Segurança Financeira e Paz de Espírito
Ao mesmo tempo, muitas nações estão envoltas em sérias dificuldades financeiras, carregando enormes déficits, apesar de sua produção industrial e agrícola, do comércio e do know-how.
Seguindo esses mesmos padrões, as falências pessoais estão aumentando cada vez mais, e muitas famílias devem tanto dinheiro que têm muito pouca esperança de sair do endividamento.
Parece irônico que o nosso mundo materialista, que valoriza a aquisição de riqueza acima de quase tudo, por isso se encontra profundamente sobrecarregado. Não é difícil perceber que há algo essencialmente errado e desequilibrado. Em vez de ser uma bênção e uma fonte de estabilidade e segurança, o dinheiro passou a ser uma maldição, que muitas vezes produz grande estresse e ansiedade, porque as pessoas não aprenderam a usá-lo corretamente.
O enfoque do homem no materialismo
Vivemos em um mundo que não busca o conhecimento de seu Criador― e nem Seus conselhos sobre finanças. Poucas pessoas sabem que a Bíblia contém uma quantidade incrível de informações sobre como acumular e administrar a riqueza. Deus quer que sejamos prósperos e felizes (3 João 2), e Ele oferece orientação para tornar isso possível.
Muitas pessoas acham que são capazes de lidar sozinhas com seus assuntos pessoais, inclusive as decisões financeiras e orçamentos. Eles não percebem que estão cometendo um grave erro no presente, inconscientemente, separando-se do favor e da orientação de Deus que levaria ao sucesso financeiro que tanto procuram.
Por exemplo, ao contrário da tendência humana, Deus nos diz para não pôr como a prioridade mais alta a acumulação de riqueza e bens materiais. Em vez disso, embora tenhamos necessidades físicas, Ele nos diz que os valores e objetivos espirituais são mais importantes e duradouros, e que precisamos, primeiramente, buscar o Seu Reino, em vez de coisas deste mundo. Se fizermos isso, Ele promete suprir nossas necessidades físicas (Mateus 6:19-34).
No entanto, pelo fato de o ser humano ser naturalmente inclinado a adquirir o máximo possível para si, muitas pessoas acham difícil aproximar-se, aceitar e seguir a Deus. Mas se queremos alcançar a verdadeira estabilidade e segurança financeira com paz de espírito, devemos reconhecer a importância de colocar Deus em primeiro lugar. Afinal, Ele é a principal fonte de nossas bênçãos. A cobiça, juntamente com a indisciplina e descontrole, é a raiz da causa de muitos problemas econômicos, pessoais e nacionais (1 Timóteo 6:10).
A Palavra de Deus adverte severamente contra a cobiça. O décimo Mandamento de Deus (Êxodo 20:17) proíbe a cobiça―desejar, intensa e obsessivamente, algo que não poderia ser obtido ou pago legitimamente.
O profeta Jeremias acusou o reino de Judá pela cobiça de seus cidadãos (Jeremias 22:17). Jesus Cristo alertou sobre seus perigos (Lucas 12:15-34). Hebreus 13:5 nos diz: “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes”. Muitas pessoas falham em reconhecer os perigos de ceder aos desejos e anseios, especialmente quando estão fora de alcance.
A fonte de toda riqueza
Muitos se esquecem―ou não consideram―que é Deus quem nos dá poder para obter riqueza. Apesar de o esforço diligente ser uma parte necessária do sucesso de alguém, Deus nos traz à memória que quando dizemos em nossos corações “minha força e a fortaleza de meu braço me adquiriram este poder”, é preciso lembrar que o “senhor, teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires poder” (Deuteronômio 8:17-18).
Como 1 Crônicas 29:11-12 nos diz: “Tua é, senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra . . . E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo.”
Salmo 24:1 acrescenta: “Do senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”.
Esses versículos dão uma perspectiva divina extremamente importante que precisamos considerar. É Deus quem nos dá a nossa vida e capacidades, e foi quem criou as matérias-primas do planeta a partir do qual se originam os produtos de consumo e a riqueza.
Reconhecer a Deus por Suas bênçãos
Porque Deus é o criador, doador da vida e sustentador de cada ser vivo, por isso é que Ele tem a prerrogativa de pedir algo em troca daqueles que vivem como inquilinos em Sua propriedade. Milhares de anos atrás, Ele instituiu o princípio financeiro do dízimo―entregar dez por cento da renda aos Seus representantes―como forma de ser reconhecido como a fonte de nossas bênçãos. O dízimo também proporciona um meio que permite Sua verdade ser compartilhada com os outros.
Escritura nos mostra que os patriarcas Antigo Testamento, Abraão e Jacó, deram o dízimo (Gênesis 14:18-20; 28:22). Deus ordenou que toda a nação de Israel desse o dízimo (Levítico 27:30). Jesus Cristo confirmou o dízimo (Mateus 23:23, Lucas 11:42).
As pessoas que pensam que o dízimo é um esquema inventado pelo ser humano para conseguir riqueza, porém falham por não perceber que essa prática financeira foi ordenada por Deus, e não pelo homem, para um grande propósito espiritual. Elas também não conseguem enxergar nem se dispõem a reconhecer e obedecer a Deus nesse quesito que é um passo importante para alcançar a felicidade pessoal e o sucesso financeiro.
Deus promete bênçãos materiais àqueles que Lhe obedecem e O reconhecem com as suas riquezas (Provérbios 3:1, 9-10). Através do profeta Malaquias, Deus adverte que reter Seus dízimos é o mesmo que roubar-Lhe, mas diz que abençoará aqueles que dão o dízimo (Malaquias 3:7-12).
Deus nos dá “toda boa dádiva e todo dom perfeito” (Tiago 1:17). Entregar de volta dez por cento a Ele, juntamente com as ofertas que expressam a nossa gratidão, é uma obrigação financeira básica. Ao colocar Deus em primeiro lugar em seu planejamento financeiro você demonstra que está entendendo suas prioridades e se dispõe a seguir a instrução de Deus. Os primeiros dez por cento de nossa renda é santo para Deus (Levítico 27:30) e deve ser reservada para os Seus propósitos e vontades em vez de nossos próprios desejos.
Qual é a nossa maior prioridade?
Eclesiastes 2:1-11 mostra a futilidade de buscar o prazer mundano, a riqueza e o materialismo. No final, tais atividades se tornam vazias: “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade” (Eclesiastes 5:10).
Isto ilustra novamente a importância de colocar as coisas de Deus e do Seu Reino em primeiro lugar porque somente elas trarão satisfação duradoura e realização.
Jesus Cristo nos diz que não conseguiremos nos concentrar e colocar a ênfase correta em Deus e em “Mamom”―riqueza material (Mateus 6:24). Portanto, a escolha entre os dois é um passo importante.
Para nos ajudar a refletir e avaliar essas alternativas, Jesus comparou o valor de cada um. O tesouro material é facilmente destruído ou roubado, Ele disse, enquanto as riquezas celestiais não são vulneráveis à perda ou roubo, portanto, sendo mais duradouras e substanciais (versículos 19-20).
Mais tarde, Ele continuou esse tema, mostrando que se preocupar em demasia com os cuidados do mundo e com a sedução das riquezas pode sufocar a influência da Palavra de Deus, impedindo o crescimento e a maturidade espiritual (Mateus 13:22).
Em Mateus 19:16-26 e Lucas 12:13-34 Ele dá outros exemplos da grande importância e valor de definirmos em nossos corações sobre as prioridades espirituais em lugar das preocupações terrenas e materiais.
A responsabilidade para com os demais
A Palavra de Deus oferece muitos outros princípios financeiros e verdades que devemos estudar e seguir para adquirir sabedoria e orientação da mente de Deus.
Um conselho bom é o de pagar seus impostos. Romanos 13:1-7 ensina que devemos cumprir as obrigações fiscais governamentais. Alguns erroneamente pensam que estão acima disso e isentos da autoridade do governo, mas isso não é o que a Bíblia ensina (exceto nos casos de conflito das leis de Deus com as dos homens―ver Atos 5:29).
A falta de pagamento de impostos pode resultar em penalidades graves, porque é contra a lei da terra. O próprio Jesus nos disse para pagar impostos, mas não negligenciar o que devemos a Deus (Mateus 22:17-21). Devemos pagar primeiro o que pertence a Deus, bem como o que é exigido pelo governo.
O apóstolo Paulo ensina que devemos ser complacentes e generosos na contribuição para as necessidades dos outros (2 Coríntios 9:6-15). Ele amplifica isso explicando que devemos trabalhar para que “tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28).
A chave para o contentamento
As palavras de Paulo deixam em evidência um conceito incomum do propósito da riqueza. A maioria das pessoas veem o trabalho e o dinheiro como indispensáveis para satisfazer as suas necessidades e desejos pessoais, que muitas vezes podem estar orientados ao egoísmo. Mas um ponto de vista justo envolve o espírito da lei do amor de Deus, que significa estar preocupado com o bem-estar dos outros além de si mesmo. Devemos ter isso em mente quando consideramos o uso do dinheiro e de outras riquezas materiais.
Ao examinar o exemplo e as palavras de Paulo, vemos que ele aprendeu a se contentar com o que tinha durante vários períodos de sua vida (Filipenses 4:11). Às vezes, isso significava ter quase nada.
Paulo nos diz que “grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1 Timóteo 6:6-8).
Há considerável perigo espiritual em querer sempre mais. Paulo reconheceu isso: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna” (versículos 9-12, ARA).
Devido à pressão constante de comprar e satisfazer todas as nossas necessidades, este contentamento e meta é difícil de alcançar. Mas quanto mais nos aproximamos de contentamento, melhor será para nós. Precisamos aprender a nos concentrar em nossas verdadeiras necessidades em vez das coisas fúteis que os anunciantes buscam nos convencer de que precisamos.
Assumir a responsabilidade pessoal
Paulo incentivou os cristãos a trabalhar com afinco, tratando dos seus próprios negócios e sendo autossuficientes (1 Tessalonicenses 4:11-12). Ele estabeleceu um exemplo de levar a nossa própria carga e não tirar vantagem dos outros (2 Tessalonicenses 3:7-13).
Em consonância com isso, ele instruiu que as famílias deveriam cuidar de suas próprias casas e dos parentes idosos (1 Timóteo 5:8) e compartilhar suas bênçãos materiais com aqueles menos afortunados (1 Timóteo 6:17-19).
Porque Deus julgará cada um de nós pelo que fazemos nesta vida (2 Timóteo 4:1; 1 Pedro 4:17), então precisamos pôr nossos corações no ensinamento de Deus e fazer o bem sempre que pudermos. Nenhum de nós sabe que trará o amanhã, por isso devemos aprender a aplicar imediatamente os princípios e ensinamentos (Tiago 4:13-17; 5:1-5).
Algumas reflexões para finalizar
Como vimos, o dinheiro pode ser usado tanto para fins certos como errados. O nosso desafio é aprender a priorizar e praticar os princípios financeiros que são agradáveis a Deus.
Embora seja sábio ter uma conta de poupança pessoal para se defender contra as incertezas do futuro (especialistas sugerem deixar separado o valor equivalente à renda de seis meses antes de investir em outros empreendimentos), isso não deve tornar-se obsessivamente o ponto focal de nossas vidas, nos levando a perder de vista a nossa importante responsabilidade financeira para com Deus e os necessitados.
Além disso, nunca devemos esquecer que é muito mais fácil entrar em dívidas do que sair delas. Ter uma dívida, especialmente quando os bens adquiridos depreciam-se a uma taxa de juros elevada, nos torna vulneráveis quando chegamos problemas. Pagar sempre, o máximo que for possível da dívida, como veremos, é uma maneira muito mais segura e sólida de se viver.
E o que dizer da compra da casa própria? Diferente da maioria das formas de endividamento, comprar uma casa é geralmente um bom investimento por causa de seus benefícios fiscais e tendência para manter ou mesmo aumentar o seu valor. Mas é um compromisso enorme e algo que cada família deve avaliar cuidadosamente com base em suas situações individuais.
Este ponto de vista da instrução bíblica sobre finanças ajudará a se alcançar conhecimento e equilíbrio para administrar sua renda de uma maneira que honre a Deus, beneficie a si próprio e a humanidade. (Para uma visão mais aprofundada acerca do ensino da Bíblia sobre a riqueza e as finanças, não se esqueça de solicitar sua cópia gratuita do livro Administrando Suas Finanças. Ele é grátis e pode pedir de qualquer de nossos endereços ou em nosso site https://portugues.ucg.org/).