Três Cosmovisões Perigosas Que Ameaçam a Sociedade Moderna

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Pense em como você responderia a estas perguntas: As “mentiras inocentes” ou a “ética situacional” podem ser justificadas? Você é a favor ou contra o aborto? E o que pensa sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo? Quando você faz um passeio na natureza, você reflete sobre as habilidades criativas de Deus ou se sente conectado com a Mãe Terra? Você sempre consulta seu horóscopo? O que lhe dá mais esperança, os avanços científicos ou a Bíblia? A maneira como você responde a essas perguntas depende muito de sua cosmovisão.

Simplificando, cosmovisão é a forma como uma pessoa entende a realidade e o mundo. Ela é um conjunto de crenças fundamentais sobre a vida que ajuda a pessoa a determinar como pensar, comportar-se e como tratar as outras pessoas, além de proporcionar um senso de direção e propósito. Todo mundo tem uma cosmovisão que pode ser identificada.

E sua cosmovisão atua como um filtro através do qual você processa as informações que recebe. O que você pensa sobre o transgenerismo, inteligência artificial, melhoramento genético, supostos contatos com alienígenas, eutanásia, orações em escolas públicas, uso de combustíveis fósseis, pegada de carbono ou qualquer outro tema é moldado pela sua cosmovisão mais do que qualquer outra coisa.

Tradicionalmente, a maioria dos estadunidenses ainda tem um pouco de cosmovisão bíblica — ou seja, enxerga a vida através das lentes do conhecimento da Bíblia. A reverência a Deus e às Suas verdades é vista como o ponto de partida para todo conhecimento e entendimento, como nos é dito em Provérbios 1:7. Embora existam diferenças na interpretação das Escrituras, aqueles que têm uma cosmovisão bíblica geralmente concordam que Deus é o Criador do universo, que a Bíblia é a Sua Palavra inspirada e infalível, e que existem padrões morais absolutos explícitos nas Escrituras.

Mas nas últimas décadas, cada vez menos pessoas tem professado a crença em Deus e, consequentemente, a aceitação de uma cosmovisão bíblica tem diminuído. Outras cosmovisões estão preenchendo esse vácuo e tornando-se mais predominantes.

Essas cosmovisões alternativas para as quais muitos estão se voltando se opõem diretamente ao Deus verdadeiro e aos ensinamentos bíblicos. A seguir estão as três mais prevalentes. Mesmo que você não esteja familiarizado com os termos dessas cosmovisões, provavelmente está ciente das ideias associadas a elas, uma vez que são cada vez mais difundidas pelos meios de comunicação, instituições educacionais, empresas e governos.

1. Humanismo secular

O humanismo secular é um sistema de crenças que busca o avanço da sociedade unicamente pelo raciocínio e intelecto humano. E baseia-se na aceitação da teoria da evolução — conceito de que a humanidade e todas as outras formas de vida surgiram por meio do acaso e da seleção natural — e do materialismo, uma postura filosófica que sustenta que tudo o que existe é, em última análise, apenas físico em sua origem e natureza. Isso leva o humanismo secular a rejeitar a existência de Deus, de um reino espiritual e da esperança de uma vida após a morte.

Um princípio fundamental do humanismo secular é que a humanidade é capaz de resolver os seus próprios problemas através da ciência, sem ajuda de um ser divino. E isso pode ser visto claramente no Manifesto Humanista II, que diz: “Usando sabiamente a tecnologia, podemos controlar nosso ambiente, sobrepujar a pobreza, reduzir as doenças, estender a longevidade, modificar nossa conduta alterando o curso da evolução humana e de desenvolvimento cultural; abrir novos e vastos poderes, provendo a espécie humana de oportunidade única para chegar a uma vida abundante e significativa” (publicado em 1973 pela Associação Humanista Americana).

O movimento humanista secular também defende que as pessoas tenham a “liberdade” de “criar suas próprias regras” sobre como viver. E de uma forma audaciosa, o Manifesto Humanista II afirma: “Achamos as evidências insuficientes para a convicção da existência do sobrenatural: é insignificativo e impertinente a questão da sobrevivência e realização da raça humana...Não existe responsabilidade perante Deus e não há temor de julgamento por parte dEle...A Ética é autônoma e situacional, não necessitando de sanção teológica ou ideológica”. Por acreditar que esta vida é tudo o que existe e que não existe nenhum Criador a quem obedecer, os secularistas não veem nenhuma razão para obedecer aos preceitos bíblicos, mas muitas para decidirem por si mesmos o que é certo.

Os defensores do humanismo secular querem eliminar completamente a religião da esfera pública. Esse mesmo manifesto afirma: “A separação da igreja e do Estado e também a separação da ideologia e do Estado são imperativas”. Nos Estados Unidos, “a separação entre igreja e Estado” — frase que não se encontra na Constituição do país, mas que se tornou parte do debate constitucional — tem sido historicamente entendida como significando que a crença e a prática religiosa devem ser protegidas da interferência governamental. Os secularistas invocam essa frase para argumentar que “não deveria haver referências a Deus em recintos públicos” e “nenhuma demonstração pública de fé”.

Outro de seus objetivos tem sido impulsionar a substituição dos “valores tradicionais”, mantidos durante muito tempo pela sociedade, por “estilos de vida alternativos”. Esse manifesto ainda afirma: “As várias formas de exploração sexual não deviam ser consideradas um mal. Os indivíduos deviam expressar sua propensão [sexual] e seguir seu estilo de vida como desejassem”. Muitas vezes, aqueles que aceitam ou promovem práticas antibíblicas e ímpias — como relações homossexuais, mudança de sexo, adultério, aborto, pornografia, pedofilia, uso recreativo de drogas e legalização do suicídio assistido — defendem uma cosmovisão humanista secular.

Essa ideologia tem as suas raízes no Iluminismo — movimento intelectual dos séculos XVII e XVIII em que as sociedades ocidentais começaram a dar prioridade à ciência e ao materialismo em detrimento da religião e da fé. Ainda assim, o humanismo secular começou a ser amplamente aceito somente após a radical mudança política e social da década de 1960. Hoje em dia, o humanismo secular continua se difundindo na cultura mundial, provavelmente levando a um maior declínio da moralidade.

2. Pós-modernismo

Enquanto o humanismo secular rejeita a Bíblia como fonte da verdade, o pós-modernismo recusa tanto a Bíblia quanto a ciência, alegando que não existem verdades objetivas, atemporais ou universais. Os pós-modernistas argumentam que existem apenas “verdades relativas” que se aplicam a alguns indivíduos e culturas ou a certas situações, mas não a outras, e que estão sujeitas a mudanças ao longo do tempo.

Em seu livro Por que a Justiça Social Não é a Justiça Bíblica, Scott David Allen explica que o pós-modernismo surgiu em meados do século XX como uma reação contra as “grandes narrativas” do modernismo (sistema de pensamento que surgiu durante o Iluminismo, que minimizava a crença em Deus e enxergava a ciência como o único caminho para a verdade). Algumas pessoas começaram a ver que o aporte do conhecimento científico era limitado. A cosmovisão pós-moderna que surgiu, escreve Allen, “não tem Deus nem o universo material como fundamento da realidade, mas o próprio homem, o indivíduo soberano e autônomo. A “verdade” agora é interna, pessoal e subjetiva, um produto da imaginação humana” (Edições Vida Nova, janeiro de 2022, p. 62).

As “afirmações do que é a verdade” pós-modernistas têm a ver com a ética, a moralidade e a natureza da realidade. Pelo fato de que cada pessoa ou grupo social tem uma forma única de compreender e interpretar o mundo, o pós-modernismo afirma que os indivíduos e as culturas devem ser capazes de construir as suas próprias “verdades”. Isso é evidenciado pelo conceito de “o que é certo para você não é certo para mim”, algo que se tornou comum hoje em dia.

A ideia é que todos os pontos de vista éticos são igualmente válidos, a menos que sejam de tendência absolutista, e que nenhum comportamento pode ser rotulado como “pecaminoso” ou “inaceitável”. Assim, a pornografia, por exemplo, nunca poderia ser considerado errada. E a afirmação mais contundente que alguém poderia fazer a respeito é: “Particularmente, eu não gosto disso”. Esse mesmo princípio rejeita chamar o adultério de errado. A afirmação pós-modernista seria de que tal perspectiva pode ser pertinente para os cristãos, mas não àqueles que não creem na Bíblia.

Outro princípio importante do pós-modernismo é “o fim justifica os meios”. No livro The Truth About Worldviews (A verdade sobre as cosmovisões, em tradução livre), James Eckman explica que, do ponto de vista pós-modernista, “a moralidade vem das necessidades da sociedade...Como não existem absolutos e cada decisão é baseada no momento, qualquer coisa que funcione torna-se ‘a nova verdade’” (2006, p. 5). Ele apresenta dois exemplos desse tipo de pensamento: Considerar qualquer político antiético um “bom líder”, desde que mantenha o ritmo de crescimento da economia, e justificar a destruição de embriões humanos como fonte de células estaminais na pesquisa médica.

Em contrapartida, a Bíblia afirma claramente que Deus é a única fonte de verdade ética absoluta (ver João 17:17), que determina quais comportamentos são certos e errados. Não há exceções — até mesmo se algo feito de forma imoral trouxer os resultados desejados do ponto de vista humano.

3. Humanismo cósmico

Também conhecido como movimento da Nova Era, o humanismo cósmico é um conjunto de crenças e práticas religiosas extrabíblicas e pagãs enraizadas no misticismo oriental (notadamente no budismo e no hinduísmo), no gnosticismo (ensinamento de que a matéria é essencialmente má) e no ocultismo (astrologia, canalização, numerologia, adivinhação, bruxaria, etc.). Embora essas ideologias existam há milênios, elas foram agrupadas em uma única categoria quando surgiu o movimento Nova Era na década de 1970.

Os adeptos do humanismo cósmico (comumente conhecidos como novaeristas) acreditam num poder superior e em uma vida após a morte, mas não segundo o ensinamento bíblico. Esse movimento menospreza a Bíblia. Alguns novaeristas podem até usá-la, mas de maneira limitada e, geralmente, interpretando-a de forma metafórica e não literal. E grande parte do que é ensinado vem dos autoproclamados gurus da Nova Era — que promovem suas ideias por meio de livros, sites, seminários, etc. Geralmente, os novaeristas são instados a escutar sua “voz interior” e formular suas próprias “verdades”.

Dito isso, os novaeristas adotam certas ideias basilares. Eles acreditam que Deus, o universo e tudo o que existe consistem em uma essência fundamental ou energia espiritual. Geralmente os adeptos da Nova Era aderem ao panteísmo (que significa que tudo é Deus) ou ao panenteísmo (que significa que Deus impregna tudo o que existe). De qualquer forma, essas ideologias afirmam que o universo e tudo o que nele existe constituem coletivamente a Deus. Assim, os seres humanos, sendo parte do universo, são considerados divinos, isso explica por que alguns novaeristas declaram que são deuses. Eles também consideram a natureza sagrada e é por isso que praticam frequentemente o culto à terra.

Esse movimento considera que Deus é a “Realidade Suprema” ou a “Energia Universal” — uma força cósmica da qual procedem todos os seres vivos e pela qual todos acabarão sendo absorvidos. Em outras palavras, acreditam que o destino final dos seres humanos é retornar sua “energia vital” à consciência cósmica coletiva, que é Deus, para serem integrados a ela.

Os novaeristas enxergam os problemas do mundo como o resultado de os seres humanos suprimirem ou se esquecerem de sua própria divindade. Portanto, a solução da Nova Era é que as pessoas cultivem a autorrealização, experimentando a iluminação e despertando “seu Deus interior”. E eles buscam isso através de práticas como meditação transcendental, hipnose, tentativas de projeção astral (suposta experiência extracorpórea em que o corpo astral sai do campo físico e viaja pelo plano astral), cânticos, limpeza de aura (para eliminar a energia negativa) e cristais (para alcançar “harmonia” com o universo).

Eles também podem se envolver com o ocultismo (como consultar médiuns, astrólogos, videntes e cartomantes) para fazer contato com “guias espirituais” e “mestres ascensionados” — entidades espirituais (que, na verdade, são demônios) que, segundo creem, os ajudará em seu crescimento espiritual. Eles também podem buscar encontros com alienígenas, pois acreditam que os extraterrestres podem ser guias espirituais.

Um perigo muito real é o fato de que essas práticas, flagrantemente sobrenaturais, utilizadas na espiritualidade da Nova Era (como consultar médiuns, tentar projeção astral e meditação transcendental) colocam seus participantes em contato direto com espíritos malignos, o que poderia resultar em influência ou possessão demoníaca. As Escrituras proíbem explicitamente esse tipo de prática (Levítico 19:31; Deuteronômio 18:10-14).

Outro fato grave acerca do humanismo cósmico é que ele obscurece o verdadeiro Deus, já que não O considera nosso Pai, mas uma mera força impessoal, como explicam Steven Bancarz e Josh Peck no livro The Second Coming of the New Age (A segunda vinda da nova era, em tradução livre): “Uma relação pessoal com essa força é impossível porque não é uma pessoa, o que significa que não tem consciência, livre arbítrio, racionalidade, etc. Ela não pode corresponder ou interagir com você nem com seus propósitos. Seria como ligar um micro-ondas e tentar se relacionar com as frequências que ele emite” (2018, p. 130).

A identidade de Jesus Cristo também é rejeitada, observam esses escritores, já que Ele é considerado como “um simples sábio mestre humano ou algo quase divino, como um Mestre Ascensionado, guia espiritual ou até mesmo um ser extraterrestre que veio nos ensinar como podemos ascender e alcançar o mesmo nível de consciência” (p. 6). Em síntese, o humanismo cósmico conduz as pessoas para o reino demoníaco ao invés de conectá-las com Deus, que é o que a humanidade realmente precisa.

A necessidade de estar sempre alerta

A filosofia por trás de cada uma dessas três cosmovisões pode variar, mas o objetivo final de cada uma é o mesmo: remover Deus, Suas leis e verdades da vida das pessoas para elas que possam sentir que seus pensamentos e desejos estão justificados.

Indubitavelmente, Satanás está por trás desses sistemas de crenças. A Bíblia diz que ele “engana o mundo inteiro” e também que é “o deus deste século”, “o príncipe das potestades do ar” e “o governante deste mundo” (Apocalipse 12:9; 2 Coríntios 4:4; Efésios 2:2; João 12:31). Satanás sabe como fazer suas ideias distorcidas parecerem verdadeiras ou boas, embora sejam muito destrutivas.

Precisamos nos conscientizar das artimanhas de Satanás para não sermos levados por filosofias vazias e enganosas (2 Coríntios 2:11; Colossenses 2:8). E não é necessário nos tornar especialistas em todas essas falsas cosmovisões que existem no mundo, mas precisamos saber algo sobre elas para melhor combatê-las. Ademais, precisamos nos esforçar para preservar a verdadeira cosmovisão bíblica — e podemos conseguir isso reservando tempo para estudar a Bíblia, meditar, orar e até mesmo ter conversas do tipo “o ferro afia o ferro” com outros cristãos (Provérbios 27:17). Somente assim estaremos preparados para confrontar todas as mensagens antibíblicas que nos bombardeiam diariamente!