Como a Graça nos Reconcilia com Deus

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Como a Graça nos Reconcilia com Deus

"Nele temos a redenção por meio de Seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus" (Efésios 1:7, NVI).

Um psicólogo conduziu um estudo em que conversou com presidiários de uma penitenciária. Ele perguntou a cada um deles: "Por que você está aqui?" As respostas foram instrutivas. Um deles disse: "Eu fui enganado". O outro disse: "Eles conspiraram contra mim". O terceiro disse: "Foi um caso de erro de identidade". E outro: "A polícia armou para mim". Nenhum deles admitiu ser culpado; todos eram inocentes — pelo menos em suas mentes.

Talvez nunca tenhamos sido presos, mas será que vivemos vidas irrepreensíveis? Será que já fizemos algo que afetou nosso relacionamento com Deus? Ou já fizemos algo que nos levou a ser sentenciados como esses homens? Analise novamente o exemplo já mencionado de John Newton, cujos anos em um dos mais pecados vis — comércio de escravos — o levaram a entender o quanto precisava da graça, da misericórdia e do perdão de Deus.

A verdadeira liberdade provém de Deus

A seguir citamos parte de uma carta que recebemos de um presidiário, que ele escreveu para agradecer a revista A Boa Nova: “Achei sua revista interessante, informativa e factual, e de acordo com as Escrituras. Seus artigos refletem não apenas os problemas dessa era, mas também me lembram de que o plano de Deus nunca mudou e isso me inspira a viver na prisão obedecendo a Suas leis e mandamentos.

"Estou preso porque infringi as leis de Deus por minha desobediência. Sim, eu também infringi as leis do homem, mas o homem não pode trazer a restauração da alma ou uma nova vida. Somente minha total rendição à vontade de Deus me permitiu tornar-me um novo homem através de Cristo Jesus. Essa revista me mantém em contato com o mundo real, pois enfatiza o iminente retorno do Reino de Deus e de Sua plena graça. E esta é realmente uma boa nova...Agradeço a Deus pelo ministério de vocês”.

Qual será o sentimento de entender, como esse presidiário, que a verdadeira liberdade e restauração somente vêm de Deus, independente de quanto tempo alguém possa ficar na prisão? Será que apreciamos as boas novas do vindouro Reino de Deus e a reconciliação que podemos ter com Ele após transgredirmos Sua lei? Porque sem isso, não estaríamos apenas em uma prisão, mas no corredor da morte espiritual. Por isso é vital que entendamos como a graça de Deus torna possível o perdão e a reconciliação com Ele!

Independente do que entendamos, o pecado afetou nosso relacionamento com Deus e nos separou dEle. Qual é a solução para esse afastamento de Deus? Como podemos nos reconciliar com Ele? E, após essa reconciliação, o que Ele espera de nós? Saber as respostas para essas perguntas das Escrituras é muito importante para nossas vidas!

Deixando de ser inimigo para ser amigo de Deus

Como o pecado afetou nosso relacionamento com Deus? A Palavra de Deus nos diz que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). Exceto Jesus Cristo, que era Deus na carne, todas as pessoas pecaram e se afastaram de Deus. E nossos pecados afetaram nosso relacionamento com Deus.

Isaías 59:1-2 nos diz como o pecado afetou esse relacionamento: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem o Seu ouvido, agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o Vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça”.

As palavras de Isaías são fortes. Então, são nossos pecados que nos separam de Deus e prejudicam nosso relacionamento com Ele. Nosso relacionamento com Deus foi imensamente afetado e precisa de uma grande reparação. Deus não se separou de nós, mas nós é que nos afastamos dEle por conta de nossos pecados — que é a desobediência à Sua lei (1 João 3:4).

Então, qual é a solução para nosso isolamento e afastamento de Deus? O que devemos fazer para começar a ter um relacionamento correto com Ele?

Encontramos a resposta em Isaías 55:6-7: “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”. Evidentemente, isso requer uma ação de nossa parte. Deus espera que nos voltemos para Ele, que nos arrependamos, que mudemos, e então Ele terá piedade de nós.

O que significa ter misericórdia? Uma história conta que uma mãe se aproximou do imperador francês Napoleão, pedindo perdão por seu filho. O imperador respondeu que o jovem havia cometido uma ofensa e foi tido como culpado e que a justiça exigiu sua morte. “Mas, eu não peço justiça”, implorou a mãe, “peço misericórdia”. Napoleão respondeu: “Mas seu filho não merece misericórdia”. A mulher implorou: “Não seria um ato misericordioso se ele a merecesse, por isso tudo o que peço é misericórdia”. “Então”, respondeu Napoleão, “eu terei misericórdia”, e poupou o filho daquela mulher.

A misericórdia não é algo que mereçamos. Simplesmente, misericórdia é misericórdia. Há uma beleza e uma simplicidade no modo como Deus lida conosco. Sem dúvida, fomos afastados dEle por causa de nossos pecados, mas há uma solução e uma maneira de nos reconciliarmos com Ele. Deus demonstra uma misericórdia imerecida àqueles que abandonam seus caminhos egoístas e retornam para Ele.

Jesus contou a história de um jovem que tomou uma decisão errada, deu as costas ao seu pai e desperdiçou tudo o que ele lhe dera — e o que aconteceu com ele foi o resultado disso. Conhecemos essa história como a Parábola do Filho Pródigo, que se encontra em Lucas 15.

Você deve se lembrar de como a história se desenrola. Depois que o jovem sofre as dolorosas consequências de rejeitar a sabedoria e a orientação de seu pai e perde absolutamente tudo, ele percebe que atingiu o fundo do poço. Humilhado, envergonhado e magoado, ele volta para o pai, percebendo que não merece nada, nem mesmo ser chamado de filho. Mas, para sua surpresa, ele é recebido de volta de braços abertos e com festa. (Leia mais sobre esta história em "Uma Parábola Que Demonstra a Magnitude da Graça de Deus".

Talvez você se veja na história do filho pródigo e possa agradecer a lição dessa parábola — que, quando caímos em si e retornarmos a Deus, Ele terá misericórdia e nos perdoará e nos acolherá em um relacionamento correto com Ele. Mas isso não acontece se não abandonarmos nossos caminhos egoístas, nos arrependermos e mudarmos para vivermos de acordo com Seus caminhos!

O perdão e a reconciliação

Como podemos nos reconciliar com Deus? Vimos que nossos pecados nos separam de nosso Pai Celestial, mas Ele está disposto a ter misericórdia de nós, se estivermos dispostos a nos arrepender, mudar e retornar para Ele, como o filho pródigo. Mas como isso é possível? Como podemos nos reconciliar? Afinal, Romanos 6:23 nos diz que “o salário do pecado é a morte...” — significando que a morte é o que recebemos por causa de nossos pecados. Nossos pecados exigem nossa morte; estamos no corredor da morte.

Entretanto, observe a última parte de Romanos 6:23: “...mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”. Por meio de Cristo, Deus nos oferece um presente, se fizermos nossa parte.

Note também Romanos 5: “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo Seu sangue, seremos por Ele salvos da ira” (versículo 9). O apóstolo Paulo nos diz que, através do sacrifício de Jesus Cristo, que entregou Sua própria vida e derramou Seu próprio sangue para pagar nossa merecida pena de morte, essa pena pode ser removida.

Paulo continua: “Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” (versículos 10-11).

Isso é algo para se alegrar, para glorificar a Deus! Sim, nossos pecados nos separaram de Deus e merecemos a pena de morte por esses pecados. Mas Deus terá piedade de nós, pois o sangue de Jesus Cristo pagou essa penalidade por nós — então, podemos e devemos nos alegrar com isso!

Paulo explica em 2 Coríntios 5:18-20: “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus” (NVI).

Assim, através de Paulo, Deus está nos explicando que podemos nos reconciliar e reatar nosso relacionamento com Ele. Deus roga que nos reconciliemos com Ele pelo sangue de Cristo. O sacrifício de Jesus Cristo nos possibilita ter essa reconciliação com o Pai. Sem ele, estaríamos mortos para sempre, porque o salário do pecado é a morte. Mas ficamos livres dessa pena se nós aceitarmos o sacrifício de Cristo e nos reconciliarmos com Deus.

O perdão é possível através da graça de Deus

Aqui está outra carta recebida em nosso escritório. Essa pessoa escreve: “Gostaria de aproveitar esta oportunidade dada por Deus para agradecer por seus corações generosos ao enviar-me exemplares gratuitos de seus guias de estudo bíblicos. Nos últimos anos da minha vida adulta (tenho 22 anos), senti que perdi o rumo. Percebi que durante aquela época eu tomei um caminho obscuro, estando muito desesperado e profundamente solitário. Mas, Deus se interpôs em meu caminho e me trouxe de volta aos Seus braços e nunca saiu do meu lado.

"Estou realmente inspirado a continuar buscando a Deus, lendo sua revista e guias, pois sei é uma das maneiras pelas quais tenho certeza de que me levará de volta ao nosso Pai. Mais uma vez, muito obrigado. Desejo que prosperem ainda mais para ajudar milhões de crentes e incrédulos a nutrirem todo o seu ser através da graça de Deus. Que Deus os abençoe sempre".

Tudo isso é possível através da graça de Deus. Certamente não é por causa de qualquer coisa que possamos fazer para conquistar isso. Estamos reconciliados com Deus pela morte de Jesus Cristo, seu Filho. Como nos diz em João 3:16-17: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o Seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”.

Deus enviou Seu Filho ao mundo para pagar a penalidade por nossos pecados, para que pudéssemos ser salvos — salvos da pena de morte. Como nos diz 1 João 1:7, "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado". Deus nos liberta da culpa por nossos pecados, aceitando a morte voluntária de Cristo em nosso lugar como pagamento por essa pena que merecíamos. Logo, cada um de nós é responsável pela morte de Jesus Cristo — não apenas uma pessoa ou um grupo de pessoas, mas todos nós — pois todos nós pecamos e infligimos a pena de morte sobre nós mesmos (Romanos 3:23; 6:23).

Redimidos por Deus

Conforme lemos em Isaías, o arrependimento e o retorno para Deus são o ponto de partida para receber a redenção e estabelecer um relacionamento duradouro com Deus. “Resgate” e “redenção” são palavras que aparecem frequentemente na Bíblia, e seu significado básico é recomprar, garantir a libertação ou libertar mediante pagamento. E é exatamente isso que acontece com aqueles que realmente se arrependem e voltam para Deus. Eles são recomprados, libertados e ficam livres da pena de morte e da escravidão por terem pecado — redimidos não com dinheiro, mas com o precioso sangue do sacrifício de Cristo (1 Pedro 1:18-19).

Em Romanos 6:16-18, Paulo descreve isso dessa maneira: “Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça? Mas, graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça” (NVI).

O argumento de Paulo é que todos somos escravos — e isso é apenas uma questão por quem ou pelo que somos escravizados. Separados de Deus, os seres humanos são escravizados pelo pecado, que leva à morte. Porém, ao serem resgatados dessa escravidão por meio da morte sacrificial de Jesus Cristo, passamos a servir a um novo Mestre — Deus, que nos guia para uma vida de retidão e para a vida eterna.

Novamente, o arrependimento, a redenção e a reconciliação são todos dons da graça de Deus que se tornaram possíveis pelo sangue derramado de Jesus Cristo.

Vivendo por toda a palavra de Deus

O que isso significa ser “escravos da justiça”, como Paulo disse? Como seria isso? Vemos em Atos 2:38 que devemos nos arrepender, ser batizados e receber o dom do Espírito de Deus. E fazemos isso com fé, confiando em Deus e no sacrifício de Jesus Cristo, que pagou a pena de morte que merecemos por nossos pecados. O batismo traz perdão através do simbolismo da morte e sepultamento do antigo eu, juntamente com nossos pecados, e uma ressurreição simbólica para uma nova vida em Cristo (Romanos 6:1-11). E pela imposição das mãos de um verdadeiro ministro de Deus, recebemos o dom do Espírito Santo de Deus (ver Atos 8:14-18).

Mas e depois disso? Aqueles que se reconciliam com Deus pela fé no sacrifício de Cristo devem continuar vivendo na fé — isto é, em harmonia com as instruções e crenças fundamentais expressas na Palavra de Deus. Como o próprio Jesus disse, citando Deuteronômio 8:3: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus" (Mateus 4:4; Lucas 4:4). Deus espera que sejamos irrepreensíveis depois de aceitar o sacrifício de Cristo — vivendo de acordo com cada palavra dEle.

Alguns acreditam que, uma vez tendo aceitado a Cristo, não importa como você viva sua vida a partir de então — você será salvo e nunca poderá perder sua salvação, independente do que aconteça. Este conceito está resumido na ideia popular: “Uma vez salvo, sempre salvo”. Mas, isso é uma mentira e um engano satânico! (Ver “Aqueles Que Deus Perdoou Podem Rejeitar Sua Graça?”).

Leia o que Paulo escreveu em Romanos 6:1-2, logo após discutir como somos salvos pela graça de Deus: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”

Paulo mostra a loucura do raciocínio de que, uma vez tendo os pecados perdoados, que exigem a morte sacrificial de Cristo em nosso lugar, poderíamos continuar pecando. Se já morremos, figurativamente, com Cristo por causa de nossos pecados, como poderíamos justificar a continuidade de uma vida pecaminosa? Podemos continuar pecando? “De modo nenhum!". Esta é a resposta clara de Paulo! (Vamos explorar mais esse tema no capítulo “A Graça e a Lei: O Que Diz a Bíblia?”).

“Santos, inculpáveis e irrepreensíveis”

Apesar do que alguns ensinam, nós não podemos continuar vivendo uma vida de transgressão dos mandamentos de Deus e esperar que continuemos sob Sua graça. Em Colossenses, Paulo discute mais sobre o que significa ser reconciliados com Deus: “Isso inclui vocês, que antes estavam longe de Deus. Eram seus inimigos, dele separados por seus maus pensamentos e ações” (Colossenses 1:21, NVT). Novamente, vemos aqui, como lemos antes em Isaías 59:1-2, que nossos pecados — nossos “maus pensamentos e ações” — nos separaram de Deus e nos tornaram inimigos dEle.

Continuando em Colossenses 1: “Agora, porém, [Jesus Cristo] vos reconciliou no corpo da Sua carne, mediante a Sua morte, para apresentar-vos perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (Versículo 22, ARA). Então, novamente, vemos a necessidade de aceitar e ter fé no sacrifício de Cristo para que nossos pecados passados sejam perdoados e nos reconciliemos com Deus através da morte de Cristo.

E o que vem a seguir? “Se é que permaneceis na fé [isto é, confiando e praticando a verdade que aprendemos], alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (versículo 23, ARA).

Está muito claro que devemos continuar nessa fé depois de aceitar a morte sacrificial de Cristo em nosso favor. Temos que continuar, não nos afastando do que aprendemos sobre a esperança do evangelho do Reino de Deus e como podemos entrar nesse reino através de Jesus Cristo. (Para saber mais sobre o que isso significa, baixe ou solicite nossos guias de estudo bíblicos gratuitos O Evangelho do Reino de Deus e Por que Você Nasceu?).

Vivendo “sóbria, justa e piamente”

É muito importante que todos os que confiam em Deus lembrem-se de que devemos viver uma vida ilibada após o batismo, como nos diz o apóstolo Paulo. Veja o que ele escreveu em Tito 2:11-14: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a Si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras.”

Então, será que importa como vivemos depois de recebermos o perdão por nossos pecados? Absolutamente! Deus observa como vivemos. Ele observa as obras de nossa vida. Ele olha como tratamos as pessoas após nos redimir de nossas obras más. Ele espera que continuemos crescendo, aprendendo e desenvolvendo.

Jesus estabeleceu um alto padrão para nós! Vemos isso em Mateus 5:48: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o Vosso Pai, que está nos céus.”

O padrão estabelecido por Jesus é o da natureza e caráter divinos de nosso Pai Celestial. Assim, nos diz que devemos nos tornar como Ele — e não como as pessoas ao nosso redor. Isso só é possível através de Deus Pai e Jesus Cristo vivendo em nós pelo Espírito Santo (ver João 14:16-17, 23).

A expectativa é que nos tornemos perfeitos, nos afastando o pecado de nossa vida e crescendo em graça e conhecimento (2 Pedro 3:18). Temos que nos esforçar para viver uma vida justa ao nos reconciliarmos com Deus! Mais adiante, veremos mais sobre crescer e lutar pela retidão. (E para saber mais sobre como se tornar semelhante a Deus através de Seu Espírito Santo, baixe ou solicite gratuitamente nosso guia de estudo bíblico Transformando A Sua Vida: O Processo de Conversão).

Os pecados cobertos pelo sangue de Cristo

Que pecados são cobertos pelo sangue de Cristo? Como observado acima, no batismo Deus perdoa nossos pecados passados — aqueles que nos arrependemos e paramos de praticar. E esse perdão é total. Como escreveu o rei Davi em Salmo 103:12, “Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões".

Como vimos acima em Romanos 3:23, “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Todos nós pecamos e nos separamos de nosso Pai Celestial, e só quando voltamos para Ele, nos reconciliamos e aceitamos o sacrifício de Jesus é que as coisas podem mudar para nós.

Paulo então continua nesta passagem: “...sendo justificados gratuitamente por Sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Versículo 24, NVI). Mais uma vez, vemos que tudo isso somente é possível através do sangue de Jesus Cristo.

Além disso: “Deus O ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo Seu sangue, demonstrando a Sua justiça. Em Sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Versículo 25, NVI). Então Deus, em Sua paciência e misericórdia, decidiu não nos punir pelos pecados que havíamos cometido anteriormente.

“...[assim, Deus] demonstrou a Sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (versículo 26, NVI). Portanto, temos que crer e ter fé que o sacrifício de Jesus Cristo fará isso por nós. Ele morreu para pagar pelos nossos pecados e nos levar ao arrependimento. Ele nunca esperou que interpretássemos a graça e o perdão como permissão para ignorar ou desobedecer aos ensinamentos essenciais que Deus revelou ao longo das Escrituras.

Em vez disso, como já observamos, Ele ensinou que o homem deve viver "de toda palavra que sai da boca de Deus". Temos que viver pela Palavra de Deus a partir desse ponto!

E se pecarmos depois disso?

Mas o que acontece se pecarmos após o batismo? Esses pecados futuros também podem ser cobertos pelo sangue de Cristo? Encontramos a resposta em 1 João 2: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo" (versículo 1). Portanto, não devemos pecar, como já vimos muitas vezes, mas se ou quando acontecer isso, Jesus Cristo intercederá por nós e o Pai continuará aceitando o sangue de Cristo como expiação por nossos pecados.

Continuando: “E Ele é a propiciação [ou sacrifício expiatório que nos reconcilia com Deus] pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. E nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a Sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nEle. Aquele que diz que está nEle também deve andar como Ele andou” (versículos 2-6).

Como vemos aqui, espera-se que andemos como nosso Salvador — vivendo como Ele viveu. Ele viveu uma vida justa e sem pecado, e é assim que devemos viver — em obediência aos mandamentos de Deus. E se ou quando pecamos, qualquer novo pecado precisa de arrependimento para que continuemos vivendo uma vida justa e virtuosa.

Somos obra de Deus

Mas, por que precisamos da graça de Deus? Porque não há nada que possamos fazer para ganhar o perdão e a salvação. O perdão e a salvação são dádivas de Deus. Somos salvos pela Sua graça, como lemos em Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Então, Paulo acrescenta no versículo 10: “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” — ou, como traduz a Nova Versão Transformadora essa última parte, “...que Ele de antemão planejou para nós”. Exatamente, a graça é uma dádiva divina, mas Deus ainda espera que vivamos uma vida íntegra depois de aceitarmos esse presente. A Bíblia é clara e coerente ao ensinar que a salvação é um dom de Deus, mas mesmo assim, espera-se que obedeçamos a Deus se quisermos receber esse presente.

Observe o que o próprio Jesus disse em Mateus 7:21: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus”. Então, não basta reconhecer a Deus Pai e a Cristo como Senhor — como Mestre e Governante — pois, na verdade, devemos estar sob Seu governo demonstrando obediência!

Certamente, o perdão e a salvação são dons de Deus. Eles não podem ser adquiridos. Como seres humanos, nós não possuímos nada de valor suficiente para pagar pelo perdão de nossos pecados e por nossa salvação. No entanto, aqui Jesus nos diz abertamente que, a menos que entreguemos nossa vontade a Deus e nos comprometamos a fazer Sua vontade, não faremos parte de Seu Reino. E, em outra passagem, Ele nos diz que, a menos que nos arrependamos, pereceremos (Lucas 13:3, 5).

Através do arrependimento não ganhamos a salvação, mas o arrependimento é uma condição para receber essa salvação. Temos que buscar o perdão de nossos pecados — e isso só é possível pela graça de Deus. Não há nada que possamos fazer para consegui-la. Por isso, Deus espera que vivamos de acordo com Seus caminhos para recebermos esse presente.

Juntando tudo isso, vemos que uma boa maneira de descrever a graça de Deus é dizer que é um imerecido favor divino que nos é prestado gratuitamente, motivado por Seu amor e preocupação por nós, especialmente para aqueles que aceitam Seu convite para começar um relacionamento com Ele. A graça abrange todos os presentes maravilhosos que gentilmente recebemos de Deus!