Mude Sua Vida no Mundo Pós-Pandemia

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Mude Sua Vida no Mundo Pós-Pandemia

A economia global estava em alta, superando oitenta trilhões de dólares, consideravelmente acima do nível de dezoito trilhões de dólares do início dos anos oitenta, quando nasceram os primeiros millennials. Milhões de pessoas faziam cerca de cento e dois mil voos diários, perfazendo mais de oitenta e três bilhões de quilômetros por ano. A geração Y, que é agora a maior geração nos Estados Unidos — tendo superado os boomers no ano passado — passou a representar mais de seiscentos bilhões de dólares em poder de compra apenas nos Estados Unidos.

O nível de emprego tem aumentado, principalmente nos Estados Unidos, onde milhares de novos empregos estavam sendo criados a cada mês e registrando baixos níveis de desemprego. A bolsa de valores registrava recorde atrás de recorde.

Havia algumas preocupações, mas a vida estava indo bem.

E, de repente, no primeiro trimestre de 2020, a robusta economia global quebrou. A vida de bilhões de pessoas sofreu um baque gigantesco.

Uma manchete do Wall Street Journal resumiu essa pausa inaudita da economia como "Um Sinal de Alerta de 3,6 trilhões de Dólares". No início de abril, metade da população mundial estava em isolamento obrigatório.

As palavras bilhões e trilhões representam cifras gigantescas muito difíceis de entendermos. Em termos simples, isso pode significar que agora milhares de empresas estão à beira da falência. Nossos restaurantes favoritos podem ser fechados para sempre — e os funcionários ficarão sem emprego. Até mesmo nós, amigos e familiares podemos ficar desempregados. E isso é até mais preocupante do que a saúde. E em outras partes do mundo muitas pessoas podem ficar em situação ainda pior.

Como chegamos nessa situação?

Na segunda metade do ano passado, algo desencadeou um momento microscópico. Uma nova cepa de coronavírus surgiu e começou a se espalhar. Ela foi chamada de SARS-CoV-2, uma doença respiratória causada pelo coronavírus 2019, abreviado como Covid-19. O minúsculo patógeno com apenas cem nanômetros de dimensão (milhões deles podem caber na cabeça de um alfinete) passou de um animal para um ser humano, ainda desconhecido, e pôs o mundo de joelhos.

Embora o vírus apresente sintomas leves na maioria das pessoas, pois muitas apresentam pouco ou nenhum sintoma, ele pode ser extremamente agressivo e até fatal para uma pequena parcela da população, mas que representa um número expressivo de pessoas. As medidas para evitar as fatalidades e o alastramento de infecções e para impedir que os sistemas de saúde fiquem sobrecarregados, o que ameaçaria ainda mais vidas, tiveram um grande impacto em praticamente toda a civilização humana.

Por causa da implacável disseminação do vírus, talvez até você conheça pessoas que foram severamente infectadas por ele e até algumas que morreram. E talvez até você tenha tido uma séria experiência com essa doença. Quiçá você esteja entre aqueles que ficaram indefesos em uma UTI, mal percebendo o chiado e o clique de um respirador ao seu lado, que bombeiam o ar essencial para seus pulmões devastados pelo vírus. Ao ler isso, provavelmente você se considera um dos afortunados.

O vírus cobrou um preço altíssimo nos primeiros quatro meses de 2020. Para a maioria das pessoas, nada ficou intacto. O coronavírus se inseriu em todo o amplo arco da experiência humana — físico, econômico, emocional, mental e até espiritual.

Se antes pensávamos ser invencíveis, que a ciência podia resolver qualquer desafio e que tínhamos a capacidade de controlar o poder da natureza, agora nos encontramos vivendo em um mundo com um novo perigo. O escritor britânico Joseph Conrad chamou isso de “a forma algemada de um monstro vencido”. E, de fato, entendemos que essa perigosa ameaça tem uma forma tão pequena que nem conseguimos ver onde está ou quando ataca.

Descobrimos que nosso meio de subsistência — também de nossas famílias e as pessoas mais próximas de nós — é frágil, vulnerável e arriscado em um mundo que, repentinamente, se torna hostil, precário e fora de nosso controle.

Seja qual tenha sido sua experiência nos últimos meses, essa crise do coronavírus de 2020 é algo que você e bilhões de outras pessoas, que estão em confinamento para evitar uma agressão viral, jamais esquecerão.

Embora a história ainda não tenha chegado ao fim — como partes do mundo continuam lidando com a doença e não se descarta um cruel ressurgimento dela, além das consequências econômicas em curso — muitos agora procuram se reerguer em um mundo pós-coronavírus.

Esse período — seja lá o que vier a ser — já está sendo chamado de o “novo normal”, resultante de uma desestabilização global, em que as regras serão completamente reescritas. Como parte disso, haverá mais enfoque no surgimento de ameaças futuras e na implantação de medidas preventivas restritivas para tentar evitar outros desses terríveis cenários.

Certamente, não é nada agradável pensar nisso. Contudo, uma maneira confiável de fortalecer sua vida — uma que deve receber mais atenção em tempos difíceis, como o que estamos passando. Essa é uma maneira que traz verdadeira esperança e confiança, até mesmo em meio a uma pandemia e a preocupações com outras futuras calamidades.

Um retorno à realidade

Antes de darmos uma olhada nessas boas notícias, vamos entender plenamente quem e o que somos como seres humanos. Como diversos historiadores, cientistas e epidemiologistas observaram nos últimos meses, as pessoas se esqueceram, talvez até mesmo intelectualmente, do quanto somos frágeis.

Não pensamos mais no fato de que até o século dezoito muitas crianças morriam durante o parto junto com suas mães. E muitas delas não viveram para celebrar seu terceiro aniversário. E aqueles que conseguiam isso, alcançar os quarenta anos de idade era uma vitória, pois muitos nunca chegavam tão longe.

Os avanços na saúde pública, na produção de alimentos, nas descobertas de medicamentos e na higiene social mudaram tudo isso. Entretanto, mesmo com esses chamados milagres da medicina moderna e de saneamento básico, a fragilidade e a vulnerabilidade da vida humana continuam sendo um contraponto a tudo isso. As pessoas não gostam de pensar nos micróbios invisíveis potencialmente nocivos que existem ao nosso redor e entre nós.

Provavelmente, você já leu ou ouviu falar que vários cientistas e planejadores do governo alertaram por anos sobre os perigos de nossa sociedade globalizada estar repleta de uma série de doenças contagiosas. E por uma boa razão! Antes de ser controlado em 2016, um surto de febre hemorrágica do Ebola atingiu a África Ocidental durante dois anos e fez mais de onze mil vítimas.

E mesmo com o esforço internacional combinado com recursos médicos e o fato de o vírus matar seus hospedeiros antes de se espalhar para muito longe os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) quase declararam esse surto como uma catástrofe global.

Talvez o mais surpreendente desse retrospecto, na pausa que se seguiu ao surto de Ebola, é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) previu que o número de contágios identificados, inclusive uma variante do coronavírus, poderia resultar em uma pandemia como a de hoje!

Qual a relevância disso? Entender que a vida humana é arriscada.

Os incríveis saltos nas descobertas da medicina, nos tratamentos e nos avanços que salvam vidas aumentaram muitíssimo a expectativa da vida humana nesses tempos modernos. Um século se passou desde a pandemia da gripe espanhola de 1918, quando um vírus da influenza bastante agressivo infectou quinhentos milhões de pessoas em todo o mundo e, deste montante, matou cinquenta milhões, mais que o dobro do número de mortes da Primeira Guerra Mundial.

Então, pensamos e afirmamos que isso nunca mais poderia acontecer novamente. Porém, os eventos recentes nos mostraram que, sem dúvida, isso poderia acontecer novamente.

Uma pausa para reflexão

A devastação econômica, emocional e intelectual decorrente do ataque global da Covid-19 levou muitos a ponderar novamente sobre a fragilidade da vida humana. Analise o título de um recente artigo do jornal londrino The Daily Telegraph: "Em tempos como estes, percebemos o quanto a humanidade é impotente” (Philip Johnston, 17 de março de 2020).

Eventos cataclísmicos prendem nossa atenção. Nós não temos escolha. No futuro, as pessoas não vão conseguir pensar em 2020 sem lembrar-se da crise da Covid-19.

Ironicamente, surgiram comentários sobre a autobiografia do célebre e controverso cineasta Woody Allen durante essas ondas arrebatadoras do coronavírus. Nessa autobiografia intitulada A Troco de Nada (será publicada no Brasil pela editora Globo Livros no começo de setembro de 2020), Woody Allen fala de seu trabalho no contexto do "caos maligno de um universo sem propósito".

Sem dúvida, o universo pode ser perigoso, principalmente quando não o respeitamos. Mas, ele não tem um propósito?

Pode ser assustador e até exaustivo pensar nas diversas ameaças que a raça humana enfrenta. Mas a boa nova é que, na verdade, o universo e todos nós temos um propósito — um propósito que traz esperança!

Aqui está o principal ponto: Será que estamos passando por um tempo, em escala cósmica, em que recebemos a oportunidade de parar para pensar? Será que deveríamos refletir que a maneira que temos vivido a vida de repente já não funciona mais?

O que isso significa para nós?

Em tempos de crises generalizadas e inevitáveis, a importância relativa de vários aspectos de nossas vidas pode mudar rapidamente e percebemos a necessidade de mudar nossas prioridades. Em um mundo pós-coronavírus, temos mais ímpeto para agir.

Uma maior conscientização

Em suma, ficamos mais conscientes.

Agora vemos com maior clareza que as coisas materiais, as motivações excessivamente ambiciosas e a posição na vida podem ter um preço alto demais para se pagar. Ficamos conscientes da necessidade de mudar e de analisar diferentes opções e soluções.

Pode ser que pensávamos que a ciência tinha todas as respostas. Mas agora, com esse vírus invisível ameaçando tudo o que considerávamos valioso, nós conseguimos reconhecer que, embora a ciência seja importante, ela não pode nos dar todas as respostas que buscamos.

Aqui está uma importante ponderação: À medida que a humanidade se tornou mais tecnologicamente avançada e economicamente próspera, desapareceu a ideia de um Deus sobrenatural que guia e cuida de Sua criação.

Ironicamente, a conscientização da existência de um Deus todo-poderoso que nos dá uma escolha representa um estado de espírito crítico — que nos permite superar o medo "do caos maligno de um universo sem propósito".

Exercer o livre arbítrio

Como seres humanos, particularmente aqueles que vivem em sociedades com uma forte tradição democrática, possuímos a capacidade de exercer o livre arbítrio. À medida que tomamos consciência da necessidade de mudança, exercemos nosso livre arbítrio para assumir a responsabilidade por nossas ações.

Nós temos escolha.

Podemos escolher uma vida que traga uma verdadeira esperança, uma vida que possa enfrentar as tempestades mais difíceis, uma vida gratificante que realmente ofereça felicidade e satisfação. Ou podemos exercer nosso livre arbítrio para seguir nosso próprio caminho, tropeçando em tentativas e erros, sujeitos a forças como o coronavírus que nos tiram coisas que antes pensávamos ter significado.

Reflita no seguinte: Um Deus amoroso já mostrou esses dois caminhos de vida a um antigo povo, que se tornaria muito influente no mundo. E, falando por meio de Seu servo Moisés, Deus apresentou-lhes a seguinte escolha: “Tomo hoje os céus e a terra por testemunhas contra vocês, que hoje Eu dei a vocês a oportunidade de escolherem a vida ou a morte, a bênção ou a maldição...” (Deuteronômio 30:19, Bíblia Viva, grifo nosso).

Qual era a escolha crucial? Continuando no mesmo versículo: “...Escolham a vida! Sim, para que vocês e os seus descendentes possam viver” (Bíblia Viva).

Por meio do livre arbítrio, Deus concede a você essa mesma escolha. Agora, por causa da influência de uma sociedade rebelde, muitos podem não estar plenamente conscientes da existência de Deus e do que Ele representa. E, de fato, grande parte da sociedade se desviou desse conhecimento essencial, que salva vidas e foi preservado para nós na Bíblia — a própria Palavra de Deus. Entretanto, essa escolha ainda está diante de nós.

O que você vai decidir?

Uma palavra incomum e poderosa

Enquanto tomamos consciência da possibilidade de ter um relacionamento poderoso com um Deus que se importa com cada um de nós, um Deus que enviou Seu próprio Filho para suprir a lacuna existente entre Deus e o homem. Por isso, certamente devemos perguntar: O que precisamos fazer?

A resposta está no significado de uma palavra grega do Novo Testamento. A forma verbal básica dela é metanoeo. E sua forma substantiva é metanoia. O sentido elementar dessa palavra é "mudar de ideia" ou "pensar de forma diferente".

À medida que essa conscientização entra em nossas mentes, sobretudo após essa crise generalizada da infecção da Covid-19, descobrimos que devemos começar — mais profundamente — a pensar de maneira diferente.

Provavelmente, você deve conhecer a palavra portuguesa que geralmente é usada para traduzir esse termo grego, mas talvez não a tenha entendido em seu sentido amplo. Essa palavra é arrependimento.

Ah, não! Alguém pode objetar. "Talvez eu precise fazer muitas coisas, mas certamente não preciso me arrepender!" Em parte, essa reação vem da natureza humana obstinada, mas também talvez porque historicamente a definição — embora imprecisa — da palavra arrependimento ter sido associada a um sentimento negativo de vergonha e culpa.

A Bíblia fala sobre uma "tristeza segundo Deus" que é bem motivadora e leva à vida (2 Coríntios 7:10-11). Isso envolve uma profunda consciência de que a pessoa está seguindo um caminho errado e exercendo erroneamente seu livre arbítrio. E também inclui um zelo espiritual para reverter esse exercício incorreto, mudar de ideia e trilhar um novo caminho de transformação espiritual.

Uma pessoa pode se sentir emocionalmente arrependida por ter seguido um caminho de vida incorreto e prejudicial. Mas a tristeza segundo Deus vai muito mais além, e isso envolve o reconhecimento e o repúdio ao passado rebelde da pessoa e o desejo ardente de fazer a coisa certa e realmente pensar de maneira diferente.

Quando Jesus Cristo iniciou Seu ministério, Ele proclamou: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos [metanoe, pensar diferente!] e crede no evangelho” (Marcos 1:15).

Experimentando o perdão, a paz e a alegria

Em resposta a essa maior conscientização em relação a Deus Pai e Seu Filho Jesus Cristo e a Seu desejo de ter um relacionamento íntimo conosco, partimos para o processo de começar a pensar diferentearrepender-se. E, geralmente, isso leva ao entendimento de que precisamos do perdão pelos erros do passado e da libertação da culpa e da vergonha — e da miséria e da morte, consequências do pecado. Começamos a ver a necessidade de um Salvador pessoal.

O fato de sermos perdoados por abandonar nossos antigos caminhos e de aceitar Jesus Cristo como Salvador pessoal nos leva a um novo nível de paz. Então, ao nos tornar seguidores de Seu caminho, tomando a decisão pessoal de "escolher a vida", nós começamos — mesmo diante dessa crise mundial resultante de um vírus microscópico — a ter uma nova paz e confiança muito além da compreensão humana (Filipenses 4:7).

Apesar de estarmos passando por esse período de incerteza quanto a essa perigosa infecção e uma grave crise econômica, o resultado de agir conscientemente é que exercemos nosso livre arbítrio para fazer a escolha certa e começar a pensar de maneira diferente, o que nos leva não apenas à paz, mas também a um sentimento novo de verdadeira alegria!

Essa nova alegria nasce de uma nova confiança, que vem da esperança espiritual, uma esperança que desafia a simples lógica humana. O apóstolo Paulo escreveu aos seguidores de Cristo em Roma: “Que Deus, a fonte de esperança, os encha inteiramente de alegria e paz, em vista da fé que vocês depositam nele, de modo que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo" (Romanos 15:13, Nova Versão Transformadora).

Quando nos conscientizamos disso, ainda descobrimos que o fato de “pensar de forma diferente” também inclui uma nova e essencial capacidade de ter fé. Descobrimos que “quem deseja se aproximar de Deus deve crer que Ele existe e que recompensa àqueles que O buscam” (Hebreus 11:6, Nova Versão Transformadora). Para ter sucesso nesse novo modo de pensar de forma diferente, precisamos crer que Deus existe — uma parte dessa conscientização — e que Ele recompensa aqueles que O buscam.

Novamente, e quanto a você? O mundo está em negação e ignora completamente o verdadeiro poder e propósito que advém da compreensão sobre Deus.

Será que você vai continuar em negação, resistindo a receber esse extraordinário poder que traz esperança, perdão, paz e até alegria?

Ou será que você vai mudar sua vida, adotando esse novo modo de pensar de forma diferente e arrepender-se genuinamente, para ser guiado à verdadeira vida?

A escolha é sua. Escolha mudar. Escolha a vida!