Existem Recordações dos Querubins desde o Mundo Antigo?
Alguns afirmam que esses termos eram aplicados a seres mitológicos protetores associados às estrelas chamadas lamassu ou shedu, que tinham uma forma composta de cabeça humana, corpo de boi ou leão, e asas de águia — como as esfinges ou touros alados. E é especialmente impressionante como essas criaturas mitológicas são semelhantes às descrições bíblicas dos querubins, que também têm partes que parecem com seres humanos, leões, bois e águias.
Alguns afirmam que o termo hebraico krub ou um termo relacionado do Oriente Médio seja originário, ou semelhante, do termo grego gryps, de onde deriva o termo grifo ou griffin — um leão com cabeça de águia. Entretanto, já se salientou que "o grifo hitita com corpo humano...ao contrário de outros grifos, quase sempre não aparece como uma feroz ave de rapina, mas sentado num clima de calma e dignidade, como um invencível guardião das coisas sagradas" (Wikipédia,"querubim").
A Bíblia de Estudo de Antecedentes Culturais (Cultural Backgrounds) da NVI aponta um paralelo entre os querubins bíblicos e "as gigantescas criaturas mistas bem conhecidas na arte iconográfica e gliptológica assíria e babilônica. Essas criaturas híbridas protegiam a entrada de templos ou de palácios. As colossais criaturas assírias, descobertas durante escavações arqueológicas, fornecem um exemplo apropriado. Elas foram escavadas no local da cidade antiga de Nimrod, onde guardavam as portas do palácio de Assurbanipal II (883-859 a.C.). Um deles é um touro alado com cabeça humana e outro tem o corpo de um leão" (nota em Ezequiel 1:5).
O mesmo estudo bíblico comenta sobre os querubins no topo da Arca da Aliança de Êxodo 25: "Essas criaturas esculpidas são, provavelmente, esfinges aladas, conhecidas de vários outros locais por todo o antigo Oriente Próximo...Essas criaturas mistas foram encontradas em templos e santuários e, frequentemente, são organizadas como se guardassem a entrada. Seu propósito parece ser de proteção — para evitar, talvez apenas simbolicamente, que indivíduos não autorizados entrassem no espaço onde não eram permitidos.
"No tabernáculo do Êxodo, essas criaturas parecem funcionar como protetores da presença de Yahweh. Eles são a última barreira entre qualquer possível presença humana e a presença divina. Não está na frente deles, mas ‘no meio’ deles, diz o Senhor, que ‘virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório...tudo o que Eu te ordenar para os filhos de Israel’ (versículo 22). Portanto, é também significativo que essas criaturas aladas sejam encontradas flanqueando os tronos dos reis no mundo antigo" (nota no versículo 18).
Quanto à aparência atual, ainda se salienta que "Ezequiel repete consistentemente a palavra ‘semelhança’ (por exemplo, vv. 5, 10, 22, 26, 27), indicando a sua relutância em se comprometer, e comparar, com a identidade substancial do estava vendo. Parecia 'como fogo’, ‘semelhança de seres viventes’, ‘figura semelhante à de um homem’. Esses termos alusivos indicam que esta era apenas uma 'visão'. Este é o tipo de linguagem geralmente usado em relatos de sonhos e visões” (nota sobre Ezequiel 1:5).
Como podemos explicar essas notáveis semelhanças entre essas criaturas mitológicas em todo o antigo Oriente Próximo e os querubins bíblicos? Uma resposta simples é que essas várias representações populares provavelmente vieram de recordações dos querubins que Deus colocou na entrada do Jardim do Éden para guardar o caminho para a árvore da vida (Gênesis 3:24) — criaturas angelicais que podem ter continuado visíveis aos seres humanos no Jardim do Éden até ele ser destruído no Dilúvio dos dias de Noé.