A Controvérsia Quartodecimana: A Igreja de Deus Forçada à Clandestinidade

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A Controvérsia Quartodecimana

A Igreja de Deus Forçada à Clandestinidade

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O Concílio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino no ano 325 depois de Cristo, foi um marco decisivo na história da igreja, realizado com o propósito de unificar a doutrina cristã. Contudo, sob a ótica bíblica, esse concílio marcou um ponto de inflexão trágico — um crescente afastamento da fé que outrora foi entregue aos santos (Judas 1:3). E no cerne desse afastamento estavam os ensinamentos errôneos sobre a natureza de Deus (ver artigo principal), o abandono da Páscoa bíblica em favor da tradição do Domingo de Páscoa e a condenação daqueles que continuaram a observar os preceitos bíblicos.

Durante os primeiros séculos da era cristã, alguns seguidores fiéis de Cristo ficaram conhecidos como quartodecimanos (termo latim para "catorze") porque continuaram celebrando a Páscoa no 14º dia do mês hebraico de nisã, exatamente como Jesus e os apóstolos faziam e conforme ordenado pelas Escrituras. Eles compreendiam que a Páscoa anual deveria ser celebrada como um memorial da morte de Cristo (1 Coríntios 5:7; 11:26), e não como uma festividade com data variável, baseada em costumes romanos ou pagãos. Esses cristãos, tanto judeus quanto gentios, seguiam fielmente o exemplo de Cristo e dos apóstolos ao guardar os dias santos instituídos por Deus (Levítico 23).

Sob a autoridade de Constantino, o Concílio de Niceia tentou eliminar esse remanescente fiel. Constantino, cuja conversão teve mais motivação política do que espiritual, escreveu rancorosamente: “Parecia algo indigno que, ao celebrarmos essa festa santíssima, seguíssemos a prática dos judeus, que impiamente mancharam as mãos com um grande pecado... Portanto, não tenhamos nada em comum com o detestável povo judeu”. Então não se tratava simplesmente de uma alteração no calendário, mas de um ataque espiritual específico às pessoas que se esforçavam para permanecer obedientes à Palavra de Deus.

E ao chamar os judeus de “manchados” e “cegos”, ele institucionalizou o antissemitismo e preparou o terreno para futuras perseguições, que atingiriam tanto os judeus quanto os cristãos que eram rotulados como “judaizantes” e hereges por continuarem a seguir e defender a observância da lei bíblica. Enquanto isso, a igreja romana se afastava dos mandamentos de Deus e adotava costumes pagãos e tradições humanas (Marcos 7:7-9), forçando os cristãos fiéis às verdadeiras práticas bíblicas a se conformar ou a seguir suas crenças de forma clandestina.

O verdadeiro cristianismo não sobreviveu nos salões dos concílios imperiais, mas entre aqueles que guardavam silenciosamente a Páscoa bíblica, respeitavam os sábados de Deus e se recusavam a se comprometer com o mundo. O Concílio de Niceia não unificou o cristianismo, mas estabeleceu oficialmente uma grande apostasia. Ainda assim, em meio à perseguição, um remanescente fiel perseverou e manteve a verdade viva.

Para saber mais sobre a controvérsia quartodecimana e a substituição das festas de Deus por tradições sem fundamento bíblico, consulte nosso guia de estudo bíblico gratuito “Feriados Religiosos ou Dias Santos: Será Que Importa Quais Dias Observamos?”.