A Encruzilhada dos Estados Unidos: Qual Caminho Vai Tomar?

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A Encruzilhada dos Estados Unidos: Qual Caminho Vai Tomar?

"Morte aos Estados Unidos! Morte aos Estados Unidos! Morte aos Estados Unidos!" Os gritos de centenas de manifestantes ecoavam nas paredes dos edifícios e nas ruas. Os sentimentos deles eram visíveis.

Entretanto, nessa ocasião, as ruas não eram as de uma cidade do Oriente Médio e os manifestantes não eram muçulmanos clamando pela queda dos Estados Unidos. Não! Essas eram as ruas de uma grande cidade da Califórnia e os manifestantes que pediam o fim de seu próprio país eram norte-americanos.

E para deixar sua mensagem perfeitamente clara, a multidão, muitos declarando apoio ao movimento Vidas Negras Importam, quebrava janelas, destruía veículos, vandalizava empresas e atacava policiais.

Talvez o mais surpreendente dessa cena seja o fato de isso não ser tão surpreendente assim. Era apenas uma questão de tempo para que as multidões derrubassem estátuas de importantes figuras históricas da nação (incluindo algumas que desempenharam papéis importantes na luta do país para acabar com a escravidão), que queimassem e vandalizassem centenas de empresas e que pedissem a morte de policiais, deixando assim muito claras suas intenções para todo o mundo ver.

Os objetivos deles foram deixados claros por meio de outros cânticos também. Além dos cânticos comuns (“Sem justiça, sem paz”), os cânticos dos manifestantes pedem que incendeiem delegacias de polícia (“Toda a cidade, toda a vila, incendeiem as delegacias até o chão!”), que apoiam a criminosos (“Quem protegemos? Criminosos negros!”) e também à queda de governos eleitos (“Vocês não podem parar a revolução!”).

Duas agendas muito diferentes

Certamente, o interesse desta revista, ao discutir questões sociais, é mostrar que nossa única agenda é a agenda de Deus. O nosso Mestre não é um político, mas o Rei do mundo vindouro, Jesus Cristo. E não se engane, há uma perspectiva bíblica e piedosa sobre as questões sociais e também há uma perspectiva ímpia e antibíblica sobre as mesmas questões sociais.

Nosso motivo para produzir esta revista e o programa de televisão Beyond Today (em inglês) é apresentar a perspectiva de Deus sobre o que está acontecendo no mundo e explicá-lo a partir de Sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

A Bíblia contém muitas profecias sobre as condições do período que antecede a volta de Jesus Cristo, assim nós explicamos a situação do mundo à luz da profecia bíblica. Porém, se você não se importa com o que Deus pensa, é melhor parar de ler agora mesmo. Mas se você quiser realmente entender o que está acontecendo em nosso mundo e as forças ativas que querem transformar os Estados Unidos (e as nossas nações de idioma Português) em algo muito diferente, continue lendo.

Será que esse país está caminhando para a autodestruição?

Os Estados Unidos enfrentaram e sobreviveram a uma série de grandes crises nacionais — a Primeira Guerra Mundial, a pandemia da gripe espanhola, a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, a Crise dos Mísseis Em Cuba e os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas esta crise que o país enfrenta agora é bem diferente. Agora o país enfrenta uma crise criada por seus próprios cidadãos.

Hoje há muitas pessoas trabalhando pela queda de seu próprio país. Os tumultos recentes nos dão um exemplo claro, especialmente quando examinamos os objetivos subjacentes de muitos dos manifestantes (consultar “A Agenda Destrutiva do Movimento Vidas Negras Importam”).

Um dos presidentes mais amados dos Estados Unidos, Abraão Lincoln, foi um estudante de história e entendia o perigo que poderia vir de dentro da nação. Muito antes do primeiro tiro que deu início a Guerra Civil, ele disse estas palavras proféticas: “De onde devemos esperar a aproximação do perigo? . . . Se alguma vez nos alcançar, virá de entre nós . . . se a destruição for o nosso destino, devemos ser nós mesmos seu autor e finalizadores. Como nação de homens livres, devemos viver o tempo todo, ou morremos por suicídio.”

Lincoln também era um estudante da Bíblia. Ele sabia o que aconteceria a uma nação que conheceu a Deus, mas depois O rejeitou. Ele estava familiarizado com as passagens de Jeremias 15:6-7 e temia as consequências que poderiam recair sobre tal nação:

“Você Me abandonou e me deu as costas, diz o Senhor. Portanto, levantarei a mão para destruí-la; estou cansado de mostrar compaixão . . . Destruirei Meu próprio povo, pois não querem abandonar seus maus caminhos” (Nova Versão Transformadora).

A nação rejeitou a Deus?

Basta olhar para a cultura popular e a indústria de entretenimento nos Estados Unidos para ver o quanto essa nação se afastou de Deus. Os filmes e a televisão do país estão cheios de sexo e violência. Grande parte de suas músicas mais populares é imundície repleta de obscenidade. A pornografia é uma indústria multibilionária. A pornografia infantil e o tráfico sexual são um problema enorme e crescente.

Como essa nação chegou a esse ponto?

Podemos rastrear o declínio moral e espiritual dessa nação por meio de uma série de decisões de sua Suprema Corte nas últimas décadas. No início dos anos 1960, duas decisões baniram a oração e a leitura da Bíblia das escolas públicas. Por mais de trezentos anos, as crianças foram encorajadas a orar e a ler a Bíblia na escola, mas agora Deus foi expulso das escolas públicas e, em decisões subsequentes, Ele foi, em grande parte, removido da vida pública. A nação foi colocada em um caminho cujo fruto maléfico agora ficou fácil de notar.

Uma década depois, veio a decisão da Suprema Corte no caso de Roe vs Wade que legalizou o aborto. Desde então, entre sessenta e setenta milhões de nascituros inocentes foram envenenados quimicamente, dilacerados no útero de suas mães ou mortas de outras maneiras assombrosas. Uma nação que acredita que é aceitável matar uma criança no útero demonstrou que está disposta a aprovar todos os tipos de comportamento repulsivo — até mesmo o que Deus em Sua Palavra chama de abominação.

Em 2015, a Suprema Corte legalizou o casamento homossexual. Após se opor fortemente a essa decisão, o juiz Samuel Alito fez essa assustadora advertência: “A decisão de hoje . . . será usada para difamar os norte-americanos que não estão dispostos a concordar com essa nova ortodoxia . . . [isso] será explorado por aqueles que estão determinados a eliminar qualquer vestígio de dissidência . . . Aqueles que se apegam a velhas crenças . . . correrão o risco de serem rotulados como intolerantes e tratados como tal por governantes, empregadores e escolas . . . Ao impor seus próprios pontos de vista a todo o país, a maioria [do tribunal] facilita a marginalização de muitos norte-americanos que têm opiniões tradicionais.”

As palavras do juiz Alito provaram ser proféticas. Indivíduos e organizações que defendem os valores bíblicos — como fazemos nesta revista A Boa Nova — estão sendo vistos como fanáticos, haters (aquele que odeia), homofóbicos e coisas muito piores. Na "cultura do cancelamento" de hoje, os pontos de vista divergentes, como o nosso, são frequentemente silenciados. E isso vai piorar ainda mais. A profecia bíblica nos diz que, em algum momento, nossa voz também será silenciada (Amós 8:11-12).

Apenas alguns meses atrás, a Suprema Corte redefiniu o termo “sexo” para significar que uma pessoa pode ser de qualquer sexo que alegar — isso significa que os homens podem alegar serem mulheres e as mulheres podem afirmar serem homens. Assim, “homens” agora podem engravidar, dar à luz e amamentar crianças e “mulheres” podem engravidar suas parceiras (consultar o artigo “Um Mundo de Ponta-Cabeça” em nossa edição de setembro-outubro de 2020).

Em pouco mais de meio século, essas decisões da mais alta corte dos Estados Unidos consolidaram na vida norte-americana uma posição que desafia a Deus e à Sua Palavra. Mas existe um tribunal superior, e Romanos 1:18 nos mostra seu veredito: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça”.

Os Estados Unidos tornaram-se espiritualmente cegos; e cada passo adiante nesse caminho leva apenas a mais trevas e confusão. Hoje, a mídia noticiosa, o entretenimento, a cultura pop e os impérios de mídia social são dominados pelo mesmo pensamento antagônico a Deus e à Bíblia.

E, do mesmo modo, os sistemas educacionais desse país estão dominados por uma mentalidade radicada na teoria ateísta da evolução, quer incutir isso na mente dos estudantes como se fosse um fato comprovado. Por conseguinte, quando ensinamos a nossos filhos que eles não são nada mais do que animais, por que deveríamos ficar surpresos quando, como vemos comumente nas notícias, eles se comportam como animais?

A perigosa encruzilhada dos Estados Unidos

Os Estados Unidos está em uma trajetória extremamente perigosa. E os norte-americanos sabem disso. A ansiedade é evidente — não apenas devido à preocupação de meses sofrendo com a Covid-19, mas também sobre a direção da nação e a segurança pessoal de cada cidadão.

Nos primeiros seis meses de 2020, os norte-americanos atingiram um recorde de compra de 10,3 milhões de armas de fogo — tudo isso além dos quase 400 milhões que já possuíam. Os Estados Unidos agora tem mais armas de fogo do que pessoas! Armas e munições estão ficando muito escassas porque os cidadãos estão comprando quase tudo o que estiver disponível.

E isso não deveria ser uma surpresa. No início do ano, muitas cadeias municipais foram praticamente esvaziadas de prisioneiros para reduzir a disseminação da Covid-19, resultando imediatamente em ondas de crimes. Depois de cerca de seiscentos tumultos em mais de duzentas cidades, onde ocorreram milhares de incidentes como incêndio criminoso e saques, é compreensível que os cidadãos estejam preocupados.

Ademais, se isso não bastasse, os presos nas recentes manifestações foram frequentemente libertados sem acusações ou fiança, o que lhes permite continuar com seu comportamento criminoso. Acrescente a isso ao fato de que mais de uma dúzia de cidades reduziram os orçamentos para financiar a polícia e/ou reduziram o número de policiais. E, em muitas cidades, os funcionários públicos apoiaram abertamente os manifestantes que são contra a aplicação da lei!

Em uma entrevista no final de agosto, a candidata à vice-presidência do Partido Democrata, Kamala Harris, disse o seguinte sobre os protestos em andamento: “Isso se trata de um movimento . . . Eles não vão parar e todos precisam ter cuidado . . . porque eles não vão parar antes do dia das eleições de novembro e também não vão parar depois das eleições . . . Eles não vão desistir e não devem, e nós também não devemos parar”.

E, ainda no final de agosto, ela pediu às pessoas que fizessem doações para uma organização que ajudava manifestantes presos (e outros acusados de atividades criminosas) a custear advogados e fiança para saírem da prisão. Essa organização arrecadou trinta e cinco milhões de dólares. Alguns funcionários da campanha presidencial de Joe Biden também fizeram doações para essa organização.

Uma casa dividida não pode subsistir

Pouco antes de ser eleito presidente, Abraão Lincoln citou Mateus 12:25: “Uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir”. E não demorou muito para que a nação dividida mergulhasse em uma devastadora guerra civil em que morreram centenas de milhares de pessoas.

Hoje, mais uma vez, os Estados Unidos estão profundamente divididos. O país encontra-se em uma encruzilhada decisiva. Alguns veem que um arrependimento nacional e um retorno aos firmes valores bíblicos é a única esperança para o futuro da nação. Outros desejam uma mudança radical e contínua desses valores e abraçam um futuro em que Deus e a Bíblia serão deixados de lado, como nos exemplos das decisões da Suprema Corte mencionados acima.

Entretanto, o caminho que a nação vai escolher ainda é uma incógnita no momento. Mas, de qualquer modo, não parece que será uma situação boa.

Em todo caso, Deus nos diz o que precisamos fazer como nação e como indivíduos: “Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14). E todas as nações precisam desesperadamente dessa cura!

Ele também diz a todas as pessoas: “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Isaías 55:6-7).

Deus não muda (Malaquias 3:6). Ele não quer ver as pessoas sofrerem e morrerem por continuarem em seus caminhos pecaminosos e rejeitando-O. Ele exorta a cada um de nós — inclusive você — a “escolher a vida” (Deuteronômio 30:19) em vez dos caminhos que levam à morte e à destruição. Espero que você escolha corretamente!


A Agenda Destrutiva do Movimento Vidas Negras Importam

Qual é a agenda do movimento Vidas Negras Importam e daqueles que, cientes ou não, estão ajudando a cumprir seus propósitos? Não precisamos adivinhar, pois está muito claro pelos gritos de ordem de seus adeptos, como foi mostrado aqui em nosso artigo principal. Ainda há outras coisas que podem nos ajudar a entender o que é essa organização.

As três cofundadoras do movimento Vidas Negras Importam são uma organizadora e ativista da comunidade, uma ativista dos direitos civis homossexuais que está casada com um ativista da comunidade transgênero, e outra ativista homossexual, que está casada com a cofundadora canadense e ativista homossexual, que não se considera nem homem nem mulher. (Se você acha isso confuso. Tem toda razão! Eu tive que reescrever este parágrafo várias vezes para tentar fazê-lo ter sentido).

A agenda dessa organização, que advém da ideologia e estilo de vida de seus fundadores, também fica clara por meio das informações do seu site blacklivesmatter.com. Nesse site não há qualquer menção ao aborto, que ceifa mais de trezentas mil vidas afro-americanas a cada ano — mais do que câncer, doenças cardíacas, diabetes, acidentes e AIDS juntos. E também não há qualquer menção sobre a violência de negros contra negros. Segundo estatísticas do FBI, de todas as milhares de vítimas negras de homicídio a cada ano, nove em cada dez são mortas por outros negros — mas, aparentemente, essas vidas negras não importam o suficiente para justificar uma menção no site deles.

Os principais objetivos do movimento Vidas Negras Importam encontrados em seu site incluem (se já não foram apagados do site para esconder suas intenções):

“Desmontar a estrutura familiar nuclear preceituada pelo Ocidente” — ou seja, eles querem abolir o modelo bíblico de marido e mulher, que geram e cuidam de seus filhos da maneira que tem sido a norma nas culturas civilizadas por milênios (ver Gênesis 2:24; Mateus 19:5; Marcos 10:7; Efésios 5:31).

“Promover uma rede de afirmação queer” — [Nota de tradução: o termo queer designa pessoas que não seguem o modelo de heterossexualidade ou de binarismo de gênero]. Em suma, eles apoiam a normalização e promoção de relacionamentos homossexuais, que são repetidamente condenados na Bíblia (ver Levítico 18:22; 20:13; 1 Coríntios 6:9-10).

"Realizar o trabalho necessário de desmantelamento do privilégio cisgênero e elevar o povo negro transgênero” — isto é, eles negam a verdade bíblica de que Deus criou os seres humanos como “homem e mulher” (ver Gênesis 1:27; 5:2; Mateus 19:4; Marcos 10 :6) e querem acabar com as identidades masculina e feminina, promovendo o transgenerismo e a confusão de gênero como algo normal.

As cofundadoras do movimento Vidas Negras Importam se orgulham de sua ideologia e treinamento marxista. Em uma entrevista de 2015, um das cofundadoras disse que elas “são organizadoras treinadas” que “têm uma estrutura ideológica”. Ela continuou: “Somos marxistas treinados. Somos superversados em teorias ideológicas e acho que o que realmente tentamos fazer é construir um movimento que possa ser abraçado por muitíssimos negros” (grifo nosso).

O site da organização também declara: “Apelamos uma retirada de qualquer apoio financeiro à polícia no país” e “Esta é uma revolução. A mudança está chegando”. Milhões de dólares em doações, em grande parte de grandes corporações, foram despejados nessa organização nos últimos meses, o que ajudará a financiar essas metas.

Embora a maioria dos problemas da comunidade negra — pobreza, crimes, abuso de substâncias químicas, etc. — possam ser atribuídos ao colapso da estrutura familiar tradicional, com a ausência de pais nos lares, uma das metas declarada do movimento Vidas Negras Importam é, como foi dito acima, “desmontar” essa mesma estrutura familiar, o que agravaria mais esses problemas!

O mundo anda tão transtornado que pode até acontecer de algumas pessoas lerem as declarações acima e nos acusarem de racismo. Contudo, é importante deixar bem claro que a Bíblia em nenhuma parte tolera ou aprova o racismo. O racismo é um resultado maligno e abominável das inclinações corruptas da humanidade e da rebelião contra o Deus, que fez todos os seres humanos à Sua imagem e “quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade" (1 Timóteo 2:4).

O apóstolo Paulo nos diz que todos nós somos “um em Cristo Jesus” e que nenhuma raça, condição ou sexo deve nos separar (Gálatas 3:28). Consequentemente, a Igreja de Deus Unida, editora da revista A Boa Nova, tem milhares de membros e ministros de todas as raças espalhados por todos os continentes habitados.

Deus "olha para o coração" de uma pessoa (1 Samuel 16:7) e não para a cor de sua pele. Jesus Cristo deu a vida por cada ser humano (2 Coríntios 5:15).

O desejo de erradicar o racismo é admirável — um desejo que todos devemos compartilhar. Mas apoiar um movimento revolucionário marxista radical e destrutivo, cujos objetivos listados e declarados desafiam claramente muitas leis e princípios bíblicos, coloca tal pessoa em oposição ao próprio Deus — e essa é uma posição muito perigosa.

Esta é a perspectiva bíblica que cada um de nós precisa entender se quisermos compreender o que realmente está acontecendo nos Estados Unidos e que vai afetar todas as nações. Devemos também entender a motivação por trás de tudo isso.