Introdução
Mundos em Turbulência
Onde você estava em 11 de setembro de 2001? Se você for como a maioria das pessoas, as horríveis imagens e as emoções daquele dia ficarão para sempre gravadas em sua mente. Quem pode esquecer a visão de um imenso avião chocando-se contra o World Trade Center, os homens e as mulheres acuados e mergulhando para a morte, o colapso das torres e a nuvem de concreto pulverizado e os detritos que cobriram Manhattan.
Os terríveis acontecimentos daquele dia mudaram o nosso mundo para sempre. Ao início de um novo século, anunciou uma nova era de terrorismo dirigido a cidadãos. A sensação de segurança do norte-americano—de que isso nunca poderia acontecer em suas terras—foi destruída para sempre. Outras nações rapidamente perceberam que catástrofes semelhantes poderiam ocorrer em suas cidades. Desde então, o terrorismo se tornou uma ameaça muito real para incontáveis milhões de pessoas ao redor do globo.
O horror daquele dia também fez o Oriente Médio saltar para as manchetes dos programas de notícias ao redor do mundo. De repente, o que estava acontecendo a milhares de quilômetros poderia afetar as pessoas, independente de onde vivessem. Uma região que, para muitos, parecia irrelevante agora se tornou o foco da atenção e as nações em todo lugar despertaram para a realidade de como o Oriente Médio pode impactar a todos nós.
Rapidamente captamos a realidade de que os problemas que estão a milhares de quilômetros de distância pode ter maior impacto em nossa vida do que as decisões tomadas pelos nossos governos locais ou nacionais. A queda das Torres Gêmeas teve um efeito imediato sobre a economia norte-americana, muito maior do que qualquer decisão tomada na vizinha Wall Street, que teve perdas diretas estimadas em 100 bilhões de dólares e dois trilhões em perdas a curto prazo no mercado de ações.
O Oriente Médio afeta todo mundo
Mas onze de setembro não foi o início do terrorismo, ou do fundamentalismo islâmico, ou do conflito no Oriente Médio. Como parte de uma continuidade histórica, esta foi simplesmente a data em que os problemas acumulados de milhares de anos finalmente chegaram à costa norte-americana.
Considerando o quanto o Oriente Médio agora domina o noticiário, é difícil acreditar que no início do século passado ele “era apenas uma preocupação periférica” para o mundo ocidental. “A região se tornou um remanso político”, segundo o historiador David Fromkin, autor de Uma Paz para Acabar com Toda Paz (A Peace to End All Peace, 1989, pág. 24), um livro sobre o nascimento do moderno Oriente Médio. “Poucos europeus da geração de Churchill sabia ou se importavam com o que acontecia nos impérios debilitados do sultão otomano ou do xá da Pérsia”, observa este autor (pág. 25).
Um século mais tarde, no entanto, as nações ao redor do mundo são afetadas pelo que acontece nesta região instável. A economia global é movida a petróleo, e a maior parte dele se encontra sob a areia dos desertos do Oriente Médio. O petróleo é o sangue vital e a riqueza das economias ocidentais, e uma fonte abundante e barata que é essencial para a contínua prosperidade do Ocidente. Esta dependência do petróleo alterou fundamentalmente a relação das nações ocidentais com a região, transformando-a em uma parte estrategicamente vital do mundo.
Uma segunda mudança importante tem acontecido no Oriente Médio nos últimos cem anos―a criação de muitos novos países, que tem complicado imensamente a política na região. O estabelecimento de um país em particular gerou um ciclo de violência e revolta aparentemente sem fim. No entanto, surpreendentemente, a Bíblia já havia profetizado a criação desta nação há milhares de anos, e previu o crescente conflito que se seguiria ao seu renascimento.
Uma paz para acabar com toda paz
A Primeira Guerra Mundial foi muitas vezes chamada de “a guerra para acabar com todas as guerras”. No encerramento da conferência de paz após o pior conflito da história, Archibald Wavell, um oficial que serviu no exército britânico na Palestina e mais tarde foi promovido a marechal de campo, profeticamente, declarou: “Depois da ‘guerra para acabar com a guerra’, parece que eles foram bem sucedidos em Paris ao fazer uma ‘paz para acabar com a paz’” (Fromkin, pág. 5).
Antes da Primeira Guerra Mundial o Oriente Médio era dominado pelo Império Otomano, o império dos turcos, que governou sobre todas as terras cujos nomes são agora muito familiares para nós. Os atuais países como a Turquia, Líbano, Síria, Iraque, Kuwait, Jordânia, Israel e outros eram todos governados por um império decadente que outrora também controlava um vasto território ao norte da África e no sudeste da Europa. Dentro desse império diferentes povos viviam em relativa harmonia. Aproximadamente quarenta por cento do povo era turco e quarenta por cento árabes e o restante era uma mistura de diferentes grupos étnicos―mas principalmente armênios e judeus.
E poderia ter continuado assim se não fosse pela Primeira Guerra Mundial. No início da guerra, não estava claro qual lado o Império Otomano apoiaria. Ambos, britânicos e alemães, cortejavam os turcos. Finalmente, o sultão optou por apoiar o kaiser alemão, uma decisão fatal que levou ao nascimento de muitas nações―e novas guerras aparentemente sem fim. Uma das nações que, eventualmente, veio a existir foi o Estado judeu de Israel, o que complicaria a situação geopolítica na região e afetaria todas as nações da terra.
Porém, poucos percebem este fato crucial: Depois de mil e novecentos anos, a restauração de uma pátria judaica no Oriente Médio era necessária para cumprir as antigas profecias encontradas na Bíblia. Esta região, que tinha sido um “remanso político” com pouco ou nenhum interesse às potências ocidentais, está destinada a se tornar o centro da última crise global que dará início a eventos cataclísmicos que levarão a humanidade à beira da extinção―e finalmente mudará nosso mundo para sempre.
Nas páginas seguintes você vai aprender a história impressionante do passado, presente e futuro desta região crítica que foi traçada há milhares de anos atrás―a história do Oriente Médio na profecia bíblica.