Descobertas em Gezer Apoiam o Relato Bíblico do Reinado de Salomão
O significado da maioria desses projetos é evidente: Construir um magnífico templo para Deus em Jerusalém. Ele também construiu seu próprio palácio, reforçou o provável muro de sustentação e o terraço ao redor do lado mais íngreme da cidade, situado defronte ao Monte das Oliveiras, e reforçou as muralhas defensivas da cidade. Todas eram melhorias apropriadas à capital do crescente império israelita.
Mas o que sabemos dessas outras três cidades—Hazor, Megido e Gezer? Embora seu significado não seja tão evidente para a maioria das pessoas de hoje, qualquer um na época de Salomão, há quase três mil anos, teria reconhecido imediatamente sua importância.
Desde a antiguidade, a Terra Santa esteve no meio de uma importante rota comercial entre o Egito e a Mesopotâmia. Conhecido como “o Caminho do Mar”, que ligava o Egito, ao longo do Mar Mediterrâneo, aos impérios que surgiram nos territórios da Síria, Anatólia e Mesopotâmia, através do território da antiga Israel. Ela também é a principal rota de invasão entre as antigas superpotências do Egito e da Mesopotâmia, sendo esta uma das razões que vemos tantas guerras registradas na Bíblia, que envolviam os reinos de Israel e Judá.
As cidades de Hazor, Megido e Gezer estavam em pontos estratégicos ao longo dessa rota, e Salomão as tornou em cidades fortificadas. Ao fazer isso, ele conseguiu proteger seu reino das invasões vindas do norte e do sul, e também controlar—e tributar—as caravanas de comércio que usavam essa antiga rota. Através dessa estratégia, o sábio rei Salomão foi capaz de prover segurança militar ao seu reino e aumentar seu crescimento econômico.
No século XX, escavações arqueológicas foram realizadas em todos esses três locais e os arqueólogos observaram um impressionante paralelo. Os portões da cidade—o ponto de ataque mais vulnerável a inimigos—construído no século X A.C. (época de Salomão) eram idênticos em todos os três. Todos tinha o mesmo design original, obviamente foi usado o mesmo “projeto” para se edificar essa fortificação.
E isso respalda veementemente ao que está registrado na Bíblia, que Salomão tinha fortificado as três cidades ao mesmo tempo durante seu reinado. Embora alguns críticos tenham questionado a data da construção das portas, os fatos dessas escavações são evidências precisas do que lemos na Bíblia.
Depois de um hiato de décadas, as escavações em Gezer recomeçaram em 2006. Na temporada de escavação mais recente, no verão de 2016, ainda mais evidências vieram à luz, apoiando o relato bíblico.
Embora não seja mencionado no registro bíblico, os escavadores descobriram um edifício palaciano enorme, datado do tempo de Salomão, junto ao portão da cidade. A estrutura apresentou um grande pátio central, similar aos grandes edifícios encontrados em Hazor e Megido, que datam da mesma época. Por enquanto não foram encontrados registros ou evidências da presença de reis israelitas no local (eles viviam em Jerusalém), mas essas estruturas demonstram a importância dessas cidades para o reino israelita da época.
E mais apoio ao registro bíblico veio de uma camada cerâmica filisteia anterior à construção palaciana. A Bíblia mostra que os filisteus ocuparam Gezer (2 Samuel 5:25; 1 Crônicas 14:16) até ela ser conquistada pelo faraó egípcio e entregue a Salomão como dote quando este se casou com sua filha (1 Reis 9: 16-17). As escavações mostraram que essa cidade realmente foi destruída, e uma nova cidade, novas fortificações, um novo portão e o complexo palaciano foram construídos sobre suas ruínas. BN