Eventos e Tendências Atuais
Alerta sobre o uso de redes sociais pelo público infantil
Recentemente, o cirurgião-geral dos Estados Unidos, Dr. Vivek Murthy, fez um alerta sobre os efeitos nocivos do uso de mídia social por crianças e adolescentes, inclusive depressão, ansiedade e distúrbios do sono. Ele disse que não há evidências suficientes que mostrem que o uso de redes sociais seja seguro, mas há cada vez mais indícios de que isso afeta negativamente a saúde mental.
Como ele observou em sua declaração: “As crianças estão expostas a conteúdos prejudiciais nas redes sociais, desde conteúdo violento e sexual até bullying e assédio. E para muitas crianças, o uso da mídia social está comprometendo o sono e o valioso tempo pessoal com a família e amigos” (23 de maio de 2023). Isso ocorre depois que um recente estudo descobriu que 95% dos adolescentes usam redes sociais e que a maioria deles permanece duas horas por dia nelas.
Na verdade, a tendência de problemas de saúde mental tem aumentado entre as adolescentes, e a situação foi agravada pelos lockdowns da Covid-19. Os resultados da Pesquisa de Comportamento de Risco Juvenil, publicada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos em abril, mostraram um aumento acentuado de ideação suicida entre as estudantes do ensino médio (“One-Third of Teen Girls in US Seriously Considered Attempting Suicide in 2021: CDC” [CDC: Um terço das adolescentes estadunidenses já considerou seriamente o suicídio em 2021, em tradução livre], site ABC News, 27 de abril de 2023).
Mas esse problema já existia — o índice era de quase um quarto em 2019. Como observa outro estudo: “Hoje em dia é amplamente aceito que uma epidemia de doença mental entre os adolescentes estadunidenses começou em 2010” — algo que também está ocorrendo em todo o mundo. (“The Teen Mental Illness Epidemic Is International, Part 1: The Anglosphere”, [A epidemia de doenças mentais na adolescência é mundial, parte 1: a anglosfera, em tradução livre] site JonathanHaidt.substack.com, 29 de março de 2023).
E no Brasil, os casos de suicídio aumentaram 43% em uma década, passando de 9.454, em 2010, para 13.523, em 2019. Entre os adolescentes, o aumento foi de 81%, indo de 3,5 suicídios por 100 mil adolescentes para 6,4. Nos casos em menores de 14 anos, houve um aumento de 113% na taxa de mortalidade por suicídios de 2010 a 2013, fazendo do suicídio a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, e indicam que o aumento do risco de morte por suicídio se deu em todas as regiões do País, tendo o Sul e o Centro-Oeste registrado as maiores taxas. Braço da OMS nas Américas, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) está analisando o impacto da Covid-19 sobre a incidência de suicídios no continente.
A análise conclui: “Nesse ponto, existe apenas uma teoria conhecida que pode explicar por que isso está acontecendo com essas adolescentes em tantos países ao mesmo tempo: a rápida transição mundial dos celulares comuns (em que não há acesso a mídias sociais) para os smartphones e a infância baseada em telefones celulares. O primeiro smartphone com câmera frontal (iPhone 4) foi lançado em 2010...O Facebook comprou o Instagram em 2012... Portanto, 2012 foi o primeiro ano em que um grande número de meninas no mundo desenvolvido começou a passar horas postando selfies diariamente e visualizando centenas de fotos postadas por outras meninas”.
“Se repentinamente a vida social de meninas adolescentes é transformada pela exposição a plataformas que priorizam a comparação de perfil e o desempenho social, onde usuárias viciadas têm três vezes mais chances de ficar deprimidas do que as eventuais, será que isso poderia ter algum impacto na saúde mental delas? Acreditamos que sim”.
A mídia como inimiga
O Instituto Rasmussen realizou uma pesquisa entre 16 a 18 de maio de 2023 e descobriu que 59% dos potenciais eleitores estadunidenses concordaram com a afirmação de que as mídias sociais são “realmente inimigas das pessoas”.
Em geral, 52% dos estadunidenses dizem que não confiam em notícias sobre política vindas das mídias tradicionais e 52% acreditam que as mídias têm viés político.
Ao consumir notícias de qualquer fonte, é importante entender que muitas vezes na cobertura e análise de notícias há viés específicos que visa orientar e controlar determinadas narrativas. E essas narrativas e análises são predominantemente preconceituosas em relação às perspectivas divinas e bíblicas. Devemos sempre ter cuidado com o que permitimos entrar em nossas mentes.
Evasão nas igrejas e dúvidas sobre a existência de Deus
Atualmente, a taxa de estadunidenses que não duvidam da existência de Deus não alcança nem 50% — segundo uma pesquisa de 2022, cujos resultados foram divulgados em maio deste ano. Esse índice está abaixo dos 60% de 2008.
Outra pesquisa do National Opinion Research Center (Centro Nacional de Pesquisa de Opinião), também descobriu que hoje 34% dos estadunidenses não vão mais à igreja — o número mais alto registrado em cinco décadas.
Outra enquete do Public Religion Research Institute (Instituto Público de Pesquisa de Religião) constatou que 27% dos estadunidenses afirmaram não ter afiliação religiosa em 2022, contra 23% em 2020 e 16% em 2008. Ainda assim, quase três quartos acreditam na vida após a morte (“Does God Exist? Only Half of Americans Say a Definite Yes” [Apenas metade dos estadunidenses acreditam que Deus existe, em tradução livre], site thehill.com, 22 de maio de 2023).
Infelizmente, em todo o mundo as pessoas estão cada vez mais confusas acerca de Deus e de Sua verdade revelada na Bíblia. Entretanto, conforme mostrado em vários artigos nesta edição, as evidências da existência de Deus e da veracidade da Bíblia como Sua Palavra inspirada são abundantes para aqueles que estão dispostos a ver.
Aumento nas taxas de IST
As taxas de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente sífilis, aumentaram nos Estados Unidos nos últimos anos.
Como relata o site de notícias científicas, LiveScience: “Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos rastreiam a taxa nacional de infecções por gonorreia, clamídia e sífilis. As taxas dessas ISTs bacterianas já estavam aumentando nos seis anos anteriores à pandemia. Durante esse período, as taxas anuais de infecção por gonorreia aumentaram em média 10%, as de clamídia em 3,6% e as de sífilis em 14%...”.
“As taxas de casos de sífilis aumentaram mais acentuadamente no mesmo período, alcançando a taxa mais alta em três décadas — um aumento de 27% em comparação com 2020... As crescentes infecções por sífilis são particularmente preocupantes, pois estão ligadas ao aumento nas taxas de sífilis congênita [infecção do feto transmitida por via placentária, que causa defeitos congênitos e outros problemas graves, e também pode levar à morte]...As taxas de infecção por sífilis congênita praticamente triplicaram entre 2017 e 2021” (“Why Are Sexually Transmitted Infections on the Rise in the US?” [O aumento das ISTs nos Estados Unidos, em tradução livre], 15 de março de 2023).
O estado do Mississippi, EUA, teve um salto chocante nos casos de sífilis congênita entre 2016 e 2021 (“Mississippi Hit by 900% Increase in Newborns Treated for Syphilis” [O estado do Mississippi teve um aumento de 900% nos casos de sífilis congênita em recém-nascidos, em tradução livre], NBC News, 13 de fevereiro de 2023).
Ademais, “os Estados Unidos e o Reino Unido estão passando por uma ‘epidemia’ de câncer de garganta — e os especialistas apontam o sexo oral [em relação não-monogâmica] como o principal causador. O Dr. Hisham Mehanna, do Instituto de Câncer e Ciências Genômicas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, disse que 70% dos casos de câncer de garganta são causados pelo papilomavírus humano (HPV na sigla em inglês) [transmitido através de relações sexuais]...O Dr. Hisham também disse que as pessoas com múltiplos parceiros sexuais orais têm quase nove vezes mais chances de desenvolver esse câncer de garganta” (“Oral Sex is Fueling an 'Epidemic' of Throat Cancers in the US and UK” [Sexo oral alimenta ‘epidemia’ de câncer de garganta no Reino Unido e nos Estados Unidos, em tradução livre], Daily Mail, 26 de abril de 2023). O HPV também pode causar câncer do colo do útero (ibid.).
Paralelamente, os casos de AIDS estão aumentando. “E um surto internacional de varíola símia, que está se espalhando principalmente entre homens que fazem sexo com outros homens, agravou ainda mais o problema do país com doenças transmitidas por meio do sexo. David Harvey, diretor executivo da National Coalition of STD Directors (uma associação comercial para associações de saúde pública), disse que a situação está 'fora de controle'” (“'Out of Control’ STD Situation Prompts Call for Changes” [O desafio de controlar as ISTs, em tradução livre], site fox26houston.com, 19 de setembro de 2022).
O site de notícias científicas LiveScience diz que “muitos cientistas acham que um dos fatores por trás desse aumento nas taxas de IST é a crescente epidemia de opioides. O uso de opioides, incluindo analgésicos prescritos e drogas ilícitas como heroína e fentanil, atingiu novos patamares em meio à pandemia e tem sido associado ao comportamento sexual arriscado, que eleva o risco de propagação de ISTs, tais como não usar preservativo e ter muitos parceiros sexuais”.
Ademais, o consumo de drogas, algo particularmente insensato, sem dúvida, leva a um comportamento ainda mais irresponsável. E o compartilhamento de agulhas por usuários de droga é outra forma de transmissão de doenças, como a AIDS.
Contudo, o verdadeiro problema aqui não é a falta de informação sobre saúde e uso de preservativos. O verdadeiro problema é a desobediência aos mandamentos de Deus quanto à sexualidade e suas consequências. O apóstolo Paulo diz em Romanos 1:27 que aqueles que se envolvem em imoralidade sexual estão “cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.
A sociedade está amaldiçoada por seus pecados. Mas as pessoas podem e devem se arrepender — para que Deus possa curá-las. Vamos orar para que mais pessoas abandonem a iniquidade e voltem-se para os caminhos de Deus. E para entender melhor o contexto adequado da sexualidade humana, leia nosso guia de estudo bíblico gratuito Casamento e Família: A Dimensão Perdida.
O impacto dos distúrbios do sono
Segundo um estudo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), um em cada três estadunidenses não está dormindo o suficiente — definido como sete ou mais horas por noite. Na década de 1940, o adulto estadunidense médio dormia 7,9 horas por noite. Agora esse número está próximo de 6,7 horas por noite e, provavelmente, não é um sono reparador.
A falta de sono pode aumentar significativamente o risco de doenças cardíacas, derrames e câncer. Esse problema também tem sido associado à obesidade, depressão, ansiedade, insuficiência cardíaca e demência. Além do aumento nas despesas com saúde, isso também afeta o desempenho no trabalho porque o cansaço leva à falta de foco, absenteísmo laboral e maior risco de acidentes de trabalho (site axios.com, 29 de maio de 2022).
Para ter um sono reparador, vá para a cama sempre no mesmo horário. Certifique-se de que o quarto não tenha muita iluminação e ruído. Tome sol e faça exercícios suficientes para dormir com mais facilidade. Evite cafeína à noite. Evite tirar muitos cochilos durante o dia. Desligue os dispositivos com telas meia hora antes de dormir. Procure soluções para problemas respiratórios causados por alergias ou apneia, que podem ser perigosos. Reduza o estresse e ore a Deus por paz de espírito. “O SENHOR concede o sono àqueles a quem ama” (Salmos 127:2, NVI; ver também Provérbios 3:24).
Também precisamos ter cuidado para evitar o oposto, ou seja, dormir demais (Provérbios 19:15; 20:13; 24:33-34). Em vez disso, é imprescindível encontrar o equilíbrio na relação entre trabalho e descanso — ambos estão interligados.