“Uma Casa Dividida Contra Si Mesma Não Subsistirá”

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“Uma Casa Dividida Contra Si Mesma Não Subsistirá”

“Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá”. Em 1858, o aspirante a senador (e, mais tarde, presidente) Abraão Lincoln abriu um de seus discursos mais famosos com estas palavras. Ele pretendia que isso servisse de forte advertência sobre o perigo de sua nação continuar, ideológica e profundamente, dividida.

A advertência dele foi profética, pois menos de três anos depois a nação se dividiu em uma sangrenta guerra civil de quatro anos que ceifou centenas de milhares de vidas.

Duas décadas antes, quando era bem mais jovem, ele demonstrou sua preocupação com o futuro de seu país:

“Até que ponto devemos esperar a aproximação do perigo? Por quais meios devemos nos fortificar contra ele? Devemos esperar que um gigante militar transatlântico cruze o oceano e nos esmague de um golpe? Nunca!!...Até que ponto, então, deve-se esperar a aproximação do perigo? Respondo: se algum dia ele chegar, terá nascido entre nós...Se nossa sina é a destruição, seremos nós os autores e consumadores dela. Como nação de homens livres, viveremos para sempre ou morreremos por suicídio” (Discurso no Liceu, 1838, grifo nosso).

Essa advertência também foi profética, porque após uma geração a nação chegou perigosamente perto de morrer por suicídio. Mais de seiscentos mil homens morreram em batalha ou por ferimentos e doenças. E essa guerra foi a mais sangrenta da história dos Estados Unidos.

Abraão Lincoln, como tantos presidentes dos Estados Unidos até as gerações recentes, era um estudante da Bíblia. Em sua adolescência, como era o caso em muitos lares estadunidenses, os livros eram raros e, muitas vezes, a Bíblia era o único livro que as famílias possuíam. O próprio Lincoln disse o seguinte sobre a escola que frequentava: “Não tínhamos livros ou gramáticas para ler, apenas a Bíblia”.

Muitas vezes, as palavras do presidente Lincoln ecoavam as dos escritores e profetas bíblicos. E sua advertência sobre “uma casa dividida” era uma referência direta às palavras de Jesus Cristo (Mateus 12:25; Marcos 3:25; Lucas 11:17). Então, não é surpreendente o fato de a Bíblia ter moldado bastante seu pensamento e até mesmo a maneira como ele enxergava a nação.

Em um dos períodos mais sombrios da guerra civil, em 30 de março de 1863, ele proclamou “Um Dia Nacional de Jejum”. E, significativamente, suas palavras podem ser aplicadas aos nossos dias:

“Somos os destinatários das generosidades mais seletas do céu. Fomos preservados, nesses muitos anos, em paz e prosperidade. Crescemos em número, riqueza e poder como nenhuma outra nação jamais cresceu. Porém, nos esquecemos de Deus...”.

“E temos imaginado em vão, no engano de nossos corações, que todas essas bênçãos foram produzidas por nossa própria sabedoria e virtude superiores. Intoxicados pelo sucesso constante, nos tornamos demasiadamente autossuficientes..., orgulhosos demais para orar ao Deus que nos fez. Então, é conveniente nos humilhar diante do Poder ofendido, confessar nossos pecados nacionais e orar por clemência e perdão”.

Abraão Lincoln foi direto ao âmago da questão. E como presidente, ele tinha uma imensa responsabilidade com seu país. Ele não queria vê-lo sucumbir, devorado e destruído internamente pela guerra.

E nós, editores desta revista, temos esse mesmo sentimento. Somos profundamente gratos pelas abundantes bênçãos materiais que Deus derramou sobre os Estados Unidos da América, inclusive aquelas que remontam às suas raízes na Inglaterra antes mesmo da fundação dessa nação.

Também somos imensamente gratos pelas bênçãos espirituais concedidas por Deus, como as raízes espirituais da nação e a fé de seus fundadores (descritas nesta edição). Valorizamos muito a bênção de poder adorar livremente a Deus e compartilhar Sua verdade através das páginas desta revista, do nosso programa de TV Beyond Today, dos nossos guias de estudo bíblico, do nosso curso bíblico e do nosso site e também a liberdade de nos reunir para adorá-Lo e aprender Sua verdade nos cultos sabatinais.

Mas também somos compelidos, assim como o presidente Lincoln, a falar sobre os graves pecados dessa nação que ameaçam essas bênçãos e liberdades — as quais vemos que estão sendo perdidas a cada dia. Deus nos entregou a responsabilidade de falar essas verdades às nações modernas e dizer o que elas precisam mudar.

Esperamos e oramos para que você tenha ouvidos para ouvir e, ainda mais importante, um coração atento e disposto a buscar a Deus. Leve a sério as palavras de Abraão Lincoln e das Escrituras — arrependa-se, volte-se para Deus e ore por misericórdia para sua nação!