“Nós Viemos Em Paz Por Toda A Humanidade”

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“Nós Viemos Em Paz Por Toda A Humanidade”

Eu dirigia o carro de meu pai o mais rápido que podia nas estradas do sudeste do Missouri para chegar à casa a tempo de assistir ao maior evento televisionado da época. Era 20 de julho de 1969 e a missão Apollo 11 da NASA havia pousado na lua. Algum tempo depois, naquela tarde de domingo, Neil Armstrong e Buzz Aldrin saíram do módulo lunar para andarem na superfície da lua — os primeiros seres humanos a pisar em outro mundo.

Eu tinha passado o final de semana com amigos e estava determinado a assistir esse momento. Alguns minutos adiantado, entrei na garagem, corri para me sentar em frente da televisão em preto-e-branco, esperando que o aparelho não parasse de funcionar, como costumava acontecer.

Em poucos minutos, a televisão começou a mostrar a superfície da lua e a figura solitária do módulo lunar. Então, Neil Armstrong pisou na lua e, naquele momento, ele fez história!

Refletindo sobre esse tempo pela ótica de hoje, parece quase um milagre não apenas o fato de os Estados Unidos terem alcançado esse objetivo monumental, mas também que milhões de pessoas pudessem ver e ouvir como aconteceu. O fato surpreendente daquelas imagens e sons estarem sendo transmitida a longínqua distância de nossas casas era algo muito difícil de acreditar naqueles dias. Era um novo mundo de realizações tecnológicas, e eu estava assistindo seu desdobrar na pequena sala de estar de nossa modesta casa em Cape Girardeau, Missouri.

Os astronautas da Apollo 11 deixaram uma placa na lua exibindo seus nomes e o nome do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, e as seguintes palavras: “Pela primeira vez, os homens do planeta Terra puseram os pés aqui na lua. Ano 1969. Viemos em paz por toda a humanidade”.

As palavras “nós viemos em paz” ecoam fortemente a intenção e o esforço norte-americano de ser a primeira nação a levar homens à lua. Embora os avanços tecnológicos gerados pelo programa espacial tenham beneficiado todos os aspectos da vida cotidiana, há também o fato de que os aparatos militares também se beneficiaram do emergente programa espacial. Entretanto, não foi com intuito de guerra que os Estados Unidos deram esse “gigantesco salto” para a humanidade. Mas, foi para avançar no conhecimento humano e na pesquisa.

Porém, isso ficou no passado. Hoje enfrentamos uma realidade diferente.

A nova realidade da guerra espacial e cibernética

Em maio de 2014, a Força Aérea dos Estados Unidos monitorou um lançamento espacial da Rússia. Nos dias que se seguiram, eles observaram o que chamaram de uma manobra de "satélite kamikaze" em torno de um pedaço de detritos espaciais descartados. Era óbvio que o satélite estava usando propulsores de motor para simular um ataque a outro satélite. Estava claro que a Rússia havia alcançado a capacidade de atacar satélites de outra nação, um prelúdio sinistro para algo maior.

Alguns meses depois, a China lançou um satélite com um enorme braço capaz de alcançar e remover outro satélite de sua órbita e neutralizar sua capacidade. Esse tipo de armamento poderia ser usado em posições de órbita baixa para remover satélites GPS usados para mira direcional de mísseis e outras comunicações militares.

Os Estados Unidos dependem dessa tecnologia espacial para a prévia detecção de mísseis nucleares de regimes hostis. Esses lançamentos da China e da Rússia destacam a perspectiva crescente de uma guerra espacial. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu que o país desenvolvesse uma “Força Espacial”, dizendo que o espaço sideral é “o próximo passo, e temos que estar preparados”.

Um tipo de guerra espacial que não seria um mero enredo de filme de ficção científica. Esta é uma possibilidade real e pode se desenvolver rapidamente. Uma nação militarmente mais fraca poderia facilmente nivelar o jogo contra um poder maior com algumas inserções cuidadosamente coordenadas de ciberataques letais. Como seria uma guerra espacial e cibernética contra um poder político moderno e avançado como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha ou a União Europeia?

Ela começaria silenciosamente e sem aviso prévio. A princípio, isso pode até parecer apenas um pequeno "soluço cibernético". As televisões sairiam do ar. As conexões de internet ficariam instáveis. Os caixas automáticos funcionariam mal.

Mas o quadro geral seria muito mais sinistro. Os importantes satélites de comunicação seriam eliminados pela tecnologia de laser terrestre ou pelos “satélites kamikazes”. A capacidade de monitorar lançamentos de mísseis ou contra-ataques coordenados seria rapidamente eliminada.

Além disso, a vida moderna iria parar rapidamente. A internet cairia. As transações financeiras grandes e pequenas — de Wall Street aos caixas eletrônicos locais — deixariam de funcionar. Os semáforos entrariam em pane. Os trens, usinas de filtragem de água e redes elétricas iriam parar. As companhias aéreas interromperiam seus serviços. Os satélites meteorológicos, que ajudam na previsão, deixariam de enviar informações necessárias.

Além do aumento da vulnerabilidade ao ataque direto, o tecido social da vida cotidiana começaria a se desintegrar rapidamente à medida que a comida desaparecesse das prateleiras dos supermercados e a água não fluísse mais das torneiras. Grande parte da vida moderna ficaria paralisada.

O espaço, onde os homens tinham ido em paz, seria transformado em um campo de guerra mortal.

Preparar-se para um futuro perigoso

O nobre esforço do primeiro programa espacial dos Estados Unidos, "paz para toda a humanidade", tomou um rumo inevitável. Já foi dito que qualquer arma inventada pela mente humana é, eventualmente, usada na guerra. Assim será também com a militarização do espaço sideral.

Embora os Estados Unidos continuem dominando o espaço, sua posição de liderança está desvanecendo rapidamente. No ano passado, Pequim puseram trinta e oito satélites em órbita, enquanto os Estados Unidos lançaram trinta e quatro. Já se passaram cinquenta anos desde que os Estados Unidos enviaram, pela última vez, homens à lua. Este ano a China pousou uma nave espacial no outro lado da lua.

Recentemente, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, escreveu sobre a necessidade da criação de uma Força Espacial Americana. Sua finalidade seria coordenar a resposta dos Estados Unidos aos avanços feitos pela Rússia, China e outras nações na tecnologia espacial — grande parte dos esforços destinados a criar um contraponto à liderança norte-americana no espaço.

Na visão estratégica dos Estados Unidos, parece que o espaço se tornou um “potencial campo de guerra”. Shanahan declarou: “Preferiríamos que o espaço continuasse livre de conflitos. Cinquenta anos atrás, os Estados Unidos levaram a humanidade à lua. Pois, como as palavras escritas na placa deixada na superfície lunar por Apolo 11: ‘Viemos em paz por toda a humanidade’. Mas a China e a Rússia não compartilham dessa asseveração. Até que eles se comprometam com esse processo, devemos garantir que as forças armadas de nossa nação permaneçam as mais avançadas da Terra — e acima delas” (“Está na Hora de Criar uma Força Espacial Americana”, The Wall Street Journal, 30 de abril de 2019).

E quanto aos objetivos pacíficos?

O aparelhamento do espaço pela Rússia, China, Estados Unidos e qualquer outro poder político cria um risco adicional para o futuro da humanidade. Ironicamente, essa corrida para desenvolver o espaço como um campo de batalha acontece em um momento em que outras vozes pedem que os Estados Unidos conduzam um retorno à exploração espacial em benefício da humanidade.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse que os Estados Unidos estão voltando para a lua. Os pedidos para uma base lunar fixa têm a ver com esse retorno. O ex-astronauta da Apollo 11, Buzz Aldrin, escreveu recentemente que Marte deveria ser o próximo grande salto da humanidade:

 “Marte está esperando para ser descoberto, não por robôs inteligentes e jipes-sondas – embora eu apoie as missões não tripuladas da NASA – mas por homens e mulheres que vivem, respiram, falam, se importam e são ousados. Para que isso aconteça, os membros do Congresso, a administração Trump e o público norte-americano devem se importar o suficiente para fazer das missões de exploração humana em Marte uma prioridade nacional” (“Está na Hora de Focar na Grande Migração da Humanidade Para Marte”, The Washington Post, 1 de maio de 2019).

Os Estados Unidos são provavelmente a única nação com tecnologia e recursos para pousar e estabelecer uma base em Marte. Entretanto, o chamado de Aldrin contém uma séria observação a considerar. Como diz o título do artigo, ele está chamando por uma "Grande Migração Para Marte”. Ele fala de um assentamento permanente. Sem dúvida, esse é um material de ficção científica e filmes de Hollywood! Colocar uma única pessoa em Marte, muito menos que estabelecer uma colônia humana lá, já ultrapassaria enormemente os desafios de uma missão tripulada à lua.

Aldrin continuou: “Por questões de mecânica orbital, missões da Terra a Marte para migração são complexas. Dito isso, a natureza humana – e potencialmente a sobrevivência final de nossa espécie – exige o contínuo alcance externo da humanidade no universo. Chame isso de curiosidade ou cálculo, planejamento estratégico ou destino. Simplificando: Nós exploramos ou expiramos. É por isso que devemos seguir em frente”.

Para Aldrin, e para muitos outros que refletem sobre viagens espaciais e o futuro da humanidade, tal missão a Marte é uma questão de “sobrevivência de nossa espécie”. Seja por causa da ameaça de guerra nuclear ou destruição ambiental catastrófica provocada pelo homem ou por causas naturais, muitos futuristas veem a migração para outro planeta como a única esperança para a sobrevivência da raça humana.

Cenários sombrios para uma nação profundamente dividida

Então, temos duas visões para o futuro do espaço sideral. Temos uma situação em que poderia ser desencadeada a próxima guerra global, talvez por um ataque furtivo aos satélites, que causaria um apagão aqui na Terra como prelúdio de um ataque nuclear. A outra situação seria a migração da humanidade para estabelecer colônias — postos avançados de sobrevivência se a ecosfera da Terra for destruída. Qual desses cenários pode acontecer?

O custo econômico em face de qualquer cenário é assustador. Não há dúvida de que, com tempo e dinheiro suficientes, a tecnologia humana poderia criar armas inteligentes para impedir ataques cibernéticos. E é até possível que os imensos obstáculos técnicos à migração de Marte possam ser superados. Mas quem tentar fazer isso vai precisar convencer a opinião pública de que vale a pena o custo. Atualmente, seria muito difícil conseguir isso nos Estados Unidos.

Os urgentes problemas humanos de saúde, segurança econômica, dívida nacional, imigração e guerra apresentam demandas por mais dinheiro e recursos. Será que atualmente as pessoas estão mesmo com tanta vontade de gastar bilhões de dólares para explorar o espaço sideral?

Na década de 1960, havia grandes demandas sociais que exigiam tempo e dinheiro que, em várias ocasiões, quase acabaram com o programa espacial. Mas naquela época havia uma grande vontade de levar o homem à lua. Hoje vivemos num tempo diferente e um clima nacional diferente. As divisões na cultura norte-americana podem ser profundas o suficiente para impedir a vontade necessária da nação para sustentar esse grande objetivo de avançar na exploração espacial.

Uma profecia dos tempos de Moisés fala de uma época em que o desejo de uma nação de demonstrar poder e realizações seria quebrantado por causa do pecado e das profundas divisões resultantes na vida nacional. Deus disse: “Porque quebrantarei a soberba da vossa força; e farei que os vossos céus sejam como ferro e a vossa terra, como cobre. E debalde se gastará a vossa força...” (Levítico 26:19-20).

Os Estados Unidos se encontram num tempo em que seu orgulho tem sido atacado e enfraquecido. Os eventos dos últimos cinquenta anos espalharam as sementes da morte cultural e espiritual. As últimas décadas produziram um câncer crescente no corpo que agora está sofrendo uma metástase rápida da cabeça aos pés. A catástrofe cultural em erupção nos Estados Unidos faz um triste e pungente contraponto com o tempo de cinquenta anos atrás, quando os primeiros homens pisaram na lua. Nesses cinquenta anos, chegamos a um ponto em que o espaço pode não ser mais um lugar de paz, mas de guerra.

Ao olhar para trás, no dia do pouso da Apollo 11, hoje vemos uma nação diferente daquela época. E qual será o rumo a partir daqui?

Hoje em dia, muitas vozes chamam a atenção da nação pelos seus pecados passados. E, de fato, tem havido muitos pecados, alguns dos quais, como disse Abraão Lincoln, presidente dos Estados Unidos no século dezenove, foram pagos com sangue no "desembainhar da espada”.

Apesar disso, este país serviu de muitas maneiras essenciais para beneficiar o mundo. Por quê? O fato é que a proeza tecnológica de projetar e construir uma espaçonave para levar homens à Lua e trazê-los de volta em segurança à Terra faz parte da história das promessas de Deus a outro homem chamado Abraão. Essa é uma história extraordinária, que você precisa saber. O que os Estados Unidos deveriam fazer neste tempo de nostalgia é demonstrar compreensão e apreço por tudo que Deus claramente providenciou por Sua graça e fidelidade!

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