Como Sobreviver Em Tempos de Incerteza Econômica
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Como Sobreviver Em Tempos de Incerteza Econômica
Atualmente, muitas pessoas estão assustadas com os preços das coisas. Eu, pessoalmente, estou chocada com o aumento de preço dos produtos no supermercado, pois quase dobraram de preço nos últimos anos. E nos casos em que os preços permaneceram estáveis, a embalagem dos produtos diminuíram de tamanho ou vem com menos produto. Os valores dos imóveis também dispararam, prejudicando aqueles que pretendiam comprar seu primeiro imóvel. E aqueles que alugam imóveis têm lamentado o aumento dos aluguéis enquanto seus salários permanecem estagnados.
Uma pesquisa da plataforma Forbes Advisor de 2023 revelou que 78% dos estadunidenses vivem de salário em salário (sem sobra de dinheiro após as despesas básicas). O relatório anual sobre o bem-estar econômico de 2023 do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) revelou que 25% dos estadunidenses gasta rotineiramente mais do que ganha. E muitos usam cartões de crédito para sobreviver e estão se endividando cada vez mais.
Em uma perspectiva para os próximos anos, muitos economistas alertam sobre o potencial de hiperinflação (taxa de inflação mensal de pelo menos 50%), estagflação (uma combinação de crescimento econômico lento com inflação alta) ou recessão (período de declínio econômico marcado por redução do PIB e alta taxa de desemprego). E o impacto disso é devastador para o cidadão comum.
Precisamos administrar cuidadosamente nosso orçamento doméstico se quisermos estar preparados para qualquer turbulência econômica. E a principal ferramenta de orientação para isso é a Bíblia. Existem literalmente centenas de passagens bíblicas sobre como administrar o dinheiro. E muito do que as Escrituras dizem sobre o assunto estão nesses seis princípios a seguir. Viver de acordo com eles ajudará a evitar problemas econômicos, enfrentar desafios orçamentários e aliviar o estresse financeiro.
1. Evite as dívidas
Provérbios 22:7 nos adverte a evitar dívidas, equiparando-as à escravidão: “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta”. Caso esteja endividado, em essência você se tornou um escravo de seus credores. Você não tem mais a liberdade de decidir como gastar seu salário porque está obrigado a pagar essas dívidas.
Em tempos de incerteza econômica, as pessoas se preocupam com sua capacidade de pagamento das dívidas, pois pode acontecer de não terem mais uma fonte de renda ou condições financeiras para fazer isso.
A maior preocupação é com os cartões de crédito, pois suas taxas de juros são muito altas. E se a pessoa continuar pagando todo mês apenas o rotativo, essa dívida poderá facilmente ultrapassar o valor principal.
E se você acumulou muitas dívidas no cartão de crédito, então sua prioridade é quitá-las. “Procure pagar primeiro as dívidas com taxas de juros maiores”, aconselha Kerby Anderson no livro Making the Most of Your Money in Tough Times (Lidando com as finanças em tempos difíceis, em tradução livre): “Mas se todas elas tiverem taxas de juros semelhantes, então você pode pagar primeiro a menor. Ao fazer isso, você terá uma sensação de realização e ainda liberará parte de sua renda para abater em outras dívidas” (2009, p. 61).
Obviamente, é preciso evitar o endividamento. Elimine gastos com itens não essenciais e depreciáveis, como roupas, móveis, decoração para casa, eletrodomésticos, computadores e veículos novos. Opte por comprar sempre à vista. Os educadores financeiros recomendam sempre pagar o valor total da fatura mensal do cartão de crédito para se evitar pagar juros. E a decisão de fazer um empréstimo para comprar um imóvel é muito séria e deve ser avaliada com cuidado, considerando a sua situação financeira e objetivos.
2. Procure economizar
Uma chave para ficar longe de dívidas é economizar. “Esteja disposto a fazer sacrifícios”, recomenda Scott LaPierre em seu livro Your Finances God’s Way (Finanças segundo a Bíblia, em tradução livre). “Cada centavo conta. Todo o dinheiro que evitamos gastar nos aproxima do livramento das dívidas. Isso requer ser frugal e intencional com as compras. Muitas vezes precisamos dizer não a coisas que desejamos...E se queremos evitar as dívidas, precisamos viver de uma forma que outros podem considerar radical. Nossa sociedade é tão indulgente que, se vivermos ‘como todo mundo’, nunca ficaremos livres de dívidas” (2022, pp. 173-174).
Apesar da perspectiva do aumento da inflação e das ameaças de recessão, muitas pessoas continuam comprando coisas supérfluas mesmo sem poderem pagar por elas. Podemos nos enganar achando que nossos “desejos” são realmente “necessidades” ou arrazoar que precisamos de alguns itens não essenciais ou ter um estilo de vida semelhante ao de pessoas próximas de nós. A verdade é que isso apenas nos deixa mais endividados.
No livro Your Money in Tough Times (Finanças pessoais em tempo de crise, em tradução livre), Mahlon Hetrick escreve: “O estilo de vida da atualidade nos incentiva a ser gananciosos, cobiçosos e insatisfeitos, e a gastar indisciplinadamente. A melhor maneira de evitar problemas financeiros é adotar a seguinte atitude: Use suas coisas até se desgastarem completamente” (2012, pp. 14-15).
Há muitas maneiras de cortar despesas. Para começar, limite a frequência com que você sai para comer fora. Faça compras em lojas comuns e brechós em vez de lojas de shopping. Adote medidas para reduzir os custos domésticos. Busque planos de saúde, seguro de carro e residencial mais baratos. Cancele serviços de streaming ou assinaturas que você raramente usa. Evite hobbies e atividades que custam muito dinheiro.
Todos nós podemos aprender a viver com menos. Deus nos diz em 1 Timóteo 6:8 e Hebreus 13:5 que devemos estar contentes com o que temos. Jesus alertou contra a cobiça, dizendo que a vida de uma pessoa não consiste na quantidade de seus bens (Lucas 12:15). Isso não significa que não podemos comprar artigos de luxo, mas que não devemos gastar o dinheiro que não temos ou nos endividar apenas para seguir as tendências.
3. Crie e siga um orçamento
E se você ainda não tem um orçamento doméstico, está na hora de criar um. Simplificando, um orçamento é uma ferramenta de gestão financeira que ajuda a controlar as receitas e despesas de sua família. Ter um orçamento é sempre importante, sobretudo em tempos de incertezas econômicas ou quando estamos enfrentando problemas financeiros.
Embora o termo orçamento não esteja na Bíblia, ter um certamente se alinha com os ensinamentos bíblicos. Provérbios 27:23 diz: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos” (ARA). Em termos atuais, essa passagem nos diz que precisamos saber usar nosso dinheiro. Um orçamento nos ajuda a evitar gastos impulsivos e desnecessários e viver dentro de nossas condições e nos preparar para necessidades futuras. O hábito de não controlar o destino de nosso dinheiro pode fazer com que fiquemos endividados ou até mesmo nos levar à falência.
Para elaborar um orçamento doméstico, faça uma lista de todas as suas despesas mensais (hipoteca ou aluguel, contas de água e luz, assinaturas, compras de supermercado, prestações do carro, contas no cartão de crédito e assim por diante) e a compare com sua renda mensal. Caso suas despesas forem maiores do que sua renda, você precisará cortar gastos desnecessários. E se tiver empréstimos pendentes e dívidas no cartão de crédito, procure negociar juros menores com os credores, além de economizar ainda mais todo mês até quitar tudo.
Depois de elaborar seu orçamento, use um caderno, uma planilha ou um aplicativo de orçamento para começar a monitorar suas despesas mensais e revise-o para ajustá-lo periodicamente. E se seu salário não chega ao fim do mês, pare imediatamente de gastar. Não se permita estourar seu orçamento e esteja determinado a viver dentro de suas possibilidades.
4. Crie uma reserva de emergência
Outra maneira de prevenir problemas financeiros é reservar dinheiro para ser usado no caso de você perder o emprego ou sofrer um acidente de trabalho, ficando impossibilitado de trabalhar por um período de tempo, ou surgir despesas imprevistas como, por exemplo, um reparo urgente na casa ou no carro.
A Bíblia nos incentiva a criar nossa reserva financeira em tempos de prosperidade para que possamos estar prontos para o que o futuro nos reserva. Provérbios 21:20 diz o seguinte: “O homem de bom senso economiza, e tem sempre bastante comida e dinheiro em sua casa; o tolo gasta todo seu dinheiro assim que o recebe” (Bíblia Viva). E Provérbios 27:12: “O prudente antevê o perigo e toma precauções” (Nova Versão Transformadora). Provérbios 6:6-8 descreve o trabalho das formigas, que ajuntam durante tempos de abundância preparando-se para os possíveis tempos difíceis no futuro. Assim, devemos economizar agora para estarmos preparados para o futuro.
Uma regra de ouro amplamente aceita é a criação de uma reserva de emergência que tenha no mínimo o valor equivalente a seis meses do custo de vida mensal de uma família. Isso significa ter o suficiente para pagar os gastos com moradia, alimentação, transporte, plano de saúde, contas de água e luz e outros itens essenciais nesse período.
E se não conseguir fazer isso uma só vez, então, você pode ir montando sua reserva de emergência aos poucos, guardando no mínimo 10% do seu salário todo mês até atingir o valor necessário.
Uma reserva de emergência reduz sua dependência dos cartões de crédito com juros altos ou dos empréstimos pessoais caros quando surgir alguma despesa não planejada ou você passar por um período financeiro difícil, além de evitar que você se endivide.
5. Seja um dizimista fiel
Talvez você esteja ciente da instrução de Malaquias 3:10, que diz: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa”. O dízimo é a prática de devolver a Deus a décima parte de sua renda. (Para saber mais sobre o tema, leia nosso guia de estudo bíblico gratuito “O Que a Bíblia Ensina Sobre o Dízimo?”).
Entretanto, quando as contas começam a se acumular e o dinheiro está curto, alguns cristãos costumam ignorar o dízimo. Eles acham que se derem dez por cento de sua renda à Igreja, não terão dinheiro para sobreviver e que Deus entende isso.
A verdade é que Deus e Seus princípios não seguem a “lógica” humana. Deus nos diz para dizimar, então devemos obedecer a essa ordem em tempos bons e maus, mesmo que isso não faça sentido para nossa limitada perspectiva humana.
Deus sabe que o dízimo nos traz benefícios, por isso Ele nos manda dizimar. Ele também conhece nossas necessidades e promete cuidar de nós. A última parte dessa passagem de Malaquias 3:10 diz que, quando dizimamos fielmente, Deus promete “abrir as janelas do céu e...derramar...bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. Essas bênçãos podem ser espirituais ou físicas.
Assim, quando damos o dízimo, começamos a depender mais espiritualmente de Deus e nos aproximarmos dEle, que, por sua vez, se aproximará de nós (Tiago 4:8). E isso leva a um relacionamento mais próximo com Deus. Além disso, quando damos um passo de fé e obedecemos a Deus através do dízimo, mesmo quando for difícil para nós, crescemos em caráter piedoso.
Em termos de bênçãos físicas, conheci pessoas que estavam com dificuldades financeiras, mas ainda assim dizimavam, e que, surpreendentemente, receberam ofertas de empregos com melhor remuneração, ganharam utensílios domésticos que precisavam muito ou receberam uma grande ajuda de alguém.
Mas se pararmos de dizimar, podemos perder as bênçãos que Deus quer nos dar. Porém, não é correto dizimar esperando receber algo em troca. Contudo, ficamos mais tranquilos ao saber que nossa vida será muito melhor quando obedecemos a ordem de Deus para dizimar.
6. Confie em Deus e não em suas finanças
Devemos sempre lembrar que nossa verdadeira segurança está em Deus e não em nossa conta bancária. Em 1 Timóteo 6:17, somos instruídos a não colocar nossa “esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus”. Provérbios 11:28 adverte que “aquele que confia nas suas riquezas cairá”.
Nossos ativos financeiros têm utilidade limitada e podem facilmente desaparecer num instante por conta de um roubo ou de uma crise econômica (Provérbios 23:5). Veja o que aconteceu com as pessoas durante os lockdowns na pandemia do coronavírus, elas perderam seus empregos e negócios ou consumiram todas suas economias para poderem sobreviver. E isso pode acontecer novamente.
Em 2023, ocorreram inúmeras falências bancárias. Analistas financeiros alertam que pode haver mais falências nos próximos anos. E para os próximos anos, especialistas também preveem queda no mercado de ações, falência do sistema de previdência social dos Estados Unidos, mais falências nos planos de previdência corporativa, uma crise no mercado imobiliário ou até mesmo um colapso total da economia estadunidense devido à sua enorme dívida externa e à redução do poder do dólar no comércio internacional e outros fatores. Os sistemas financeiros do mundo estão num terreno muito instável.
Ezequiel 7:19 diz que a economia mundial se tornará cada vez mais complicada antes do retorno de Cristo a ponto de as pessoas jogarem fora o ouro e a prata como se fossem inúteis. Em última análise, essa passagem apenas ressalta a fragilidade de nossos ativos financeiros. A verdade é que, aconteça o que acontecer, só podemos contar com Deus para nos livrar de tudo isso.
Entretanto, como vimos, temos que administrar sabiamente as finanças de nosso lar. Isso significa assumir nossa responsabilidade pessoal. Então, após fazermos nossa parte, o resto está nas mãos de Deus. E Mateus 6:25-34 nos assegura que se realmente buscarmos a Deus e Sua justiça, Ele cuidará de nós. E lembrar disso nos dará o foco correto e a paz de espírito necessários para enfrentarmos os tempos difíceis na economia.