O Segundo Grande Mandamento de Deus
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O Segundo Grande Mandamento de Deus
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![Deus espera que pensemos e ajamos como cuidadores compassivos, preocupando-nos com as necessidades e benefícios dos outros, bem como com os nossos. Caras felizes se abraçando casualmente.](https://portugues.ucg.org/files/styles/full_grid9_breakpoints_theme_top_hat_mobile_1x/public/image/article/2025/01/30/o-segundo-grande-mandamento-de-deus.jpg?timestamp=1738259610)
Após declarar o primeiro grande mandamento, Jesus Cristo disse: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Marcos 12:31). A Bíblia Viva traduz essa passagem desta forma: “Amem aos outros tanto como a si mesmos”.
Esse segundo grande mandamento é quase tão único, revolucionário e contrário à natureza humana egoísta quanto o primeiro! (Por favor, leia o artigo complementar “O Primeiro Grande Mandamento de Deus”, que começa na página 22).
O segundo grande mandamento veio de Deus através de Moisés (Levítico 19:18). O capítulo onde ele se encontra contém alguns detalhes muito importantes sobre como demonstrar amor pelos outros.
Esse mandamento está estreitamente associado ao que chamamos de Regra de Ouro, declarada em Mateus 7:12 e Lucas 6:31, frequentemente parafraseada como “Faça aos outros o que você gostaria que fizessem a você”.
O mandamento de amar o próximo como a si mesmo é uma declaração resumida dos últimos seis mandamentos de Deus, que mostram como amar nossos semelhantes! (ver Romanos 13:8-10). Vamos sopesar mais sobre o que significa esse grande princípio.
O que significa amar os outros como a si mesmo?
O amor divino é esplendorosamente definido e descrito no “capítulo do amor”, 1 Coríntios 13! Todos deveriam revisar essa passagem frequentemente! Observe que o amor verdadeiro é humilde, ou seja, sem orgulho, egoísmo ou egocentrismo. Ele é transbordante.
Devemos seguir os exemplos de Deus Pai e Jesus Cristo. Eles amam a todos! (João 3:16). “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 João 4:8, ARA). Os versículos em torno deste nos lembram que Deus sacrificou o Seu próprio Filho! E Jesus estava disposto a sofrer uma tortura excruciante e morte por nós para que pudéssemos viver — viver para sempre! Pense também no exemplo de Jesus ao demonstrar compaixão e amor por todos, inclusive pelos deficientes físicos e os considerados impuros, além de outros desprezados pela sociedade. Ele era um líder servidor perfeito que cuidava de todos!
E quanto ao autocuidado? Observe que o segundo grande mandamento pressupõe que amamos a nós mesmos! (comparar Efésios 5:29). Portanto, se não nos amássemos, não seria possível amarmos o próximo “como a nós mesmos”!
A chave é entender o significado do “amor” na Bíblia. Praticamente é o oposto do narcisismo, que diz respeito a pessoas “amantes de si mesmas”, ou seja, mesquinhas e ególatras, e outras características terríveis descritas em 2 Timóteo 3:1-7.
Deus projetou todas as criaturas, incluindo os seres humanos, com um tipo de instinto para satisfazer suas próprias necessidades. Procuramos comida quando estamos com fome, remédio quando sentimos alguma dor, dormir quando estamos com sono, etc. Além disso, os bons pais e outras boas influências nos ensinam como manter o corpo, a mente e os relacionamentos saudáveis. Tudo isso corresponde ao amor saudável pretendido por Deus. Um tipo de amor que não é mesquinho, egocêntrico ou narcisista. Além disso, amar a Deus significa corresponder ao propósito que Ele tinha em mente quando nos criou.
Lembre-se também de que quanto melhor for nossa saúde física e mental, mais capacidade teremos de ajudar os outros. Pense na instrução de um comissário de bordo a uma pessoa acompanhada de criança pequena. Em caso de despressurização no avião, a pessoa é orientada a colocar a máscara de oxigênio primeiro nela e depois na criança. O motivo? Ela pode perder a consciência enquanto tenta ajudar a criança! A lição? Se a pessoa se ama o suficiente para manter-se em boa saúde, ela estará mais preparada para ajudar os outros! Além de estar valorizando o que Deus deu a ela.
Porém, mais uma vez, não devemos amar somente a nós mesmos, mas também aos outros como a nós mesmos.
Embora os sentimentos importem, em toda a Bíblia o amor se refere principalmente às ações de alguém. E mesmo quando não sentimos vontade de amar determinadas pessoas, devemos agir de uma forma que demonstre amor por elas. João, conhecido como o “apóstolo do amor” por ter escrito bastante sobre isso, enfatiza a obediência a Deus, a bondade e a assistência ao próximo como elementos essenciais do amor divino (ver 1 João 2:4-6; 3:11-18). Além disso, agir de forma atenciosa para com os outros faz você se sentir mais amoroso.
Deus espera que pensemos e atuemos como cuidadores compassivos, preocupando-se com as necessidades dos outros, mas sem descuidarmos de nós mesmos. Além disso, uma pessoa piedosa fará sacrifícios quando a situação exigir, colocando as necessidades dos outros acima de suas próprias necessidades (João 15:13; 1 João 3:16).
A Bíblia ensina que cada membro do povo de Deus deve demonstrar um amor especial por sua “família” espiritual. Jesus exortou Seus discípulos a “amar uns aos outros”, especificando, “como Eu vos amei”, e declarando: “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:34-35). Paulo escreveu: “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gálatas 6:10, ARA; ver também 1 João 3:10-18; 1 Pedro 4:8-10). Exatamente, o foco principal tem que estar naqueles que fazem parte da família na fé, mas sem esquecer-se de fazer o “bem a todos”.
Quem é meu próximo?
João 3:16 diz que “Deus amou o mundo”, significando que Ele amou todas as pessoas do mundo! (comparar 1 Timóteo 2:4; 2 Pedro 3:9). Deus espera que O imitemos e amemos a todos sempre que tivermos oportunidade (Efésios 5:1). Amar os outros filhos de Deus é um elemento essencial para expressar amor por nosso Pai.
Um estudioso da lei bíblica interrogou Jesus sobre os dois grandes mandamentos fazendo a seguinte pergunta: “E quem é o meu próximo?” (Lucas 10:29). Esse judeu perito na lei estava almejando duas coisas: Desacreditar Jesus e se esquivar da obrigação de amar todas as pessoas. Muitas pessoas querem ser “próximas” apenas daqueles que elas gostam ou dos que têm as mesmas crenças religiosas, interesses e etnia ou dos vizinhos amigáveis, etc.
Jesus respondeu à pergunta desse judeu através da parábola do bom samaritano (Lucas 10:30-37). Essa história deve chocado e causado repulsa nesse perito na lei, pois os judeus consideravam os samaritanos um povo mestiço e desprezível. Essa parábola descreve um judeu religioso como alguém indisposto a ajudar um viajante ferido após um assalto, enquanto um samaritano é apresentado como alguém compassivo, gentil e generoso com essa vítima, mesmo sabendo que ela era de etnia e religião antagônicas.
Podemos imaginar o que esses religiosos judeus dessa parábola podiam estar pensando. Naquela época, assim como em outras, muitos presumiam que o sofrimento de uma pessoa era uma punição divina merecida. Além disso, os sacerdotes e os levitas podem ter pensado que suas atividades religiosas eram importantes demais para serem interrompidas — ou simplesmente não queriam mais nenhum fardo ou estorvo.
O samaritano dessa história fez o que era preciso por aquela vítima, assim o intérprete da lei teve que admitir que ele tratou aquele estrangeiro vitimado como seu próximo, conforme preconizava a lei. Por conseguinte, ele foi o único que realmente cumpriu o mandamento.
Amar até mesmo nossos inimigos?!
Jesus foi ainda mais profundo no Sermão da Montanha, declarando: “Mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam” (Lucas 6:27-28). Ele seguiu com a Regra de Ouro: “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também” (versículo 31; e também versículos 32-36).
Isso significa que devemos amar até mesmo pessoas que não são amáveis ou gentis. Deus sabe que nem sempre vivemos como deveríamos. Precisamos ter esperança de que um dia todas as pessoas recebam a mesma graça que recebemos — que todas as pessoas se arrependam de seus pecados, recebam o perdão de Deus e, enfim, sejam agraciadas com a vida eterna!
Amar os outros requer a disposição de perdoar (Mateus 6:12). Jesus disse: “Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (versículo 15).
Mas isso não significa uma reconciliação instantânea à parte das mudanças necessárias. Deus é um Deus de justiça e também de misericórdia. Ele inspirou Amós a escrever: “Odeiem o mal, amem o bem; estabeleçam a justiça nos tribunais” (Amós 5:15, NVI). Odeie o pecado, desejando que os pecadores sejam levados diante do sábio julgamento de Deus, mas também esperando que se arrependam para que recebam a misericórdia dEle.
Deus pune as pessoas por seus erros de várias maneiras, mas Ele sempre faz isso com a amorosa intenção de ajudá-las a melhorar. “Porque o Senhor corrige o que ama” (Hebreus 12:6). E Deus também espera que as autoridades mantenham a lei e a ordem (Romanos 13:1-7). Às vezes, o amor verdadeiro também é um “amor severo”. A Bíblia ensina claramente que os pais devem disciplinar seus filhos quando erram — como parte da demonstração de seu amor a eles.
Quando Cristo, o Juiz perfeito, retornar, Ele administrará recompensas e punições, e a Terra experimentará a verdadeira justiça e paz! Enquanto isso, nossa principal responsabilidade é amar, buscar e esperar o melhor para todos.
Desde o Antigo Testamento, essa mensagem de amor está presente em toda a Escritura. E o mandamento de Jesus para amar como Ele amou aumentou consideravelmente a compreensão e a prática desse verdadeiro amor divino.
Lembre-se sempre de seguir o exemplo de Cristo, obedecendo alegremente a esses dois grandes e sublimes mandamentos, conforme estabelecido em Lucas 10:27: “Amarás ao Senhor, Teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo”.