Comentário Bíblico: Deuteronômio 28

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Comentário Bíblico

Deuteronômio 28

Reiteração das Bênçãos e Maldições

Nesse longo capítulo (que é paralelo a Levítico 26), Deus descreve detalhadamente o que aconteceria à nação de Israel em caso de obediência ou desobediência às Suas palavras. Os versículos 2-14 assinalam as bênçãos específicas pela obediência. Elas incluiriam alimento em abundância (versículos 3-6, 8), segurança contra inimigos (versículo 7), filhos saudáveis e abundância de rebanhos e produtos (versículos 11-12). Essas bênçãos também permitiriam que Israel emprestasse dinheiro a muitas outras nações e nunca precisasse pedir empréstimo a elas (versículo 12). Em suma, Israel se tornaria um povo "santo" (versículo 9), "a cabeça e não a cauda" (versículo 13).

Por outro lado, a desobediência traria punições severas. E foi exatamente isso o que aconteceu. Sabemos pela história que, mais tarde, a antiga Israel e Judá sofreram algumas das maldições especificadas nessa lista, inclusive ataques militares, quando os assírios e os babilônios sitiaram e conquistaram Samaria e Jerusalém e escravizaram as duas nações. Mas sabemos também que um período de punição muito mais devastador ainda está por vir.

A Grande Tribulação do fim dos tempos será pior do que qualquer calamidade ou holocausto do passado (Mateus 24:21; Jeremias 30:7; Daniel 12:1; Deuteronômio 31:29). Ela afligirá a Judá atual, ou seja, o povo judeu, e os atuais descendentes da antiga Israel, principalmente os Estados Unidos (Manassés) e a Inglaterra, juntamente com outras nações da Comunidade Britânica, como Canadá, Austrália e Nova Zelândia (Efraim). (Ver nosso guia de estudo bíblico gratuito “Os Estados Unidos e a Inglaterra na Profecia Bíblica”). E para essa punição Deus usará as terríveis maldições descritas em Deuteronômio 28, bem como ataques militares e escravidão nas mãos de uma nova superpotência global, o Império Romano ressuscitado, chamado de "Babilônia" no livro de Apocalipse.

Em particular, haverá fome devido à escassez de alimentos e destruição por gafanhotos, vermes e outros desastres naturais, doenças no rebanho e secas (versículos 17-18, 23-24, 38-40, 42). O povo da terra terá doenças, físicas e mentais, incuráveis (versículos 21-22, 27-28, 34-35, 59-62). Eles serão conquistados por uma potência estrangeira e se tornarão escravos — alguns deles serão levados como prisioneiros de guerra para terras distantes, inclusive ao Egito, e nunca mais verão o seu país (versículos 32-33, 36, 41, 49, 68; comparar Isaías 11:11). Durante o cerco de suas cidades, alguns até recorrerão ao canibalismo (Deuteronômio 28:52-57). E isso já aconteceu durante o cerco de Jerusalém em 70 d.C. e também em outras épocas (2 Reis 6:24-30), e acontecerá novamente — mas, dessa vez, será muito mais severo e abrangente. Finalmente, os povos de Israel e Judá serão espalhados "entre todos os povos... Servirás ali a outros deuses... Nem ainda entre estas nações descansarás... terás pavor de noite e de dia e não crerás na tua vida" (versículos 64-66, ARA).

Deus executará essa terrível punição sobre as atuais nações de Israel e Judá para lhes ensinar uma lição muito importante e necessária. A quem muito foi dado, muito será pedido — a punição é maior para aqueles que não fazem aquilo que sabem muito bem que devem fazer (Lucas 12:47-48). Israel e Judá, que foram muito abençoadas com o auxílio divino e o acesso amplo e irrestrito às Escrituras, deveriam ter sido nações "santas" — um exemplo para o resto do mundo. Mas, na verdade, elas acabaram afundando ainda mais do que os gentios em sua rebelião contra Deus (2 Crônicas 33:9). Por isso é que Deus usará "os piores dentre as nações" para puni-las (Ezequiel 7:24). Mas alguns, enquanto estiverem em cativeiro, cairão em si e se arrependerão, e Deus os aceitará, os libertará e os trará de volta à terra que seus pais possuíram, e ali vão prosperar (Deuteronômio 30:1-5, 9), ao mesmo tempo em que "porá todas estas maldições sobre os teus inimigos e sobre os teus aborrecedores, que te perseguiram " (versículo 7).