Quem Foi Jesus Cristo?
![Em 1961, uma expedição italiana que escavava Cesareia Marítima em Israel encontrou essa laje de pedra com o nome de Pôncio Pilatos. Em 1961, uma expedição italiana que escavava Cesareia Marítima em Israel encontrou essa laje de pedra com o nome de Pôncio Pilatos.](https://portugues.ucg.org/files/styles/full_grid9_breakpoints_theme_top_hat_mobile_1x/public/image/article/2011/01/26/pilateinscriptionr2c2_0.jpg?timestamp=1579636030)
“Nenhum dos poderes que agora governam o mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o glorioso Senhor” (1 Coríntios 2:8, BLH).
O governador romano da Judeia, Pôncio Pilatos, enfrentou uma situação difícil quando levaram Jesus à sua presença. Apreensivamente, ele tentou se esquivar da situação que lhe fora apresentada. Quando Pilatos ouviu a acusação, atemorizou-se em seu íntimo: “[Jesus] afirma que é o Filho de Deus” (João 19:7, BLH).
A pergunta seguinte de Pilatos denunciou-lhe o medo de não estar lidando com um homem qualquer. A sua esposa tinha acabado de lhe enviar um recado, dizendo que teve um sonho, no qual lhe advertia para não prejudicar aquele homem inocente (Mateus 27:19). O próprio Pilatos sabia que Jesus lhe foi entregue porque os chefes dos sacerdotes O invejavam e desprezavam (versículo 18). Apesar disso Pilatos não poderia evitar esse encontro com o destino.
Ele perguntou a Jesus: “De onde és tu?” (João 19:9). Pilatos já sabia que Ele era galileu. Mas a questão não era de que região esse mestre judeu tinha vindo. Na verdade, Pilatos queria saber qual era a Sua procedência. Jesus ficou em silêncio. Ao afimrar que era Filho de Deus Ele ja tinha respondido à pergunta. Mas Pilatos não teve coragem de aceitar essa resposta.
Pois, se a tivesse aceitado tudo seria diferente. O apóstolo Paulo disse que nenhum dos príncipes deste mundo sabia quem era Jesus, de onde viera e qual o Seu propósito: “Pois, se a tivessem conhecido [se soubessem], não teriam crucificado o glorioso Senhor” (1 Coríntios 2:8, BLH).
Pilatos não conseguia aceitar isso. Ele sabia que era correto fazer naquela ocasião, mas receava perder o poder. Ele temia a reação de César, quando soubesse que não cuidou de alguém que representava uma ameaça ao domínio romano na região (João 19:12). Ele temia um levante popular, se não concordasse com as exigências políticas dos líderes judeus. Ele também temia a Jesus, pois não tinha certeza com quem estava lidando.
Evitando uma escolha difícil
A conveniência política acabou por vencer. O palco foi armado tanto para a culpabilidade de toda a humanidade quanto para a providência de seu perdão. Pilatos deu a ordem para que Jesus fosse crucificado. A realidade foi negada e deixada para que, todos a enfrentem no futuro.
A maioria de nós tende a ignorar realidades desagradáveis e escolher aquilo que pensamos ser melhor para nós. Diante das evidências de quem realmente Jesus foi, será que você também acharia muito difícil aceitar essa realidade? No fundo, talvez intuitivamente, percebemos que isso mudaria a vida que conhecemos. Por isso, pensamos que talvez fosse melhor não abordar esse assunto em profundidade e nem se envolver nisso. E foi exatamente isso que Pilatos fez.
Mas é aí onde devemos começar. Quem foi realmente Jesus de Nazaré? De onde veio? Se compreendermos isso, então teremos a explicação de tudo quanto Ele fez e disse.
Muitos veem Jesus como um mestre, um homem sábio, um filósofo judeu que teve uma morte injusta e horrível e fundou uma grande religião.
Será que há mais fatos sobre isso? Um dos tópicos mais controversos diz respeito à verdadeira identidade de Jesus Cristo ― e, ao mesmo tempo, talvez o mais crucial. Isso diz respeito ao coração da fé cristã. O que implica que Jesus não foi simplesmente um ser humano extraordinário, mas, na verdade, Deus em forma humana.
Mas se era Deus na carne, como Ele era Deus? Esta é a parte que é muitas vezes negligenciada em muitas explicações ― e, como resultado, muitos têm dificuldade em compreender como isto podia ser.
Jesus certamente se considerava muito mais do que meramente um homem, um profeta ou um mestre.
Alguns dizem que Jesus não proclamava ser Deus. Alguns eruditos até insistem que, anos mais tarde, alguns líderes da Igreja cristã inventaram e editaram os registos dos títulos usados por Jesus, os milagres e Suas afirmações e ações, que mostravam que Ele acreditava ser Deus. Em outras palavras, o argumento é que os registros foram inventados e que o Jesus retratado no Novo Testamento é uma lenda, um produto teológico da Igreja primitiva.
Contudo, isso é historicamente impossível por diversas razões — como é que imediatamente após a morte e a ressurreição de Jesus, a Igreja cresceu exponencialmente devido à convicção de que Ele era Deus. Não houve tempo para se desenvolver uma lenda absurda quanto a quem Jesus poderia ser.
Logo após isso, Pedro pregou dizendo que Jesus tinha sido ressuscitado dos mortos, que Ele era sem dúvida o Cristo e Senhor, e comparou-O a Deus (Atos 2:27, 34-35). Os discípulos e a Igreja sabiam quem era Jesus, como demonstrado pelo intenso crescimento da Igreja.
Mesmo parecendo incrível, o fato é que Jesus de Nazaré era Deus em carne. Esse fato, que será bem investigado adiante, é o que torna o cristianismo único e influente. Se Jesus não fosse Deus, então a fé cristã não seria diferente em nada de outras religiões. Se Jesus não fosse Deus, os membros da Igreja cristã primitiva não teriam nenhum fundamento para sua fé — crença que, nas palavras de seus inimigos, “tem alvoroçado o mundo” (Atos 17:6).
Jesus, o “EU SOU”
Certamente a declaração mais ousada que Jesus fez a respeito de Sua identidade foi esta afirmação: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, EU SOU” (João 8:58). Esta afirmação em português pode parecer ou soar confusa, mas em aramaico ou hebraico, língua falada por Jesus, ela causou um grande e imediato impacto nas pessoas, a ponto de tentarem apedrejá-Lo por blasfêmia.
O que aconteceu? Jesus estava revelando a Sua verdadeira identidade como Aquele que os judeus conheciam como o Deus no Antigo Testamento. Ele estava dizendo, em poucas palavras, que existiu antes de Abraão e que era Aquele mesmo Ser, Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.
Na antiguidade, quando o grandioso Deus se revelou a Moisés, em Êxodo 3:13-14, ele Lhe perguntou qual era o Seu nome. “EU SOU O QUE SOU,” foi a impressionante resposta. “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘EU SOU me enviou a vós’”.
Jesus claramente reclamou ser este mesmo Ser — o “EU SOU” de Êxodo 3:14, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (versículo 15).
“EU SOU” está relacionado com o nome próprio de Deus no Antigo Testamento, o nome hebraico YHWH. Quando esse nome aparece em nossas Bíblias portuguesas, normalmente é representado em letras maiúsculas por SENHOR e, noutras versões, por “Jeová”.
Quando Jesus fez essa ousada afirmação, os judeus sabiam exatamente o que Ele queria dizer. Eles pegaram pedras para matá-Lo, porque pensavam que Ele estava blasfemando.
“EU SOU” e o correlato YHWH são os nomes de Deus, que inferem autoexistência absoluta e eterna. Entretanto, é impossível traduzi-lo preciso e diretamente para a nossa língua, YHWH transmite o significado de “O Eterno,” de “O Que Sempre Existiu,” ou de “O Que Foi, É e Sempre Será”. Esses atributos apenas se aplicam a Deus, cuja existência é eterna e imortal.
Em Isaías 42:8 este mesmo Ser diz: “Eu sou o SENHOR [YHWH]; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”. Dois capítulos à frente diz: “Assim diz o SENHOR [YHWH], Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o Primeiro, e eu sou o Último, e fora de Mim não há Deus” (Isaías 44:6).
Para os judeus não havia dúvida sobre Quem Jesus dizia ser. Ele disse que era Aquele que a nação de Israel tinha por verdadeiro Deus. Jesus, ao dizer que era o “EU SOU”, estava dizendo que era o Deus a quem os hebreus conheciam como YHWH. Este nome era considerado tão santo que um judeu devoto nunca o pronunciaria. Esse era um nome especial de Deus, que poderia se referir ao verdadeiro Deus.
O Dr. Norman Geisler, em seu livro Christian Apologetics (Apologias Cristãs), conclui: “Em virtude do fato de que Jeová, do Antigo Testamento judaico, não daria o seu nome, honra, ou glória a alguém, não é de se admirar que as palavras e feitos de Jesus de Nazaré levassem os judeus do primeiro século a atirar pedras e a gritar: “blasfêmia!” O que o Jeová do Antigo Testamento dizia ser, o próprio Jesus de Nazaré também dizia ...” (2002, página 331).
Jesus identificado como YHWH
O Dr. Geisler continua a se referir a algumas passagens em que Jesus se iguala ao YHWH do Antigo Testamento. Vejamos algumas delas.
Jesus disse de Si mesmo: “Eu sou o bom Pastor” (João 10:11). Davi, no primeiro versículo do famoso Salmo 23, declarou: “O SENHOR [YHWH] é o meu pastor...” Jesus invocou ser juiz de todos os homens e nações (João 5:22, 27). Contudo Joel 3:12 diz: “eu, o Deus Eterno [YHWH], vou julgar todas as nações vizinhas” (BLH).
Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (João 8:12). Isaías 60:19 diz: “...o SENHOR será a tua luz perpétua, e o teu Deus a tua glória”. Também Davi em Salmos 27:1 diz: “O SENHOR (YHWH) é a minha luz...”.
Em oração Jesus pediu ao Pai para compartilhar da Sua eterna glória: “E agora glorifica-Me tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (João 17:5). Porém, Isaías 42:8 diz: “Eu sou o SENHOR; este é o Meu nome; a Minha glória, pois, a outrem não darei...”.
Jesus falou dEle próprio como o noivo vindouro (Mateus 25:1), do mesmo modo como YHWH é caracterizado em Isaías 62:5 e em Oséias 2:16.
Em Apocalipse 1:17 Jesus diz que Ele é o primeiro e o último, a mesma coisa que YHWH diz de Si mesmo em Isaías 44:6: “Eu sou o Primeiro, e eu sou o Último.”
Não há dúvida de que Jesus deu a entendeu que Ele era o próprio SENHOR, (YHWH) do Antigo Testamento.
Quando Jesus foi preso, o uso desse mesmo termo teve um efeito atemorizante naqueles que estava prendendo-O. “Quando, pois, lhes disse: ‘Sou eu’, recuaram, e caíram por terra” (João 18:6). Nota-se que os tradutores, esforçando-se para tornar a resposta de Jesus mais compreensiva e gramaticalmente correta, obscurecem o fato de que Ele, provavelmente, reivindicou outra vez ser o “EU SOU” das Escrituras do Antigo Testamento.
“Eu e Meu Pai somos um”
Noutra ocasião, os judeus confrontaram Jesus, perguntando-Lhe: “Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo [o Messias profetizado], dize-no-lo abertamente” (João 10:24). A resposta de Jesus é bastante reveladora: “Já vo-lo tenho dito, e não o credes” (versículo 25). Ele, com efeito, já tinha confirmado a Sua identidade divina em outra oportunidade (João 5:17-18).
Jesus diz ainda: “As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim” (João 10:25). As obras que Ele havia feito foram milagres que só Deus poderia fazer. Eles não podiam refutar as obras miraculosas de Jesus.
Ele disse outra coisa que os enraiveceu ainda mais: “Eu e o Pai somos um” (versículo 30). Isto é, o Pai e Jesus são divinos. Novamente, não havia nada errado no que Ele dizia, mas “os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar” (versículo 31).
“Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfémia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (versículos 32-33).
Os judeus compreendiam perfeitamente o que Jesus queria dizer. Ele falava abertamente com eles sobre a Sua divindade.
O Evangelho de João registra mais uma ocasião em que Jesus enfurece os judeus com a Sua reclamação de ser divino. Aconteceu logo após Jesus ter curado um homem, no tanque de Betesda, em um dia de Sábado. Os judeus pensaram em matá-Lo porque Ele fez isso num Sábado, um dia no qual a lei de Deus declara que nenhuma obra pode ser feita (que eles interpretaram incorretamente por nela incluir a proibição do que Jesus estava fazendo).
Jesus, então, proferiu uma declaração que os judeus nunca iriam aceitar: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. E que fizeram eles? “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o Sábado [de acordo com a interpretação deles], mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (João 5:1-18).
Jesus estava comparando Suas obras com as obras de Deus e, de uma maneira peculiar, declarando que Deus era Seu Pai.
Jesus invoca autoridade para perdoar pecados
Jesus declara ser divino de várias outras formas.
Quando Jesus curou um paralítico, também disse: “Filho, perdoados estão os teus pecados” (Marcos 2:5). Os escribas que ouviram isso consideraram que Ele estava blasfemando, compreendendo corretamente o que dizia e perguntaram: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (versículos 6-7).
Respondendo aos escribas, Jesus disse: “Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações?...Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados” — disse ao paralítico — “a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (versículos 8-11).
Os escribas sabiam que Jesus estava afirmando que tinha uma autoridade que somente pertencia a Deus. Porque, novamente, o SENHOR (YHWH) é o Ser que, de acordo com o Antigo Testamento, perdoa pecados (Jeremias 31:34).
Cristo reivindica o poder de ressuscitar os mortos
Jesus afirmou ter mais outro poder que somente Deus possui — o de ressuscitar e julgar os mortos. Vejamos esse depoimento em João 5:25-29:
“Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo. E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.”
Não havia dúvida acerca do que Ele dizia. E Ele diz também no versículo 21: “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer.” Quando Jesus ressuscitou Lázaro dentre os mortos, Ele disse a Marta, irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11:25).
Comparemos isso com 1 Samuel 2:6, que nos diz que “O SENHOR [YHWH] é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.”
Jesus aceitou ser dignificado e adorado
Jesus demonstrou a Sua divindade ainda de outro modo, quando disse: “todos honrem o Filho, como honram o Pai.” Uma e outra vez, Jesus disse a Seus discípulos para crerem nEle como criam em Deus. “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim” (João 14:1).
Em muitas ocasiões, Jesus foi adorado e nunca proibiu isso. Um leproso adorou-O (Mateus 8:2). Um governador adorou-O pedindo-Lhe que ressuscitasse a sua filha dentre os mortos (Mateus 9:18). Quando Jesus acalmou a tempestade, os que estavam no barco adoraram-No como Filho de Deus (Mateus 14:33).
Uma mulher cananeia adorou-O (Mateus 15:25). Quando Jesus se encontrou com as mulheres que foram ao túmulo, depois de Sua ressurreição, elas O adoraram e assim também fizeram os Seus apóstolos (Mateus 28:9, 17). O gadareno endemoninhado, “quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-O” (Marcos 5:6). O cego, que Jesus curou, adorou-O (João 9:38).
O primeiro e o segundo mandamentos, dos Dez Mandamentos, proíbem a adoração a qualquer um que não seja o Deus verdadeiro (Êxodo 20:2-5). Barnabé e Paulo ficaram muito perturbados quando as pessoas de Listra quiseram adorá-los, depois de curarem um coxo de nascimento (Atos 14:13-15). Em Apocalipse 22:8-9, quando o apóstolo João se inclina para adorar o anjo, este se recusa a ser adorado, dizendo: “Olha, não faças tal... Adora a Deus” (Apocalipse 22:8-9).
Contudo Jesus aceitou ser adorado e não repreendeu aos que se ajoelharam perante Ele e O adoraram.
A Instrução de Jesus para orar em Seu nome
Além de Jesus dizer aos que O seguem para creiam nEle, Ele também diz que, quando oramos ao Pai, devemos fazer isso em Seu nome. “E tudo quanto pedirdes em Meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14:13). Jesus deixa isso muito claro que o acesso ao Pai só ocorre através dEle, quando nos diz: “Ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (versículo 6).
O apóstolo Paulo diz sobre Jesus: “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:9-11).
Paulo está nos dizendo que o próprio Deus Pai confirma o fato de que Jesus é Deus, exaltando o Seu nome ao nível dAquele a quem dirigimos os nossos pedidos e diante de quem nos ajoelhamos. Jesus também nos assegura que Ele é quem responderá as nossas preces (“...eu o farei,” João 14:13).
Muitos foram os meios pelos quais Jesus se revelou como o Deus do Antigo Testamento. Os judeus viram-No fazer muitas coisas que só Deus faria ou poderia fazer. Eles ouviram ele dizer coisas acerca de Si mesmo que só podiam aplicar se a Deus. Eles ficaram furisoso e responderam com insultos e acusações de blasfêmia. E ficaram tão furiosos com Suas declarações que queriam mata-Lo ali mesmo.
A relação especial de Jesus com Deus
Jesus sabia que Ele era único nessa relação íntima com o Pai, sendo que era o único que podia revelar o Pai e por isso disse: “Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11:27).
O Dr. William Lane Craig, um apologista defensor da fé cristã, disse que esse versículo “nos diz que Jesus afirmou ser o Filho de Deus num sentido exclusivo e absoluto. Jesus diz aqui que a Sua relação de Filho com Deus é única. E também afirma ser o único capaz de revelar Deus à humanidade. Em outras palavras, Jesus afirma ser a revelação absoluta de Deus” (Reasonable Faith [Fé Razoável], 1994, página 246).
Cristo diz ser a chave do destino da humanidade
Em diversas ocasiões, Jesus afirmou que Ele era o único pelo qual a humanidade podia alcançar a vida eterna. “Porquanto a vontade daquele que Me enviou é esta: ‘Que todo aquele que vê o Filho, e crê nEle, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:40; comparar versículos 47 e 54). Ele não diz apenas que as pessoas devem acreditar nEle, mas também que Ele é quem pode ressuscitá-las. Um mero ser humano não tem tamanha capacidade.
O Dr. Craig diz ainda: “Jesus acreditou que a atitude das pessoas para com Ele seria um fator determinante no julgamento de Deus no dia do juízo. ‘E digo-vos que todo aquele que Me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem Me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus’” (Lucas 12:8-9).
“Não restam dúvidas: se Jesus não fosse o filho divino de Deus, então essa declaração só podia ser vista como um dogmatismo ínfimo e censurável. Pois Jesus diz que a salvação das pessoas depende de se confessarem a Ele” (Craig, página 251).
A conclusão é inevitável: Jesus deu a entender que Ele era divino assim como o Pai e tinha o direito de fazer coisas que só Deus podia fazer.
A afirmação dos discípulos de Jesus
Aqueles que conheceram pessoalmente a Jesus, que foram ensinados por Ele e que depois escreveram a maior parte do Novo Testamento, são perfeitamente coerentes sobre os depoimentos de Jesus quanto a Si mesmo. Os Seus discípulos eram judeus monoteístas. Por isso, para eles concordarem que Jesus era Deus e depois darem as suas vidas por tal crença, significa que eles tiveram de ver por si mesmos que as afirmações de Jesus, quanto a Si mesmo, eram tão convincentes que não lhes restavam nenhuma dúvida na mente.
Mateus, autor do primeiro Evangelho, inicia seu relato com a história do nascimento de Jesus através de uma virgem. Mateus comenta esse acontecimento miraculoso citando Isaías 7:14, “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”, que quer dizer “Deus conosco” (Mateus 1:23). Mateus demonstra que compreende que aquela criança é Deus — “Deus conosco”.
Do mesmo modo, João é explícito no prólogo de seu Evangelho. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus...E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (João 1:1, 14).
Alguns deles chamaram-No diretamente de Deus. Quando Tomé viu as Suas feridas exclamou: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28). Paulo refere-se a Jesus, em Tito 1:3 e 2:10, como “Deus nosso Salvador”.
O livro de Hebreus é bastante enfático ao afirmar que Jesus é Deus. Hebreus 8:1, citando Salmos 45:6, declara sobre Jesus Cristo: “Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos”. Outras partes dessa epístola explica que Jesus é maior que os anjos (1:4-8, 13), superior a Moisés (3:1-6), e maior que os sumo sacerdotes (4:14-5:10). Ele é maior que todos estes porque Ele é Deus.
Sem meio-termo
O reconhecido escritor cristão C. S. Lewis observa: “Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: ‘Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus.’ Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral...
“Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la” (Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples], 1996, página 24).