O Apóstolo Paulo Lutava Contra o Pecado, Mesmo Debaixo da Graça

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O Apóstolo Paulo Lutava Contra o Pecado, Mesmo Debaixo da Graça

Paulo destacou a mesma luta que travamos como seres humanos. Ele sabia que até mesmo os que têm o Espírito de Deus possuíam a natureza humana e precisavam resistir aos impulsos egoístas da carne enquanto procuram obedecer à lei de Deus. Paulo resumiu essa luta quando escreveu: “Amo a lei de Deus de todo o coração. Contudo, há outra lei dentro de mim que está em guerra com minha mente e me torna escravo do pecado que permanece dentro de mim. Como sou miserável! Quem me libertará deste corpo mortal dominado pelo pecado?” (Romanos 7:22-24, Nova Versão Transformadora).

Ele mesmo responde logo em seguida, no versículo 25: “Graças a Deus, a resposta está em Jesus Cristo, nosso Senhor. Na mente, quero, de fato, obedecer à lei de Deus, mas, por causa de minha natureza humana, sou escravo do pecado” (versículo 25, Nova Versão Transformadora). Continuando no próximo capítulo, ele diz: “Agora, portanto, já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. Pois em Cristo Jesus a lei do Espírito que dá vida os libertou da lei do pecado, que leva à morte” (Romanos 8:1-2, Nova Versão Transformadora).

Todos os cristãos lutam contra a tentação e o pecado ao longo de suas vidas mortais. Embora o Espírito Santo de Deus nos ajude a resistir aos impulsos de nossa natureza egoísta, esta continuará tendente ao pecado. Devemos sempre estar vigilantes e lutar contra as armadilhas de nossos desejos pecaminosos e egoístas. Mas Paulo diz aqui que, quando pecamos, não precisamos temer em sermos condenados por Deus, pois nEle há justificação e graça. Seu relacionamento conosco não será rompido a menos ou até que deliberada e irrevogavelmente nós mesmos façamos isso.

Isso significa que, após nos arrependermos e estarmos sob a graça, se falharmos e pecarmos, ainda continuamos debaixo da graça e não voltamos a estar imediatamente sob a pena da lei. Embora continuemos lutando para não cometer pecados como Paulo, nós não somos condenados a cada novo pecado. Pelo contrário, como diz Paulo: “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (versículo 1). Mesmo eventualmente pecando e logo se arrependendo, um cristão não se desloca repetidamente entre estar sob a morte e sob a graça. Permanecemos sob a graça, sem “nenhuma condenação", pois Deus ainda aceita o sacrifício de Cristo como nossa expiação.

Não obstante, Paulo explica mais o assunto em Romanos 8, dizendo que somente continuamos assim se permanecermos no processo de viver de acordo com o Espírito Santo, seguindo a lei de Deus. Isso significa continuar se arrependendo, confessando os pecados a Deus (1 João 1:9), buscando perdão e restauração, e lutando para obedecer a Deus por meio de Sua própria ajuda. Caso contrário, se houver negligência que leve ao pecado voluntário e a rejeição a Deus, voltaríamos a estar sob a pena de morte da lei — desprezando o sacrifício de Cristo e insultando o Espírito da graça, e disso não há retorno ao arrependimento (Hebreus 2:1-3; 6:4-7; 10:26-31; ver também “Aqueles Que Deus Perdoou Podem Rejeitar Sua Graça?”).

Portanto, é vital que continuemos nos arrependendo e nos submetendo a Deus e à justiça de Sua lei. Somente assim, como disse Paulo em Romanos 6:14, “o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (ver “Não Estais Debaixo da Lei, Mas Debaixo da Graça”).

Continuando em Romanos 8, Paulo explica ainda o processo pelo qual a graça de Deus de contínuo perdão e ajuda por meio de Cristo fortalece nossa obediência e nos liberta: “Pois em Cristo Jesus a lei do Espírito que dá vida os libertou da lei do pecado, que leva à morte. A lei não era capaz de nos salvar por causa da fraqueza de nossa natureza humana, por isso Deus fez o que a lei era incapaz de fazer ao enviar seu Filho na semelhança de nossa natureza humana pecaminosa e apresentá-lo como sacrifício por nosso pecado. Com isso, declarou o fim do domínio do pecado sobre nós, de modo que nós, que agora não seguimos mais nossa natureza humana, mas sim o Espírito, possamos cumprir as justas exigências da lei” (Romanos 8:2-4, Nova Versão Transformadora).

O “Espírito que dá vida" trabalha em nós, dando-nos a força para termos um constante crescimento do caráter espiritual e vencer o pecado. Com Cristo em nós (Gálatas 2:20), com Aquele que condenou o pecado na carne por viver uma vida humana pura e perfeita, podemos viver uma vida guiada pelo Espírito. Ao obedecermos à lei de Deus com a ajuda de Seu Espírito, “as justas exigências da lei” são cumpridas em nós. Assim, Cristo nos ajuda a viver uma vida de fé de acordo com a lei e a produzir obras justas de fé.

Essa nova vida que vivemos na graça de Deus é demonstrada pelos frutos das obras justas. Então, a graça, a benignidade e amor de Deus para conosco, nos motiva a mudar e ajuda a gerar o desejo de receber a natureza divina, a mente de Deus. A graça, então, é inseparável da lei, e a lei é inseparável da graça. Ambas trabalham para produzir justiça num filho de Deus, mantendo-nos livres do pecado e da morte.