As Leis Alimentícias de Deus
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As Leis Alimentícias de Deus
As escrituras revelam que Deus criou essa grande variedade de vida animal que habita nosso planeta e afirma ainda que alguns animais foram criados com o propósito específico de fornecer alimento para a humanidade (1 Timóteo 4: 3). Embora um cristão não seja obrigado a comer carnes, o vegetarianismo, em suas várias formas, se praticado como uma questão de exigência religiosa, é considerado uma fraqueza espiritual (Romanos 14:2) e tentar impor isso aos outros como ensinamento configura-se "doutrinas de demônios" (1 Timóteo 4:1-3).
Não há uma clara afirmação de quando Deus revelou pela primeira vez nas Escrituras a diferença entre os animais que são considerados “limpos” e aqueles que não são. A ausência de uma ordem direta sobre esse assunto nos primeiros capítulos de Gênesis não deve ser tomada como prova de que nenhuma instrução foi dada a esse respeito no início da história humana.
Existem poucas ordens claras nas primeiras páginas da Bíblia, mas os exemplos registrados revelam que os padrões de certo e errado foram nitidamente entendidos. Por exemplo, não há uma ordem direta contra o assassinato antes de Caim matar seu irmão Abel, mas ninguém, evidentemente, concluiria que o assassinato era aceitável antes desse ponto.
O livro de Gênesis pode ser descrito como um livro de inícios. Ele foi escrito ou compilado por Moisés para fornecer um registro histórico do que aconteceu, mas não para listar leis específicas. Os leitores não devem assumir, com base na ausência desde o início de Gênesis, que qualquer lei não mencionada não existia desde o princípio.
A primeira declaração das Escrituras sobre animais "limpos" e "imundos" se encontra em Gênesis 7:2, onde Noé foi ordenado a levar sete casais de cada animal limpo e apenas um casal de cada animal imundo.
Quando Deus disse a Noé para construir uma arca gigante, Ele deu instruções explícitas sobre seu tamanho, composição e design. Porém, as Escrituras registram que Deus não se preocupou de instruir a Noé sobre quais criaturas eram limpas e quais eram imundas. As instruções de Deus e a resposta de Noé indicam claramente que Noé já sabia quais eram os animais limpos e imundos.
Quando o grande dilúvio chegou ao fim, Deus disse a Noé: “Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde” (Gênesis 9:3). Entretanto, isso não significava que todos os animais eram apropriados para o consumo humano. Muitas criaturas, por sua própria natureza, são perigosas, venenosas e colocam nossa saúde em risco.
O ponto tratado aqui é que, embora poucos homens tenham sobrevivido e também diversas espécies de animais grandes e perigosos, Noé e sua família não precisavam temer esses animais. A passagem deixa claro que esses animais eram para o benefício do homem. Todos eles estavam sob o controle do homem, do mesmo modo que todas as plantas.
Observe o paralelo. Algumas plantas servem como alimento, outras são adequadas para construir materiais, outras são para ornamentação e enfeite, e algumas são venenosas e podem causar doenças ou até a morte quando consumidas. Da mesma forma, alguns animais servem de alimento, enquanto outros fornecem fibras para roupas e outros servem para lavrar a terra ou proteger contra perigos. Assim como plantas venenosas, alguns animais não devem ser consumidos.
Sempre que os animais são mencionados nas Escrituras como fonte de alimento ou relacionados com os sacrifícios antes de Israel receber a Antiga Aliança no Monte Sinai, invariavelmente, eles são animais referidos como limpos (Gênesis 15:9 — bezerro, cabra, carneiro, rolinha, pombo; Gênesis 22:13 — carneiros; Êxodo 12:5 — ovelhas ou cabras). A lei das carnes limpas e imundas é anterior à Antiga Aliança, independentemente do papel que possam ter desempenhado dentro dessa aliança.
Quando o sistema levítico foi estabelecido, era necessário codificar uma série de regras que já estavam em vigor há algum tempo. Ademais, duas passagens das Escrituras, Levítico 11 e Deuteronômio 14:3-21, mostram claramente quais são os animais apropriados para o consumo humano e quais não são. O termo limpo é usado para designar os animais adequados para o consumo humano, enquanto o termo imundo é usado para aqueles que não são apropriados para alimentação. Por isso, é importante “fazer diferença entre o imundo e o limpo” (Levítico 11:47; comparar Ezequiel 22:26; 44:23).
As escrituras não revelam exatamente por que Deus designou alguns animais como apropriados para consumo humano e outros não. Pode ter sido por razões de saúde ou por simbolismo ou ambos, como parece ser o caso. Sem dúvida, Deus sabe por que e para que Ele criou cada animal. Contudo, mesmo que as determinações de Deus sobre esse assunto fossem somente um teste de obediência, Ele, como Criador de toda a vida, tem todo direito de tomar essas decisões.
Diversas passagens do Novo Testamento mostram que as leis de carnes limpas e imundas continuaram sendo observadas por Jesus Cristo e Seus seguidores. Apesar do grande desejo dos líderes religiosos em acusar Jesus de violar as suas interpretações das leis religiosas, não há nenhum registro de que alguma vez eles tenham Lhe acusado de violar essas leis alimentícias ou ensinar contra elas. Se Ele tivesse defendido a ideia de que poderíamos comer animais imundos, isso seria um argumento ideal para destruir a Sua reputação perante o povo, pois todos ficariam horrorizados com essa ideia.
Se a declaração de Jesus em Marcos 7:19 tivesse sido interpretada por aqueles líderes religiosos da mesma maneira que muitas pessoas a explicam hoje em dia, eles teriam ficado furiosos. Alguns creem que aqui Ele se refere à purificação de todos os alimentos, declarando que toda carne é limpa. Mas, na verdade, Sua declaração se refere a que todos os alimentos são eliminados do corpo através do sistema digestivo. E isso não tem nada a ver com carnes limpas ou imundas.
O décimo capítulo de Atos é outra passagem, geralmente incompreendida, que ilustra de forma poderosa o entendimento da Igreja do Novo Testamento sobre carnes limpas e imundas — embora não seja o objetivo principal dessa visão de Pedro.
O apóstolo Pedro recebeu uma visão de Deus que o instruía a levar a mensagem do evangelho aos gentios (não israelitas). E nessa ocasião, Pedro três vezes se recusou a participar do consumo de animais impuros que lhe foram mostrados, ficando intrigado com o significado daquela visão até Deus revelar que Ele estava se referindo a pessoas e não a animais limpos e imundos. Assim foi revelado a Pedro que nenhum ser humano deve ser considerado "comum ou imundo" (versículos 28-29).
Esse capítulo termina com o Espírito Santo sendo entregue à família do gentio Cornélio como prova de que o chamado de Deus ao arrependimento e à salvação agora estava disponível para as pessoas de todas as nações (versículos 44-48; ver também Atos 11:1-18). Embora essa passagem das Escrituras tenha sido usada como permissão para comer animais imundos, ela indica exatamente o contrário. Embora esse evento tenha ocorrido muitos anos após o início da história da Igreja no Novo Testamento, Pedro rejeitou a ideia de comer carne imunda, chegando a protestar dizendo: “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda” (versículo 14).
E, em uma passagem citada anteriormente, Paulo escreveu das criaturas "que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças" e descreveu que toda a criatura "pela palavra de Deus e pela oração, é santificada" (1 Timóteo 4:3,5).
A palavra santificada, utilizada para descrever essas criaturas, tem o duplo significado de ser separado “de” algo e ser separado “para” algo. Os animais limpos são aqueles que foram apartados dos outros animais pela Palavra de Deus, a Bíblia, com o propósito de servir de alimento aos seres humanos. A carne das criaturas designadas como apropriadas para alimentação deve ser recebida com gratidão por aqueles que creem e conhecem a verdade. A carne animal designada como imunda é imprópria para consumo humano e não deve ser consumida.
Deus também deu outras leis alimentícias importantes. Ele declara como estatuto perpétuo que Seu povo não coma gordura nem sangue (Levítico 3:17; 7: 22-26; 17: 10-14; 19:26; Deuteronômio 12:16, 23-25; 15:23; 1 Samuel 14: 33-34; Ezequiel 33:25). A gordura proibida mencionada é a dos mamíferos, não das aves, e é a capa de gordura da carne, que pode ser removida, e não aquela gordura entranhada nela.
Porém, a proibição de se consumir sangue diz respeito a mamíferos e aves. A exigência de que o sangue fosse drenado de qualquer carne antes de ser consumida foi comunicada pelos apóstolos do Novo Testamento aos gentios convertidos acostumados a comer animais estrangulados sem drenagem do sangue (Atos 15:19-20, 28-29). Como Deus disse em Deuteronômio 12:25: “Não o comerás, para que bem te suceda a ti e a teus filhos, depois de ti, quando fizeres o que for reto aos olhos do SENHOR”.
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