Um Caso do Ministério de Jesus Cristo
Muitas pessoas creem que Jesus Cristo aboliu as distinções entre carnes limpas e imundas, embora, como vimos, não exista nenhuma evidência disso nas Escrituras. Entretanto, a Bíblia tem um relato de um incidente revelador, que mostra se Jesus via os porcos como adequados para alimentação.
Antes de examinarmos esse relato, vamos entender uma parte do caráter de Cristo —algo que parece indicar que Ele nunca foi desperdiçador.
Durante o Seu ministério, em duas ocasiões Jesus multiplicou milagrosamente alguns peixes e pães para alimentar as multidões que O seguiam — em uma dessas ocasiões havia quatro a cinco mil pessoas presentes (Mateus 14:15-21; 15:32-38). Mas, apesar da abundância de alimentos, Cristo não permitiu que nada fosse desperdiçado. " E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca” (João 6:12).
Os discípulos encheram dozes cestos com o resto da comida após o primeiro desses milagres e sete após o segundo. Ele disse, especificamente, a Seus discípulos para não permitir que nada daquilo fosse jogado fora.
Com o entendimento de que Jesus era compassivo e não desperdiçava comida, vamos examinar um incidente que ocorreu com Ele e que envolveu alguns animais imundos — um grande rebanho de porcos.
Marcos 5:1-13 registra que Jesus atravessou de barco o mar da Galileia para a região de Gadara, uma área gentia (não judaica) na costa leste. E ali, Ele foi abordado por um homem possuído por demônios, de quem logo expulsaria muitos espíritos malignos.
Nesse notável encontro, os demônios pediram que Jesus os enviasse para um rebanho de dois mil porcos em uma encosta próxima. Jesus concedeu o pedido deles e, quando os demônios entraram nos porcos, "e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar...e afogou-se no mar" (versículo 13).
Muitos ficaram intrigados com esse surpreendente incidente em que Jesus acabou com um valioso rebanho de dois mil porcos — o suficiente para alimentar milhares de pessoas. Contudo, não devemos nos surpreender se entendemos as instruções bíblicas de que esses animais nunca deveriam ser criados para alimentação, e seu dono estava agindo contra as leis de Deus.
Além dessa questão, Jesus não considerava os porcos adequados para alimentação — mesmo para os gentios daquela área. O compassivo Salvador da humanidade, que ordenou que pedaços de pães e peixes fossem recolhidos e não jogados fora, nunca teria desperdiçado um recurso tão valioso se considerasse os porcos uma parte aceitável da dieta humana.
Jesus é "o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hebreus 13:8). Os animais que Ele considerava impróprios para consumo humano há dois mil anos continuam sendo impróprios para nós na atualidade.