A Responsabilidade e a Missão da Igreja

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A Responsabilidade e a Missão da Igreja

Jesus Cristo deu à Sua Igreja uma responsabilidade e uma missão específica em cumprimento de Seu plano. O que isso implica? Alguns, por entender mal o plano global de Deus, também não compreendem o que a Igreja está fazendo. Qual é a missão especial da Igreja?

Jesus Cristo entregou à Sua Igreja—esse corpo de crentes espiritualmente transformado—a responsabilidade de realizar essa tarefa. A missão da Igreja é pregar o evangelho do Reino de Deus e fazer discípulos em todo o mundo, ensinando-lhes exatamente o que Jesus ensinou (Marcos 16:15, Mateus 24:14; 28:19-20).

O trabalho da Igreja continua, pois não cessou quando os primeiros discípulos morreram. No início, a obra dos apóstolos, a missão da Igreja, foi passada a cada geração do povo de Deus. Jesus prometeu estar com seus seguidores conforme eles realizam essa obra até que Ele retorne no final da era (versículo 20).

Veja a finalidade para a qual Jesus Cristo enviou o apóstolo Paulo às pessoas no mundo: “Para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos 26:18, ACF).

Paulo também disse: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). O evangelho é a mensagem de Deus de como a salvação será trazida para a humanidade—começando com Sua Igreja.

A Igreja desempenha muitos papéis ao trazer a salvação para o mundo. Ergue-se como a luz do mundo (Mateus 5:14). É a casa ou família de Deus (Efésios 2:19; 1 Pedro 4:17, NVI). É a mãe que nutre os filhos e filhas de Deus (Gálatas 4:26). Ela atua como a “coluna e firmeza da verdade" em um mundo espiritualmente confuso (1 Timóteo 3:15).

Vamos olhar para as responsabilidades multifacetadas que Cristo deu à Sua Igreja, o Seu povo especial.

A Igreja tem que salvar o mundo?

Paulo descreve a responsabilidade da Igreja como “o ministério da reconciliação”, porque “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Coríntios 5:18-19) .

O propósito final de Deus é ajuntar—reconciliar—toda a humanidade para Si mesmo. A Igreja desempenha um papel importante nesse nobre esforço. Deus a comissionou para pregar como vai ocorrer essa reconciliação. E para batizar aqueles que acreditem nessa mensagem.

Quando acontecerá essa reconciliação? Um equívoco comum é o de que Jesus comissionou a Sua Igreja para salvar o mundo nesta época atual. Mas não é isso que a Bíblia ensina e não é o que Paulo queria dizer em 2 Coríntios 5.

O ministério da reconciliação da Igreja é apenas o começo de uma fase muito maior do plano de Deus para reconciliar o mundo consigo mesmo através de Jesus Cristo.

Deus comissionou a Igreja para proclamar a salvação para as nações. Mas proclamar o ensinamento de Jesus sobre a salvação é muito diferente de levar a humanidade à salvação. O último exigirá trazer o mundo inteiro para o arrependimento e à conversão. Somente Jesus Cristo pode converter o mundo; essa tarefa terá que esperar até que Ele retorne.

Por que Cristo deve levar Israel ao arrependimento?

Ao Seu retorno Cristo iniciará a reconciliação do mundo com Deus trazendo os descendentes de Jacó—Israel—ao arrependimento.

Naquela época, Paulo explica que “todo o Israel será salvo”. Como? “De Sião virá o Libertador [Cristo], e desviará de Jacó as impiedades” (Romanos 11:26).

Então, assim quando o povo restaurado de Israel aprender a obediência como uma nação, muitos povos virão e dirão, de acordo com o livro de Isaías: “‘Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacó, para que ele nos ensine os seus caminhos, e assim andemos em suas veredas’. Pois a lei sairá de Sião, de Jerusalém virá a palavra do Senhor” (Isaías 2:3, NVI).

E Zacarias nos diz: “Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zacarias 8:23).

A humanidade vai começar a perceber que a lei que Deus deu a antiga Israel ainda deve ser observada. A humanidade vai se livrar de suas ideias preconcebidas e até mesmo começará a guardar as festas bíblicas, que Deus deu a Israel antiga (listada na íntegra em Levítico 23).

Aqueles que continuarem impenitentes em breve terão que enfrentar circunstâncias extremamente graves porque Deus irá humilhá-los impedindo que venha a chuva sobre suas plantações até que mudem de atitude: “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos [um dos festivais bíblicos]. Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva” (Zacarias 14:16-17, ARA).

Visto que Cristo conhece a natureza humana, Ele fará o que for necessário naquele momento para mudar o pensamento das pessoas—para trazê-las ao arrependimento. Mas isso só deve ocorrer no futuro, depois que Ele retornar.

Apesar de que a Igreja esteja proclamando uma mensagem ao mundo que inclui o chamado ao arrependimento, a Escritura nos diz que relativamente poucas pessoas realmente vão se arrepender antes da volta de Cristo. Portanto, trazer o mundo para o arrependimento não é papel da Igreja nesta época.

Um grupo pequeno: A luz do mundo

Ao contrário, Jesus disse aos Seus discípulos: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Ele também disse: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (João 15:18-19).

O povo de Deus nunca foi uma força popular ou poderosa. Jesus descreve a sua sorte na vida: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” (Mateus 7:13-14).

Sim, apenas alguns estão dispostos a seguir todos os ensinamentos de Jesus Cristo quando os ouve e compreende-os. Assim, Jesus confortou Seus discípulos: “Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino” (Lucas 12:32). Deus revela que Seu povo seria um pequeno rebanho nesta época. Ele está chamando apenas alguns para serem exemplos vivos do Seu modo de vida para o resto do mundo.

Jesus diz aos seus verdadeiros discípulos: “Vós sois a luz do mundo . . . Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:14-16).

Deus comissionou a Igreja a dar o exemplo de Seu modo de vida para o mundo. Deus está expondo os Seus caminhos para humanidade através da Igreja. Pedro exorta aos membros da Igreja: “A conduta de vocês entre os pagãos deve ser boa, para que, quando eles os acusarem de criminosos, tenham de reconhecer que vocês praticam boas ações, e assim louvem a Deus no dia da Sua vinda” (1 Pedro 2:12, BLH).

A Igreja: Primícias de Deus

Durante o “presente século mau” (Gálatas 1:4), a Igreja de Deus consiste somente da primeira e pequena parte da grande colheita de pessoas para a vida eterna que Deus fará.

Tiago chama os cristãos “como que primícias das suas criaturas” (Tiago 1:18, ARA). E que são “os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apocalipse 14:4, ARA).

O uso bíblico do termo primícias foi prontamente compreendido pelos membros da Igreja primitiva. “Em reconhecimento ao fato de que todos os produtos da terra vieram de Deus, e [em] gratidão por Sua bondade, os israelitas traziam como oferenda a Ele uma parte dos frutos que primeiro amadureceram, sendo estes vistos como uma garantia da próxima colheita” (Dicionário Bíblico Ilustrado Zondervan, 1967, “Primícias”).

As primícias eram a primeira parte da colheita que os israelitas separavam para Deus. Depois as juntavam e dedicavam-nas ao seu Criador, então colhiam o resto da plantação. Os apóstolos e outros membros da Igreja primitiva entenderam que, como primícias, a Igreja é a primeira parte da colheita de Deus, entre os seres humanos, para a salvação. A grandisíssima parcela dessa colheita somente ocorrerá depois do retorno de Jesus Cristo.

Aqueles a quem Deus chama nesta época irão participar da salvação do mundo—mas não nesta época e não como seres humanos. No retorno de Jesus Cristo, eles serão totalmente transformados em seres espirituais imortais.

Deus vai ressuscitá-los para a vida eterna como as primícias de Sua colheita, recebendo a imortalidade na volta de Cristo (1 Coríntios 15:20-23, 51-53). Eles, então, servirão como reis e sacerdotes no Reino de Deus (Apocalipse 5:10).

Como filhos de Deus, ressuscitados e imortais, eles vão auxiliar a Cristo a ensinar ao mundo o caminho de obediência a Deus por mil anos: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6). A ressurreição desses servos fiéis de Jesus Cristo para a vida eterna no início desses mil anos é apenas a primeira ressurreição (versículos 4, 6).

Todos os mortos serão ressuscitados

No fim dos mil anos, Deus vai ressuscitar todos os outros que já viveram ao longo da história humana para virem diante dEle em julgamento (Apocalipse 20:11-12). Isso é muito maior do que a primeira ressurreição, pois é a ressurreição do “restante dos mortos” (versículo 5, ARA). Naquela época, Deus vai levantar do túmulo pessoas de todas as nações, juntamente com o povo de Israel—todos ressuscitarão juntos (Mateus 11:20-24; 12:41-42).

“Não vos maravilheis disso”, disse Jesus, “porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação [ou melhor, julgamento (juízo), como traduzem outras versões]” (João 5:28-29).

Aqueles que se levantem nessa ampla ressurreição—a ressurreição do julgamento—viverão novamente como seres humanos mortais, de carne e sangue (comparar Ezequiel 37:1-10). Em seguida, eles vão aprender os caminhos de Deus, reconhecendo seus pecados e recebendo o Seu Espírito. A partir daí também poderão receber a imortalidade.

Ezequiel descreve a ressurreição de todo o povo de Israel naquela época: “Assim diz o Senhor Deus: Eis que abrirei a vossa sepultura . . . Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor” (versículos 12-14). (Para mais informações sobre este assunto vital, baixe ou solicite nosso livro gratuito O Que Acontece Depois da Morte?)

Os cristãos são as primícias dos redimidos. Eles vivem em um mundo enganado e devem se esforçar para serem “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Filipenses 2:15, ARA).

A Igreja: O Corpo de Cristo

Já vimos que Jesus Cristo disse aos Seus discípulos para ir por todo o mundo, fazendo discípulos em todas as nações e ensinando-os o caminho de vida de Deus. Isso conduz à cooperação e organização. Para descrever efetivamente o funcionamento organizado do povo de Deus, os apóstolos usaram a analogia do corpo humano.

“Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas [idiomas]” (1 Coríntios 12:27-28, NVI).

Dirigindo os trabalhos da Igreja, como seu Chefe vivente está Jesus Cristo (Colossenses 1:18). Para enfatizar o quanto a Igreja é dependente de Sua liderança e inspiração, Jesus se compara a uma videira: “Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer” (João 15:5). O sucesso da Igreja depende do poder e da inspiração que recebe de Jesus Cristo.

As funções dentro do Corpo de Cristo são estabelecidas por Ele “com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado” (Efésios 4:11-12, NVI).

Paulo nos diz que “há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos” (1 Coríntios 12:4-6, NVI).

A liderança espiritual na Igreja

Entre os dons que Cristo dá a Sua Igreja estão os dons da liderança espiritual—apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Efésios 4:11). Eles estão com a responsabilidade de pregar o evangelho e de ensinar, alimentar, proteger e edificar a Igreja. O caráter divino e exemplar são qualificações espirituais essenciais àqueles encarregados da liderança espiritual (1 Timóteo 3:1-10, Tito 1:5-9).

Estes têm que estar pastoreando amorosamente o rebanho de Deus (João 21:15-17) para que todos os membros deste corpo espiritual possam chegar “à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13).

Eles devem guiar o povo de Deus para que possam trabalhar juntos em unidade—amando, respeitando e apoiando uns aos outros: “Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros” (1 Coríntios 12:24-25, NVI).

Aqueles que são guiados por Jesus Cristo reconhecem um Espírito comum a todos—o próprio Espírito de Deus, que os torna o povo de Deus. E que os levaria a trabalhar juntos em unidade para realizar a missão que Cristo deu à Igreja e Seu ministério de pregação do evangelho para o mundo, e para ajudar no crescimento e no desenvolvimento espiritual daqueles que se tornam crentes.

A Igreja fundada por Jesus é esse corpo especial de pessoas que, guiados pelo Espírito Santo, obedecem aos mandamentos de Deus e estão zelosamente empenhados em cumprir a comissão dada por Jesus.