos, ouvindo uns aos outros, vivendo o amor de Cristo em nossos relacionamentos, nós, católicos e luteranos, nos abrimos ao poder do Deus Trino".

Então, o que está acontecendo? O que está acontecendo diante de nossos olhos? A Reforma está sendo invalidada? E o mais importante, será que a Igreja Católica Romana está prestes a cumprir um presságio bíblico de quase dois mil anos?

A Federação Luterana Mundial relatou o seguinte acerca desse encontro histórico, que resultou nessa declaração conjunta:

"A Federação Luterana Mundial (FLM) e a Igreja Católica Romana realizaram conjuntamente uma comemoração ecumênica da Reforma em 31 de outubro de 2016 em Lund, na Suécia. Esse encontro foi organizado com a cooperação da Igreja da Suécia e a Diocese Católica de Estocolmo, o evento destacou a firme evolução ecumênica entre católicos e luteranos e os dons conjuntos recebidos através do diálogo, particularmente, em antecipação ao 500º aniversário da Reforma em 2017".

Como podemos ver, a comemoração do aniversário de quinhentos anos da Reforma Protestante, em 31 de outubro de 2017, vai repercutir em todo o mundo com grandes implicações religiosas! O ecumenismo está vivo e forte, e a Igreja romana tem um plano em mente — um objetivo final.

A história romana conduz a grandes implicações proféticas

Quais são as implicações proféticas que envolvem o ecumenismo que temos visto entre católicos e protestantes? A união e o ecumenismo parecem ser bons, mas será que isso poderia terminar em algo muito perigoso e com consequências imprevisíveis? Seria possível que, em algum momento futuro, apenas uma religião oficial venha a ser permitida e as outras proibidas?

Na profecia que Jesus deu no Monte das Oliveiras, alguns dias antes de ser crucificado (Mateus 24; Marcos 13; Lucas 21), Ele advertiu, ao prever os sinais que precederiam o Seu retorno, que a primeira grande tendência seria um cristianismo falso (Mateus 24:4-5). Praticamente desde o início, os enganadores começaram a tentar influenciar a Igreja do Novo Testamento, infiltrando-se nela.

Em pouco tempo, ainda no primeiro século, surgiram diversas formas de cristianismo — uma fiel à pura verdade bíblica e aos ensinamentos de Cristo e a outra que mesclava a Bíblia com crenças e filosofias pagãs. Esta mistura é chamada de sincretismo, e muitas das crenças populares romanas pagãs, que foram adicionadas ao cristianismo atual, se originaram nas antigas religiões babilônicas.

Após algumas décadas da fundação de Sua Igreja, as tendências que Jesus havia advertido começaram a acontecer. Nos anos 50 d.C., o apóstolo Paulo advertiu que os falsos mestres já estavam apregoando "outro Jesus" e "um evangelho diferente" (2 Coríntios 11:4; Gálatas 1:6). No fim do primeiro século, alguns chegaram até a rejeitar o apóstolo João e expulsaram os verdadeiros cristãos para fora da Igreja (3 João 9).

Uma nova igreja surge e adquire poder

No começo, o cristianismo sofreu mudanças drásticas. A igreja visível tornou-se muito diferente do que foi originalmente estabelecido por Jesus e Seus apóstolos. O historiador Jesse Hurlbut chama esse período de "a era das trevas". Como ele descreve: "Por cinquenta anos, após a vida de São Paulo, uma cortina pairou sobre a igreja, através da qual nos esforçamos em vão para olhar, e quando finalmente ela se levanta, cerca do ano 120 d.C. com os escritos dos mais antigos padres da igreja, encontramos uma igreja, em muitos aspectos, bastante diferente daquela dos dias de São Pedro e São Paulo” (A História da Igreja Cristã, 1970, p. 33).

No quarto século, o imperador romano Constantino decidiu tornar o cristianismo a religião oficial para unificar e fortalecer seu império. Mas para fazer isso, ele usou seu poder para juntar diferentes seitas que ensinavam uma variedade de conceitos — muitos deles estranhos aos ensinamentos de Jesus. O resultado disso foi o reconhecimento oficial de várias crenças que, de muitas formas, eram semelhantes ao popular culto ao sol, uma cerimônia romana pagã.

Por exemplo, nessa altura, a igreja visível para a maioria havia adotado como dia de culto semanal o primeiro dia da semana, domingo, em honra ao dia do sol invicto, em lugar do Sábado bíblico, o sétimo dia da semana (do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol do sábado). Da mesma forma, a celebração romana do aniversário do sol, 25 de dezembro, foi rotulada como o suposto aniversário do Filho de Deus e assim tornou-se um dos feriados religiosos mais populares do mundo — o Natal!

A igreja patrocinada pelo Estado de Constantino evoluiu e cresceu em poder e tornou-se conhecida como a Igreja Católica Romana — "católica" da palavra latina catolicus, que significa universal ou geral. E seria a religião universal do Império Romano.

Às vezes, o bispo de Roma, ou papa, tinha tanta autoridade política e religiosa que podia até entronizar e destituir imperadores. A igreja controlou o Estado! Por causa desse relacionamento íntimo entre igreja e o Estado, durante vários séculos, o império foi chamado de Sacro Império Romano.

E assim, o que vimos acontecer, à medida que a igreja adquiria poder e aliava-se ao Estado, foi uma perseguição conjunta, igreja-estado, a outros cristãos — especialmente aqueles que mais se aproximavam dos ensinamentos originais de Jesus. Aqueles que não faziam parte da Igreja romana foram duramente oprimidos nessa época.

A Igreja Católica Romana também adotou uma estrutura de governo que era surpreendentemente semelhante à do antigo Império Romano. Por isso é que os historiadores notaram que a Igreja Católica Romana era uma imagem espelhada do Império Romano (examinaremos essa "imagem espelhada" daqui mais adiante).

Mas, como observamos no início, quinhentos anos atrás, ocorreu uma grande ruptura na Igreja Católica Romana quando Martinho Lutero publicou suas noventa e cinco teses em 1517.

Será que essa divisão ou ferida será curada, como estabelecido na declaração conjunta de 2016?

Vamos até à fonte. O que nos diz a profecia bíblica?

Para entender o futuro, precisamos conhecer o passado

Será que uma religião única e obrigatória no mundo está surgindo no horizonte? As Escrituras podem nos dar essa resposta? Será que um dia todos os povos terão que jurar fidelidade a um futuro império igreja-estado como na época de Constantino?

Desde a queda do Império Romano, há mais de quinze séculos, alguns líderes europeus fizeram uma série de tentativas para ressuscitá-lo. Justiniano, Carlo Magno, Oto, o Grande, Carlos V, Napoleão e Hitler, juntamente com Mussolini, tentaram unir a Europa como um Império Romano revivido. De certo modo, todos conseguiram isso por algum tempo. Todavia, haverá mais uma tentativa.

A história mostra que do Império Romano surgiu o poder dominante da Igreja Católica Romana. O próprio império é descrito no livro de Apocalipse como uma "besta". E, no capítulo 13, junta e aliada a essa besta se encontra a igreja, que é descrita como "a imagem da besta" — uma imagem espelhada ou algo que se parece muito com o original.

A história também mostra que esta igreja adotou a antiga estrutura administrativa de governo e passou a controlar as regiões do império. "No quarto século, a igreja seguiu o exemplo do Império Romano. O imperador Constantino organizou a igreja em dioceses como o padrão dos distritos regionais romanos. (A palavra diocese era um termo secular que se referia às maiores unidades administrativas do Império Romano). Mais tarde, o Papa Gregório organizou o ministério de toda a igreja segundo o direito romano" (Cristianismo Pagão? Explorando as raízes das Práticas de Nossa Igreja, Frank Viola e George Barna, 2008, p. 119).

Assim, a igreja tornou-se uma imagem espelhada do original — a igreja romana copiou o Império Romano. Como observou o historiador Will Durant em sua obra monumental A História da Civilização: "O cristianismo...cresceu pela absorção da fé e do ritual dos pagãos; tornou-se uma igreja triunfante ao herdar os padrões de organização e o gênio de Roma...

"O presente romano era acima de tudo uma vasta estrutura de governo, que, com o declínio da autoridade secular, tornou-se o arcabouço de domínio eclesiástico. Em breve, os bispos, em vez de prefeitos romanos, seriam a fonte da ordem e a sede do poder nas cidades; os metropolitanos ou arcebispos podiam apoiar ou substituir os governantes provinciais; e o sínodo dos bispos sucederia a assembleia provincial.

"A Igreja romana seguiu os passos do Estado romano; conquistou as províncias, embelezou a capital e estabeleceu disciplina e unidade de fronteira a fronteira. Roma morreu ao dar à luz a Igreja; A Igreja amadureceu herdando e aceitando as responsabilidades de Roma" (César e Cristo, 1944, Vol. 5, pp. 575, 618-619).

Igreja-estado, a combinação de uma futura potência

A profecia bíblica mostra que no tempo do fim veremos outra tentativa de solução dos problemas da humanidade através de uma grande igreja-estado — mas que vai durar relativamente pouco tempo.

O apóstolo João descreveu uma visão que recebeu da parte de Deus, essas imagens que ele viu simbolizavam uma poderosa igreja-estado do tempo do fim: “Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia. E a besta [a última superpotência mundial do tempo do fim] que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão [o diabo] deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade" (Apocalipse 13:1-2).

O que vemos claramente nesses dois versículos?

• Essa besta é blasfema — não é de Deus.

• Essa besta age como um animal selvagem e não com a bondade humana — como um leopardo, urso ou leão selvagem.

• Essa besta recebe seu poder do diabo (e o próprio diabo é adorado — versículo 4).

Quem é semelhante à besta?

Sabemos que esse futuro império é um sistema governamental de grandes proporções porque é apoiado por uma poderosa força militar: "E adoraram o dragão [o diabo] porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?" (Versículo 4).

Por quanto tempo essa besta blasfema governará com plenos poderes? “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses” (versículo 5). Então, durante três anos e meio, essa besta será o poder dominante sobre grande parte de nosso planeta. (Isso também parece ser uma profecia dual, com um domínio prolongado por este poder durante a Idade Média, como um precursor desse poder do tempo do fim).

E então, algumas palavras proféticas muito intrigantes são escritas para nossa reflexão: "Também lhe foi permitido [à besta] fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação" (versículo 7). O que vemos aqui é o verdadeiro povo de Deus, aqueles que creem de maneira diferente da religião estabelecida, sendo perseguido por causa de suas crenças bíblicas!

A obediência a essa besta designada pelo dragão será a “lei”. De fato, o livro de Apocalipse assinala que todos adorarão a besta, exceto aqueles que foram escritos no Livro da Vida de Jesus Cristo: “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (versículo 8, ARA).

Em resumo, o que vemos nesses seis versículos?

• Essa besta terá as forças militares mais poderosas do mundo.

• Essa besta recebe poder e autoridade para governar por três anos e meio.

• Essa besta persegue com selvageria os verdadeiros santos de Deus.

• Essa besta obriga a todos a obedecer e a submeter-se a ela.

O cúmplice religioso da besta

E agora o apóstolo João nos oferece uma janela para vislumbrar o poder religioso, a grande igreja, detrás do governo dessa besta: "Então vi outro animal brotar da terra, e ele tinha dois chifres como um cordeiro e falava como um dragão. E ele exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença e faz com que a terra e os que habitam nela adorem o primeiro animal, cuja ferida mortal foi curada” (versículos 11-12).

A mensagem proclamada por essa segunda besta (que é uma imagem espelhada da primeira besta, versículo 15), mais uma vez vem do dragão — o próprio diabo — e toda a humanidade é obrigada a adorá-la também. Esse grande avivamento da Igreja Romana, em cumplicidade com a primeira besta, é um império igreja-estado mundial! Apocalipse 19 também chama o líder dessa segunda besta — a igreja romana — de falso profeta.

Observe que esse é um sistema religioso muito convincente. A humanidade será enganada. Será que você também cairá nesse erro?

Essa segunda besta realiza maravilhosos e convincentes milagres que certamente atrairá multidões para ela! “E [a besta] operava grandes sinais, de maneira que fazia até descer fogo do céu à terra, à vista dos homens; e, por meio dos sinais que lhe foi permitido fazer na presença da besta, enganava os que habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia" (versículos 13-14).

A primeira besta usa seu poder militar e autoridade governamental para impor uma religião universal sobre a humanidade: “Foi-lhe concedido [a primeira besta] também dar fôlego à imagem da besta [a segunda besta, a igreja romana], para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta" (versículo 15). Veja que isso será uma questão de vida ou morte!

Então, o apóstolo João fala sobre a infame "marca da besta": "E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na fronte, para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome... Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis" (versículos 16-18).

Em suma, o que vemos nesses oito versículos? Algo muito sério:

• A primeira besta está acompanhada de outra, uma besta religiosa também chamada de falso profeta.

• Essa segunda besta também fala como o diabo.

• Essa segunda besta é uma imagem espelhada da primeira e obriga todos a adorar a primeira besta.

• Essa segunda besta realiza milagres convincentes, que enganarão toda a humanidade — exceto os verdadeiros santos de Deus.

• A primeira e a segunda bestas se unem em um poder igreja-estado para impor uma religião universalizada nas áreas sob seu controle.

• A sentença para aqueles que não se submetam a essa religião será a morte.

Exatamente, essa religião será forçada. As outras crenças serão banidas — incluindo a verdadeira Igreja de Deus e suas crenças bíblicas. Lembre-se que aqueles que seguiram as verdadeiras crenças da Bíblia foram sistematicamente perseguidos e exterminados por imperadores como Constantino nos primeiros séculos, após a ressurreição de Jesus, e também mais tarde, quando a igreja e o Estado se uniram novamente.

Definitivamente, um cenário do tempo do fim

Alguns estudiosos da profecia bíblica poderão afirmar que esses eventos já foram inteiramente cumpridos ou que são apenas alegorias. Mas isso não é verdade, pois Apocalipse 17 mostra que esses eventos acontecem imediatamente antes do retorno de Jesus Cristo como Rei dos Reis. Jesus retornará para salvar a humanidade da iminente destruição total (Mateus 24:21-22).

"Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam o reino, mas receberão autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta. Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. Estes combaterão contra o Cordeiro [Jesus Cristo], e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele [os verdadeiros santos], os chamados, e eleitos, e fiéis" (Apocalipse 17:12-14).

As palavras mostram claramente que essa união de dez "reis" (líderes de nações ou grupos de nações) que entregam sua autoridade a um único indivíduo (que também é chamado de "besta") ainda vai ocorrer no futuro, como parte da mudança mundial e eventos geopolíticos que acontecerão antes do retorno de Jesus Cristo.

A profecia nos mostra que, por um curto período de tempo, a besta vai obrigar a toda a humanidade a ter uma única religião no tempo do fim. Esta besta será um sistema surgido da combinação igreja-estado, que tem suas raízes no antigo Sacro Império Romano.

Portanto, não é uma mera coincidência que a Igreja Católica Romana esteja trabalhando para trazer de volta seus filhos dissidentes através da enérgica estratégia do ecumenismo, idealizado para reverter quinhentos anos de distanciamento que começou com Martinho Lutero. Isso mesmo, a Reforma Protestante que separa o cristianismo mundial, eventualmente, acabará em algum tipo de reunificação. E é isso que diz a profecia bíblica!

E você vai amar a verdade?

Há uma grande advertência para você e para mim nessas profecias. A Bíblia adverte em muitas outras passagens sobre essa grande apostasia do tempo do fim. Estamos nos aproximando do tempo da execução desse plano para enganar a maioria das pessoas no mundo.

O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Tessalônica acerca do retorno de Jesus Cristo à Terra: "Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia" (2 Tessalonicenses 2:3). Então, Paulo continua explicando mais detalhadamente sobre esta "apostasia" e, além disso, fala acerca do "iníquo".

Esse "iníquo" do fim dos tempos vai se apresentar como alguém maior do que Deus, fingindo ou até mesmo alegando ser Deus — e as pessoas vão acreditar nele. Por quê? "Porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira" (2 Tessalonicenses 2:9-11).

Apocalipse 19:20 descreve esse poderoso líder religioso como o falso profeta, agindo com o líder político chamado de besta. Daniel 7 diz ainda que a figura religiosa pomposa unida com o poder do Estado "oprimirá os seus santos e tentará mudar os tempos e as leis" (versículo 25). Isso é exatamente o que fez o imperador romano Constantino, e o que fizeram os líderes da igreja desde então!

O engano do fim dos tempos será grande e poderoso! Sabendo que seu domínio sobre a Terra está perto do seu fim, Satanás, o diabo, vai pôr em prática seu último plano para enganar as pessoas — até mesmo o povo de Deus pode ser vitimado por ele se não tiver amor à verdade. Entretanto, eu e você estamos avisados! Guarde os mandamentos. Ame a verdade.

Eu e você devemos permanecer puros em uma sociedade que mistura a verdade e o erro — que encoraja o sincretismo religioso. É muito fácil ser atraído por diversos tipos de argumentos persuasivos e até mesmo milagres convincentes que seduzem a nossa natureza humana. Não acredite na mentira. Ame a verdade!

Repito. Não acredite na mentira. Ame a verdade!