Qual é o Dia de Descanso?

Qual é o Dia de Descanso?

O quarto Mandamento declara: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra…” (Êxodo 20:8-10).

Deus ordenou que o sétimo dia fosse observado como Sábado. Se pesquisarmos em qualquer dicionário ou enciclopédia veremos que o Sábado é o sétimo dia da semana, enquanto que o domingo é o primeiro. O sétimo dia, de acordo com o calendário de Deus, é — e sempre tem sido — o dia de Sábado. Apesar de o homem ter modificado os calendários ao longo dos séculos, o ciclo semanal de sete dias se manteve inalterado através da história. Os dias da semana têm-se mantido sempre na sua ordem natural, tendo o domingo como primeiro dia da semana e o Sábado como o sétimo dia.

A contagem do tempo, quanto à contagem dos dias da semana, não foi perdida, como alguns afirmam. "Os oráculos de Deus" — Suas palavras e instruções divinas — foram confiados ao povo judeu (Romanos 3: 1-2), e eles preservaram o conhecimento do Sábado do sétimo dia (de pôr do sol ao pôr do sol) fielmente desde muito antes do tempo de Cristo até hoje. Várias vezes, Jesus confirmou que o dia que os judeus observavam como dia de descanso em Sua época era de fato o dia de Sábado. E, desde então, o povo judeu, mesmo espalhado em muitas nações e em diferentes seitas, tem preservado esse mesmo dia.

Além disso, as principais igrejas cristãs, embora rejeitem o sábado, confirmam indiretamente que estão seguindo essa antiga tradição de adorar no domingo, que elas reconhecem ser o primeiro dia da semana. Obviamente, isso faz do sétimo dia o dia anterior — o sábado bíblico. (Ver também "Os Nomes Para O Sábado Em Muitos Idiomas Provam Que Dia É O Verdadeiro Sábado").

Não existe autorização bíblica para mudar o dia do Sábado

Como foi que o domingo se tornou o principal dia de descanso e adoração das igrejas? Embora o conceito dum descanso semanal tenha largamente desaparecido, a maior parte das denominações continuam tendo seus serviços religiosos aos domingos. Entretanto, você pode procurar em toda a Bíblia, mas em nenhum lugar encontrará autorização para alterar o dia de adoração.

James Gibbons, arcebispo e cardeal da igreja católica, entre o fim dos anos 1800 e princípio de 1900, disse, francamente, sobre da mudança: “Você pode ler a Bíblia de Gênesis a Apocalipse e não encontrará uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do Sábado, um dia que nunca santificamos. A Igreja Católica ensina corretamente que o nosso Senhor e os Seus Apóstolos inculcaram certos deveres religiosos importantes os quais não foram registados pelos escritores inspirados… Devemos, portanto, concluir que as Escrituras por si só não podem ser suficiente como um guia e uma regra de fé” (The Faith of Our Fathers [A Fé de Nossos Pais], 1917, p. 89).

Você entendeu isso? Esse cardeal admite que a observância do domingo não é autorizada em nenhuma parte da Bíblia e que o sétimo dia é o único dia santificado pelas Escrituras. A sua justificativa para a mudança do dia de descanso e de adoração pressupõe que existe uma autoridade além da Bíblia para definir as verdades e práticas necessárias para a salvação — em outras palavras, ele diz que os seres humanos podem mudar os mandamentos de Deus!

A Mudança para o Domingo foi Realizada Depois de escrito o Novo Testamento

A mudança do Sábado para domingo não está na Bíblia. Isso foi feito muito tempo depois do Novo Testamento ter sido escrito. Então, como e quando foi feita essa mudança?

No princípio, o cristianismo era visto simplesmente como uma seita do judaísmo. No entanto, após as revoltas judaicas na Judéia em 67-70 D.C. e em 132-135 D.C., as práticas religiosas judaicas — muitas das quais continuaram na Igreja primitiva — passaram a ser vistas com hostilidade pelo Império Romano. Então, muitos na Igreja começaram a abandonar essas práticas, inclusive a observância do Sábado e das festas bíblicas.

Não se encontram claras as referências ao domingo como dia de adoração cristã, até aos escritos de Barnabé e de Justino, respectivamente, cerca dos anos 135 e 150 D.C. A observância do domingo, como principal dia de adoração, parece ter se consolidado durante o período do imperador Adriano (117-135 D.C.), que perseguiu duramente os judeus em todo o Império Romano. Adriano proibiu, especificamente, as práticas do judaísmo, incluindo a observância do Sábado, o sétimo dia da semana.

Aparentemente, essas medidas opressivas influenciaram muitos dos primeiros cristãos de Roma a abandonar o sétimo dia e aceitar o domingo que, historicamente, era observado pelos romanos e outros povos da antiguidade como o dia de veneração ao deus sol. Quando o cristianismo foi declarado como religião oficial do Império Romano no quarto século, esse processo se intensificou.

O preconceito antissemita de Constantino

O imperador romano Constantino, apesar de ser um adorador do sol, foi o primeiro imperador a professar a crença no cristianismo. Mas o "cristianismo" que Constantino aprovou já era assombrosamente diferente do cristianismo praticado por Jesus e pelos apóstolos. O imperador intensificou a mudança do cristianismo por conta de seu ódio contra os judeus e das práticas religiosas consideradas judaicas.

Por exemplo, no Concílio de Nicéia (325 D.C.), as autoridades da Igreja proibiram expressamente a observância da Páscoa bíblica. Ao endossar essa mudança, Constantino declarou: "A mim me parecia uma coisa indigna que...seguíssemos a prática dos judeus, que impiamente contaminaram as suas mãos com um pecado enorme, e são, portanto, merecidamente, aflitos com cegueira da alma...Então, não devemos ter nada em comum com essa multidão detestável de judeus" (Eusébio, Life of Constantine 3 [ Vida de Constantino Vol. 3], capítulo 18, citado em Nicene e Post-Nicene Fathers [Pais Nicenos e Pós-Nicenos], 1979, Vol. 1, pp. 524-525).

Numa tentativa de unificar o seu império, ele estabeleceu as primeiras leis, tornando o domingo o dia oficial de descanso. Por exemplo, a sua lei de 321 D.C., afirmou: "No venerável Dia do Sol [Domingo] deixem os magistrados e as pessoas residentes em outros municípios descansarem e sejam fechados todos os comércios".

Várias décadas depois, o Concílio de Laodicéia [364 D.C.] decretou: "Os cristãos não devem judaizar-se, descansando no sábado, mas devem trabalhar neste dia; pois devem antes honrar o dia do senhor [Domingo, o dia do sol]...Entretanto, se forem achados judaizando-se que sejam excomungados em nome de Cristo”.

Alguns séculos depois, a observância do Sábado bíblico somente acontecia de forma  clandestina nos limites do império, e a maioria dos que professavam o cristianismo adotaram o domingo.

Embora a Reforma Protestante tenha trazido algumas mudanças, a observância do domingo, como dia de descanso e adoração, propagou-se da Igreja Católica Romana às subsequentes denominações protestantes. Enquanto a Igreja Católica reclamava a autoridade para estabelecer os seus próprios dias de culto, as igrejas protestantes, de forma geral, justificavam a observância do domingo alegando que o Sábado do sétimo dia tinha sido substituído no Novo Testamento pelo culto no domingo, em honra à ressurreição de Cristo (ver “O Domingo Era o Dia de Adoração do Novo Testamento?”).

Contudo, como confirmado acima pelo cardeal Gibbons, não há autoridade bíblica para mudança do dia de descanso e de adoração do sétimo dia para o domingo. Como demonstrado ao longo deste livro, Jesus Cristo, os apóstolos, e os membros, judeus e gentios, da Igreja primitiva continuaram a observar o Sábado no sétimo dia — o único dia autorizado pela Bíblia.