Comentário Bíblico
Deuteronômio 29
A Aliança da Terra
E na iminência da entrada à Terra Prometida, Deus faz outra aliança com "os filhos de Israel na terra de Moabe, além da aliança que fizera com eles em Horebe" (ARA) — ou seja, no Monte Sinai (versículos 1, 14). Muitos se referem a ela como a Aliança da Terra e alguns a chamam de Aliança Palestina, mas esse nome Palestina não foi usado até os tempos romanos — e ainda com uma conotação ofensiva aos judeus. Como apontado antes, uma aliança é simplesmente um contrato ou um acordo entre duas ou mais partes. E ela não é idêntica à lei na qual uma aliança é baseada. Uma vez que uma aliança é meramente um contrato, não deveria nos surpreender que quando Israel a rompia, infringindo a lei na qual ela era baseada, Deus fazia com eles uma nova aliança baseada nas mesmas leis ou em leis semelhantes. Aliás, Deus fez pelo menos três alianças com a nação de Israel no livro de Êxodo, e não apenas uma, como alguns concluíram erroneamente (Êxodo 24:1-8; 31:12-18; 34:10, 27).
Nesse capítulo de Deuteronômio 29, Deus fez ainda outra aliança. E ela se aplicaria tanto ao povo daquela época quanto às futuras gerações (versículos 15, 25). Mas Deus ainda não havia dado ao povo "um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir" (versículo 4). Portanto, Deus sabia que eles não O obedeceriam e os adverte que as "as maldições da aliança escrita neste Livro da Lei" viriam sobre eles por sua desobediência (versículos 20-21, 27, ARA; comparar Deuteronômio 31:15-29). Ainda assim, apesar da falta de conversão espiritual deles, as leis que Deus lhes havia revelado teriam permitido à nação de Israel construir uma sociedade justa e equitativa e ser ricamente abençoada, mesmo que tivessem guardado apenas a letra da lei, algo que poderiam ter feito (Deuteronômio 29:29). Contudo, na maioria das vezes, eles fracassaram até nisso.