O Compromisso de Deus com Abraão e Seus Descendentes
Para entender algumas das maravilhosas e inspiradoras profecias, temos de embarcar em um estudo que tem início há quatro mil anos — quando Deus começou a trabalhar com um homem chamado Abraão. Ele foi um personagem notável. Deus fez promessas surpreendentes a ele que continuam afetando não somente seus descendentes, mas também o mundo inteiro.
A história de sua descendência também é notável. Abrange em grande parte o que conhecemos como o Antigo Testamento. Esta é uma história repleta de grandes temas — não apenas a ascensão e queda de grandes homens e mulheres, mas também de reinos e impérios.
A história dos descendentes de Abraão tem sua parcela de voltas e reviravoltas e altos e baixos e mais alguns mistérios.
Os livros do Antigo Testamento descrevem a descendência de Abraão — tornando-se uma nação poderosa — o reino israelita — e entrando num relacionamento especial de aliança com Deus. Composta de doze tribos, ou grupos de famílias, a nação ganhou proeminência por um tempo.
Entretanto, logo os israelitas se dividiram em dois reinos rivais. Quando o maior deles, que conservou o nome Israel (composto de dez das doze tribos), rejeitou sua associação com Deus e pôs em marcha um dos maiores mistérios da história quando seus habitantes foram forçosamente exilados de sua antiga pátria.
O menor, o do sul, o reino de Judá — formado pelas duas tribos restantes e remanescentes doutra — falhou em aprender a lição de seus parentes do norte. Seus cidadãos igualmente rejeitaram a Deus e foram levados cativos. Entretanto, eles retiveram, em grande parte, sua identidade e permaneceram visíveis através da história como uma raça pequena e frequentemente perseguida, o povo judeu.
Mas o que aconteceu às dez tribos de Israel cujos inimigos removeram-nos à força de sua terra? O Império Assírio os capturou e os exilou de sua pátria, o Oriente Médio, no século oito a.C. Mas os livros clássicos de história não fazem menção deles hoje em dia. O mundo lembra-se deles apenas como as dez tribos perdidas de Israel.
Deus, todavia, tinha feito uma aliança — um compromisso divino — com todas as doze tribos. Ele prometeu que elas sempre seriam Seu povo e Ele sempre seria seu Deus. Podemos confiar que Ele manterá Sua palavra? Como isso será possível se as dez tribos perdidas desapareceram, como muitos supõem?
Somando-se ao quebra-cabeça, a profecia bíblica nos diz repetidas vezes que esses israelitas supostamente perdidos estão destinados a reaparecerem no cenário mundial em um papel proeminente, imediatamente após o retorno de Jesus—após seu livramento de um "tempo de tribulação" que poderia fazer parecer pequeno o seu sofrimento anterior. Os antigos profetas até falam da restauração dos israelitas à sua pátria original sob o governo do Messias, após aquele tempo de tribulação.
Observe esta promessa que Jesus fez aos Seus apóstolos: "Digo-lhes a verdade: por ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mateus 19:28, NVI, grifo do autor).
Jesus falou sério ao dizer isso? Se estes descendentes de Israel estão destinados a ter um papel no futuro que Deus profetizou para o mundo, onde estão eles agora? Como podemos identificá-los entre os povos do mundo atual? E por que este conhecimento é tão importante para nós?
Conforme prosseguimos com este estudo revelador, você aprenderá o quanto Deus está comprometido em ajustar os aspectos cruciais do nosso mundo. Você não pode se dar ao luxo de continuar ignorando este incrível conhecimento.
Se esta informação sobre as tribos perdidas forem simplesmente de valor histórico e arqueológico, então será de fato somente de interesse para aqueles que são fascinados por história. Mas é muito mais importante que isso.
É a chave mestra para compreender toda a profecia bíblica. E explica por que tantas profecias falam de uma restauração vindoura de todas as tribos de Israel como um reino reunificado, e por que essas profecias são tão ressaltadas nas páginas das Escrituras Sagradas.
Através da compreensão desta incrível história é possível aprender muito sobre o que Deus espera de todos os que O servem. Que Deus possa conceder-lhe o discernimento espiritual para entender esta história maravilhosa e prestar atenção aos ensinamentos que você está para descobrir.
Uma história de relacionamentos e acordos
A nossa história começa com uma série de promessas extraordinárias que Deus deu a um homem chamado Abraão há milhares de anos.
Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei," Deus disse a Abrão. "Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados" (Gênesis 12:1-3, NVI).
Assim como vamos aprender neste livro, Deus sempre é fiel em Suas promessas. Os preparativos para o seu relacionamento com a antiga Israel tiveram início séculos antes de Seu povo tornar-se uma nação. Ele iniciou Seus planos para Israel como um grupo de tribos — ou famílias estendidas — quando estabeleceu um relacionamento com Abrão. Mais tarde Ele mudou o nome de Abrão, que significa "pai exaltado" para Abraão, que significa "pai de uma multidão" (Gênesis 17:5).
Observe novamente a promessa de Deus para ele: "E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gênesis 12:2-3).
Que compromisso fantástico! Com estas promessas, Deus iniciou um projeto admirável, designado para beneficiar "todas as famílias da terra" quando for consumado. A história e as profecias dessa nação, nascida de Abraão, são importantes não somente para seu próprio povo, mas para os povos de todas as nações.
Posteriormente, Deus passou adiante essas promessas de Abraão para seu filho Isaque, seu neto Jacó e depois para os doze filhos de Jacó—de quem vieram as doze tribos de Israel. Deus deu mais detalhes às gerações sucessoras sobre o Seu propósito para Israel e como Ele pretendia cumprir Seu grande plano para eles.
Este compromisso assumido pelo Criador da humanidade é o elo que une as várias partes das Escrituras. Ele aumenta o significado e fornece estrutura à Bíblia. Até a missão de Cristo é uma continuação desta promessa.
Quase oitocentos anos após Israel ter desaparecido como nação, o apóstolo Paulo descreveu os gentios (não israelitas) que estão "sem Cristo" como "separados da comunidade de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo" (Efésios 2:12).
Esta é uma linguagem forte, mas ela ressalta a importância do compromisso de Deus com Abraão e Paulo reconheceu que Israel, incluindo as dez tribos perdidas, continuava existindo. Se Paulo estivesse falando somente sobre os judeus, as tribos contidas no reino do sul, ele teria falado de Judá, não de Israel (ver "Todos os Israelitas São Judeus?" p. XX).
Em seguida, Paulo esclarece Seu significado. "Em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito, a saber, que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo, e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho" (Efésios 3:5-6, ARA).
Como todos os povos podem participar das promessas que Deus fez a Abraão através de Jesus? Paulo explica, "E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa" (Gálatas 3:29).
Isto significa que Deus tem de enxertar todos que se tornam Seus servos na família de Abraão, e Deus comprometeu-se a uma série de alianças para realizar isso (Romanos 11:13-27). (Ver "O que é uma Aliança Bíblica?" p. XX).
A promessa de Deus a Abraão não foi limitada a uma pequena e antiga nação do Oriente Médio. Ela estende-se para o futuro e não está limitada às fronteiras nacionais. Desde o início, Deus designou esta promessa para trazer bênçãos a todas as nações. Este é o Seu propósito. É isto que Ele realizará.
Por que Deus escolheu Abraão?
Por que Deus escolheu Abraão para ser Seu servo e, através dele, trazer a antiga Israel à existência como nação? O que Deus tinha em mente, e por que chamou a Abraão para servi-Lo naquela determinada época da história?
Após o Dilúvio dos tempos de Noé, os habitantes da Terra, uma vez mais, começaram a se desviar de Deus. Na época de Abraão, todos os povos tinham se corrompido novamente.
Deus então pôs em marcha um aspecto importante de Seu plano para oferecer a salvação para a humanidade. A escolha de Abraão foi um passo decisivo no plano de longo prazo de Deus para trazer todas as nações de volta para Ele. O restante da Bíblia é tecido em torno de Seu plano para reconciliar a humanidade Consigo mesmo.
Você deve lembrar que logo antes do Dilúvio "Ao ver como a terra se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta, Deus disse a Noé: 'Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei com a terra'" (Gênesis 6:12-13, NVI).
Assim, logo após o Dilúvio, quando a humanidade começou novamente a se opor à direção de Deus, a Torre de Babel tornou-se o símbolo dessa rebelião (Gênesis 11:1-9). No contexto desta rebelião, e com a fundação do sistema de estado soberano de governo humano, que acompanhou esta rebelião, Deus iniciou uma nova fase em Seu plano para levar todas as nações a adorá-Lo. Ele decidiu escolher um homem fiel e tornar seus descendentes em um grupo de nações influentes, escolhidas para o propósito explícito de ensinar e ilustrar Seus valores e modo de vida.
Uma parte deste plano envolve o desejo que Deus tem de que todas as nações reconheçam a diferença total entre estes dois caminhos de vida conflitantes. Ele quer que cada pessoa aprenda que somente o Seu caminho pode trazer consistentemente bênçãos verdadeiras e duradouras a todas as pessoas.
Escolhidos para servir
Deus criou todos os povos da terra "de um só sangue" (Atos 17:26, ACF). A história dos israelitas é sobre uma única família que o Criador Deus escolheu dentre todos os povos da Terra para o Seu serviço.
Embora os israelitas fossem um povo escolhido, de forma alguma deveriam ser considerados um povo superior — tanto na antiguidade como agora. O apóstolo Pedro explicou posteriormente que "Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo lhe é aceitável" (Atos 10:34-35, ARA). Isso sempre foi verdadeiro.
Alguns podem supor que Deus escolheu trabalhar com Abraão e seus descendentes por que, de alguma forma, eles eram mais importantes ou naturalmente melhores que as outras pessoas. Mas absolutamente este não era o caso. Deus intencionalmente escolheu lidar com um pequeno grupo de pessoas que não tinha proeminência internacional.
Observe o que Deus disse à antiga Israel: "O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais, ... Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos" (Deuteronômio 7:7-9; comparar 1 Coríntios 1:26-29).
Deus escolheu Abraão para uma tarefa específica. Mas Ele também testou Abraão para ver se ele Lhe seria fiel. Abraão passou nesses testes. Então, Deus começou a usá-lo porque ele acreditava e confiava em seu Criador. "Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça" (Romanos 4:3; comparar Gênesis 15:6).
Deus moldou a antiga Israel, sob a Sua cuidadosa orientação, das doze tribos relacionadas ou famílias estendidas, cujos ancestrais eram Abraão, seu filho Isaque e o filho de Isaque, Jacó.
As famílias estendidas de Abraão cresceram, formando uma multidão ainda maior, os descendentes dos doze filhos de Jacó. Deus os constituiu uma nação e fez uma aliança com eles. Juntos, eles ficaram conhecidos como "Israel" ou "os filhos de Israel".
E Israel foi outro nome dado a Jacó. Quando Deus começou a trabalhar diretamente com Jacó ele o nomeou Israel, que significa "aquele que prevalece com Deus" ou "um príncipe com Deus" (Gênesis 32:24-30).
Os descendentes de Israel também seriam conhecidos como "a semente de Abraão", "a Casa de Isaque", "a Casa de Jacó" ou simplesmente "Jacó" — e pelos nomes individuais das tribos, de Rubem, Simeão, Levi, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, Benjamim e José.
Mais tarde, o patriarca Jacó adotou Efraim e Manassés, seus netos através de seu filho José, como seus próprios filhos quanto a sua herança. Consequentemente, a nação de Israel tem sido mencionada, historicamente, como sendo composta tanto de doze ou treze tribos, dependendo se os descendentes de José são contados como uma tribo (José) ou duas (Efraim e Manassés).
Promessas de importância histórica
Conforme Deus trabalhava com Abraão, Ele expandia a série de compromissos pactuais entre eles. Esses compromissos eram baseados numa importantíssima série de promessas e profecias magnânimas jamais dadas por Deus a um ser humano. Os profetas posteriores de Israel, os apóstolos de Jesus e o próprio Jesus, todos consideraram essas promessas como a fundação de seu trabalho (Atos 3:13, 25).
Observe novamente o que Deus disse ao patriarca Abraão: "E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gênesis 12:2-3; veja também Gênesis 18:18; 22:18; 26:4; 28:14).
A bênção mais importante, disponibilizada a todas as nações, através da "semente" de Abraão, mais tarde aprendemos dos apóstolos que seria a bênção da vida eterna por meio de Jesus Cristo (Atos 3:25-26; Gálatas 3:7-8, 16, 29). Através de Sua mãe, Maria, Jesus nasceu como judeu, da tribo de Judá, um descendente de Abraão (Hebreus 7:14). Seu sacrifício abre a porta para pessoas de todas as nações desfrutarem um relacionamento com o Deus de Abraão.
Quando pessoas de qualquer raça ou origem entram num relacionamento pactual com Cristo, elas, também, tornam-se descendentes de Abraão. Como Paulo escreveu em Gálatas 3:28-29: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”.
Assim, desde o início da interação de Deus com Abraão, fica cada vez mais claro que o objetivo de Deus é tornar a salvação acessível a todos. O restante da Bíblia revela muitos mais detalhes de como Deus executará este plano. Mas encontramos seu fundamento no livro de Gênesis nas promessas que Deus deu a Abraão.
A Bíblia revela muitos aspectos do plano mestre de Deus para a salvação da humanidade. A dimensão espiritual de Sua promessa a Abraão é apenas uma parte da história. Como seres físicos nós interagimos em um mundo físico. Por esta razão, Deus sempre atinge Seus alvos espirituais através de meios físicos, como dar e tirar bênçãos físicas — usando o princípio de recompensas por bom comportamento e punição pelo pecado.
Por exemplo, precisamos refletir por que Deus prometeu fazer de Abraão uma "grande nação" (Gênesis 12:2). Hoje em dia, muitos estudantes da Bíblia não conseguem entender a importância desta grandiosa promessa física. Geralmente, os críticos da Bíblia zombam disso porque acham que o povo de Israel nunca foi mais do que um par de reinos insignificantes na ponta oriental do Mar Mediterrâneo. Mas eles estão errados. Deus não mente (Tito 1:2). Ele mantém Suas promessas. Logo veremos por que e como Deus tem cumprido esta promessa específica de grandeza nacional a Abraão.
Promessas de grandes bênçãos nacionais e materiais
Nos capítulos 12 a 22 de Gênesis, sete passagens descrevem as promessas que Deus deu e reconfirmou a Abraão. No relato inicial (Gênesis 12:1-3) Deus disse a Abraão para deixar sua pátria e família. Esta foi a primeira condição que Abraão tinha de atender antes que pudesse receber a promessa.
Quando Abraão obedeceu prontamente, Deus então prometeu abençoá-lo e tornar seu nome grande. Sua descendência também se tornaria grande. (Como veremos, os resultados desta promessa seriam classificados entre os maiores atos da história do mundo);
Alguns versículos depois, Deus apareceu a Abraão e prometeu a seus descendentes a terra de Canaã (versículo 7). As promessas de Deus inequivocamente incluíam coisas materiais — terra física e possessões.
O capítulo treze de Gênesis fornece mais detalhes sobre as promessas. Após o relato da disposição de Abraão em dar o campo fértil adjacente ao Rio Jordão ao seu sobrinho Ló (versículos 5-13), Deus, em contrapartida, prometeu toda a terra de Canaã a Abraão para sempre (versículos 14-17), indicando que os aspectos temporal e eterno de Sua promessa estavam intimamente relacionados.
Apesar de Abraão ainda não ter filhos, Deus também prometeu que seus descendentes seriam contados "como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a descendência [de Abraão] será contada” (versículo 16). O imenso escopo desta promessa — a expansão quase ilimitada dos descendentes de Abraão — não deve ser tomado como de pouca importância. Conforme veremos, ela tem implicações colossais.
Aproximadamente uma década mais tarde, Deus apareceu novamente a Abraão em uma visão. Apesar de que ele ainda não tinha filhos, outra vez, Deus lhe prometeu um herdeiro — e este herdeiro, disse Deus, seria "gerado de ti" (Gênesis 15:4).
Uma incrível multidão de pessoas viriam daquele herdeiro, Isaque. "Então, [Deus] levou [Abraão] fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar... Assim será a tua semente" (versículo 5). Como respondeu Abraão? "E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça" (versículo 6).
A certeza de Abraão de que Deus manteria Sua promessa — mesmo num futuro distante — foi uma das razões pelas qual Deus o amou. Deus o escolheu para ser não apenas o pai de diversas nações poderosas, mas também o "pai de todos os que creem" (Romanos 4:11). Deus estava trabalhando em um duplo papel para o fiel Abraão.
Alguns versículos depois, Deus lhe prometeu, além de inumeráveis descendentes, todo o território que se estendia "desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates" (Gênesis 15:18). Este espaço de território cobria muito mais terra que a terra incluída por Deus em Sua promessa original da terra de Canaã (Gênesis 12:6-7; 17:8; 24:7).
Deus expande Suas promessas
Conforme Abraão ia demonstrando sua fidelidade, Deus aumentava o escopo de Suas promessas a ele. Finalmente, elas envolveram muito mais do que Deus tinha revelado inicialmente. A descrição mais detalhada das maravilhosas promessas de Deus a Abraão aparece em Gênesis 17.
"Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito. E porei a minha aliança entre mim e ti, e te multiplicarei grandissimamente... Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações.
"E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto. E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti. E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti. E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus" (Gênesis 17:1-8).
Como declarado anteriormente sobre esta promessa, a bênção de Deus ainda era condicional e baseada na obediência e no compromisso de Abraão em amadurecer espiritualmente. Aqui Deus, mais uma vez, vem lembrar-lhe disso, dizendo, "Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito" (versículo 1; comparar Mateus 5:48).
Uma "grande nação" é ampliada em "muitas nações"
Lembre-se que uma parte importante da promessa de Deus era multiplicar grandemente os descendentes de Abraão. Aqui Deus enfatizou esta realidade ainda por acontecer, mudando o nome do patriarca. Até este momento, ele era conhecido como Abrão. Neste momento, Deus disse-lhe: "E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto" (Gênesis 17:5). Como mencionado anteriormente, Abrão significa "pai exaltado", nas Abraão significa "pai de uma multidão".
Deus aprofundou com mais detalhes este aspecto de Sua promessa: "E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti" (versículo 6; ver também versículos 15-16).
Deus continuou: "E te darei a ti e à tua semente depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus… Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu, e a tua semente depois de ti, nas suas gerações” (versículos 8-9). O relato em Gênesis 17 demonstra o compromisso de Deus para com Abraão como um "concerto perpétuo" (versículos 7, 13, 19), um pacto firmado, obrigando Deus a dar perpetuamente aos descendentes do patriarca a terra de Canaã (versículo 8). O compromisso de Deus a Abraão era de grande importância e de amplo alcance.
O sexto relato da promessa de Deus a Abraão aparece em Gênesis 18, num cenário imediatamente anterior à destruição das cidades infestadas de pecado, Sodoma e Gomorra. Os convidados angelicais de Abraão — mensageiros com notícias sobre a punição divina que estava para ocorrer nas duas cidades — reconfirmaram o nascimento, em breve, de um filho a Abraão, com 99 anos de idade, e sua esposa, Sara, dez anos mais nova (versículos 10-14).
Como Deus prometeu que não "ocultaria" de Abraão Suas intenções (Gênesis 18:17; Amós 3:7), os anjos, que visitavam o patriarca idoso, confirmaram as promessas de que ele iria "certamente tornar-se uma grande e poderosa nação" — uma aliança física, material e nacional abrangente. Eles também reconfirmaram a promessa messiânica de que "nele serão benditas todas as nações da terra" (Gênesis 18:18).
Esta promessa foi cumprida quase um ano após este encontro, quando Sara deu à luz a Isaque (Gênesis 21:1-3). Primeiramente, Abraão demonstrou ser fiel a Deus. Agora, milagrosamente, Deus confirmava a fidelidade de Seu compromisso com Abraão.
O grande teste de Abraão
O clímax destes sete relatos das promessas de Deus aparece em Gênesis 22. Aqui encontramos um dos mais significantes eventos na Bíblia. Esse é o desfecho da promessa que Deus fez a Abraão.
Neste relato, a disposição de Abraão em sacrificar Isaque prenuncia o evento fundamental do plano de Deus para oferecer salvação a todos — a disposição de Deus em oferecer Seu único Filho, Jesus Cristo, como um sacrifício (João 3:16-17).
Anteriormente, notamos que as promessas de Deus eram dependentes da obediência constante de Abraão (Gênesis 12:1; 17:9). Mas após os eventos de Gênesis 22 Deus mudou Sua aliança com Abraão, elevando-a a um novo nível — e por uma boa causa.
Deus disse a Abraão para trazer Isaque, o filho da promessa (Romanos 9:9), e sacrificá-lo como uma oferta queimada no Monte Moriá (Gênesis 22:2). O principal teste de fé de Abraão havia chegado.
Nesta altura de sua vida Abraão tinha aprendido a confiar em Deus implicitamente. Ele tinha experimentado a sabedoria, a verdade e a fidelidade de Deus. Ele continuou fazendo conforme era instruído, até ser milagrosamente interrompido no exato momento em que mataria seu filho (versículos 9-11).
Podemos aprender diversas e profundas lições deste incidente. Primeiro, Deus — seja no passado ou hoje em dia — nunca admitiu que O adorassem com sacrifícios humanos.
Segundo, Deus proibiu a Israel de seguir a prática pagã de oferecer os filhos primogênitos como sacrifícios a ídolos. O sacrifício humano fazia parte da cultura da sociedade mesopotâmica de onde Abraão foi chamado, assim como também das nações ao seu redor. Mas Deus certificou-se de que seu servo fiel não iria realmente imolar seu filho, embora Abraão não soubesse de antemão o que Deus tinha em mente.
No versículo seguinte, as palavras de Deus revelam o que realmente Ele queria descobrir sobre Abraão: "agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único" (versículo 12). Por estar disposto a obedecer ao Deus vivente, Abraão provou que renunciaria àquilo que era mais precioso para ele, seu único herdeiro (versículo 16; comparar João 3:16). Deus não queria o filho de Abraão como sacrifício. Mas queria realmente saber se Abraão confiava nEle o bastante para fazer a escolha mais difícil que Deus colocaria diante dele. Abraão passou no teste.
Terceiro, o comportamento de Abraão demonstrou que ele era um homem qualificado para o papel de "pai de todos os que creem" (Romanos 4:11-22; Gálatas 3:9; Hebreus 11:17-19) — e que era um fundador adequado da família de descendentes incontáveis que poderia se tornar o povo de Deus (Gênesis 18:19).
Contudo, Deus não podia completar o plano que iniciara através de Abraão sem tocar no problema do pecado humano, e este problema iria, mais tarde, requerer o sacrifício do Redentor da humanidade — Jesus, o Messias, o Cordeiro de Deus (João 1:29).
O compromisso de Deus torna-se incondicional
A esta altura, as promessas de Deus a Abraão — materiais e espirituais — tornaram-se incondicionais. Suas palavras, "Por mim mesmo, jurei" (Gênesis 22:16), mostram que o cumprimento da promessa não dependia mais de Abraão. Agora, o cumprimento da promessa dependeria exclusivamente do próprio Deus. Ele se comprometeu incondicionalmente a cumprir a promessa feita a Abrão e aos seus descendentes.
Deus coloca sua honestidade e integridade em jogo nestes compromissos. Ele compromoteu-Se incondicionalmente a realizar minuciosamente todas as Suas promessas.
Pelo fato de entendermos a natureza incondicional das promessas de Deus, temos uma ideia melhor do que procurar na história do passado acerca dos descendentes da antiga Israel. E como Deus não pode anular Sua promessa a Abraão, pois Ele não vai quebrar Sua palavra (Números 23:19), cada particularidade de Suas promessas torna-se um guia em nossa busca pela identidade das dez tribos perdidas de Israel após seu exílio.
Gênesis 22 conclui com Deus reafirmando os elementos centrais de Seu compromisso com Abraão: “Que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos” (versículo 17). Estas bênçãos físicas, materiais e nacionais continuam como indícios para a identidade dos descendentes modernos de Abraão.
Deus continuou, "E em tua Semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à Minha voz" (versículo 18).
O apóstolo Paulo, ao comentar este versículo muitos séculos depois em Gálatas 3:16, explicou que esta bênção prometida refere-se a Jesus Cristo: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade [em grego: Semente]. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo”. Através de Cristo, como a Posteridade [Semente] de Abraão, Deus tornaria a salvação acessível a toda à humanidade (comparar João 3:16).
Promessas renovadas a Isaque, filho de Abraão
Deus renovou Suas promessas a Abraão nas gerações seguintes. Ele reconfirmou Sua aliança com Isaque, filho do patriarca, (Gênesis 26:1-5) e com seu neto Jacó (Gênesis 27:26-29; 28:1-4, 10-14; 35:9-12).
Através de Jacó, Deus transferiu os aspectos nacionais e materiais de Suas promessas aos descendentes bisnetos de Abraão, Efraim e Manassés, os filhos de José (Gênesis 48:1-22).
O fato de a Bíblia registrar em detalhes como essas promessas de bênçãos passaram de uma geração a outra é mais uma prova de que a aliança de Deus com Abraão incluía aspectos físicos, materiais e nacionais, além das importantíssimas profecias messiânicas.
A promessa de Deus a Isaque, "à tua semente darei todas estas terras" (Gênesis 26:3-4), contém grandes bênçãos materiais. Deus também lhe prometeu inumeráveis descendentes, como fez com Abraão, dizendo que seus descendentes iriam se “multiplicar como as estrelas dos céus” (versículo 4).
Em um primeiro momento, esta promessa seria cumprida na época em que milhões de israelitas alcançaram o Monte Sinai sob a liderança de Moisés e, mais tarde, no tempo de Salomão (Deuteronômio 1:10; 1 Reis 4:20-21). Mas até Moisés estava ciente de que as bênçãos de se tornarem grandes multidões seriam multiplicadas muitas vezes, além do que já tinha ocorrido em sua época (Deuteronômio 1:11).
Jacó recebe o direito de primogenitura e a bênção
Normalmente, as bênçãos físicas passadas para Isaque teriam sido destinadas ao filho primogênito, Esaú (Gênesis 25:21-26). Entretanto, Jacó, o mais novo dos irmãos gêmeos, persuadiu Esaú a vender seu direito de primogenitura por um prato de guisado (versículo 29-34).
O que era o direito de primogenitura, e por que isto era importante? A Enciclopédia Padrão Internacional da Bíblia (The International Standard Bible Encyclopedia) explica que o direito de primogenitura era "o direito pertencente naturalmente ao filho primogênito... Tal pessoa tornava-se enfim o chefe da família, a linhagem seria continuada através dele. Como primogênito ele herdava uma porção dobrada das propriedades do pai... O primogênito era responsável por... exercer autoridade sobre toda a casa" (1979, Vol. 1, "Primogenitura", pp. 515-516).
Para conseguir as bênçãos do direito à primogenitura de seu pai, Jacó buscou enganar Isaque, já cego e idoso, levando-o a crer que ele era Esaú (Gênesis 27:18-27). Porém, Jacó não tinha nem ideia de que essa fraude era desnecessária. Pois, antes mesmo dos nascimentos de Jacó e Esaú, Deus já havia revelado que Jacó seria o mais forte dos dois e que Esaú iria, no final, se tornar submisso a Jacó (Gênesis 25:23).
Mas Deus permitiu a Jacó receber a promessa de direito à primogenitura, para ser o patriarca da família e receber o melhor da herança familiar de seu pai sem precisar de sua interferência para mudar a circunstância. Mais tarde, Ele ensinaria Jacó a parar de confiar em seus próprios artifícios enganosos.
Agora, veja a bênção que Isaque proferiu sobre Jacó: "Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem" (Gênesis 27:28-29). Estas não eram palavras vãs. Isaque estava passando oficialmente para Jacó as esplêndidas promessas que Deus fizera a Abraão.
Posteriormente, através de um sonho, Deus confirmou a Jacó que ele iria certamente receber a promessa do direito de primogenitura. Deus então revelou a Jacó que seus descendentes, contados "como o pó da terra", iriam "estender-se ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul" — em todas as direções do Oriente Médio (Gênesis 28:12-14). Nos próximos capítulos veremos como esta profecia tem sido cumprida de forma espantosa.
As duas identidades nacionais de José
Em Gênesis 35 encontramos outro lado da promessa do direito de primogenitura. Aqui Deus prometeu a Jacó que "uma nação e multidão de nações" sairiam dele (versículo 11). O conhecimento deste aspecto da herança de Israel é essencial se queremos entender as profecias fundamentais. A promessa ao direito de primogenitura seria cumprida em duas entidades nacionais separadas.
Em Gênesis 48, Jacó repassou esta parte da promessa de Deus a Abraão e a Isaque para os filhos de José, Efraim e Manassés. Ao mesmo tempo, Jacó colocou seu próprio nome nestes dois netos (versículo 16). Consequentemente, muitas referências futuras a "Jacó" ou "Israel" nos livros proféticos da Bíblia se referem principalmente a estes dois ramos dos descendentes de Jacó.
As bênçãos de Jacó incluíam terreno — território nacional — que os descendentes de seus dois netos herdariam em "possessão perpétua". Eles também se multiplicariam em "uma multidão de povos" (versículo 4). Aqui, pela segunda vez, vemos a promessa extraordinária de que os descendentes de Jacó — especificamente aqueles originados de Efraim e Manassés — cresceriam em "uma multidão de nações" e em uma única grande nação, respectivamente (versículo 19).
Nem todas as dimensões das promessas, entretanto, iriam para José e seus descendentes. Judá receberia uma promessa com uma importante dimensão espiritual. Através de Jacó Deus deu a profecia que "O cetro não se arredará de Judá" (Gênesis 49:10). Essa profecia apontava tanto para a dinastia do futuro rei de Israel, Davi, como para o papel de Jesus, também da tribo de Judá e um descendente de Davi, como o Messias (Lucas 1:32; Hebreus 7:14; Apocalipse 5:5). Cristo está destinado a governar a terra como Rei dos Reis (Apocalipse 11:15; 17:14; 19:16).
Em contraste, a promessa ao direito de primogenitura de grandeza física, material e nacional não foi para Judá, mas para José, ignorando o filho primogênito, Rúben. Observe as circunstâncias que encaminharam esta grande promessa às mãos de José:
"[Rúben] era o primogênito, mas, porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; para assim não ser contado na genealogia da primogenitura. Porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele provém o príncipe; porém a primogenitura foi de José" (1 Crônicas 5:1-2). Com a promessa do direito de primogenitura, os descendentes de José — Efraim e Manassés — receberiam as bênçãos de riqueza, poder e proeminência nacional.
Bênçãos para os descendentes de José
Talvez, a mais reveladora das passagens bíblicas sobre o direito de primogenitura, todavia, esteja em Gênesis 49. Aqui encontramos Jacó abençoando e profetizando sobre cada um dos descendentes de seus filhos "nos derradeiros dias" (versículo 1, ARC) [nos últimos dias]. Note que as bênçãos que Jacó pronuncia sobre os descendentes de José para os últimos dias são monumentais.
“José é como uma planta perto de uma fonte; ela dá muita fruta, e os seus galhos sobem pelo muro. Os inimigos o atacam com violência e o perseguem com os seus arcos e flechas. Porém o seu arco ficou firme, e os seus braços continuaram fortes pelo poder de Deus, o Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel.
“O Deus do seu pai ajudará José, o Todo-Poderoso lhe dará bênçãos – bênçãos do alto céu, bênçãos de águas que ficam debaixo da terra, bênçãos de muitos animais e muitos filhos, bênçãos de cereais e de flores, bênçãos de montanhas antigas, coisas deliciosas dos montes eternos. Que todas essas bênçãos estejam sobre a cabeça de José, sobre a testa daquele que foi escolhido entre os seus irmãos” (Gênesis 49:22-26, BLH).
Esta passagem profética nos diz que os descendentes de José "nos últimos dias" viverão em uma terra produtiva, bem irrigada e frutífera. Eles serão um povo que expande grandemente seu território e influência — política, militar, econômica e cultural — um povo cujos "galhos sobem pelo muro," ou além de suas fronteiras naturais. Eles serão um povo que, oportunamente, será atacado por outras nações, mas geralmente sairá vitorioso. Seus triunfos, às vezes, parecerão "milagrosos" ou "providenciais" porque o Deus Todo Poderoso é seu ajudador e a sua fonte de bênçãos.
Eles serão um povo que vive em um clima surpreendentemente favorável o qual ampara facilmente sua constante expansão populacional. Eles desfrutarão da bênção de safras prósperas, vastos rebanhos de animais e recursos naturais extensivos, tais como excelentes árvores produtoras de madeira e minerais valiosos extraídos do seu solo.
Em outras palavras, podemos esperar que eles possuam as melhores bênçãos e recursos da terra. Todas essas bênçãos serão deles "nos derradeiros dias" [nos últimos dias] (Gênesis 49:1).
Onde podemos encontrar os descendentes de José, as tribos perdidas de Efraim e Manassés? Esta lista de bênçãos exclui a maioria das nações do mundo como competidores. Para encontrá-los devemos nos perguntar: quais nações possuem essas bênçãos em nosso mundo? Deus prometeu todas essas bênçãos aos descendentes de José "nos últimos dias”. Já que Deus não mente, podemos confiar que Ele vai manter Suas promessas.
O que nos mostra as evidências? Como veremos, a evidência é predominantemente a favor de Deus. Se cremos nas promessas e em seu cumprimento por Deus, nossa perspectiva em relação ao mundo será bem diferente da perspectiva daqueles que permanecem ignorantes quanto a este conhecimento.
Em quase 3.700 anos, desde que Deus deu essas promessas, poucas nações podem dizem que receberam bênçãos semelhantes a estas. E menos ainda podem reivindicar o tipo de grandeza econômica e proeminência nacional — como o status de superpotência — prometidos aos filhos de José, Efraim e Manassés, "nos últimos dias”.
Dois candidatos, entretanto, satisfazem perfeitamente o critério exato dessas profecias: os Estados Unidos da América e a Comunidade Britânica. Como é que esta conclusão se entrelaça com a evidência que encontramos? Para responder a esta pergunta, embarcaremos em um estudo das evidências históricas das tribos de Israel, desde seu início como nação até os dias de hoje.