Eclesiastes 2:12 - 2:26: Estudo Bíblico

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Eclesiastes 2:12 - 2:26

Estudo Bíblico

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As conclusões de Salomão de suas reflexões sobre a sabedoria, a tolice e a frustração da morte de todos.

Transcrição

Queridos irmãos, já demos cerca de duas lições acerca de Eclesiastes e, hoje, vamos continuar. Como ponto breve de revisão,  quero mencionar de maneira sucinta o propósito deste Livro. Lendo por exemplo em Eclesiastes 1 versículo 3:

Que proveito tem o homem de too o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?

Por que isto tudo, por que a vida, por que o trabalho?  É uma investigação que o rei Salomão fez e pôs isto no Livro de Eclesiastes que é um Livro muito muito instrutivo, no entanto, mal entendido.

Por isso, estamos aqui a estudar o que está a ser explicado neste Livro. Há duas mensagens principais neste  Livro:

A primeira, está em Eclesiastes 1 versículo 2: vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.

Vamos falar mais acerca disto hoje, acho que ao fim da lição hoje, vai ficar muito mais claro o que Salomão está a dizer aqui sobre tudo é vaidade.

A segunda, vemos ao fim do Livro, no capítulo 12 versículo 13:

De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.

O temor a Deus e a guarda dos seus mandamentos é a outra grande mensagem deste Livro. Por isso, para entendermos completamente, duma maneira real o que este Livro está a dizer a nós, temos que ler o Livro de Eclesiastes com o capítulo 12 versículo 13 em mente e assim, através deste Livro, o escritor, o Pregador que é Salomão, faz perguntas relevantes e investigativas sobre o significado da vida e, aqui está o ponto importante, declara a absoluta futilidade de uma existência sem Deus. É importante nós entendermos o que Salomão está a dizer aqui. Este Livro é para o benefício e para a edificação do povo de Deus.

Há uma frase ou, digamos assim, um refrão usado frequentemente no Livro que diz: coma, beba e desfrute o bem do seu trabalho, pois, é dom de Deus. Isto não significa libertinagem: fazer o que quiseres porque mantendo Eclesiastes 12 versículo 13 em mente, que precisamos ter temor a Deus e guardar os seus mandamentos, aqui está a dizer que devemos trabalhar e devemos de ter responsabilidades morais do que faemos com o próximo, com a sociedade.

Quando mencionamos em estudos prévios deste Livro, nós estamos a usar um esboço geral do Livro de Eclesiastes que divide o Livro de Eclesiastes em 4 partes. Este foi uma subdivisão do esboço geral que o Sr. Walter Caesar apresentou no seu comentário e estas partes são: Eclesiastes 1:2 – 2:26, pode se chamar esta parte como apreciando a vida como um dom de Deus. A minha intenção hoje, é de completar esta primeira parte. A segunda parte deste esboço geral do Livro de Eclesiastes é do Cap.3:1 – até ao fim do Cap.5:20. Que chamaria a isto, entendendo o grande plano de Deus. A terceira parte é do Cap. 6:1 – 8:15, explicando e aplicando o plano de Deus. A quarta parte, parte final, é de Eclesiastes 8:16 – até ao fim do Livro, isto é capítulo 12:14; que poderia chamar removendo o desânimo e aplicando o plano de Deus na vida dos crentes.

Ora, nas lições anteriores, abordamos Eclesiastes 1:1 até 11; é uma secção que fala da vaidades de vaidade, coisas vêm e coisas vão e depois abordamos também do versículo 12 ao cap.2:11 onde paramos da última vez. Aí vemos a vaidade e a frustração de três coisas: a busca da sabedoria humana – do intelectualismo, da busca do hedonismo – isto é, a busca do prazer; a vaidade ou frustração da busca do materialismo – isto é, trabahar para obter mais coisas materiais. Porque sem Deus tudo é em vão. Noutras palavras: quanto mais temos, mais infelizes nos tornamos se não temos Deus neste equilíbrio. Por isso, vemos que pessoais muito ricas são as que tomam mais drogas, que cometem mais suicício e coisas deste gênero.

O ponto é que não há nada errado em desfrutar de coisas físicas que Deus nos dá ou estar envolvido em várias coisas desde que sejam obtidas de maneira lícita, correcta. Mas coisas materiais não se devem tornar o foco da nossa vida. Esta foi a mensagem com a qual concluí o último estudo. Daí ter mencionado que o Livro de Eclesiastes é um bom Livro para estudar durante o período da festa de Tabernáculos porque durante este período de festa, temos mais coisas materiais, mais bênçãos físicas mas as bênçãos materiais são para compartilharmos com os outros porque o nosso desejo deve ser de coisas eternas.

 Os bens materiais são para compartilhar com os outros, abençoar os outros mas o nosso desejo deve ser em coisas eternas. Noutras palavras, o nosso desejo deve ser o de colocar Deus em primeiro lugar e confiar nas suas promessas. Por isso que lemos em secções como Mateus 6 versículos 25 a 34 em que fala acerca de coisas físicas; as pessoas estão preocupadas com suas necessidades e Jesus Cristo diz: busquem primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e depois, as outras coisas vos serão adicionadas.

Continuando em Eclesiastes 1 versículo 17:

Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento.

Salomão disse: eu apliquei-me, eu dediquei-me a conhecer a sabedoria e a loucura e coisas desse gênero, mas agora diz, em Eclesiastes 2 versículo 12, a primeira parte do versículo 12 foi onde paramos na lição anterior. Diz assim:

Então, passei a considerar a sabedoria, e a loucura, e a estultícia. Passei a contemplação da sabedoria, do desvário e da doidíce ... e por isso, ele agora está a refletir o que essa busca revelou. No versículo 17, do cap.1, diz que eu vou, eu dediquei o meu coração a avaliar este ponto... agora, no cap.2 versículo 12, diz que agora aqui está o resultado desta avaliação e continua a dizer: Que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.

Ele está a reflletir o que a busca o revelou e parece dizer que ninguém vai concluir mais coisas do que ele concluiu. Por que? Porque ele fez tudo, viu tudo. Ninguém mais pode ter uma conclusão física do que a dele porque ele foi um rei muito rico, teve muita sabedoria ... e ninguém vai chegar a conclusões mais profundas do que as que ele concluiu. Então, o que Salomão viu e concluiu? Está no versículo 13:

Então, vi que a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito do que as trevas.

Salomão viu que o homem sábio entende o que faz e aonde vai e as escolhas da sua vida fazem sentido. Veja, porque ele diz assim: quanto a luz traz mais proveito do que as trevas.

O homem sábio consegue ver as coisas melhor. As coisas para ele fazem sentido como andar na luz invés das trevas. Versículo14:

Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o estulto anda em trevas; contudo, entendi que o mesmo lhes sucede a ambos.

O estulto, o louco não consegue entender as coisas e por causa disso sofre. O estulto não consegue ver o que se passa. Pode ser pela arrogância, teimosia, inflexibilidade, cabeçudo, pode ser uma ignorância, pode ser que não está pensando no que está a fazer, pode ser por preguiça, por falta de fidelidade mas o resultado, seja o que for, é problema, é catástrofe, é andar em trevas. Exemplo, catástrofe em casa. Por causa disso, há benefício na sabedoria. Sim, a sabedoria tem um benefício. Esta é a busca deste Livro.

Eclesiastes 1 versículo 3:

Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?

É nesta investigação que o autor está empenhado neste Livro. E por isso, em primeiro lugar, no versículo 13, estamos a ver aqui que o homem sábi entende o que faz, para onde vai e a sabedoria tem certo benefício. Em segundo lugar, Salomão conclui que a sabedoria é limitada; nomeadamente, a sabedoria humana porque esta sabedoria não nos protegerá do que é inevitável para todos. E o que é inevitável para todos? A morte. A morte é o grande equalizador. Mais cedo ou mais tarde vão chegar ao ponto a entender, mais cedo ou mais tarde, que um dia vou morrer. Vamos todos um dia chegar ao ponto que cada um vai dizer: o meu coração parou. Os meus pulmões pararam de respirar. Vou ter um suspiro final. E isto será o fim dos meus dias na terra. Veja então no versículo 14:

Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o estulto anda em trevas; contudo, entendi que o mesmo lhes sucede a ambos [o que? A morte].

Versículo 15:

Pelo que disse eu comigo: como acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade.

Se todos vamos morrer, então, porque a sabedoria? Por que ser sábio? Versículo 16:

Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto!

Sim, ao morrer, depois de alguns anos, todo mundo se esqueceu de você. Pode não ser assim tão breve, mas passada duas, três gerações... quem se lembra do seu trisavô? Ninguém se lembra. Ninguém sabe a cor do seu cabelo, seus gostos, daqui a duas, três gerações vai suceder conosco.

Um certo comentário, escreve desta maneira: se é verdade que a morte alcançará tantos tolos quanto sábios, de que adianta tentar tanto ser bom? Estas perguntas ocorre a muitas pessoas que desistem de tentar ser boas e decidem enlouquecer ou envolver-se num comportamento imprudente e destrutivo. E outros, se orgulham de ser bons e concluem erroneamente que independência de Deus não é necessária. Sou bom, sou bom, não preciso de Deus, Deus não existe ou pelo menos se apegam a Deus de maneira trivial.

Por isso, a realidade da morte impede de que estes dois tipos de “pessoas boas” pensem que seus esforços os trarão uma realização duradoura longe de Deus. Isto é, estas pessoas vão reconhecer que vão morrer e por isso não importa. E por isso, isso fez, olhando por esta perspectiva, por estes óculos, fez com que Salomão chegasse a um ponto baixo da sua vida com que ele odeiasse a sua vida. Veja aqui no versículo 17:

Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento.

Por que? Porque ambos têm o mesmo ponto final. Vamos morrer e a história acabou. Versículo 18:

Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim.

Salomão está aqui a dizer que tudo físico não tem valor perpétuo. A morte força que este trabalho que eu fiz seja passado para os próximos, próximos que não vão apreciar o que eu fiz. Versículo 19:

E quem pode dizer se será sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isto é vaidade.

Por isso, Salomão não vê valor passar o seu legado a outro pois, vai dar em incerteza se essa pessoa vai usar de maneira correcta ou não e isto Salomão achou frustrante. Trabalhar tanto e não puder apreciar o seu trabalho. Vai ter que passar ao outro que não trabalhou por isso. Por isso, a sua riqueza não lhe deu alegria mas desepero. Veja no versículo 20:

Então, me empenhei por que o coração se desesperasse de todo trabalho com que me afadigara debaixo do sol.

Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é vaidade e grande mal.

No versículo 22, está a reiterar a sua pergunta inicial que diz:

Pois que tem o homem de todo o seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol?

Versículo 23:

Porque todos os dias são dores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade.

Tudo parece sem sentido. É um ponto baixo e sombrio. Digamos assim, o ponto mais negativo nesta situação humana mas, agora, neste ponto mais baixo e sombrio, então, Salomão está pronto a apresentar a solução para este dilema sombrio e aparentemente insolúvel. Aqui vê-se uma reviravolta, digamos assim, aqui vê-se a perspectiva correcta que só há sabedoria, alegria, felicidade, tudo isto tem valor quando são por meio de Deus.

Salomão tendo caído, mergulhado nas profundezas de desespero, vê-se finalmente uma luz no pensamento de Salomão nesta conclusão da primeira secção deste Livro nos versículos 24 a 26. É a conclusão desta secção.

Ele vinha se esforçando entender por conta própria o significado da vida e da felicidade mas não funciona assim. Na sabedoria que Deus o deu, finalmente entende, que devemos abraçar ma alegria, na vida diária que nós temos que tudo vem de Deus. Versículo 24:

Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus,

Salomão aqui está a entender que o verdadeiro prazer, o verdadeiro gozo do que fazemos vem de Deus e temos que fazer tudo com Deus em mente. Então, aí, haverá verdadeira alegria.

Vamos analisar mais isto de maneira detalhada. É importante:

Algumas pessoas pensam que no paraíso do Éden, Adão e Eva estavam a passar o tempo sem fazer nada (procrastinando). Vejam em Gêsesis 1 versículo 28:

E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.

Vemos que Deus deu a eles (Adão e Eva) trabalho, coisas para fazer. Sujeitar as coisas na terra, controlar, tomar conta dos animais. Veja em Gênesis 2 versículo 15:

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou n jardim do Éden para o cultivar e o guardar.

Tinham trabalho de cultivar o jardim e de guardá-lo. Não era uma coisa bonita sem trabalho. Tinham que cultivá-lo, embelezá-lo, cuidá-lo ...  trabalhar. Por isso, Deus deu a Adão e Eva o trabalho de subjugar a terra e cuidar esse vasto jardim. Tinham um trabalho.

Ora, qual é o carácter de Deus? Sabemos que o carácter de Deus é amor. Há outro ponto do carácter de Deus que não devemos esquecer; porque além do amor, vejemos em João 5 versículo 17:

Mas ele lhes disse: Meu PAI trabalha até agora, e eu trabalho também.

O Pai é trabahador não é preguiçoso – trabalha, trabalha e Jesus Cristo também. Nós precisamos de trabalhar mas por causa do pecado de Adão e Eva o nosso trabalho foi amaldiçoado. Assim, o nosso trabalho transformou-se em labuta e dificuldades. No entanto, há uma bondade básica, um contentamento básico que vem de Deus quando trabalhamos dá uma satisfação dotrabalho. Por isso, muitas pessoas quando não trabalham acabam tristes porque o trabalho dá umsentido de satisfação e isso vem de Deus. Fomos feitos a imagem de Deus que trabalha.

Portanto, temos satisfação de encontrar felicidade no próprio trabalho. Sim, além de termos certos lucros, benefícios, etc., além disso, temos um certo sentido de satisfação que vem de Deus . Vejam também em I Coríntios 10 versículo 31:

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.

Vêem-se aqui palavras muito semelhantes ao Livro de Eclesiastes: comer, beber e gozar, fazei ist para a glória de Deus. Veja também em Colossenses 3 versículo 23:

Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens.,

Quando você for fazer algo, faça-o da melhor maneira possível. Não é: “assim mais ou menos está bem porque é só para este homem e ele não vai reparar”. Você está a fazer isso para Deus. Tem que fazer isso com a maior qualidade possível, da melhor perfeição, seja o que for que estiveres a fazer. Exemplo: os irmãos na Maloca tomam conta do gado. Façam isto com o maior desejo de perfeição, de qualidade, de serviço, porque estão a fazer para Deus. Seja o que for ... a cultivar seja o melhor dia a dia, a trabalhar na empresa, façam isto para Deus. Então, vão ter grande satisfação no trabalho porque não estão a trabalhar para uma pessoa e sim para Deus.

Continuando a ler em Eclesiastes capítulo 2 versículo 24 que lemos a pouco. Quero relê-lo para explicar mais em detalhes este versículo. Há pontos que quero aprofundar que são de bastante importância. 2:24:

Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus,

Esta é a primeira vez que este refrão, está frase que se repete, que vai ser usada várias vezes no Livro de Eclesiastes mais vai ser usada várias vezes neste Livro.

Aqui não está a dizer que precisamos ou vamos ter uma vida de prazer. Não está a falar disso. O que está a falar segundo o contexto, é que o foco deve ser em Deus. Por isso, a tradução deste versículo está um pouco em disputa . por exemplo, na ARC, deixe-me abrir aí em Eclesiastes 2:24, diz: não é pois bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma para ...

No texto, as palavras não é pois está em itálico e um bocadinho mais adiante que coma e beba e que faça gozar. A palavra e que está no itálico na ARC. Quando usa o itálico está a referir-se que estas palavras não estão no original, no manuscrito. Neste caso, no hebraico.

Uma melhor tradução seria algo semelhante a isto: não há nada bom no homem que coma, beba e faça gozar a sua alma, pois, tudo vem de Deus.

Não há nada bom no homem. Dentro do homem não há nada bom que o faça gozar do comer, beber; nesse homem não há nada bom porque tudo provém de Deus.

Por isso, o facto de aceitar coisas boas da vida humana, temos que aceitá-las como vindas de Deus. E é o que Salomão está a dizer. Não há nada para o homem, quer dizer, não há nada de bom no homem que estar a comer, a beber...porque tudo vem de Deus. E isto vê-se aqui nesta escritura de Salomão que precisamos de ter uma vida de fé em Deus e na sua providência para conosco. Pois, a providência de Deus para conosco é permanente.

Não há nada de bom conosco mas o bom vem de Deus. Se estamos a trabalhar para Deus, isso vem primeiro, vem de Deus e esse trabalho tem essa alegria porque pomos Deus primeiro.

Vejamos agoa no versículo 25, de Eclesiastes 2:

Pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?

Na ACF, escreve: Pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu?

Essa tradução também é disputada porque do que eu é uma tradução incorrecta, pois, seria melhor: sem ele (sem Deus). Por isso, a ACA talvez seja melhor porque diz assim: separado de Deus quem pode comer, ou quem pode alegrar-se?

Pois, separado de Deus, quem é que pode comer ou alegrar-se? Por isso, a perspectiva neste contexto é aperceber-se que a nossa vida é totalmente dependente de Deus. Não é só apenas desfrutar de coisas boas mas é a capacidade de realmente apreciá-las e estar contente.

Em Eclesiastes 5 versículo 19, tem a conclusão desta segunda secção, porque nós estamos a concluir a primeira secção que acaba no capítulo 2, que é apreciar a vida como um dom de Deus. A segunda parte de Eclesiastes 3: 1 até ao fim do capítulo 5, que é entedendo o grande plano de Deus. Ao fim desta secção, no capítulo 5, particularmente no versículo 19, diz assim:

Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus.

Vê-se que é o mesmo sentido. Estas coisas são de Deus. Por isso, vê-se neste capítulo 2 versículo 24, está a dizer que a única maneira de apreciarmos as coisas físicas é tendo um reacionamento com Deus.

Lemos a pouco nos versículos 20 e 21 que Salomão chegou a um ponto negativo  na sua vida, uma situação mais deprimente, mais sombria, a ponto de dizer que tudo parece sem sentido. Mas agora, está a virar a história e dizer que mas tem sentido quando entendemos que Deus tem a mão nisto tudo e isto é um acto de Fé. Logo, está tudo implícito em estar num relacionamento com Deus. Vamos agora ler o último versículo deste capítulo, vamos ler a primeira parte:

Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.

Os dons de Deus de alegria, contentamento pelo trabalho, sabedoria que é a verdadeira sabedoria; conhecimento que é o verdadeiro conhecimento; Deus dá isso às pessoas que são verdadeiros crentes, àqueles que agradam Deus.

Por isso, os dons de Deus são destinados àqueles que são bons aos olhos de Deus. Esses são justos – aqueles que seguem os caminhos de Deus. E toda a Bíblia revela que qualquer bondade do homem não é do homem mas vem de Deus. Àqueles que são rectos, são rectos porque Deus os redimiu e os capacitou a obedecer a Deus. E, se eles continuarem no caminho de Deus, Deus os abençoará ainda mais. Por isso, diz: Deus os abençoa com sabedoria, conhecimento, e alegria ou prazer.

Isto é muito diferente da declaração de Salomão que dizia que os humanos em busca de sabedoria era uma tarefa pesada dada a eles por Deus. É o que lemos em Eclesiastes 1 versículo 13, diiz assim:

Apliquei o coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; este enfadonho  trabalho [trabalho pesado] impôs Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir.

O capítulo 1 versículo 13, está a referir-se ao aprendizado humano fruto da observação, experimentação, lições de aprendizagem da maneira difícil que é não obedecendo a Deus, não agradando a Deus e as coisas assim são pesadas, são difíceis. Mas aqui, no capítulo 2 versículo 26, está a dizer que Deus dá a sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que agrada a Deus. É uma bênção aprender de Deus a sabedoria de Deus e a verdade, incluíndo como viver e como ser feliz.

Salomão está a defender uma vida de fé. Por isso, busca a mão de Deus nos acontecimentos da sua vida diária. Por exemplo, veja em I Timóteo 6 versículo 8:

Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.

Devemos nos contentar com o que temos. Sabemos que Deus nos dá ricamente tudo para desfrutar. Por isso, andar com Deus significa pedir a sua sabedoria para usar na vida e assim conduzidos na vida de uma maneira certa, usando a sabedoria de Deus, vai haver alegria, vai haver satisfação. Porque estamos a fazer as coisas da nossa vida de acordo com Deus. Andar com Deus significa pedir o seu conhecimento para compreender, para nos revelar os seus caminhos. Isso é andar com Deus. Por isso que diz Deus dá conhecimento, sabedoria e o prazer... mas temos que pedir a ele. Continuando a ler no versículo 26, diz assim: mas ao pecador dá trabalho para que ele junte e amontoe a fim de dar aquele que agrada a Deus.

Aqui está uma advertência em viver de uma maneira conrária à Deus. É o caso do pecador. Isto é a primeira vez que ele está a abordar este assunto no Livro de Eclesiastes mas vai abordar mais vezes no Livro.

Eclesiastes não é acerca do que devemos abandonar as restrições morais e bscar hedonisticamente, isto é, buscar o prazer; tudo o que queremos. Não! Esta não é a mensagem em Eclesiastes. Está a dizer que o fardo do pecador quando está a fazer as coisas de uma maneira que está a abandonar as restrições morais para ter facilidade na vida, este fardo não é aliviado, pois, até se torna mais pesado. Além disso, qualquer sucesso que os iníquos tenham é apenas temporário já que tudo o que reúnem e colectam vai para os justos. Ao fim vai para os justos. Tomem bem nota disto. Porque aqui vemos a visão de Salomão não só no dia de hoje mas também no dia de amanhã.

Vejam brevemente Provérbios 13 versículo 22:

O homem de bem deixa herança aos filhos de seus filhos [aos netos], mas a riqueza do pecador é depositada para o justo.

Interessante! Mesma coisa que Salomão descreveu em Eclesiastes. Ao fim de contas, foi Salomão que escreveu o Livro de Provérbios e Eclesiastes.

Jó 27 versículos 16 a 17:

Se o perverso amontoar prata como pó e acumular vestes como barro,

Ele os acumulará, mas o justo é que os vestirá, e o inocente repartirá a prata.

As vezes tem-se resultado na vida de hoje, mas Salomão aqui está a ver a visão final do futuro reino de Deus quando tudo ficar bem. Não está a ver só no tempo presente. Está a ver mais para a lá, no mundo do amanhã. Por isso, vê-se que Salomão tem uma visão mais abragente do que simplesmente o dia de hoje. Eclesiastes está a prever o tempo em que o direito vai prevalecer. Aqui há uma questão de fé. Fé e confiança nas promessas de Deus sobre o que está porvir.

Aqui Salomão responde o dilema de deixar os seus bens e ao dilema que tinha sobre que virá a morte e vai perder tudo. É este dilema pessoal de Salomão em Eclesiastes 2:18-21, onde mencionei que ele estava muito desencorajado, “o que vai acontecer porque todos morrem...” mas ele está aqui a dizer que os justos finalmente ressuscitarão e herdarão todas as coisas. Muito mais, além de qualquer coisa que tenham reunido nesta vida.

Um acto de fé que Salomão está a demonstrar aqui em Eclesiastes, pois, muitas pessoas quando estão lendo Eclesiastes, não vemos tal discernimento.

Concluíndo no versículo 26, a última frase: também isto é vaidade e correr atrás do vento.

Notem bem aqui: não se refere tanto aos justos nem a tarefa que deu aos pecadores. Não está a dizer: “olha, não é uma coisa arbitrária, de que Deus dá às pessoas. Por isso as coisas correm bem e noutras coisas ... Não! Não é a escolha aleatória. Um capricho pessoal de Deus. Não é! Há uma razão, há um sistema, há um plano. Não há arbitrariedade em Deus. Os justos são recompensados e os pecadores devem dar o que têm aos justos ao fim da história. Os justos serem recompensados, os pecadores entregarem o que devem aos justos; isso não é vaidade mas é a perfeita justiça. Há um valor claro em servir a Deus. Em Hebreus 11 versículo 6:

De facto, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.

Deus é o galardoador, aquele que recompensa, que dá o galardão. Então, isso quer dizer que, Deus vai dar um galardão. Ora, Deus é juiz. Isso não é arbitrário, não há arbitrariedade com Deus. Ele é justo.

Por isso, esta conclusão em Eclesiastes 2 versículo 26, nesta última frase, de vaidade e correr atrás do vento; aqui refere-se apenas da situação dos ímpios. Porque os ímpios se esforçam, e se esforçam para acumular coisas, dinheiro, poder, prazeres para si mesmo mas tudo é em vão. Visto que, em última análise, vai para outra pessoa. Assim, as palavras também isso é vaidade e correr atrás do vento podem ser traduzidas isto é vaidade e correr atrás do vento. Por que? Porque Deus dá sabedoria ao que lhe agrada e ao pecador dá trabalho porque o que ele está aí a juntar é para aquele que agrada a Deus. Isto, na verdade, pa o ímpio é vaidade e correr atrás do vento.

A palavra em hebraico também isso ou isso também pode ser usada para adição, como também; como pode ser usada para ênfase, como, isso na verdade, isso realmente. É uma ênfase.

Por isso, depois de chamar vaidade e correr atrás do vento, Salomão está a dizer que isto é vaidade e correr atrás do vento para os ímpios.

Queridos irmãos, com isto, concluímos a primeira secção do Livro de Eclesiastes. Na próxima semana, vamos começar com a segunda secção deste Livro que é entendendo o grande plano de Deus.