O Conhecimento de Deus Revelado em Duas Partes

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O Conhecimento de Deus Revelado em Duas Partes

"A comunidade cristã tem uma mente dividida sobre o seu livro de instrução"—John Wenham

Muitas pessoas sabem que a Bíblia é composta de duas partes, tradicionalmente chamadas de Antigo Testamento e Novo Testamento. Em alguns aspectos esta terminologia é enganosa porque tem levado, sutilmente, alguns a rejeitar grande parte da revelação de Deus. Alguns teólogos e líderes religiosos julgam que o Antigo Testamento não tem valor ou é obsoleto simplesmente "por ser antigo".

Existem muitos conceitos errôneos acerca da Bíblia Hebraica. O autor britânico, John Wenham, escreveu: "Por muito tempo tem havido tantos ensinamentos errados que até as pessoas inteligentes, frequentemente, acreditam que os dois Testamentos representam dois pontos de vista opostos e irreconciliáveis. Que no Antigo Testamento há um Deus irado e o Novo Testamento um Deus amoroso" (Cristo e a Bíblia, página 19).

Alguns concluem que o Antigo Testamento estava velho—obsoleto ou ultrapassado—e por isso foi substituído pelo Novo Testamento. As designações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento" são encontradas em versículos de algumas traduções da Bíblia, mas a palavra traduzida como "testamento" nesses versículos quer dizer "aliança" ou "concerto". Esses versículos dizem respeito à Antiga e à Nova Aliança (que será totalmente explicada em uma próxima lição) e não a respeito dos livros da Bíblia.

Se você tivesse vivido há dois mil anos e perguntasse aos apóstolos Pedro, Paulo e João sobre o "Antigo Testamento" ou o "Novo Testamento", eles não teriam nenhuma ideia sobre o que estaria falando. Esses termos foram inventados pelos homens, muito tempo depois de os livros da Bíblia terem sido escritos. O uso do termo "Novo Testamento" nas Escrituras Gregas não existia até um século ou mais depois da morte dos apóstolos.

A maioria da Bíblia está pautada pelo Antigo Testamento. De fato, a maior parte das Palavras de Deus vem daquelas Escrituras Hebraicas—quase oitenta por cento das 773.000 palavras da Bíblia. Além disso, o Novo Testamento contém cerca de seiscentas citações de referências ou alusões ao Antigo Testamento.

À luz desse entendimento, será que faz sentido grande parte do mundo cristão considerar o conteúdo do Antigo Testamento inferior ou conflitante com o Novo Testamento? Seria lógico desconsiderar a história da revelação de Deus, a revelação de Seu caminho de vida e da as promessas contidas nas Escrituras Hebraicas?

Walter Kaiser, em seu livro "Para Descobrindo o Antigo Testamento", explica: "Se a igreja persiste em basear toda a sua teologia no Novo Testamento, enquanto negligencia, cinicamente, o Antigo Testamento, então rejeita 3/4 da revelação da escritura de Deus, um montante considerável do ensinamento bíblico. E é esta prática que leva . . . ao desequilíbrio do seu ensinamento ministerial. A igreja deve retornar ao proveitoso uso didático do Antigo Testamento" (p. 29).