Série Os Dez Mandamentos: O Sexto Mandamento

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Série Os Dez Mandamentos: O Sexto Mandamento

Deus, a Fonte de toda a vida, “criou o homem à Sua própria imagem” para um propósito sagrado (Gênesis 1:27). Todo ser humano é filho de Deus, por isso somente Ele pode autorizar a execução de uma vida humana. Por isso é que o assassinato — morte não autorizada de um ser humano — é errado.

O mundo tem sofrido um pesadelo contínuo de assassinatos desde que Caim, o primogênito de Adão e Eva, assassinou seu irmão Abel...Todo ser humano é filho de Deus, então somente Ele pode autorizar a execução de uma vida humana.

“Não matarás” (Êxodo 20:13; Deuteronômio 5:17).

Assassinato é algo horrível. Entretanto, isso tem sido terrivelmente comum na história da humanidade. O mundo tem vivenciado uma trágica rotina de assassinatos desde que Caim, o primogênito de Adão e Eva, assassinou seu irmão Abel (Gênesis 4:1-8). Até o Filho de Deus foi assassinado. E, tragicamente, ainda existe diversas expressões jurídicas para designar o assassinato. Tais como homicídio, feminicídio, genocídio, suicídio ou aborticídio (geralmente chamado de aborto). Você pode pesquisar esse tema em diversos artigos e mensagens em www.revistaboanova.org.

E a Pena Capital?

O texto traduzido desse mandamento na maioria das versões da Bíblia diz: “Não matarás”. Contudo, a palavra hebraica ratsach, usada aqui e apenas algumas vezes no Antigo Testamento, definitivamente significa “assassinato”. A palavra hebraica que significa “matar” é qatal, e ela ocorre centenas de vezes na Bíblia.

Assim baseando-se nessa tradução comum, muitas pessoas creem que é proibido qualquer tipo de assassinato de um ser humano. Entretanto, um dos primeiros mandamentos que Deus revelou a Noé após o dilúvio foi a instituição da pena capital. Gênesis 9:6 diz: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a Sua imagem”. Isso refuta a ideia de que qualquer execução só deve ser feita por Deus, pois essa passagem diz “pelo homem o seu sangue será derramado” (grifo nosso).

A versão da Bíblia Viva combina os versículos 5 e 6, deixando o significado ainda mais claro: “E ninguém tem direito de tirar a vida de nenhum ser humano. O animal que matar um homem terá de ser morto. E a pessoa que matar algum ser humano terá de ser morta. Porque matar um ser humano é matar um ser que foi criado segundo a imagem de Deus” (Gênesis 9:5).

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a lei de Deus para a antiga Israel, que exige a execução de assassinos, enfatiza o quanto Deus preza a vida humana. Todos os primeiros cinco livros da Bíblia afirmam que os assassinos devem ser executados. Em Israel, sob a Antiga Aliança, os crimes de sequestro e estupro também deveriam ser punidos com a mesma pena. Quando as pessoas veem uma justiça honesta, justa e rápida sendo administrada, elas “ouvem e temem” — e são motivadas a cumprir a lei!

O capítulo treze de Romanos mostra que os governos civis estão autorizados por Deus a administrar a justiça e manter a paz. E a Nova Versão Transformadora diz o seguinte no versículo 4: “As autoridades são servos de Deus, para o seu bem. Mas, se você estiver fazendo algo errado, é evidente que deve temer, pois elas têm o poder de puni-lo, pois estão a serviço de Deus para castigar os que praticam o mal” (Romanos 13:4).

Muitos Problemas Espirituais Levam Ao Assassinato

Um pecado leva a outro, conforme descrito em Romanos 1:20-32. E muitos pecados podem culminar em assassinato. Tais como falta de controle emocional, ressentimento, raiva, ciúmes, ódio, vingança, ambição, luxúria, autopiedade e orgulho, inclusive o desejo de ser “famoso”, distúrbios mentais, incluindo os danos por abuso ou abandono, embriaguez, adicção a entretenimentos violentos, dedicação a uma causa deturpada, falta de conscientização dos valores corretos, ignorância sobre a santidade e o propósito da vida.

Existem muitas emoções e reações que são chamadas de “raiva”. Mas nem toda raiva é pecaminosa. Certamente, Jesus Cristo sentiu raiva, mas nunca pecou. Algumas emoções que chamamos de “raiva” ou “exasperação” não são abjetas e pecaminosas. Existe uma indignação justa. A Bíblia na Linguagem de Hoje traduz Efésios 4:26 assim: “Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e não fiquem o dia inteiro com raiva”.

Deus nos criou com toda a gama de emoções, mas elas devem ser controladas e direcionadas para o rumo certo. O ódio é um bom exemplo disso, pois devemos odiar o pecado, mas amar os pecadores. “Vós, que amais ao SENHOR, odiai o mal” (Salmos 97:10, ACF).

É chocante e triste que muitas pessoas não valorizam suas próprias vidas, como homens-bomba e outros terroristas. Frequentemente, ouvimos falar de ataques a tiros em que o atirador sabe que será morto ou preso! Essas pessoas têm uma visão pessimista, desesperançada, cínica e niilista da vida. O suicídio é uma forma de assassinato, ou seja, um autoassassinato.

Sem dúvida, as estatísticas de suicídios é de partir o coração. O Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. Um dos grandes mandamentos é “amar o próximo como a si mesmo”. Há uma necessidade desesperada de as pessoas aprenderem o verdadeiro propósito da vida e de como Deus quer que todos cuidem do corpo e da mente que Ele lhes deu (ver 1 Coríntios 6:19-20). Recomendamos nosso inspirador guia de estudo bíblico gratuito “Por Que Você Nasceu?”.

A eutanásia é outra forma de suicídio e assassinato. Entretanto, isso não deve ser confundido com um paciente que escolhe voluntariamente deixar a natureza seguir seu curso e parar com determinados tratamentos clínicos que o mantém vivo, pois isso é algo moral, racional e dentro da lei.

O mundo está caminhando para outra era de trevas espirituais. Em 2 Timóteo 3:1-7, o apóstolo Paulo escreveu sobre como será o caráter de muitas pessoas nos “últimos dias”. Sem dúvida, a maior influência maligna é a de Satanás, o governante deste mundo (João 12:31; 14:30; 16:11). "O diabo...foi homicida desde o princípio” (João 8:44).

O Oposto de Assassinar é Amar Todos Os Filhos de Deus

Quando Jesus Cristo veio à Terra, Ele veio para “tornar grande e gloriosa a sua lei” (Isaías 42:21, NVI). Ao aprofundar, expandir e elevar os Dez Mandamentos, Jesus revelou o espírito da lei, mostrando que a obediência é uma questão da mente e do coração, bem como das ações. Ele deixou claro que no sexto mandamento estão incluídos os mandamentos de “amar o próximo” e viver de acordo com a Regra de Ouro (Mateus 22:39; 7:12).

O amor e os bons relacionamentos dependem muito do perdão. Deus espera que sejamos perdoadores. Obviamente, Ele nos ama porque está sempre pronto para nos perdoar quando vê em nós “a tristeza segundo Deus” (2 Coríntios 7:10), ou seja, o verdadeiro arrependimento e disposição de uma pessoa para perdoar aqueles que a ofende (ver Mateus 6:12, 14-15). E devemos fazer o máximo para que os outros nos perdoem, tendo a humildade de admitir nossas falhas, pedindo perdão e buscando a reconciliação (ver Mateus 5:23-26).

Em Mateus 5:21-22, Jesus revelou que o ódio, a amargura e o escárnio contra uma pessoa diz respeito ao espírito do assassinato. Quando alguém, insensivelmente, fere o coração, a mente, a reputação, o respeito próprio e/ou as aspirações de uma pessoa com qualquer tipo de abuso, uma parte vulnerável e preciosa dessa pessoa pode vir a morrer. Independentemente de o abuso ser por ação ou omissão, isso tem a ver com o espírito do assassinato. Isso acontece especialmente com crianças pequenas que, muitas vezes, ficam com certo grau de cicatrizes, embora Deus possa nos dar a força e a esperança da cura.

Em Mateus 5:38-48, Jesus revelou que devemos amar a todos, não apenas aqueles que correspondem esse amor, até aos nossos inimigos! Leia Levítico 19:9-18, 32-37 para entender mais como amar as pessoas independente da situação.

Por favor, entenda que quando Jesus disse para “dar a outra face” (Mateus 5:39), Ele não quis dizer que alguém deveria permitir ser abusado ou que nunca deveria se defender contra agressões. Uma lição que precisamos aprender é que o povo de Deus não deve retaliar, buscar vingança ou ser rancoroso e vingativo. Muitas escrituras nos dizem que a vingança é responsabilidade de Deus, pois somente Ele pode executar a justiça perfeita. Romanos 12:19 nos diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor”.

O contexto de Mateus 5:39 é sobre o amor. Então, outra lição diz respeito ao fato de que amar alguém torna a pessoa mais suscetível a ser magoada. Muitas vezes, as pessoas “mordem a mão que as alimenta”. Jesus está dizendo que devemos perseverar em amar as pessoas, apesar de sabermos que às vezes nos decepcionaremos. Nunca devemos reagir à mágoa pensando: “Eu nunca mais tentarei ajudar a essa pessoa novamente!”.

Um dos melhores indicadores da conversão espiritual de uma pessoa é o fato de ela “amar os irmãos” (1 João 3:14) assim como Jesus Cristo nos ama (João 13:34-35). João declarou ainda: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:15-16, ARA).

A Bíblia também aborda o que pode ser chamado de “homicídio culposo”. Deus nos adverte que, se formos responsáveis por permitir a existência de uma condição ou situação perigosa que cause ferimento ou a morte de uma pessoa, podemos ser responsabilizados pela lesão ou morte dela. Por exemplo, não devemos deixar algo em um local que possa fazer alguém tropeçar. Se você tem uma piscina, é aconselhável fazer algum tipo de cerca ao redor dela para evitar que uma pessoa caia dentro dela. Sem dúvida, devemos ser “guardiões de nosso irmão”. Para mais exemplos, leia Êxodo 21:28-29 e Deuteronômio 22:8.

Conclusão

Enfim, não se deve matar nem na letra nem no espírito da lei. Em vez disso, “ameis uns aos outros!” (João 13:34; João 15:12, João 15:17, Romanos 13:8; 1 Tessalonicenses 4:9; 1 Pedro 1:22; 1 João 3:11, 1 João 3:23; 1 João 4:7 , 1 João 4:11-12; 2 João 1:5).